Arquivo da categoria: ansiedade e câncer
PSA: testar ou não testar?
APRENDENDO UM MÍNIMO A RESPEITO DAS DESORDENS BIPOLARES
As desordens bipolares não são conhecidas pelo grande público. A chance de que comportamentos bipolares provoquem afastamento de parentes e amigos é grande. É importante que pacientes, assim como seus amigos e parentes, aprendam a respeito dessa doença mental.
Um site de divulgação, WebMD, é dos mais confiáveis nesse nível. Esta semana publicaram uma série de slides com comentários que proporcionam uma informação mínima que é acessível. Está em Inglês, mas como as informações em cada slide são dadas em poucas linhas, é possível copiar e traduzí-las.
Veja em
http://www.webmd.com/bipolar-disorder/ss/slideshow-bipolar-disorder-overview?ecd=wnl_dep_051112
GLÁUCIO SOARES IESP/UERJ
REPENSANDO AS SONECAS E AS SIESTAS
A crise depressiva dos 30, 40, 50….
Uma pesquisa feita em 2008 com – pasmem! – dois milhões de pessoas em vários lugares deste planeta mostrou que a depressão dos “adultos” (nem jovens, nem velhos) é muito comum. Nos Estados Unidos, entre as mulheres o pior momento parece ser lá pelos quarenta; já entre os homens vem mais tarde: lá pelos cinquenta.
Por quê?
O que pode ser o pavio de uma depressão, o que pode provocar que ela se apresente, que exploda (estava em estado dormente, e, repentinamente, aparece)?
Estas são idades em que muito trabalho e muitas responsabilidades se acumulam: os filhos ficam mais problemáticos, pais e mães envelhecem e adoecem mais, o casamento por dar sinais de cansaço e o trabalho também. Tudo isso ao mesmo, tempo, às vezes, rompe a represa e libera a depressão.
O que recomenda a WebMD? Cuide de ti, também, não te esqueças de ti mesma ou mesmo. Enfrente esse acúmulo de maneira inteligente: exercite, garanta que terá tempo e condições para descansar e um sono reparador. Importantíssimo: não se isole, não fique sozinh@. Se a barra pesar mais do que podes aguentar, busque ajuda competente e não psicólogo de esquina.
Pensamos na vitamina B12 como uma ajuda maravilhosa para a memória, sobretudo a baseada na metilcobalamina. Porém, o complexo B12 tem outras virtudes! A falta de energia, a perda de memória e a depressão podem ser provocadas pela falta de B12, particularmente entre os idosos.
O que “tem” B12? Peixe, carne, frango, queijo, ovos. Mas, entre os que passaram dos 50, uma suplementação ajuda mais porque seu corpo absorve a B12 melhor.
E quando o sexo vai para o brejo? Tudo piora. Os idosos produzem menos testosterona, um hormônio essencial para a vida sexual dos homens. Baixos níveis desse hormônio podem levar à falta de interesse no sexo, impotência e tudo isso está intimamente associado com a depressão.
O que fazer? Amor, sexo e romance devem ser reinventados de maneira compatível com a nova idade. Talvez as relações precisem de mais enredo, mais curtição, mais provocação. Há especialistas de verdade que pode ajudar (esqueça os conselhos ouvidos na sauna). A impotência frequentemente requer tratamento – e o tratamento funciona!
Há umas amigas íntimas da depressão que não são tão conhecidas. Uma delas são as disfunções da tiroide. Essas glândulas devem funcionar no normal, nem demais, nem de menos. Se são hiperativas, podem provocar fadiga, tremores e até palpitações no coração. Se são hipoativas, também pode aparecer a fadiga, o cansaço. Como há um componente genético nas disfunções da tiroide, fique de olho se algum parente apresenta esse problema. Para isso, não tem remédio caseiro. Consulte um especialista.
Um amigo diz que viver com dores crônicas deprime qualquer um. Há algum exagero, mas dor é dor. E a idade com frequência traz dores aqui e ali. Nas costas, artrite reumatoide, osteoartrite, dores no joelho, nas articulações e mais. Afirma o artigo na WebMD que quem sofre de dores crônicas triplica as chances de sofrer de depressão ou de uma desordem de ansiedade. É uma relação viciosa: a depressão dificulta os exercícios e os tratamentos que podem reduzir a dor.
No tratamento há surpresas: como sempre, exercícios. Porém, meditar e ouvir música ajudam. Para quem gosta, uma hora de música clássica por dia reduz a dor de tipo artrítico… e a depressão também. Se nada disso funcionar, o jeito é consultar um bom médico.
A saída de todos os filhos e filhas de casa pode parecer um alívio para alguns; não obstante, para a maioria, o alívio é temporário e logo vem o vazio, a síndrome “do ninho vazio”. Esse buraco na vida de pais e mães dedicados pode ser o estopim que explode a depressão.
É um momento de solidão. O melhor combate é fortalecer os lacos afetivos e interpessoais, dentro e fora da família. Pais e mães devem se redescobrir como marido e mulher. Primos, tios, sobrinhos, amigos e muitos mais podem mitigar a solidão do ninho vazio. É importante ocupar o tempo e os espaços. O pior é ficar em casa afundando na depressão, sozinho.
A depressão de adultos tem muitos outros estopins. Por enquanto tratamos dos mencionados acima.
GLÁUCIO SOARES IESP-UERJ
Um teste mais exato para os pacientes que removeram cirurgicamente a próstata
Um teste mais exato para os pacientes que removeram cirurgicamente a próstata
Um teste mais exato para os pacientes que removeram cirurgicamente a próstata
Sobre a tua saúde a partir de Picasso
Câncer na próstata: papel da idade, do fumo, da dieta e do exercício
WebMD é uma excelente fonte de informações a respeito de doenças, medicamentos e pesquisas médicas para pessoas com pouco conhecimento na área. NÃO é um site para especialistas. É um site informativo, pedagógico e responsável. Em um artigo recente, o articulista nos lembra da relação essencial entre idade e câncer da próstata: 80% dos diagnósticos são em pessoas com mais de 65 anos e menos de um por cento em homens com menos de 50 anos. Os cânceres em homens jovens, adolescentes e crianças são raríssimos, mas existem.
O site lembra que há fatores comportamentais que aumentam o risco deste câncer, como a dieta. Quem consome muita gordura de carne vermelha aumenta o risco. Outro fator consensual é a obesidade, que aumenta o risco. Finalmente, um terceiro fator comportamental reduz o risco: os exercícios sistemáticos.
Isso, claro, sem falar no fumo que contribui muito para aumentar o risco de muitos tipos de cânceres.
GLÁUCIO SOARES IESP/UERJ
PSA: TESTAR OU NÃO TESTAR?
Há um debate antigo relacionado ao câncer da próstata: fazer triagem com o teste de PSA ou não. O PSA é um teste imperfeito, com falsos positivos e falsos negativos.
Falso positivo: um PSA alto sugere câncer, mas não há câncer;
Falso negativo: um PSA baixo sugere que não há câncer, mas há.
Combinado com o toque retal, os erros diminuem. Quando a suspeita é grande, o médico (usualmente urólogo) recomenda ou não uma biópsia. Porém, a biópsia é probabilística e também tem falsos negativos: não encontram nada, mas o câncer está num lugar onde não enfiaram as agulhas… Mais agulhas, melhor distribuídas e melhor dirigidas reduzem os erros.
Esses testes não acontecem num universo sem emoções: há tensões, estresse, medo, angústia e até infecções, sobretudo no caso das biópsias feitas em hospitais e consultórios de baixa qualidade.
Porém, saber se o paciente tem ou não o câncer é apenas um passo, uma das perguntas. Mesmo se tivessemos um teste sem falsos positivos e falsos negativos, ainda poderíamos questionar a sabedoria de fazer exames regulares de PSA. Não é só ter ou não ter que conta, resta saber se, mesmo que haja câncer, vale a pena saber que ele existe. A última vez que li uma contagem dos tipos de câncer da próstata havia vinte e cinco tipos diferentes, alguns praticamente inócuos e outros virulentíssimos. Como separar os tipos de acordo com a sua agressividade? A biópsia permite fazer – se uma agulha encontrar o câncer – isso e, ainda hoje, usamos o Escore de Gleason (quanto mais alto, pior) que é uma soma: o tipo de célula cancerosa mais comum na biópsia, vem primeiro, e o segundo mais comum vem depois. Alguns defendem que é útil conhecer o terceiro mais comum. As células mais agressivas são as menos diferenciadas, que só fazem se reproduzir, multiplicar e multiplicar.
Um dos resultados de biópsia mais comuns, que divide as opiniões é o 3+3. Acima disso, com total 7, 8, 9 ou 10, quase todos tratam o paciente e o fazem agressivamente: jogam todas as cartas. Jogam para valer e tentar curar.
O PSA oferece mais do que isso: a velocidade com que ele cresce, chamada de PSA velocity importa: estatisticamente, ela se relaciona com o risco de que, depois do tratamento primário (o primeiro que fizermos com a intenção de curar, como cirurgia, radioterapia etc.) o câncer volte; também se relaciona com o risco de morrer deste câncer e, finalmente, com o tempo de sobrevivência. Afinal, uma coisa é morrer dois anos depois do diagnóstico e outra é morrer vinte anos depois.
Outra medida é comumente aplicada aos mesmos dados, o PSADT. Difere do anterior porque é um cálculo do tempo em que o PSA leva para dobrar. Também se relaciona com tudo com que o PSA velocity se relaciona, um pouco melhor, dizem seus defensores, porque o crescimento do PSA frequentemente não é linear e sim exponencial.
Um grupo americano de especialistas concluiu que não vale a pena testar toda a população masculina de x anos e mais, cada y anos. Gera angústia, estresse, medo, gastos desnecessários e mais. Outros contra-argumentam: na população americana um em cada seis homens tem ou terá câncer da próstata. Ou seja, de acordo com o National Cancer Institute, 242 mil serão diagnosticados naquele país em 2012. Aproximadamente, um em cada 34 homens morre devido ao câncer da próstata. Fazendo os cálculos, são mais de 28 mil mortes por ano, somente nos Estados Unidos.
A incidência e a prevalência deste câncer (em taxas) são muito mais baixas nos países asiáticos e, diagnosticado o câncer, a sobrevivência é menor em quase todos os países do que nos Estados Unidos. Os americanos comem mal, vivem mal, e têm mais câncer da próstata, mas tratam melhor e mais eficientemente.
Há portanto, a primeira decisão: testar ou não testar, e a pergunta associada, se não testarmos todos, quem testar?
Uma pesquisa feita na Europa, que acaba de ser publicada, produziu novas informações e levantou novas dúvidas: homens que eram testados de quatro em quatro anos, como parte de uma rotina preventiva, tinham um risco 30% mais baixo de morrer desse câncer. Feitos todos os cálculos, veio um resultado perturbador: os testes regulares não aumentavam a esperança de vida em geral. Os testados morriam um pouco mais de outras causas do que os não testados, o que compensava o ganho nas mortes com o câncer da próstata.
A pesquisa foi grande, mais de 182 mil homens em oito países europeus, todos entre 50 e 74 anos, que foram acompanhados durante 11 anos.
Onze anos? Parece muito? Alguns argumentam que não é porque a taxa específica devida ao câncer da próstata não se reduziria quinze ou vinte anos depois do tratamento.
O Dr. Fritz Schroder, professor de urologia na Erasmus University, concluiu que não há dúvida de que o risco de morrer do câncer da próstata é trinta por cento menor entre os testados, mas trinta por cento desses cânceres descobertos são insignificantes, lentos, e os pacientes morrerão de outras causas muito antes do que morreriam devido ao câncer da próstata.
Onde ficamos? Posso dizer o que talvez seja um novo consenso: os que têm fatores de risco ou sintomas devem ser testados regularmente (os com câncer da próstata na família, os negros, os fumantes, os obesos etc). Não obstante, testar ou não testar é e deve continuar sendo uma decisão do paciente, ainda que muito bem informada pelo médico.
É importante continuar pesquisando novos testes não invasivos que, isolados ou em combinação com os existentes, reduzam tanto os falsos positivos quanto os falsos negativos e indiquem a agressividade do câncer. Talvez sejam novos e melhores exames de sangue, talvez sejam de urina, possibilidade levantada por um experimento esdrúxulo com cães farejadores que parecem poder separar os cânceres agressivos dos não agressivos. Se essa possibilidade se confirmar, talvez seja possível desenvolver testes feitos com a urina que poderiam classificar os pacientes de acordo com a agressividade do câncer.
Estranho exemplo da afirmação de que “sai na urina”…
Gláucio Soares IESP/UERJ
PSA: TESTAR OU NÃO TESTAR?
Há um debate antigo relacionado ao câncer da próstata: fazer triagem com o teste de PSA ou não. O PSA é um teste imperfeito, com falsos positivos e falsos negativos.
Falso positivo: um PSA alto sugere câncer, mas não há câncer;
Falso negativo: um PSA baixo sugere que não há câncer, mas há.
Combinado com o toque retal, os erros diminuem. Quando a suspeita é grande, o médico (usualmente urólogo) recomenda ou não uma biópsia. Porém, a biópsia é probabilística e também tem falsos negativos: não encontram nada, mas o câncer está num lugar onde não enfiaram as agulhas… Mais agulhas, melhor distribuídas e melhor dirigidas reduzem os erros.
Esses testes não acontecem num universo sem emoções: há tensões, estresse, medo, angústia e até infecções, sobretudo no caso das biópsias feitas em hospitais e consultórios de baixa qualidade.
Porém, saber se o paciente tem ou não o câncer é apenas um passo, uma das perguntas. Mesmo se tivessemos um teste sem falsos positivos e falsos negativos, ainda poderíamos questionar a sabedoria de fazer exames regulares de PSA. Não é só ter ou não ter que conta, resta saber se, mesmo que haja câncer, vale a pena saber que ele existe. A última vez que li uma contagem dos tipos de câncer da próstata havia vinte e cinco tipos diferentes, alguns praticamente inócuos e outros virulentíssimos. Como separar os tipos de acordo com a sua agressividade? A biópsia permite fazer – se uma agulha encontrar o câncer – isso e, ainda hoje, usamos o Escore de Gleason (quanto mais alto, pior) que é uma soma: o tipo de célula cancerosa mais comum na biópsia, vem primeiro, e o segundo mais comum vem depois. Alguns defendem que é útil conhecer o terceiro mais comum. As células mais agressivas são as menos diferenciadas, que só fazem se reproduzir, multiplicar e multiplicar.
Um dos resultados de biópsia mais comuns, que divide as opiniões é o 3+3. Acima disso, com total 7, 8, 9 ou 10, quase todos tratam o paciente e o fazem agressivamente: jogam todas as cartas. Jogam para valer e tentar curar.
O PSA oferece mais do que isso: a velocidade com que ele cresce, chamada de PSA velocity importa: estatisticamente, ela se relaciona com o risco de que, depois do tratamento primário (o primeiro que fizermos com a intenção de curar, como cirurgia, radioterapia etc.) o câncer volte; também se relaciona com o risco de morrer deste câncer e, finalmente, com o tempo de sobrevivência. Afinal, uma coisa é morrer dois anos depois do diagnóstico e outra é morrer vinte anos depois.
Outra medida é comumente aplicada aos mesmos dados, o PSADT. Difere do anterior porque é um cálculo do tempo em que o PSA leva para dobrar. Também se relaciona com tudo com que o PSA velocity se relaciona, um pouco melhor, dizem seus defensores, porque o crescimento do PSA frequentemente não é linear e sim exponencial.
Um grupo americano de especialistas concluiu que não vale a pena testar toda a população masculina de x anos e mais, cada y anos. Gera angústia, estresse, medo, gastos desnecessários e mais. Outros contra-argumentam: na população americana um em cada seis homens tem ou terá câncer da próstata. Ou seja, de acordo com o National Cancer Institute, 242 mil serão diagnosticados naquele país em 2012. Aproximadamente, um em cada 34 homens morre devido ao câncer da próstata. Fazendo os cálculos, são mais de 28 mil mortes por ano, somente nos Estados Unidos.
A incidência e a prevalência deste câncer (em taxas) são muito mais baixas nos países asiáticos e, diagnosticado o câncer, a sobrevivência é menor em quase todos os países do que nos Estados Unidos. Os americanos comem mal, vivem mal, e têm mais câncer da próstata, mas tratam melhor e mais eficientemente.
Há portanto, a primeira decisão: testar ou não testar, e a pergunta associada, se não testarmos todos, quem testar?
Uma pesquisa feita na Europa, que acaba de ser publicada, produziu novas informações e levantou novas dúvidas: homens que eram testados de quatro em quatro anos, como parte de uma rotina preventiva, tinham um risco 30% mais baixo de morrer desse câncer. Feitos todos os cálculos, veio um resultado perturbador: os testes regulares não aumentavam a esperança de vida em geral. Os testados morriam um pouco mais de outras causas do que os não testados, o que compensava o ganho nas mortes com o câncer da próstata.
A pesquisa foi grande, mais de 182 mil homens em oito países europeus, todos entre 50 e 74 anos, que foram acompanhados durante 11 anos.
Onze anos? Parece muito? Alguns argumentam que não é porque a taxa específica devida ao câncer da próstata não se reduziria quinze ou vinte anos depois do tratamento.
O Dr. Fritz Schroder, professor de urologia na Erasmus University, concluiu que não há dúvida de que o risco de morrer do câncer da próstata é trinta por cento menor entre os testados, mas trinta por cento desses cânceres descobertos são insignificantes, lentos, e os pacientes morrerão de outras causas muito antes do que morreriam devido ao câncer da próstata.
Onde ficamos? Posso dizer o que talvez seja um novo consenso: os que têm fatores de risco ou sintomas devem ser testados regularmente (os com câncer da próstata na família, os negros, os fumantes, os obesos etc). Não obstante, testar ou não testar é e deve continuar sendo uma decisão do paciente, ainda que muito bem informada pelo médico.
É importante continuar pesquisando novos testes não invasivos que, isolados ou em combinação com os existentes, reduzam tanto os falsos positivos quanto os falsos negativos e indiquem a agressividade do câncer. Talvez sejam novos e melhores exames de sangue, talvez sejam de urina, possibilidade levantada por um experimento esdrúxulo com cães farejadores que parecem poder separar os cânceres agressivos dos não agressivos. Se essa possibilidade se confirmar, talvez seja possível desenvolver testes feitos com a urina que poderiam classificar os pacientes de acordo com a agressividade do câncer.
Estranho exemplo da afirmação de que “sai na urina”…
Gláucio Soares IESP/UERJ
PSA: TESTAR OU NÃO TESTAR?
Há um debate antigo relacionado ao câncer da próstata: fazer triagem com o teste de PSA ou não. O PSA é um teste imperfeito, com falsos positivos e falsos negativos.
Falso positivo: um PSA alto sugere câncer, mas não há câncer;
Falso negativo: um PSA baixo sugere que não há câncer, mas há.
Combinado com o toque retal, os erros diminuem. Quando a suspeita é grande, o médico (usualmente urólogo) recomenda ou não uma biópsia. Porém, a biópsia é probabilística e também tem falsos negativos: não encontram nada, mas o câncer está num lugar onde não enfiaram as agulhas… Mais agulhas, melhor distribuídas e melhor dirigidas reduzem os erros.
Esses testes não acontecem num universo sem emoções: há tensões, estresse, medo, angústia e até infecções, sobretudo no caso das biópsias feitas em hospitais e consultórios de baixa qualidade.
Porém, saber se o paciente tem ou não o câncer é apenas um passo, uma das perguntas. Mesmo se tivessemos um teste sem falsos positivos e falsos negativos, ainda poderíamos questionar a sabedoria de fazer exames regulares de PSA. Não é só ter ou não ter que conta, resta saber se, mesmo que haja câncer, vale a pena saber que ele existe. A última vez que li uma contagem dos tipos de câncer da próstata havia vinte e cinco tipos diferentes, alguns praticamente inócuos e outros virulentíssimos. Como separar os tipos de acordo com a sua agressividade? A biópsia permite fazer – se uma agulha encontrar o câncer – isso e, ainda hoje, usamos o Escore de Gleason (quanto mais alto, pior) que é uma soma: o tipo de célula cancerosa mais comum na biópsia, vem primeiro, e o segundo mais comum vem depois. Alguns defendem que é útil conhecer o terceiro mais comum. As células mais agressivas são as menos diferenciadas, que só fazem se reproduzir, multiplicar e multiplicar.
Um dos resultados de biópsia mais comuns, que divide as opiniões é o 3+3. Acima disso, com total 7, 8, 9 ou 10, quase todos tratam o paciente e o fazem agressivamente: jogam todas as cartas. Jogam para valer e tentar curar.
O PSA oferece mais do que isso: a velocidade com que ele cresce, chamada de PSA velocity importa: estatisticamente, ela se relaciona com o risco de que, depois do tratamento primário (o primeiro que fizermos com a intenção de curar, como cirurgia, radioterapia etc.) o câncer volte; também se relaciona com o risco de morrer deste câncer e, finalmente, com o tempo de sobrevivência. Afinal, uma coisa é morrer dois anos depois do diagnóstico e outra é morrer vinte anos depois.
Outra medida é comumente aplicada aos mesmos dados, o PSADT. Difere do anterior porque é um cálculo do tempo em que o PSA leva para dobrar. Também se relaciona com tudo com que o PSA velocity se relaciona, um pouco melhor, dizem seus defensores, porque o crescimento do PSA frequentemente não é linear e sim exponencial.
Um grupo americano de especialistas concluiu que não vale a pena testar toda a população masculina de x anos e mais, cada y anos. Gera angústia, estresse, medo, gastos desnecessários e mais. Outros contra-argumentam: na população americana um em cada seis homens tem ou terá câncer da próstata. Ou seja, de acordo com o National Cancer Institute, 242 mil serão diagnosticados naquele país em 2012. Aproximadamente, um em cada 34 homens morre devido ao câncer da próstata. Fazendo os cálculos, são mais de 28 mil mortes por ano, somente nos Estados Unidos.
A incidência e a prevalência deste câncer (em taxas) são muito mais baixas nos países asiáticos e, diagnosticado o câncer, a sobrevivência é menor em quase todos os países do que nos Estados Unidos. Os americanos comem mal, vivem mal, e têm mais câncer da próstata, mas tratam melhor e mais eficientemente.
Há portanto, a primeira decisão: testar ou não testar, e a pergunta associada, se não testarmos todos, quem testar?
Uma pesquisa feita na Europa, que acaba de ser publicada, produziu novas informações e levantou novas dúvidas: homens que eram testados de quatro em quatro anos, como parte de uma rotina preventiva, tinham um risco 30% mais baixo de morrer desse câncer. Feitos todos os cálculos, veio um resultado perturbador: os testes regulares não aumentavam a esperança de vida em geral. Os testados morriam um pouco mais de outras causas do que os não testados, o que compensava o ganho nas mortes com o câncer da próstata.
A pesquisa foi grande, mais de 182 mil homens em oito países europeus, todos entre 50 e 74 anos, que foram acompanhados durante 11 anos.
Onze anos? Parece muito? Alguns argumentam que não é porque a taxa específica devida ao câncer da próstata não se reduziria quinze ou vinte anos depois do tratamento.
O Dr. Fritz Schroder, professor de urologia na Erasmus University concluiu que não há dúvida de que o risco de morrer do câncer da próstata é trinta por cento menor entre os testados, mas trinta por cento desses cânceres descobertos são insignificantes, lentos, e os pacientes morrerão de outras causas muito antes do que morreriam devido ao câncer da próstata.
Onde ficamos? Posso dizer o que talvez seja um novo consenso: os que têm fatores de risco ou sintomas devem ser testados regularmente (os com câncer da próstata na família, os negros, os fumantes, os obesos etc). Não obstante, testar ou não testar é e deve continuar sendo uma decisão do paciente, ainda que muito bem informada pelo médico.
É importante continuar pesquisando novos testes não invasivos que, isolados ou em combinação com os existentes, reduzam tanto os falsos positivos quanto os falsos negativos e indiquem a agressividade do câncer. Talvez sejam novos e melhores exames de sangue, talvez sejam de urina, possibilidade levantada por um experimento esdrúxulo com cães farejadores que parecem poder separar os cânceres agressivos dos não agressivos. Se essa possibilidade se confirmar, talvez seja possível desenvolver testes feitos com a urina que poderiam classificar os pacientes de acordo com a agressividade do câncer.
Estranho exemplo da afirmação de que “sai na urina”…
Gláucio Soares IESP/UERJ
Um câncer aumenta o risco de outro?
Essa é uma preocupação comum entre cancerosos. Eu perdi uns três anos da minha vida, durante os quais não funcionei, com um Transtorno Compulsivo Obsessivo em relação a outros cânceres. Uma rápida terapia cognitivo-comportamental e um aumento na religiosidade reduziram essas preocupações a uma fração, pequena, do que fora. Isso tudo aconteceu enquanto tinha (e tenho) um câncer incurável crescendo.
Recentemente, li uma carta de uma ex-cancerosa, mulher de 38 anos, que teve um câncer na tiróide que está em remissão há onze anos. Como mãe se preocupa, como mulher se preocupa ainda mais, pois acha que aos 38 aumenta muito a sua vulnerabilidade a outros cânceres, particularmente ao da mama. Essa mulher quer saber quanto o ter tido aumenta o risco de ter outros cânceres – em comparação com mulheres iguais a ela, mas que não tiveram câncer. Por isso escreveu a um especialista que responde a quem escreve.
A resposta do médico informa e tranqüiliza: dentro de dez anos de ter um câncer na tireóide, há um pequeno risco adicional de ter alguns outros cânceres. Quais? Mama, rins, linfoma de Hodgkin’s, leucemia, glândulas salivares, cabeça e pescoço, pulmão, esôfago e bexiga.
Como bem diz o médico, antes de que a leitora entrasse em pânico, leia cuidadosamente os dados: pesquisadores da Universidade de Utah estudaram mais de trinta mil pacientes diagnosticados entre 1973 e 2002, para avaliar esses riscos que trazem tanto medo a tantas pessoas. Os resultados mostram que o aumento no risco é muito pequeno: em cada dez mil pessoas, apenas entre seis e sete cânceres a mais foram diagnosticados entre as que tiveram câncer da tireóide. Seis a sete em dez mil! Tratando câncer que amedrontava a senhora que escreveu a carta, o da mama, no grupo entre 25 e 49 anos, encontraram apenas quatro cânceres a mais do que entre as pessoas que não tiveram câncer da tireóide. Outra descoberta: o risco adicional diminui com o tempo e, depois de dez anos é quase zero, e o risco é igual ao das pessoas que nunca tiveram câncer na tireóide.
Esse comentário não foi baseado em um artigo acadêmico e cientifico, mas na seção medicah de um jornal.
Saiba mais:
http://www.thenewstribune.com/2011/12/18/1949932/tie-between-vitamin-d-depression.html#ixzz1gy5rMUOj
GLAUCIO SOARES IESP/UERJ
Um câncer aumenta o risco de outro?
Essa é uma preocupação comum entre cancerosos. Eu perdi uns três anos da minha vida, durante os quais não funcionei, com um Transtorno Compulsivo Obsessivo em relação a outros cânceres. Uma rápida terapia cognitivo-comportamental e um aumento na religiosidade reduziram essas preocupações a uma fração, pequena, do que fora. Isso tudo aconteceu enquanto tinha (e tenho) um câncer incurável crescendo.
Recentemente, li uma carta de uma ex-cancerosa, mulher de 38 anos, que teve um câncer na tiróide que está em remissão há onze anos. Como mãe se preocupa, como mulher se preocupa ainda mais, pois acha que aos 38 aumenta muito a sua vulnerabilidade a outros cânceres, particularmente ao da mama. Essa mulher quer saber quanto o ter tido aumenta o risco de ter outros cânceres – em comparação com mulheres iguais a ela, mas que não tiveram câncer. Por isso escreveu a um especialista que responde a quem escreve.
A resposta do médico informa e tranqüiliza: dentro de dez anos de ter um câncer na tireóide, há um pequeno risco adicional de ter alguns outros cânceres. Quais? Mama, rins, linfoma de Hodgkin’s, leucemia, glândulas salivares, cabeça e pescoço, pulmão, esôfago e bexiga.
Como bem diz o médico, antes de que a leitora entrasse em pânico, leia cuidadosamente os dados: pesquisadores da Universidade de Utah estudaram mais de trinta mil pacientes diagnosticados entre 1973 e 2002, para avaliar esses riscos que trazem tanto medo a tantas pessoas. Os resultados mostram que o aumento no risco é muito pequeno: em cada dez mil pessoas, apenas entre seis e sete cânceres a mais foram diagnosticados entre as que tiveram câncer da tireóide. Seis a sete em dez mil! Tratando câncer que amedrontava a senhora que escreveu a carta, o da mama, no grupo entre 25 e 49 anos, encontraram apenas quatro cânceres a mais do que entre as pessoas que não tiveram câncer da tireóide. Outra descoberta: o risco adicional diminui com o tempo e, depois de dez anos é quase zero, e o risco é igual ao das pessoas que nunca tiveram câncer na tireóide.
Esse comentário não foi baseado em um artigo acadêmico e cientifico, mas na seção medicah de um jornal.
Saiba mais:
http://www.thenewstribune.com/2011/12/18/1949932/tie-between-vitamin-d-depression.html#ixzz1gy5rMUOj
GLAUCIO SOARES IESP/UERJ
Erros graves nas biópsias…no Canadá
Uma revisão avaliativa dos resultados de exames histopatológicos de biópsias da próstata revelou muitos erros cometidos pelo mesmo patologista. Em última análise, as biópsias são feitas por humanos e humanos erram. Infelizmente, esse, no Edmonton’s Royal Alexandra Hospital, em Alberta, no Canadá, errou muito.
O hospital, com a falsa identidade entre exterior contemporâneo que muitos pacientes criam, não dava dica de que poderia cometer tantos erros… Nada menos do que 159 pacientes podem ter sido vítimas dos erros deste patologista. Todos, menos seis, foram localizados e o hospital ofereceu para fazer novas biópsias e outros exames, corrigindo o erro.
Quase vinte por cento das patologias estavam erradas, margem considerada inaceitável. Foram erros graves – ou dando ficha limpa a pacientes que, na verdade, tinham câncer, ou subestimando a agressividade do câncer.
O tema virou político porque a oposição, com apoio sindical, afirma que os patologistas estão sujeitos a um regime de trabalho excessivo, estão sobrecarregados. A administração nega.
Mais uma razão para melhorarmos os testes.
GLÁUCIO SOARES IESP-UERJ
Erros graves nas biópsias…no Canadá
Erros graves nas biópsias…no Canadá
Teste que reduz muito os erros das biópsias
O último número de Modern Medicine traz uma notícia que poderá evitar dores e preocupações, além de reduzir custos.
É um novo teste que diagnostica o câncer da próstata. Esse teste, ainda em fase experimental, poderá evitar erros com graves conseqüências nas biópsias. Há erros nas biópsias. Um dos poucos erros que o excelente cirurgião que me operou cometeu derivou de uma frase infeliz, porque é errada, a de que faríamos uma biópsia “to rule out” o câncer, para eliminar a hipótese de que eu tinha câncer. Eu fiz, há 17 anos, uma bateria de quatro agulhas, todas negativas; seguida de outra bateria de seis agulhas, também todas negativas. Foi somente na terceira bateria – e muitas semanas depois – que uma terceira bateria detectou o câncer. Esse erro talvez tenha me custado a cura, porque havia uma perfuração mínima, não visível, na próstata, provocada pelo câncer, que só foi detectada pelo exame histológico na próstata já retirada. Eu, como tantos e tantos pacientes, tive biópsias que produziram falsos negativos.
Por quê? Porque a biópsia é probabilística e não é certeza.
O que o novo teste, que implica num exame histopatológico da amostra retirada, fará é reduzir muito o erro, separando muito melhor os pacientes cancerosos dos não cancerosos, reduzindo os perigosos falsos negativos.
O teste tem um nome complicado – por enquanto: Prostate ConfirmMDx, capaz de detectar mudanças epigenéticas nos genes associados com o câncer da próstata. Cerca de trinta por cento dos homens sobre os quais há suspeita de câncer, não teriam que fazer novas biópsias para detectar o câncer. Foram analisados os resultados referentes a 86 pacientes que tiveram biópsias negativas, mas tinham outras características que criavam a suspeita de que tinham câncer (como um PSA elevado, ou um crescimento acelerado do mesmo).
Esse teste trabalha um gene chamado de APC (adenomatous polyposis coli), cujo valor preditivo negativo (que exclui o câncer) foi de 96%. Ainda não é certeza, mas reduz dramaticamente a margem de erro.
Menos mal…
Gláucio Soares IESP/UERJ
Teste que reduz muito os erros das biópsias
O último número de Modern Medicine traz uma notícia que poderá evitar dores e preocupações, além de reduzir custos.
É um novo teste que diagnostica o câncer da próstata. Esse teste, ainda em fase experimental, poderá evitar erros com graves conseqüências nas biópsias. Há erros nas biópsias. Um dos poucos erros que o excelente cirurgião que me operou cometeu derivou de uma frase infeliz, porque é errada, a de que faríamos uma biópsia “to rule out” o câncer, para eliminar a hipótese de que eu tinha câncer. Eu fiz, há 17 anos, uma bateria de quatro agulhas, todas negativas; seguida de outra bateria de seis agulhas, também todas negativas. Foi somente na terceira bateria – e muitas semanas depois – que uma terceira bateria detectou o câncer. Esse erro talvez tenha me custado a cura, porque havia uma perfuração mínima, não visível, na próstata, provocada pelo câncer, que só foi detectada pelo exame histológico na próstata já retirada. Eu, como tantos e tantos pacientes, tive biópsias que produziram falsos negativos.
Por quê? Porque a biópsia é probabilística e não é certeza.
O que o novo teste, que implica num exame histopatológico da amostra retirada, fará é reduzir muito o erro, separando muito melhor os pacientes cancerosos dos não cancerosos, reduzindo os perigosos falsos negativos.
O teste tem um nome complicado – por enquanto: Prostate ConfirmMDx, capaz de detectar mudanças epigenéticas nos genes associados com o câncer da próstata. Cerca de trinta por cento dos homens sobre os quais há suspeita de câncer, não teriam que fazer novas biópsias para detectar o câncer. Foram analisados os resultados referentes a 86 pacientes que tiveram biópsias negativas, mas tinham outras características que criavam a suspeita de que tinham câncer (como um PSA elevado, ou um crescimento acelerado do mesmo).
Esse teste trabalha um gene chamado de APC (adenomatous polyposis coli), cujo valor preditivo negativo (que exclui o câncer) foi de 96%. Ainda não é certeza, mas reduz dramaticamente a margem de erro.
Menos mal…
Gláucio Soares IESP/UERJ