UM TESTE PARA IDENTIFICAR PACIENTES QUE NÃO RESPONDEM AO TRATAMENTO CONTRA O CÂNCER DA PRÓSTATA

A revista GenomeWeb Daily acaba de publicar um artigo no qual anuncia que a empresa farmacêutica Tokai pesquisa, juntamente com a Johns Hopkins University, um teste para diagnosticar os casos em que seu produto em desenvolvimento, Galeterona, que se aplica a um subconjunto de pacientes – os que já não respondem aos tratamentos hormonais E que expressam uma versão danificada do receptor andrógeno AR-V7. Esses pacientes não respondem aos tratamentos de eficiência comprovada, Zytiga (acetato de abiraterona) e Xtandi (enzalutamida). Devido ao grande número de pacientes desse câncer, esse é um grupo numericamente importante de pacientes com câncer avançado, uma importante consideração para uma empresa. O mesmo dado alimenta considerações humanitárias, porque focam uma população com poucas esperanças porque dois dos tratamentos recentes mais badalados não funcionam nelas.

 

GLÁUCIO SOARES IESP-UERJ

MAIS ESPERANÇA: estão experimentando com novo medicamento

 

 

    Há uma pesquisa realizada (Fase II: com poucos pacientes) e uma série maior planejadas usando um medicamento que ainda está send aperfeiçoado, chamado orteronel.

    Em quem estão experimentando? Em pacientes que não respondem mais ao tratamento hormonal, mas que ainda não apresentam metastases diagnosticadas. São pacientes com cânceres avançados, mais não os mais avançados.

    Estão numa fase de pesquisas relativamente baratas, antes de realizarem pesquisas custosas. Foram, apenas, 39 pacientes cujo PSA crescia rapidamente (o tempo mediano para dobrar era 2,4 meses, ou seja, dobrando rapidamente, que ia de menos de um mês até mais de nove meses).

    Todos receberam medicamentos duas vezes por dia (300 mg de cada vez) do orteronel, conhecido tecnicamente como TAK-700, Takeda. Esse medicamento impede que os androgenos sejam sintetizados. Pararam de dar o medicamento em uma ou mais de três condições:

  1. o PSA voltou a crescer

  2. surgiram metastases detectaveis (uma ou mais) ou

  3. a toxicidade era tal que não era tolerada, o que foi infrequente.

    1. O que queriam saber? Quais os resultados?

      Queriam saber quantos atingiram um PSA ≤0,2 ng/mL em 3 meses.  Essa expressão, ≤0,2 ng/mL, significa igual ou mais baixa do que 0,2. Esse era o primeiro objetivo, mas havia outros: qual a resposta do PSA, de maneira mais ampla, com todos os detalhes, queriam ter certeza de que o medicamento era seguro e quanto tempo levaria até que metástases fossem detectadas.

      Como era administrado o medicamento: em ciclos de 28 dias cada um (na mediana, foi aplicado 14 durante ciclos)

      E o resultado, que é o que mais interessa?

      35 dos 39 pacientes conseguiram uma redução de 30% ou mais no PSA. Ótimo resultado. Três meses depois de iniciado o tratamento; seis pacientes conseguiram baixar o PSA a 0,2 ng/mL, um excelente resultado para pacientes avançados. São 15% do total.

      Quanto tempo durou a melhoria? Na mediana, o PSA voltou a crescer depois de 13,8 meses. Mais de um ano. Lembrem do que significa mediana: em metade dos casos, o PSA voltou a crescer em menos do que os 13,8 meses e a outra metade segurou o crescimento do PSA por mais do que 13,8 meses.

      E a temida metástase? Na mediana (mais uma vea, a mediana!) foi de 25,4 meses, mais de dois anos.

      Acho que esse medicamento pode ser pensado como um que “estica” o efeito do tratamento hormonal por mais de um ano até que o PSA volte a crescer (mas lembrem que não sabemos quanto tempo levaria sem esse medicamento) e o tempo até a metástase em mais de dois anos (mas lembrem, outra vez, que não sabemos quanto tempo levaria sem esse medicamento).

      As estimativas estatísticas usando o método de Kaplan-Meier nos diz que, depois de um ano, em 57% o PSA não tinha voltado a crescer e depois de dois anos eram 42%.  A metástase (como esperado e desejado) depois de um ano não tinha sido diagnosticada em 94% e em 64% aos dois anos. Um ano para quase todos e dois anos para dois em cada tres pacientes.

      Talvez seja mais um medicamento a se juntar ao crescente arsenal à disposição dos que já não respondem ao tratamento hormonal convencional.

      Os efeitos colaterais são nossos conhecidos: 2/3 tiveram fadiga, um terço teve náusea, 38% tiveram diarréias, 44% tiveram hipertensão etc. e doze dos 49 desistiram.

      GLÁUCIO SOARES       IESP-UERJ

      Saiba mais:

      Hussain M. Clin Cancer Res. 2014;doi:10.1158/1078-0432.CCR-14-0356.

      O que é uma boa terapia hormonal?

      Quando a metástase do câncer da próstata é diagnosticada, seja de forma primária, quando o câncer foi diagnosticado pela primeira vez, seja porque houve a “volta do PSA”, também chamada de fracasso bioquímico, o tratamento mais frequente é chamado de PADT, que é a terapia (anti) hormonal primaria, que nos priva de testosterona. O caminho mais comum desse tratamento é que, mais cedo ou mais tarde, o câncer já não responda a esse tratamento e outros tratamentos, com efeitos igualmente temporários (ou seja, não curam) entram em cena.

      Estou entre os que lutam pelos direitos dos pacientes, inclusive o de saber tudo o que está passando com eles. Se você é um paciente e não quer saber, pare de ler agora e não continue lendo esse blog.

      Os que querem saber quais são os fatores que ajudam a prognosticar o crescimento do câncer, sejam quais sejam suas razões, necessitam saber que todo prognóstico nessa área é probabilístico – não há certezas.

      Quais são esses fatores, esses indicadores?

      Um deles se chama de “nadir do PSA”. Explico: nadir é o valor mais baixo atingido pelo PSA depois do tratamento, nesse caso do tratamento hormonal. Só se conhece o nadir quando o PSA para de baixar e volta a crescer. Os pesquisadores usaram três níveis de “nadir do PSA” para fazer suas análises.

      · O nadir baixo (o melhor, com mais tempo de sobrevivência) é menor do que 0,2 (<0,2 ng/mL)

      · O nadir médio vai de 0,2 a 0,4 (0,2-4 ng/mL)

      · O nadir alto é maior do que 0,4 (>0,4 ng/mL)

      Na média os pacientes tinham 73 anos quando o tratamento (anti) hormonal deixou de funcionar e seu PSA no diagnóstico era de 174 ng/mL. É isso mesmo – quase 175. Alto. Foram 286 pacientes que receberam o PADT de 1998 até 2005. Cinco anos depois do PADT, 63% estavam vivos. Aproximadamente um em três tinha morrido das mais diversas causas, inclusive devido ao câncer.

      O escore Gleason (busque a explicação neste blog se quiser) continuava a prever o desenvolvimento do câncer, mas o nadir era o grande preditor: o risco relativo era seis vezes menor no nadir mais baixo do que no nadir mais alto. Depois do nadir, vinha o tempo até o nadir: é bom levar muito tempo até o nadir, quanto mais melhor. É fácil entender: enquanto o PSA está baixando, você está vivendo… Mas o interessante é que a lentidão da queda é boa em si, sendo um fator que prevê um bom resultado independentemente dos demais fatores, inclusive o PSA e o nadir do PSA. Usaram, também, três categorias: mais de 12 meses (mais de um ano), que era a melhor; de seis meses a um ano é a categoria do meio e menos de seis meses é a categoria mais rápida, que é a pior. Pessoas com o mesmo nadir, mas que levaram mais tempo para chegar até lá, tiveram sobrevivência maior do que as que foram rapidamente até lá. O prognóstico era quatro vezes melhor para eles.

      Meu espirito de pesquisador sugere que essa relação não é de soma e sim multiplicativa. Essa pesquisa foi feita por uma equipe japonesa. Leia mais em BMC Urol 2014 Apr 29;14(1):33. doi: 10.1186/1471-2490-14-33: Tomioka A, Tanaka N, Yoshikawa M, Miyake M, Anai S, Chihara Y, Okajima E, Hirayama A, Hirao Y e Fujimoto K.

      GLÁUCIO SOARES IESP-UERJ

      BIÓPSIA NEGATIVA E PSA CRESCENDO: E AGORA?

      Uma dificil situação, que é comum no tratamento do câncer, é a contradição entre um PSA que cresce e as biopsias que são negativas. Quando isso acontece, há uma probabilidade de 70% de que o paciente seja diagnosticado com cancer, mais cedo ou mais tarde.

      Biópsia negativa, acompanhada de PSA crescendo, com frequência significa que as agulhas não chegaram à área afetada. Erro de amostragem.

      Os pesquisadores inspecionaram um database com todo o histórico médico de 97 pacientes com um PSA crescendo, mas com uma biópsia posterior negativa.

      Nada menos de 66%, posteriormente, foram diagnosticados com câncer, 20% com problemas benignos na próstata, 8% com prostatite e outros 6% tinham lesões chamadas de pré-malignas que requerem que paciente e médico fiquem atentos. 

      Clique e veja o Infogr.am abaixo:

      Saiba mais: http://www.upi.com/Health_News/2011/05/18/Rising-PSA-predicts-prostate-cancer/UPI-46531305767721/#ixzz1MmvF8PSi

      GLÁUCIO SOARES IESP/UERJ

      Tenham paciência. Estou levando uma surra aprendendo infográficos…

      METFORMIN, REMÉDIO CONTRA DIABETES, PODE SER PODEROSO CONTRA O CÂNCER DA PRÓSTATA

      Metformin, é um remédio que combate a diabete. Acidentalmente, se descobriu que parecia congelar os cânceres da próstata, abrindo nova avenida de combate a este câncer.

      O que faz o Metformin?

      Reduz muito o crescimento celular. Com isso, o tumor encolhe. Essa descoberta abriu a porta para o uso de Metformin, um medicamento conhecido e barato, no combate ao câncer da próstata. Uma pílula de Metformin custa quatro centavos… O contraste com, por exemplo, Provenge, que atinge noventa mil dólares por tratamento, é claro.

      Que dados alavancam essa hipótese?

      Três tipos de dados: 

      1. De laboratório, onde as células cancerosas não se multiplicavam na presença de Metformin;
      2. Uma pesquisa com apenas 22 pacientes que, diagnosticados com câncer da próstata, fizeram a prostatectomia num hospital, o Princess Margaret Hospital em Toronto, no Canada. Os pacientes receberam 500 mg de Metformin três vezes por dia durante seis semanas, antes da cirurgia. Durante esse período os pesquisadores mediram a taxa de multiplicação das células cancerosas, chegando à conclusão de que o Metformin freiava o crescimento.
      3. Outra pesquisa, com dados secundários, demonstrou que diabéticos que tomavam Metformin tinham um risco 44% mais baixo de desenvolverem um câncer da próstata.

       
      Esses resultados foram apresentados no encontro anual da American Association for Cancer em Chicago.

      E nós?

      Esperando, torcendo.

       

       

      GLÁUCIO SOARES              IESP-UERJ

       

      PROVENGE É MAIS EFICIENTE SE USADO MAIS CEDO

      A empresa que fabrica o medicamento Provenge, chamada Dendreon, tem sido criticada por economistas, sendo a crítica principal a de que a empresa não tenta ampliar o “label” do medicamento. “Label” é o conjunto de condições, os parâmetros referentes aos pacientes e às doenças que limitam o uso do medicamento. Assim, Provenge só pode ser receitado para pacientes que estão num pequeno intervalo da doença: sem sintomas, ou quase sem sintomas, mas que já não respondem ao tratamento hormonal. A crítica propõe que a Dendreon teste o produto em pacientes em melhores condições. A hipótese que os críticos endossam propõe que o uso de Provenge em estados menos adiantados da doença produziriam melhores resultados. Financeiramente, significaria que vender o medicamento a um grupo muito maior.

      Essas críticas forçaram a Dendreon a reanalisar os dados de que dispunha e outros mais. Os resultados foram apresentados à conferência anual da ASCO, em Chicago.

       

      O abstract #4684, “Overall Survival Benefit with Sipuleucel-T by Baseline PSA; An Exploratory Analysis from the Phase 3 IMPACT Trial“. General Poster Session, Genitourinary Cancer, teve impacto.

       

      Vejam o que acontece quando Provenge é usada em níveis menos adiantados do câncer: quanto mais baixo o PSA, maior o efeito! Entre os pacientes (e o grupo controle) com PSA de 22,1 ou menos, o ganho mediano na sobrevivência da vida foi de 13, levando à conclusão de que entre os homens com cânceres menos adiantados o benefício é maior. O benefício cai para sete no grupo cujo PSA na origem era de PSA 22,1 a 50,1. No grupo com um PSA ainda mais alto, de PSA 50,1 a 134, o ganho é de 5,4. Finalmente, no grupo com o PSA mais alto, acima de 134, a diferença na sobrevivência mediana cai para 2,4. Esses dados não deixam dúvida sobre a conveniência de usar o Provenge mais cedo.  

       

      Sobrevivência mediana, em casos com

       

      PSA de 22,1 ou menos

      PSA de 22,1 a 50,1

      PSA de 50,1 a 134

      PSA ≥ 134

      Provenge

      41,3 meses

      27,1 meses

      20,4 meses

      18,4 meses

      Placebo

      28,3 meses

      20,1 meses

      15 meses

      15,5 meses

      Diferença

      13 meses

      7,1 meses

      5,4 meses

      2,8 meses

       

      Quando o Provenge pode ser usado atualmente? A aprovação dada pela CMS foi para pacientes assintomáticos ou pouco sintomáticos, que já não respondem ao tratamento hormonal.

      Não obstante, a pesquisa embora apresente resultados sugestivos, não tem como ser estatisticamente significativa em muitos intervalos pequenos porque o número de casos é relativamente pequeno. Há outras pesquisas propostas com outros alvos – o aumento do PSADT, o tempo até a volta do PSA (o fracasso bioquímico) e outros.

      Na minha opinião, um dos grandes impedimentos da ampliação do uso do Provenge é o custo: o tratamento custa noventa mil dólares….

       

      GLÁUCIO SOARES             IESP/UERJ 

      Outro teste do câncer da próstata que promete reduzir os erros

      É possível que tenhamos um teste não invasivo que possa separar cânceres agressivos de cânceres indolentes. Ironicamente, graças estudante de graduação, Casey Burton, que estuda Química, na Missouri University of Science and Technology. O teste detecta metabolitos na urina dos cancerosos. O teste de PSA não consegue separar os cânceres pelo seu grau de periculosidade. Na minha visão, caso se demonstre que esse teste adiciona informações para melhorar os diagnósticos (aos obtidos com os testes de PSA e de toque retal), poderemos tratar adequadamente (e quanto mais cedo melhor) os cânceres agressivos e acompanhar os indolentes, reduzindo o número de mortes, assim como os custos e o sofrimento imposto pelos tratamentos desnecessários. 
      GLÁUCIO SOARES

      IESP/UERJ

      Quanto avançamos depois do teste de PSA?

      Nossas melhorias foram várias, mas pequenas: três meses a mais de vida com esse medicamento, cinco com aquele, etc. E não é tão simples como somar os benefícios e concluir que adicionamos vários anos à sobrevivência mediana.

      Não obstante, se olharmos a evolução hoje em relação a que existia antes do uso generalizado do PSA, vemos que a sobrevivência hoje é ao redor de 97% dez anos depois do diagnóstico; quando eu fui diagnosticado, a meados da década de noventa, a percentagem semelhante era 50%.
      Ser diagnosticado mais cedo na evolução da doença tem salvado muitas vidas e somado muitos, muitos anos de vida à maioria.
      É preciso melhorar os testes, mas não podemos abolir o de PSA enquanto outros, muito melhores, não o substituírem.
      GLÁUCIO SOARES            IESP/UERJ

      COMENDO PELAS BEIRINHAS: SEPARANDO OS PACIENTES DE MUITO BAIXO RISCO

      Uma pesquisa da Clínica Mayo ajuda a entender o atual debate sobre a questão de testar ou não testar sistematicamente a população masculina com o exame de PSA. Acompanharam o grupo, na mediana, durante 16,8 anos. Os homens que tinham PSA inferior a 1 ng/ml não desenvolveram canceres agressivos. Nenhum dos que tinham esse nível desenvolveu uma forma agressiva e perigosa do câncer, ainda que fossem relativamente jovens, com menos de 50 anos.

      Christopher Weight informou a Sociedade Americana de Urologia que a incidência, com PSA’s nesse baixo nível, era <1% entre os com 55 e <3% entre os com 60 anos de idade.

      Ou seja, uma só medida de PSA, se for o suficientemente baixa, parece garantir que poucos terão câncer e que esse câncer não causará preocupações porque não será agressivo.

      O panorama muda se o PSA estive acima de 1 ng/ml. Olhando os dados resultantes das práticas americanas, concluíram que o risco de que fariam uma biópsia sob recomendação médica era alto. Esses homens devem repetir os testes de ano em ano. Mais prudentes do que o que está sendo proposto, recomendam que os homens de 40 anos com esses baixos níveis só voltem a ser testados aos 55.

      Essa pesquisa começou em 1990, com amostra de homens entre 40 e 49 anos do condado de Olmsted, em Minnesota, e foram submetidos ao teste de PSA, toque retal, e um ultrassom através da uretra, quando entraram no programa e a cada dois anos depois disso. O resultado indica que poderiam ter esperado até os 55 para fazer novo teste.

      Foram diagnosticados seis casos de câncer da próstata, uma taxa de incidência de 1,6 por mil pacientes/ano; porém se o PSA era igual ou superior a 1, doze pacientes desenvolveram o câncer – uma taxa de incidência de 8,3 por mil pacientes/ano.

      Dois homens no grupo mais alto acabaram sendo diagnosticados com uma forma agressiva do câncer, em contraste com nenhum no grupo com PSA mais baixo. Mesmo assim, transcorreu muito tempo: na medida na 14,6 anos no grupo de baixo risco e 10,3 no grupo de mais alto risco.

      Esses estudos ajudam a aliviar a pressão sobre aqueles que apresentam um resultado baixo, mas o grosso dos homens não apresenta PSAs tão baixos.

      É por aí que, creio, a implementação de diretrizes progredirá: individualizar o risco por nível de PSA na origem, aliviando uma parcela relativamente pequena dos que tiverem um resultado baixo, recomendando novo teste apenas muitos anos depois, e os com PSAs muito altos, ao contrário, deveriam ser acompanhados frequentemente. Elimina dois grupos extremos, mas o grosso está no meio e, para eles, as diretrizes são menos claras.

      Esses estudos permitem concluir que temos necessidade de testes mais exatos que seriam adicionados aos existentes, reduzindo muito os erros; porém também colocam a boca no trombone a respeito das terapias usadas, que, idealmente, deveriam ser substituídas por outras com menos efeitos colaterais.

      GLÁUCIO SOARES               IESP/UERJ


      Tratamento do Cancro da próstata: opções atuais e em novas terapias

      Amigo Gláucio.

      Tentando colaborar, passo a tradução da matéria sugeria. Tradução pelo google (logo, um tanto defeituosa)
      Abraços
      Sergio Haas
       

      Tratamento de Castração-Resistente Cancro da próstata: opções atuais e em novas terapias.
      Mesmo que o cancro da próstata é geralmente uma doença lenta em desenvolvimento, até 40% dos homens diagnosticados com a doença eventualmente desenvolver a doença metastática. Apesar de a castração cirúrgica etratamento inicial, a progressão para castração-resistente o câncer de próstata pode ser inevitável.

      Nesta entrevista, fala CancerNetwork com dois especialistas, ambos de câncer de próstata estão ativamenteenvolvidos nas experiências de investigação e clínica de novos agentes, sobre o tema das opções de tratamentodisponíveis recentemente e futuros para os pacientes com a castração-resistente o câncer de próstata. Dr. Tomasz M. Beer, Oregon Health & Science University Cancer, e Dr. Andrew Armstrong, Duke Cancer Institute, em Carolina do Norte, são convidados palestrantes no Encontro Anual de 2012 da Sociedade Americanade Oncologia Clínica em Chicago em junho deste ano, onde eles vão discutir este tema.
      CANCERNETWORK: Durante o último ano ou assim, tem havido um grande progresso com as novas terapias sistêmicas que mostram um benefício para pacientes com castração-resistente o câncer de próstata. Vamos começar com as novas terapias hormonais. Dr. Armstrong, você pode descrever tanto abiraterona, que foi aprovado em abril passado, e também MDV3100, que é um inibidor do receptor de andrógeno romance sinalizando que realmente mudou rapidamente a partir de ensaios em fase inicial para a fase III?

      DR. ARMSTRONG: eu quero destacar aqui que, nos últimos 10 anos, uma das principais mudanças de paradigma em nosso campo tem sido o reconhecimento de que nossas terapias hormonais são os que não foram nossos pacientes, e não que os pacientes são verdadeiramente hormonal refratária. Vários dos mecanismos de resistência que surgiram durante a castração resistente a progressão foi ainda envolvendo sinalização hormonais.
      Assim, temos aprendido ao longo dos últimos anos que o câncer de próstata pode gerar precursores androgênicos como um mecanismo de resistência, eles podem ampliar o receptor de andrógeno, e eles podem desenvolver mutações ou variantes de emenda nestes receptores. Eles realmente se adaptar a estas terapias hormonais ao longo do tempo e nos últimos nossos mais velhos terapias hormonais simplesmente não foram tão eficazes no controle que estado de doença. Assim, o termo efectivamente alterado de hormona-refractário doença para que de castração resistente baseado em muitas destas novas terapias que demonstram maior eficácia e ainda alguns sensibilidade às terapias hormonais.
      Abiraterona é um da primeira. É uma modificação, essencialmente, de uma droga que foi utilizado durante muitas décadas chamados cetoconazol (Medicamentos informação sobre o cetoconazol). É realmente um inibidor da síntese de andrógenos precursor. Bloqueia a síntese de colesterol em di-hidrotestosterona (por ser um inibidor do citocromo P450 CYP17), que é uma das enzimas chave que constrói a testosterona a partir do zero. Que funciona tanto na glândula adrenal para bloquear uma das restantes fontes de testosterona, mas também de uma forma parácrina / autócrina dado que o cancro da próstata podem sintetizar a sua própria ou utilizá-los para fazer a partir do soro de testosterona. A droga Medivation é bastante diferente. O composto MDV3100 é um antiandrogénio de segunda geração, de modo que bloqueia o receptor, particularmente o receptor amplificado em formas que androgénios não mais velhos. Então, são mecanismos muito diferentes. Mas ambos são agentes hormonais.

      Abiraterona foi o primeiro a demonstrar um benefício de sobrevivência global. O primeiro teste que relataram isso, e é agora publicado no New England Journal of Medicine, foi em homens com doença resistente à castração que progrediu após docetaxel (Medicamentos informação sobre docetaxel). Isso mostrou uma melhoria de cerca de 4 meses na sobrevida global em comparação com prednisona (Medicamentos informação sobre prednisona) sozinho. Abiraterona é dada com prednisona para maximizar a eficácia e reduzir a toxicidade de que a droga. O composto Medivation informou recentemente os seus resultados na ASCO 2012 geniturinário Simpósio e também será mostrado na ASCO neste ano. É demonstrado um benefício de sobrevivência de cerca de 5 meses no mesmo tipo de definição de pós-docetaxel, resistente à castração pacientes metastáticos foram para o teste. O julgamento é chamado o julgamento AFFIRM. Embora este ainda não foi publicado, os dados são convincentes e que a droga está atualmente sob revisão da FDA para aprovação em que estado de doença. Há muitos outros fármacos que são próximos que são muito semelhantes aos de ambos estes compostos originais-TAK-700 é bastante semelhante ao abiraterona e segunda geração antiandrogénios estão em desenvolvimento, bem.
      CANCERNETWORK: O que você acha que ambos são os próximos passos importantes especificamente para esses agentes de combinação, melhor busca de biomarcadores preditivos, no início de entrega? Dr. Beer vamos começar com você.

      DR. Beer: Eu só quero salientar que o nível de benefício que nós estamos vendo com esses pacientes é realmente bastante impressionante em relação ao que sabemos sobre a quimioterapia. Estes são agentes orais com toxicidade relativamente modesto, em comparação à quimioterapia convencional. Estes são avanços reais e significativos para os pacientes. Mas chegar a sua pergunta, eu acho que em muitos casos de câncer de todo o potencial da terapia sistêmica só é realmente compreendida quando a terapia foi testado em todo o espectro da doença inteiro. Eu estaria muito interessado em ver esses agentes mover-se em estágios iniciais da doença, onde um benefício de 30% a 40%, por exemplo, em uma situação onde os homens vivem muitos anos, poderia ser realmente um benefício transformador se ele se sustenta. Penso anterior fase da doença, até e incluindo combinações com radiação para localmente avançado da doença de alto risco, em que sabemos terapia hormonal convencional tem um grande impacto sobre a sobrevivência e melhora os resultados de radiação. Seria certamente melhor se perguntar se a terapia hormonal pode fazer uma diferença ainda maior. Certamente combinação contra seqüência é uma questão importante no campo. Não, neste momento, realmente tem um monte de insights sobre se essas drogas podem fazer ainda melhor se máximo suprimir todos os elementos de sinalização, incluindo a produção de andrógenos ligante e receptor ao mesmo tempo. Eu acho que é uma questão importante que precisa ser feita.
      DR. ARMSTRONG: Gostaria apenas de eco e dizer que os ensaios clínicos de fase III, pré-docetaxel para abiraterona, por exemplo, já sabemos que isso é essencialmente um estudo positivo e será apresentada em breve. Mas, outros estudos que olham abiraterona com radiação ou na configuração anterior da doença faz sentido. O nosso objectivo é, obviamente, para melhorar as taxas de cura, bem como para melhorar a sobrevivência com o uso anterior de estas drogas. Para Medivation, o estudo PREVAIL, por exemplo, é um pré-julgamento docetaxel que ainda está em curso. A utilização destas drogas adjuvantly, após a cirurgia ou com radiação, em combinação ou sequência faz sentido. Quanto mais tempo você tem os homens nesses estudos, obviamente estas são muito potentes terapias hormonais não-nós também temos que prestar atenção para a segurança a longo prazo.
      CANCERNETWORK: Duas outras drogas que têm sido recentemente aprovadas são a imunoterapia Provenge-, bem como o cabazitaxel quimioterapia (Jevtana ®). Poderia tanto de você descrever sua visão sobre o papel destes agentes no tratamento?

      DR. ARMSTRONG: Provenge ou sipuleucel-T foi aprovado pelo FDA mais de um ano atrás, agora com base em uma vantagem de sobrevivência em homens com doença resistente à castração que era metastático. Foi o primeiro medicamento para realmente ter uma etiqueta com base nos sintomas-é particularmente indicado para homens com doença assintomática ou sintomática minimamente semelhante ao julgamento IMPACT, um estudo de fase III que envolveu esses tipos de homens. Esses homens não têm, geralmente, fígado ou metástases pulmonares e geralmente não tinham quimioterapia anterior, embora tenha havido algumas exceções. O estudo mostrou uma melhoria 4,1 meses em sobrevivência. Não ter outros efeitos, como as terapias hormonais que acabamos de descrever, como quedas de PSA ou atraso na progressão ou respostas radiográficas.
      Com uma imunoterapia bastante mecanismo de ação diferente, você pode esperar desfechos diferentes ou um ponto final em atraso. Nós ainda estamos tentando descobrir quais pacientes poderiam se beneficiar mais com esta terapia, ou encontrar biomarcadores que podem ajudar a interpretar os pacientes que estão respondendo ou não, e qual a melhor maneira de combinar este ou seqüência com todos esses novos agentes. Estas são algumas das perguntas ativas.

      DR. Beer: vou comentar sobre cabazitaxel. É a droga de quimioterapia segundo depois de docetaxel demonstrou ser eficaz em prolongar a sobrevivência em cancro da próstata avançado. Tornou-se uma ferramenta padrão no tratamento de pacientes que têm câncer de próstata metastático resistente à castração após tratamento com docetaxel. Claro que agora com abiraterona em uso após quimioterapia esta é uma área lotada e eu acho que muitos de nós estão actualmente a abordar o tratamento com docetaxel em primeiro lugar, abiraterona seguinte, ea terceira cabazitaxel. Eu não esperava isso de evoluir. Eu acho que é razoavelmente provável que as drogas hormonais continuará a ser movida no início da doença. Cabazitaxel está a ser testada contra o docetaxel na configuração de linha de frente. Vamos ver a evolução continuada do paradigma do tratamento. Eu acho que cabazitaxel oferece uma importante opção principalmente para aqueles pacientes em que os agentes hormonalmente ativos não são mais úteis. Mesmo que se estenderam a gama de tais agentes, eventualmente, a maioria dos pacientes encontrar-se numa situação em que o cancro é resistente a todos os diversos agentes hormonais que estão disponíveis.

      CANCERNETWORK: Outro conjunto de agentes, que visam prevenir metástases ósseas, como denosumab (Xgeva), que é aprovado, e também o rádio-223 (Alpharadin) que tem demonstrado um benefício de sobrevida global em pacientes com câncer de próstata avançado. Qual é a diferença entre os dois agentes e quais são seus papéis?
      DR. Beer: Alpharadin é um radiofármaco alfa-emissor, um agente relativamente único. É, suponho, semelhante ao denosumab em que ele atinge doença no osso, mas como ele faz isso e o que ele faz é dramaticamente diferente. Essencialmente, oferece terapia de radiação para os locais de metástases ósseas. É o radiofármaco primeiro a mostrar, de forma convincente, efeito antitumoral verdadeira medida pelo PSA declínio e controle da dor. Mas também vantagem de sobrevivência, e eu acho que é muito emocionante. A droga ainda não está disponível no mercado, não estamos a usá-lo rotineiramente. Eu espero que ele se torne mais uma ferramenta na caixa de ferramentas. É provável que seja uma droga que nós usamos após a quimioterapia, mas vamos ter que aprender mais sobre essa droga e ganhar mais experiência com ele. É importante ter drogas de diferentes classes disponíveis e isto é claramente uma classe única.

      Denosumab é uma droga que inibe a formação óssea e tem sido estudada, como indicado, para prevenir as metástases ósseas, para tratar a osteoporose e para reduzir o risco de complicações relacionadas com a esquelético de cancro da próstata. Por isso, é realmente uma droga osso alvo que atinge diretamente o osso e não diretamente como alvo o câncer como Alpharadin ou quimioterapia. No momento, eu acho que é mais amplamente utilizado no câncer de próstata para prevenir complicações relacionadas com esquelético ou para atrasá-los na doença resistente à castração metastático. Como uma ferramenta para prevenção de metástases, não obter a aprovação da FDA. Houve um atraso nas metástases, mas não uma vantagem de sobrevivência global. No início uso desta droga necessariamente resultou em um maior risco de efeitos secundários particularmente osteonecrose da mandíbula. Eu vejo esta droga como uma ferramenta importante na gestão de cuidados de suporte dos pacientes. Mas, como todas as ferramentas, que precisa ser avaliada em uma análise de risco-benefício, lembrando que queremos ser cuidadosos em não causar um efeito colateral, evitando outro. Em geral, eu acho que é usado para reduzir as complicações ósseas em pacientes de alto risco e é certamente uma opção interessante. Seu uso para prevenir metástases provavelmente não é justificada pelos dados atuais, mas que é um ponto controverso e eu me pergunto o que Andrew vai dizer sobre isso.

      DR. ARMSTRONG: Concordo com você Tom. Eu acho que os comitês ODAC concordo com você também. Atrasar um evento que é apenas um evento de pura radiológico por apenas alguns meses não parece ser uma razão para mudar ou expandir a etiqueta com base em uma única tentativa, sem evidência de melhora da sobrevida ou resultados a longo prazo, sobretudo tendo em conta as toxicidades com anos de utilização denosumab eo custo. Mas gostaria apenas de dizer que esses agentes, como o ácido zoledrônico (Medicamentos informação sobre o ácido zoledrônico) e drogas elogiar denosumab pode gostar de rádio. De facto, os dados de rádio sugiro que se pacientes estão em estas drogas de osso, particularmente ácido zoledrônico, os benefícios parecem ser ainda maior para a prevenção esquelético eventos relacionados. Assim, eles podem realmente ajudar uns aos outros. Muitas destas drogas são dadas ao mesmo tempo como outras terapias como a quimioterapia ou hormonal terapias não necessariamente o rádio. Radium era um projeto de estudo interessante. Em essência, eles foram capazes de entregar terapias hormonais para os pacientes, ao mesmo tempo que o rádio. Eles não misturá-lo ainda com a quimioterapia. Muitos dos pacientes receberam segunda linha ou terceira linha terapias hormonais, como parte do ensaio clínico em ambos os lados do ensaio. Será interessante, obviamente, para eventualmente combinar algumas das novas terapias hormonais que já falámos anteriormente com o rádio.
      CANCERNETWORK: Como última pergunta, com todos esses novos agentes, o que é o papel atual dos ensaios clínicos para câncer de próstata avançado? Dr. Beer que recentemente escreveu um livro sobre como fazer a melhor decisão educada sobre os ensaios clínicos para o câncer, então vamos começar com você.

      DR. Beer: Acho que o papel dos ensaios clínicos não mudou. Fizemos muito progresso através de ensaios clínicos, mas muito mais é necessário. Quando olhamos, por exemplo, câncer testicular, onde 90% dos pacientes com doença metastática pode ser curada com 12 semanas de medicação, que é bastante óbvio que temos um longo caminho a percorrer. Então eu acho que o nosso compromisso com os ensaios clínicos devem, de fato, ser maior do que nunca. Isto é porque nós já demonstrou para nós e para nossos pacientes, que tipo de progresso é possível através da investigação clínica. Eu acho que, a partir de uma perspectiva de pesquisador, é um universo muito mais difícil estar dentro

      Todos esses agentes eficazes criaram muitas subpopulações de pacientes e da concepção dos ensaios clínicos hoje é PhD em nível de trabalho, comparado ao trabalho de alto nível da escola há alguns anos atrás. Basta descobrir como estudar novos agentes nesse campo extremamente complicado, onde, como nossa discussão demonstrou claramente, nós não descobri exatamente como usar os agentes que já temos. Então, é um desafio. Para aqueles de nós que gostam desse tipo de desafios, este é um momento emocionante. Nós nunca tivemos um melhor entendimento da biologia do câncer que levou um esforço mais forte para desenvolver novas drogas excitantes, eo fato de que passamos de uma droga que melhora a sobrevida a 6 em uma matéria de cerca de 2 anos, é apenas o a ponta do iceberg tanto quanto eu estou preocupado.

      Estou muito animado que eu tive a oportunidade de escrever um livro com um dos meus pacientes e participantes em ensaios clínicos. O livro é intitulado Ensaios Clínicos de Câncer, e esperamos que essas pessoas que estão contemplando participar num ensaio clínico vai encontrar esse livro útil e ajudá-los a pensar por onde um ensaio clínico pode ou não se encaixam em seu plano de tratamento do câncer.

      DR. ARMSTRONG: Isso é ótimo. Gostaria apenas de acrescentar ao que com todas essas novas drogas, a nossa comunidade de câncer de próstata provavelmente irá formar novas questões e novos grupos de controle e dos novos projetos que ajudarão a responder a perguntas. Além disso, vou dizer que muitos de nossos colegas em outros tumores sólidos, particularmente de pulmão e câncer de mama estão se movendo em relação à medicina preventiva ou medicina precisão onde estamos usando biomarcadores tumorais para selecionar pacientes para uma determinada terapia, a fim de maximizar o benefício para aqueles pacientes que são susceptível de responder a uma terapia. Isso leva um bem-validado, qualificado biomarcador, por exemplo, o receptor de estrógeno, progesterona (Medicamentos informação sobre progesterona) receptor, HER2 no câncer de mama, ou mutações EGFR em câncer de pulmão. Estes são os biomarcadores onde você pode ver os resultados reais dramáticos com fármacos que inibem realmente o alvo. Eu diria que o câncer de próstata está caminhando nessa direção e ainda é uma necessidade não atendida, na medida do desenvolvimento desses biomarcadores que podem realmente selecionar os pacientes que terão um benefício surpreendente de abiraterona ou drogas Medivation, ou mesmo taxanos para essa matéria. O ideal é o nosso campo irá para que realmente maximuze benefício e minimizar danos. Essa é a minha esperança.

       


      Date: Fri, 11 May 2012 21:31:44 +0000
      Subject: Câncer de Próstata [Câncer de próstata – notícias e pacientes] Atualização sobre o Câncer da Próstata
      From: soares.glaucio@gmail.com
      To: cancer-de-prostata-pacientes@googlegroups.com

      Uma excelente discussão – em Inglês – dos últimos avanços em cânceres adiantados se encontra em

      http://www.cancernetwork.com/prostate-cancer/content/article/10165/2065202

      Sem dúvida, é mais um serviço da instituição – Cancer Networks – à nossa comunidade de pacientes.

      Gláucio Soares                   IESP-UERJ
       

      PSA: TESTAR OU NÃO TESTAR?

      Há um debate antigo relacionado ao câncer da próstata: fazer triagem com o teste de PSA ou não. O PSA é um teste imperfeito, com falsos positivos e falsos negativos.

      Falso positivo: um PSA alto sugere câncer, mas não há câncer;

      Falso negativo: um PSA baixo sugere que não há câncer, mas há.

      Combinado com o toque retal, os erros diminuem. Quando a suspeita é grande, o médico (usualmente urólogo) recomenda ou não uma biópsia. Porém, a biópsia é probabilística e também tem falsos negativos: não encontram nada, mas o câncer está num lugar onde não enfiaram as agulhas… Mais agulhas, melhor distribuídas e melhor dirigidas reduzem os erros.

      Esses testes não acontecem num universo sem emoções: há tensões, estresse, medo, angústia e até infecções, sobretudo no caso das biópsias feitas em hospitais e consultórios de baixa qualidade.

      Porém, saber se o paciente tem ou não o câncer é apenas um passo, uma das perguntas. Mesmo se tivessemos um teste sem falsos positivos e falsos negativos, ainda poderíamos questionar a sabedoria de fazer exames regulares de PSA. Não é só ter ou não ter que conta, resta saber se, mesmo que haja câncer, vale a pena saber que ele existe. A última vez que li uma contagem dos tipos de câncer da próstata havia vinte e cinco tipos diferentes, alguns praticamente inócuos e outros virulentíssimos. Como separar os tipos de acordo com a sua agressividade? A biópsia permite fazer – se uma agulha encontrar o câncer – isso e, ainda hoje, usamos o Escore de Gleason (quanto mais alto, pior) que é uma soma: o tipo de célula cancerosa mais comum na biópsia, vem primeiro, e o segundo mais comum vem depois. Alguns defendem que é útil conhecer o terceiro mais comum. As células mais agressivas são as menos diferenciadas, que só fazem se reproduzir, multiplicar e multiplicar.

      Um dos resultados de biópsia mais comuns, que divide as opiniões é o 3+3. Acima disso, com total 7, 8, 9 ou 10, quase todos tratam o paciente e o fazem agressivamente: jogam todas as cartas. Jogam para valer e tentar curar.

      O PSA oferece mais do que isso: a velocidade com que ele cresce, chamada de PSA velocity importa: estatisticamente, ela se relaciona com o risco de que, depois do tratamento primário (o primeiro que fizermos com a intenção de curar, como cirurgia, radioterapia etc.) o câncer volte; também se relaciona com o risco de morrer deste câncer e, finalmente, com o tempo de sobrevivência. Afinal, uma coisa é morrer dois anos depois do diagnóstico e outra é morrer vinte anos depois.

      Outra medida é comumente aplicada aos mesmos dados, o PSADT. Difere do anterior porque é um cálculo do tempo em que o PSA leva para dobrar. Também se relaciona com tudo com que o PSA velocity se relaciona, um pouco melhor, dizem seus defensores, porque o crescimento do PSA frequentemente não é linear e sim exponencial.

      Um grupo americano de especialistas concluiu que não vale a pena testar toda a população masculina de x anos e mais, cada y anos. Gera angústia, estresse, medo, gastos desnecessários e mais. Outros contra-argumentam: na população americana um em cada seis homens tem ou terá câncer da próstata. Ou seja, de acordo com o National Cancer Institute, 242 mil serão diagnosticados naquele país em 2012. Aproximadamente, um em cada 34 homens morre devido ao câncer da próstata. Fazendo os cálculos, são mais de 28 mil mortes por ano, somente nos Estados Unidos.

      A incidência e a prevalência deste câncer (em taxas) são muito mais baixas nos países asiáticos e, diagnosticado o câncer, a sobrevivência é menor em quase todos os países do que nos Estados Unidos. Os americanos comem mal, vivem mal, e têm mais câncer da próstata, mas tratam melhor e mais eficientemente.

      Há portanto, a primeira decisão: testar ou não testar, e a pergunta associada, se não testarmos todos, quem testar?

      Uma pesquisa feita na Europa, que acaba de ser publicada, produziu novas informações e levantou novas dúvidas: homens que eram testados de quatro em quatro anos, como parte de uma rotina preventiva, tinham um risco 30% mais baixo de morrer desse câncer. Feitos todos os cálculos, veio um resultado perturbador: os testes regulares não aumentavam a esperança de vida em geral. Os testados morriam um pouco mais de outras causas do que os não testados, o que compensava o ganho nas mortes com o câncer da próstata.

      A pesquisa foi grande, mais de 182 mil homens em oito países europeus, todos entre 50 e 74 anos, que foram acompanhados durante 11 anos.

      Onze anos? Parece muito? Alguns argumentam que não é porque a taxa específica devida ao câncer da próstata não se reduziria quinze ou vinte anos depois do tratamento.

      O Dr. Fritz Schroder, professor de urologia na Erasmus University concluiu que não há dúvida de que o risco de morrer  do câncer da próstata é trinta por cento menor entre os testados, mas trinta por cento desses cânceres descobertos são insignificantes, lentos, e os pacientes morrerão de outras causas muito antes do que morreriam devido ao câncer da próstata.

      Onde ficamos? Posso dizer o que talvez seja um novo consenso: os que têm fatores de risco ou sintomas devem ser testados regularmente (os com câncer da próstata na família, os negros, os fumantes, os obesos etc). Não obstante, testar ou não testar é e deve continuar sendo uma decisão do paciente, ainda que muito bem informada pelo médico.

      É importante continuar pesquisando novos testes não invasivos que, isolados ou em combinação com os existentes, reduzam tanto os falsos positivos quanto os falsos negativos e indiquem a agressividade do câncer. Talvez sejam novos e  melhores exames de sangue, talvez sejam de urina, possibilidade levantada por um experimento esdrúxulo com cães farejadores que parecem poder separar os cânceres agressivos dos  não agressivos. Se essa possibilidade se confirmar, talvez seja possível desenvolver testes feitos com a urina que poderiam classificar os pacientes de acordo com a agressividade do câncer.

      Estranho exemplo da afirmação de que “sai na urina”…

       

      Gláucio Soares                  IESP/UERJ

      Subestimando ou superestimando o câncer da próstata

      Às vezes, o câncer da próstata é descoberto por acaso; às vezes, é descoberto quando fazemos exames periódicos e às vezes é porque há sintomas (o que muitas vezes significa que o câncer está avançado). Os primeiros exames específicos para verificar se o paciente tem câncer são o de PSA, que é um exame de sangue barato, e o toque retal.

      Um PSA alto e encontrar uma massa sólida no toque retal levantam suspeitas. Até 3 ou 4 ng/ml os clínicos não se preocupam, embora haja falsos negativos; entre esse nível e dez é uma zona cinza, chamada de cinza porque dá de tudo, câncer e não câncer; acima de dez usualmente o médico sugere uma biópsia; se, além do PSA suspeito, o toque retal também revelar uma massa sólida, dura, o médico usualmente faz uma sugestão insistente.

      O único erro que meu cirurgião cometeu, que eu saiba, foi afirmar que eu deveria fazer a biópsia “to rule out cancer” – para eliminar a hipótese de câncer. Não elimina. As biópsias são probabilísticas e com certa freqüência produzem falsos negativos. Eu fiz quatro agulhas numa biópsia; depois, como o PSA continuava subindo, mais seis e… nada! Mas, como o PSA continuava subindo, o médico sugeriu mais seis e aí sim, encontraram um adenocarcinoma com um Gleason de 3+3.

      CLIQUE NA FIGURA PARA AUMENTÁ-LA

      O que é o tal de escore Gleason? As células normais são diferenciadas e diferentes partes da célula fazem tarefas diferentes; com o câncer elas ficam mais homogêneas, mais iguais, dedicadas a crescer e crescer, e mais nada. O escore de uma célula pode variar até cinco, o mais alto. No cinco, elas são absolutamente iguais e só fazem crescer. Numa biópsia, há células de tipo diferentes, umas normais, outras não e mesmo as cancerosas também são diferentes umas das outras. Tem células com escores diferentes. A mais freqüente, que tivermos em maior número na amostra dá a primeira parte do escore Gleason, o primeiro número. A segunda mais freqüente fornece o segundo número. Se a mais freqüente for mais ou menos diferenciada, o escore poderá ser 3; se a segunda mais freqüente for totalmente indiferenciada, toda igual, o escore será 5 e o Gleason vai ser definido como 3+5. As células com valor acima de três são consideradas indicadoras de cânceres avançados e/ou agressivos.

      Porém, dar um valor a uma célula tem algo de subjetivo. Para maior exatidão, precisamos de testes melhores que excluam a subjetividade.

      O Dr. Richard Matern, urólogo no LDS Hospital, constata, como muitos outros já o fizeram, que quando a próstata é removida e examinada por um patologista, com indesejável freqüência o escore Gleason é mais alto do que na biópsia. Significa que o câncer foi “subclassificado” na biópsia. Ora, o escore Gleason é muito importante na determinação do tratamento a ser seguido. Um Gleason baixo pode justificar o chamado “watchful waiting”, estratégia durante a qual os pacientes são acompanhados, fazem testes periódicos, mas não fazem nenhum tratamento. Um Gleason alto, oito ou mais no total, por exemplo, praticamente empurra médico e paciente para um tratamento mais agressivo e mais cedo.

      As biópsias melhoraram desde que as fiz, há 16 anos. Usam mais agulhas – um incômodo – e também procurar chegar aos lugares mais difíceis, reduzindo a margem para erros.

      A importância de acertar a agressividade é óbvia: tratar agressivamente um câncer indolente possivelmente significa submeter o paciente a efeitos colaterais pesados, como a impotência e a incontinência; não fazê-lo com um paciente portador de um câncer agressivo aumenta o risco de que ele venha a falecer do câncer, embora a maioria dos portadores de cânceres da próstata acabem morrendo de outras causas. Não obstante, um paciente relativamente jovem com um câncer agressivo e avançado requer um tratamento igualmente agressivo e duro, a despeito dos efeitos colaterais.

      Essa é a importância de dividir os cânceres em estágios, de acordo com o risco que eles trazem para os pacientes. Para isso, a correção do escore Gleason continua fundamental.

      GLÁUCIO SOARES IESP-UERJ

      Testes melhores para o câncer da próstata

      Os testes atuais para detectar o câncer da próstata são bons, mas podem ser muito melhores. O melhor que se usa é o PSA. Porém, o PSA produz aproximadamente quinze por cento de falsos negativos. O que é isso? O teste é interpretado como negativo, ou seja, o paciente não tem câncer, mas de fato tem. Os erros são maiores do lado positivo: há falsos positivos cerca de 50% até 75% dos casos, dependendo da definição. Falso positivo? O teste indica câncer, o paciente é diagnosticado como tal, mas não tem câncer.

      Não é “só” um erro. O diagnóstico de câncer é uma porrada. Muitos pacientes perdem o controle emocional, ficam traumatizados. Esses pacientes pagam um alto preço pela imperfeição do teste.

      Está sendo testado um teste que usa a urina em dois hospitais de Cleveland e um de Boston. É chamado de PSA/SIA. O atual teste de PSA nos diz quanto PSA circula no sangue do paciente. O PSA/SAI informa a respeito de muitas mudanças na proteína que chamamos de PSA. Ele consegue diferenciar a estrutura molecular de um PSA canceroso daquela de um PSA normal, saudável. Além de informar se o paciente está no nível em que o câncer é provável, informa também se ele é agressivo. São informações importantes para recomendar um tratamento ou outro. Nos diz qual o nível do câncer. Se for um nível alto, a despeito de uma quantidade ainda moderada sendo produzida, pode ser aconselhável fazer logo uma cirurgia.

      Um primeiro teste com 222 homens produziu uma sensitividade de cem por cento (não há falsos negativos – se o resultado for negativo, o paciente não tem câncer e pronto).

      E a especificidade? Esse teste permite quantos falsos positivos? Comparativamente poucos: vinte por cento de falsos positivos, muito menos do que o teste de PSA.

      Esse teste não deve eliminar o de PSA, nem o toque retal. O uso de vários testes reduz os erros.

      Você pode obter muitas informações em vídeos da equipe dirigida pelo Dr. David Samadi:

      New Study On Prostate Cancer Screening Effectiveness http://www.youtube.com/watch?v=KFH1XFgoziQ

      Comparing Prostate Cancer Treatment Options – Robotic Surgery Vs. Watchful Waiting

      http://www.youtube.com/watch?v=9dC4T9JAJss

      Outro Link: Smart-Surgery.com

      FONTE: RoboticOncology.com

      GLÁUCIO SOARES IESP-UERJ


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      Nova vacina, nova esperança


      As pesquisas ainda estão engatinhando, mas os resultados permitem algum otimismo. Depois do oba-oba a respeito da abiraterona e choque da realidade, é preciso muito cuidado para não exagerar e manter a esperança sob controle. Há muitos anos, a contribuição de cada novo tratamento ou medicamento tem sido aumentar a mediana da sobrevivência em alguns meses. Ninguém fala mais em cura.

      Os dados foram baseados em pesquisas com camundongos. O que os pesquisadores afirmam é que essa vacina consegue enganar os múltiplos mecanismos de defesa do câncer. As vacinas anteriores se concentravam em uma ou poucas proteínas causadas pelo câncer, ou em um ou outro antígeno.

      Essa vacina, como outras usa um vírus para convencer nosso sistema imune a identificar as células cancerosas como invasoras e atacá-las. Os pesquisadores examinaram a lista de DNA de células saudáveis da próstata e as injetaram num vírus. Depois injetaram o vírus nas cobaias, que as atacaram como atacariam bactérias invasoras. Não foram observados efeitos colaterais nem doenças auto-imunes que impediram o desenvolvimento de muitas vacinas.

      Muitos medicamentos encontraram seus limites na capacidade dos tumores de desenvolver alternativas. Os tumores são inteligentes de maneira malévola, o que explica o porquê das terapias (anti) hormonais perderem seu efeito ao longo do tempo. O grande desafio é encontrar um medicamento que feche todas as possíveis rotas de fuga e nova ampliação do câncer.

      É o que essa vacina tenta fazer. Dirigida por Richard Vile, da Mayo Clinic em Rochester. Se o tumor se adapta ao primeiro antígeno, a vacina lancha uma nova onda de ataques em outras áreas. A estratégia é nova: clonam todos os antígenos e alvos, deixando que o sistema imune selecione entre eles. Essa estratégia causará problemas para a aceitação pelas agencias regulatórias que exigem saber quais as proteínas que estão sendo ativadas e alvejadas.

      Não foi encontrado câncer nos camundongos vacinados, mas a distancia até humanos é grande. Vile espera começar os testes com humanos em três a cinco anos.

      GLÁUCIO SOARES

      Afinal, quanto tempo de vida você tem?

      Uma pesquisa levantou a esperança de vida dos pacientes de câncer da próstata. Ela varia com o tratamento e com o tempo.

      A prostatectomia (cirurgia) e a radiação são os dois tratamentos iniciais mais comuns. Raramente se opera o paciente quando há evidência de metástase: retirar a próstata não tem como curar um câncer que já espalhou, que já está em outros lugares. Mas não é fácil saber onde está o câncer, se já se metastizou ou não. Na dúvida, usam cirurgia. Muitas vezes combinam o cirurgia e a radiação.

      O primeiro grande marcador negativo, de que a coisa não está bem, é a “volta do PSA”, quando o PSA reaparece no sangue. Isso significa que há células cancerosas vivas. O câncer não foi curado e, agora, é incurável. O que não quer dizer que o paciente morrerá dele: a maioria não morre deste câncer mesmo depois do fracasso bioquímico (a volta do PSA). Depende de quê? De várias coisas, entre as quais o tempo e o tipo de tratamento – isso entre as que sofreram a volta do PSA. As outras estão livres, curadas. Quando morrerem não será de câncer da próstata. Uma pesquisa com mais de 600 veteranos de guerra mostra quais as probabilidades, quais os riscos.

      A volta do PSA – o temido fracasso bioquímico – ocorreu em 34% a 48% dos pacientes, dependendo do tempo e do tratamento. Uma percentagem maior dos submetidos a radiação (onde havia mais casos avançados) teve o desprazer de lidar com a volta do PSA no sangue.

      A tabela abaixo mostra os vários riscos por tempo e por tipo de tratamento:

      Fracasso bioquímico e morte devida ao câncer da próstata aos 5-, 10- e 15- anos depois do tratamento inicial.

      Tempo

      % acumulada em que o PSA voltou depois da cirurgia

      Mortalidade por câncer depois da volta do PSA entre os que fizeram cirurgia

      % acumulada em que o PSA voltou depois da radiação

      Mortalidade por câncer depois da volta do PSA entre os que fizeram radiação

      5 anos

      34%

      3%

      35%

      11%

      10 anos

      37%

      11%

      46%

      20%

      15anos

      37%

      21%

      48%

      42%

      Dados tirados dos Archives of Internal Medicine.

      O que esses dados nos dizem? Que 5 anos depois da cirurgia, 34% dos operados sofrem o fracasso bioquímico, a volta do PSA nos exames de sangue. Cinco anos depois (dez depois da cirurgia) a percentagem sobe um pouco, para 37%. E parece que não aumenta a partir daí. Olhando a terceira coluna vemos os dados relativos aos que fizeram radiação. São mais altos, ainda que não muito mais altos. Aos cinco anos, 35% (praticamente o mesmo que a cirurgia) sofrem o fracasso bioquímico; dez anos depois da radiação, a percentagem aumenta significativamente, para 46% e quinze anos depois parece estabilizar, com 48%, quase a metade.

      Não obstante, nem todos os que enfrentam o fracasso bioquímico morrem do câncer. Em verdade, a maioria morre de outra coisa. Comparem a segunda e a quarta colunas. Cinco anos depois da volta do PSA, somente 3% dos que fizeram cirurgia morreram do câncer. Mais cinco anos e a percentagem aumenta para 11%. Mais cinco anos e a percentagem dobra para 21%. Ou seja, quinze anos depois da volta do PSA entre os que fizeram cirurgia, um em cada cinco morreu do câncer.

      Tudo indica que essa percentagem continua crescendo depois dos 15 anos, mas as mortes por outras causas também passam a crescer mais rapidamente em função da idade. Lembrem-se de que falamos de 15 anos depois da volta do PSA, do fracasso bioquímico, e não da cirurgia. A maioria está com 80 ou mais.

      No grupo que fez radiação os dados são piores – em parte porque muitos fizeram radiação porque havia evidência de metástase e de que a cirurgia não poderia curá-los. As percentagens dos que morrem da doença – depois da volta do PSA – parece dobrar cada cinco anos: 11%, 20% e 42%.

      As pesquisas têm se concentrado nesse grupo mais doente, com doença mais avançada. E terapia hormonal, usualmente seguida de quimio e, mais recentemente, da caríssima vacina Provenge e, em final de desenvolvimento, da abiraterona, vão aumentando a sobrevivência específica do câncer da próstata (mas não de outras mortes): uns estimam em 14 a 18 meses o efeito da terapia hormonal (mais há casos de muitos anos em que o efeito funciona – cinco e mais anos), quatro meses de vida na mediana agregados pela quimio; outros quatro pela Provenge e um tempo mais variável, que pode chegar a mais de oito meses com a abiraterona. E haja dinheiro…

      Poucos morrem aos cinco anos. A barra começa a ficar mais pesada aos dez e, principalmente, aos quinze e mais anos, depois da volta do PSA.

      Fonte: Uchio EM, Aslan M, Wells CK, Calderone J, John Concato. “Impact of Biochemical Recurrence in Prostate Cancer Among US Veterans.” Archives of Internal Medicine. 2010;170:1390-1395.

      Resumo por Gláucio Soares de fontes publicadas na internet.


      Trofex permite visualizar o câncer e acompanhar o tratamento

      Uma empresa chamada Molecular Insight Pharmaceuticals, Inc. apresentou os dados de um produto chamado Trofex(TM) que permite visualizar o câncer metastático e os efeitos do tratamento quimioterápico. A detecção e o acompanhamento são partes importantes do tratamento. É preciso saber se o tratamento está dando certo. Trofex faz isso porque permite visualizar mudanças no volume do tumor. Trofex é uma pequena molécula que gruda na membrana do câncer da próstata (PSMA). A PSMA constitui um alvo interessante porque ela está muito mais presente nas células cancerosas do que nas normais. A absorção e a retenção de Trofex é muito alta facilitando a visualização sem “invadir” o corpo do paciente.
      É uma promessa de avanço no conhecimento e na visualização do tratamento que tem que ser vista dentro das limitações dos atuais tratamentos. A químio aumenta a vida em alguns meses apenas e tem pesadíssimos efeitos colaterais. Esse novo produto permite mostrar onde está o câncer e acompanhar, intensificar, diminuir, ou parar esse tratamento.
      O tratamento (paclitaxel) no tratamento de camundongos com o tipo mais comum do câncer da próstata, as células LNCaP, produziu um declínio de 19% no volume do tumor, em contraste com um crescimento de 217% no grupo controle, que não recebeu tratamento. Sendo realistas, sabemos que esse efeito bom para nós termina na mediana em muitos meses ou poucos anos e o câncer volta a crescer.

      A consulta com o Dr. Meyers

      A van, Ford 1993, equipada para acampar é confortável e agradável. É fácil de dirigir, exceto inicialmente, nos momentos em que tive que dar marcha à ré.
      Entre a beleza do inverno e a preocupação da almaAs estradas pequenas, no inverno são bonitas. Infelizmente, a comida de beira de estrada é…a comida de beira de estrada. O estomago e o intestino sofrem durante a viagem e a dieta vai para o brejo.</span>
      O estado de espírito de quem tem uma doença incurável e está indo a um médico deve variar muito. Eu consegui curtir parcialmente a viagem, mas ia com esperança. Na clínica, durante todo o tempo que passei lá (umas três horas) vi apenas um ou dois pacientes. Já deu para ver o grau de apreensão em um deles, fiel e importantemente acompanhado pela esposa ou companheira.
      Mas não dá para para não curtir (um pouquinho, pelo menos) o visual de estradas pequenas, cercadas de árvores, no meio da neve.

      Estrada e mais estrada

      A chegada mostra uma casinha simpática, simples, com estacionamento para poucos carros. Não é uma operação industrial. Feita, como tantas casas (e universidades) americanas, de tijolinho aparente.


      A chegada é marcada por uma placa simples. Depois de quase três dias na van (rebatizada de school bus) pelo meu filho, foi um alívio chegar ao lugar certo.

      As estradas pequenas são mais bonitas

      Aqui dentro vi um tipo de atendimento ao paciente muito diferente do usado nos Estados Unidos onde somos primeiro recebidos por uma enfermeira, que pesa, tira a pressão, temperatura etcx. Um primeiro e importante cuidado – a pressão é tirada duas vezes, além do que a enfermeira pergunta se essa é a pressão habitual. Ela mostra consciência da chamada “white coat syndrome”: a pressão aumenta na presença de médicos etc. Estava lá por 180, na segunda por 160 e eu aduzi que poderia reduzí-la em outros vinte pontos.
      Visitei o AIDP no dia anterior, turbinado pela insegurança de não me perder, chegar atrazado, essas coisas. Uma das secretárias estava preparando o meu dossier. Quando cheguei no dia seguinte vi um senhor baixo, sem gordura para mostrar, de cabelos brancos estudando uns records que eu sabia serem os meus.

      Perto, estradas menores, mais curvas e mais beleza

      O Dr. Meyers é simpático, agradável. Me tratou com o respeito de quem tem uma doença grave, considerada incurável, que ele também teve ou tem.
      Muitos dos suplementos que eu usava ele desaconselhou porque não confiava no fabricante. Traçou um plano de ação que consistia em me preparar para uma terapia hormonal(que deveria ser chamada de anti-hormonal) porque ela tem muitos efeitos colaterais. Há uma diferença em relação ao procedimento habitual, que consiste em iniciar a terapia e aconselhar o paciente a tomar essas e aquelas medidas: ela prepara o paciente e depois inicia a terapia – nos casos em que é possível esperar um pouco. É onde estou e é minha responsabilidade atingir as metas marcadas, ajudado por muitos remédios, mas com compromisso com uma dieta mediterrânea e muito exercício.

      O AIDP - uma casinha desprentensiosa com estacionamento para poucos carros

      Dr. Meyers me convenceu de algumas coisas, particularmente de que a relação custo/benefício da terapia hormonal pode ser menor e precisa de especificação. A duração do efeito dos tratamentos varia muito e varia de acordo com a doença do paciente e os procedimentos adotados anteriormente.
      Os famosos 18 meses de atuação se referem com a próstata, metástase generalizada e que ainda tem a próstata. Análise patológica mostra que metade do crescimento do câncer depois da terapia se inicia na próstata. Nos casos em que houve metástase para os nódulos linfáticos e houve prostatectomia o efeito dura dez anos em 50% a 95% dos casos, dependendo do estudo e da publicação. No caso dos que preservaram a próstata em metade dos casos a terapia hormonal fracassa aos 7-8 anos.
      Nos pacientes com metástase generalizada e com sintomas, o efeito é reduzido: em metade dos casos a doença volta a crescer em 8 a 9 meses.
      A lição: dependendo do paciente, a duração dos benefícios da terapia hormonal varia de menos de oito a nove meses a mais de dez anos.
      Continuarei relatando essa experiência para beneficiar o leitor. Porém, estou preocupado com um grande número de  leitores com acesso à internet mas sem capacidade analítica e com um nível educacional muito baixo. Pediria a cada um dos pacientes mais informados e seus familiares que divulgassem o conhecimento que adquiriram (rão) aqui e em outras fontes entre os que não conseguem entender o que escrevemos.

      A placa que garante que chegamos ao lugar certo

      Ir ao Dr. Meyers não sai barato. Ele não aceita o seguro tradicional do Medicare (tem um contrato de não aceitação) e custa 350 dólares por cada meia hora. Minha entrevista durou duas horas e o custo total foi de mil e quatrocentos dólares. Uma viagem que eu planejava foi para o espaço. Valeu a pena.


      A estabilidade das diferenças no valor do PSA entre as pessoas

      Pesquisadores no Department of Urology, University of Texas Health Sciences Center at San Antonio, San Antonio, Texas analisaram mostras de sangue que continham o PSA e foram congeladas de 2001 até 2007. Eram sangue de homens brancos que tinham na média 63 anos. Eles não foram diagnosticados com câncer de próstata em 2007. Selecionaram aleatoriamente 47 desses exames, que cobriam ampla gama de valores de PSA, desde muito baixo 0,0 a 0,4 (10), 0,5 a 0,9 (10), 1,0 a 1,9 (10), 2.0 a 3.9 (11) e 4,0 a 10,0 ng/ml (6). Os números entre parênteses se referem a quantas pessoas havia em cada categoria. Aí usaram o mesmo teste em 2007. Queriam saber se os altos de 2001 eram os altos de 2007 etc. Eram. Usando o coeficiente de correlação de Spearman, viram que os mais altos em 2001 eram os mais altos em 2007. O PSA mediano aumentou, como se esperaria com o aumento da idade: era 1,20 ng/ml em 2001 e 1,30 em 2007. A correlação entre os valores de 2001 e de 2007 era muito alta (0,995), quase perfeita. Entendam que esse é um estudo comparativo entre pessoas. Os valores eram consistentemente mais altos  (média de 0,08 ng/ml, a mais, p = 0.005). A estabilidade da relação entre pessoas sugere que as mudanças das diferentes pessoas obedecem a um padrão.
      Referência: J Urol. 2008 Jun 10.

      Prostatectomia – o PSA reaparece: quanto tempo até a morte?

      Tivemos, aqui no Rio de Janeiro, a Maratona Urológica 2009.

      Um dos trabalhos apresentados é de interesse para muitos de nós, inclusive meu, pessoalmente. A apresentação Treatment of a rising PSA after radical prostatectomy confirmou muitos dados bem conhecidos. O primeiro se refere a que a maioria dos pacientes com um PSA que cresce não morre do câncer da próstata. Segundo o expositor, a primeira medida deve ser a radioterapia cuja eficiência é maior se aplicada antes do PSA superar 0,6 ng/ml. O autor se preocupa com a qualidade da vida dos pacientes.Do momento em que o PSA deixa de ser não detetável – “volta” – a mediana até o aparecimento da primeira metástase é de sete anos. Lembro que mediana significa que a metade dos pacientes sofre esse baque antes de 7 anos e metade depois de sete anos. Em quem a metástase aparece mais cedo? Não se sabe com certeza, mas o PSADT é um dos fatores mais importantes: se for menos de 3 meses, a metástase aparece entre 1 e 3 anos depois da volta do PSA, mas se for mais do que 15 meses, a mediana pula para entre dez e quinze anos. Além disso, diz o autor, tanto mais longo o PSADT, tanto maior o valor do PSA no momento em que a metástase é constatada pela primeira vez. Da metástase até a morte são mais seis anos. Como o câncer da próstata surge, na maioria dos casos, após, os 60 anos, o leitor só precisa somar: 60, mais 3 a 5 até a volta do PSA, mais dez até o aparecimento da metástase e mais seis até a morte, já são perto de vinte anos e muitos já morreram de outras causas, sobretudo cardiovasculares..

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      <font color=”#008000″>Tivemos, aqui no Rio de Janeiro, a Maratona Urológica    2009.

      Um dos trabalhos apresentados é de interesse para muitos de nós, inclusive meu, pessoalmente. A apresentação Treatment of a rising PSA after radical prostatectomy confirmou muitos dados bem conhecidos. O primeiro se refere a que a maioria dos pacientes com um PSA que cresce não morre do câncer da próstata. Segundo o expositor, a primeira  medida deve ser a radioterapia cuja eficiência é maior se aplicada antes do PSA superar 0,6 ng/ml.  O autor se preocupa com a qualidade da vida dos pacientes.

      Do momento em que o PSA deixa de ser não detetável – “volta” – a mediana até o apaarecimento da primeira metástase é de sete anos. Lembro que mediana significa que a metade dos pacientes sofre esse baque antes de 7 anos e metade depois de sete anos. Em quem a metástase aparece mais cedo? Não se sabe com certeza, mas o PSADT é um dos fatores mais importantes: se for menos de 3 meses, a metástase aparece entre 1 e 3 anos depois da volta do PSA, mas se for mais do que 15 meses, a mediana pula para entre dez e quinze anos. Além disso, diz o autor, tanto mais longo o PSADT, tanto maior o valor do PSA no momento em que a metástase é constatada pela primeira vez. Da metástase até a morte são mais seis anos. Como o câncer da próstata surge, na maioria dos casos, após, os 60 anos, o leitor só precisa somar: 60, mais 3 a 5 até a volta do PSA, mais dez até o aparecimento da metástase e mais seis até a morte, já são perto de vinte anos e muitos já morreram de outras causas, sobretudo cardiovasculares.

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      Como preparar o suco de romã contra o câncer da próstata

      Acabo de receber resposta do Dr. Pantuck, da UCLA, pesquisador líder na área do efeito do romã sobre o câncer da próstata, que me informou que a maneira de preparar o suco é triturando (batendo no liquidificador) a fruta inteira – polpa, casca, sementes, tudo.
      Quem quizer ajudar na pesquisa, vefifique qual o PSA antes de iniciar o consumo de romã e calcule a taxa de crescimento dobrado (PSADT), incluíndo todos os exames anteriores. Há maneira de calcular isso usando a internet. Se não souber, darei dicas sobre como fazê-lo. Eles testam com um copo (8 onças) por dia.
      abraços