Estatinas contra o câncer da próstata?

Há vários anos surgiram indícios de que o uso regular das estatinas (medicamento que reduz o colesterol) ajuda a reduzir o avanço do câncer da próstata. Agora foram divulgados os dados de uma pesquisa que examinou o efeito das estatinas quando os pacientes estão fazendo o tratamento hormonal. O resultado é bom: o uso conjunto das estatinas aumenta em dez meses o tempo até que o câncer recomece seu avanço. Os pesquisadores estão afiliados a duas instituições importantes, o Dana-Farber Cancer Institute e a Harvard Medical School. Os dados são frescos e precisam de confirmação, usualmente na forma da aprovação de pareceristas e subsequente publicação em revista especializada. É um procedimento lento, que pode levar vários meses.

Quais os caminhos tomados pelas estatinas para provocar esse benefício? Ainda não se sabe.

A pesquisa analisou dados de 926 pacientes que estavam sendo tratados com a terapia hormonal. Uns tomavam estatinas (31%), outros não. Os pesquisadores mostraram que, na origem, os grupos não eram iguais. Os que usavam estatinas tinham uma percentagem menor diagnosticada com câncer agressivo. Se foi o uso de estatinas que contribuiu para o melhor quadro dos pacientes já no diagnóstico, não se sabe.

O acompanhamento desses dois grupos revelou que o dos que usavam estatinas teve um período de 27,5 meses até que o câncer voltasse a avançar, ao passo que o grupo dos que não tomavam estatinas tiveram apenas 17 meses até que o câncer avançasse.

A diferença pode ser devida a outros fatores? Claro que sim. Por isso, os autores controlaram outros fatores que poderiam contribuir para a diferença. Descontando esses efeitos, as diferenças continuavam estatisticamente significativas.

Essa linha de pesquisas necessita de confirmação, de estudos com grupo controle já na origem etc.

GLÁUCIO SOARES

IESP/UERJ

Uma paciente que o câncer não venceu

Queridísimo amigo:

Olga se mostró complacida de que uses sus fotos para apoyar a otras mujeres a tratarse y salir adelante en los diagnósticos de cancer.

Me dice que no sabría que debe escribir, pero le dije que eso te lo dejamos a ti. Eres muy bueno inspirando a las personas.

Pero te cuento algo que te podría ayudar a escribir sobre como Olga ha asumido su vida luego del diagnóstico, que se dio en septiembre del año pasado. Ha pasado casi un año.

En primer lugar, estuvo muy triste. Buscaba información en Internet sobre casos parecidos.  Lloraba mucho.

Después, dos meses después asumió el reto de hacerse quimio y radioterapia. La radioterapia fue muy dura. 30 sesiones, entre ellas 5 de campo directo. Quemaron una parte del pulmón. La quimioterapia continúa. Aprendió a lidiar con sus múltiples efectos adversos, principalmente las internaciones en clínicas luego de las sesiones, por baja de defensas, neumonía y gripas. Esta cerca de terminar el tratamiento.

Photo

 

Varias circunstancias han incidido en su progreso:

Uno, que compró con sus ahorros un hermoso sitio en el campo, en clima cálido.  Cultiva flores y pinta piedritas para hacer caminos. Observa a los pájaros, los escucha trinar. El entorno apacible, el silencio y el contacto con la naturaleza le han ayudado mucho a sustituir sus pensamientos de tristeza y negatividad por sentimientos de conexión con la vida y con las personas.

Pero en primer lugar, están los afectos. Su esposo y mi madre no la han dejado sola en ningún momento. La apoyan, la acompañan, la cuidan con alimentación saludable y anti cáncer. Ellos han sido el principal factor de recuperación física. Mis sobrinos, han comprendido muy bien su situación y son muy tiernos con ella. La hacen reír. Reír es muy importante para ella.

Sus red de amigos, que se compone principalmente de profesoras/es y sus estudiantes de Terapia Ocupacional de la Universidad Nacional, han sido también definitivos. Los profesores de la Facultad de Medicina y los administradores de la empresa de salud de la Universidad, sus colegas, la han ayudado mucho a poner a su servicio la atención médica pronta y de alta calidad.

En los momentos de crisis, principalmente en las internaciones hospitalarias, los estudiantes y sus amigas profesoras le mandan bellísimos y conmovedores mensajes, con fotos de ellos mostrando enormes carteles sostenidos por todos, en los que le desean una pronta recuperación.   Globos, CDs de música, mensajes de correo electrónico, incluso el ofrecimiento de conseguirle “plantas medicinales” (cannabis), por estudiantes que, aseguran, garantizan sus efectos positivos en el tratamiento del cáncer…. Y que le arrancan sonrisas y carcajadas de felicidad… son todos gestos de inmensa ternura y ejemplos de amor a las personas que pasan por tratamientos oncológicos.

Este conjunto de actitudes humanas y recursos médicos le han cambiado la perspectiva de la enfermedad, y de la vida.

…..

Además, te cuento que la visita de nuestra amada Dayse ha sido memorable para todos! Mis padres, mis hermanas, y los padres de mi esposo siempre la recuerdan con afecto.

Yo he estado apoyando a mi padre, cuya visión se ha reducido mucho en los últimos meses, a causa de la diabetes. Ya no puede leer, y ha estado triste por eso.  Se esta tratando con inyecciones en los ojos, y en dos semanas, le operarán con láser sus ojitos. En el nombre de Dios, va a poder recuperar algo de su visión.

Besos, amigo. Te queremos mucho.

Aura

Avanços na sobrevivência de cânceres

As notícias vindas do Reino Unido são boas, mas não ótimas. Houve um avanço considerável na sobrevivência (dez anos depois do diagnóstico) dos adultos em alguns cânceres nos quarenta anos de 1971-2 a 2010-11, melhorias em outros e quase estagnação em alguns nos quais a ciência ainda não encontrou o caminho, particularmente os do pulmão e do pâncreas. Houve pouco progresso no tratamento de cânceres do esôfago, do estomago e do cérebro. Do lado bom da escala, a sobrevivência do câncer dos testículos está próxima de cem por cento (98%), um avanço bem-vindo desde os 69% de quatro décadas atrás. O temível melanoma está sendo domado: a sobrevivência aos dez anos deu um salto, de 46% para 89%.

No conjunto, metade dos cancerosos sobrevive dez anos ou mais. Dez anos depois do diagnóstico, metade está viva. É um avanço: na média, entre os que foram diagnosticados no início da década de 70, somente um quarto estava viva depois. Um câncer que obteve um aumento substancial na sobrevivência foi o de mama, graças em parte considerável à mobilização e à politização das mulheres: de 40% para 78%. Aliás, as mulheres se beneficiaram mais das melhorias do que os homens: das diagnosticadas (de todos os cânceres) recentemente, 54% devem sobreviver, pelo menos, dez anos, bem mais do que os 46% dos homens. Parte da diferença se explica pelo fato de que os homens continuam a fumar e beber mais do que as mulheres. Em 1974, 51% dos homens adultos britânicos fumavam, dez por cento a mais do que as mulheres adultas. Em 2012, essas percentagens eram de 22 e 19, respectivamente (Fonte: http://www.ash.org.uk). Não tenho dúvidas de que a redução no fumo contribuiu muito para a redução da mortalidade por câncer. Infelizmente, o quadro do consumo de bebidas alcoólicas não é positivo: aumentou de 1974 a 2013, a despeito de uma redução a partir de 2004. Tomando a Inglaterra em separado, pesquisa feita em 2011 revelou que 39% dos homens e 28% das mulheres tinham bebido mais do que o nível máximo recomendado. Esse nível é mais alto no caso dos homens, o que significa que as diferenças absolutas no consumo de álcool entre os sexos é ainda maior. Há vários cânceres com relações com o consumo excessivo de álcool.

E o câncer da próstata? Os dados mostram que 94% estavam vivos um ano depois do diagnóstico, 85% cinco anos depois e 84% dez anos depois. Avançou muito em relação a outros cânceres: entre os diagnosticados no início da década de setenta, havia seis cânceres com melhor sobrevivência (entre os individualizados no gráfico abaixo), mas a projeção a respeito dos diagnosticados quarenta anos depois é que somente os diagnosticados com câncer testicular e com melanoma terão sobrevivência maior aos dez anos.
Esses são os dados britânicos. A sobrevivência é mais alta nos Estados Unidos e deve
[i] ser muito mais baixa no Brasil. Nossa saúde pública deixa muitíssimo a desejar.

O objetivo de todo departamento da ciência médica é, claro, a cura. Até agora, temos tido avanços graduais e cumulativos, como é o caso do câncer da próstata, ou grandes avanços devido a inovações no tratamento.

 

 

 

clip_image001clip_image002

Ver: Adult 10-year net survival, England & Wales Credit: Cancer Research UK


[i] Os dados brasileiros são pouco confiáveis.

As inflamações crônicas e o câncer da próstata

As inflamações crônicas tendem a ser colocadas no rol das coisas chatas da vida. E só. Porém, são mais que isso: elas estão associadas a problemas cardiovasculares e a cânceres. Surge, agora, mais uma série de dados associando-as ao câncer da próstata. Um grupo de pesquisadores tendo como responsável Bora Gurel da prestigiosa Johns Hopkins em Baltimore, comparou o resultado das biópsias de 191 pacientes de câncer da próstata e 209 controles que tinham participado do grupo placebo de outra pesquisa. Eles analisaram o tecido não canceroso das biópsias e descobriram que havia mais inflamações crônicas entre os cancerosos do que entre os não cancerosos. Usaram três amostras e os cancerosos tinham tecido inflamado em pelo menos uma das amostras em 86% dos casos, significativamente mais do que 78% entre os não cancerosos. Isolando os casos de câncer agressivo (Gleason de 7 ou mais), a relação é mais clara: a razão de risco é de 2,24.

A que conclusões chegaram os autores?

1) As inflamações são comuns em tecido não canceroso;

2) Elas estão associadas com a presença de câncer em outras células do paciente, particularmente no caso de células agressivas, com pouca diferenciação (Gleason alto).

É preciso cuidado com as inflamações crônicas, inclusive com as que rebaixamos a meras chateações.

É possível reforçar os anti-inflamatórios na dieta. Omega-3 faz isso. As “spices” também, particularmente gengibre, açafrão, alecrim, Boswella, matricária. E o chá verde também.

GLÁUCIO SOARES IESP-UERJ

Planos de saúde cobrem mais do que se pensa

 

Recebi do meu querido amigo, Lauro Morhy, excelente biólogo e ex-Reitor da Universidade de Brasília, a seguinte Boa Nova:

 

http://joannaporto.jusbrasil.com.br/artigos/116287115/planos-de-saude-passam-a-cobrir-tratamento-para-cancer-em-casa?utm_campaign=newsletter&utm_medium=email&utm_source=newsletter

Planos de saúde passam a cobrir tratamento para câncer em casa

A maioria dos usuários desconhece a informação, mas desde janeiro está em vigor uma nova norma de cobertura para os “planos de saúde”. Entre os benefícios, usuários passaram a ter direito a 37 drogas orais indicadas para o tratamento de 56 tipos de câncer, além de 50 novos procedimentos como exames, consultas e cirurgias. As novas regras da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) têm por objetivo beneficiar 42 milhões de consumidores de planos de assistência médica e outros 18 milhões em planos exclusivamente odontológicos, individuais e coletivos, em todo o país.

Segundo a advogada especializada em direito do Consumidor na área da saúde, Joanna Porto, os pacientes de câncer já tinham alguns direitos, como a obrigação do plano em custear o tratamento quimioterápico e de radioterapia, além de exames e demais tratamentos prescritos pelos médicos. Mas, agora, pela primeira vez, em razão da resolução normativa publicada pela ANS, os planos de saúde terão de cobrir os custos com medicamentos via oral, que antes só eram conseguidos através de ação Judicial, para o tratamento do paciente em casa.

Com essa inclusão, passam a ser ofertados remédios para o tratamento de tumores de grande prevalência na população como estômago, fígado, intestino, rim, testículo, mama, útero e ovário. Pela nova resolução, segundo Joanna Porto, “a forma de distribuição desses medicamentos ficará a cargo de cada operadora”.

Ainda segundo a especialista, “se o plano de saúde der cobertura à doença do beneficiário, todo tratamento prescrito pelo médico deverá ser custeado.”

O fornecimento da medicação oral contra o câncer era uma das demandas mais antigas dos usuários de planos e dos médicos. “O tratamento quimioterápico, através de medicamentos, teve um destaque muito grande no número de negativas de procedimentos pelos planos”, conta Joanna Porto. “Esse número gritante de reclamações, e também de ações judiciais, chamou atenção da ANS para incluir os medicamentos como cobertura obrigatória.”

Essas drogas funcionam como um tipo de quimioterapia. São mais modernas, causam menos efeitos colaterais e podem ser administradas em casa, evitando gastos com as internações. Mas, conforme explica a especialista, “essa determinação só vale para os planos novos, ou seja, os contratos firmados após a Lei 9656/98, embora o Tribunal de Justiça tenha o entendimento de que os usuários de planos antigos também possuem o direito.”

Segundo Joanna, os planos terão de arcar, por exemplo, com o tratamento com capecitabina (Xeloda), indicada para o tratamento de câncer de mama metastático. Cada caixa deste medicamento custa em média R$ 2,5 mil. Também está garantida a obrigatoriedade do fornecimento de acetato de abiraterona (Zytiga), usado para câncer de próstata, que custa quase R$ 11 mil. O gefitinibe (Iressa), para câncer de pulmão, custa R$ 4 mil.

No caso de operadoras que não cumprirem a cobertura obrigatória, os consumidores devem entrar em contato com o Disque ANS, no0800 701 9656, para fazer denúncias ou comparecer a um dos 12 núcleos da agência instalados em todas as regiões do país. A ANS informa que as operadoras que não cumprirem a cobertura estão sujeitas a multa de R$ 80 mil por infração cometida.

“Além de denunciar na ANS para que os planos sejam administrativamente punidos, o consumidor tem ainda o recursos de ingressar com ação judicial para garantir o custeio do seu tratamento”, esclarece Joanna Porto.

De acordo com a ANS, a inclusão das novas coberturas é avaliada por um ano e, caso a agência identifique impacto financeiro, este será avaliado no reajuste do ano seguinte, que é 2015. Pelas regras atuais, a ANS estabelece o reajuste apenas para os planos individuais e familiares e pode apenas sugerir o reajuste para os planos coletivos, que atendem a maior parte dos usuários.

Confira a lista completa de inclusões do Rol 2014 http://www.ans.gov.br/images/stories/noticias/pdf/20131021_ro2014_tabela%20procedimentos%20rol.pdf

Relatório Caríssimo–não dá para comprar

A RESEARCH AND MARKETS. empresa especializada em obter informações, organizá-las e vendê-las, anuncia um extenso relatório sobre todos os testes clínicos em andamento em vários continentes. Foi escrito para instituições e não para pessoas. Talvez uma clínica ou um hospital se interesse.

 

Abaixo o anúncio do relatório e se eu conseguir colar, o preço – 1845 EUROS….

 

  • SINGLE USER Electronic (PDF)

  • EUR 1845

 

 

Hormone Refractory (Castration Resistant, Androgen-Independent) Prostate Cancer Global Clinical Trials Review, H1, 2014

  • Published: March 2014
  • Region: Global
  • 229 pages
  • GlobalData

Hormone Refractory (Castration Resistant, Androgen-Independent) Prostate Cancer Global Clinical Trials Review, H1, 2014
Summary
Our clinical trial report, “Hormone Refractory (Castration Resistant, Androgen-Independent) Prostate Cancer Global Clinical Trials Review, H1, 2014″ provides data on the Hormone Refractory (Castration Resistant, Androgen-Independent) Prostate clinical trial scenario. This report provides elemental information and data relating to the clinical trials on Hormone Refractory (Castration Resistant, Androgen-Independent) Prostate. It includes an overview of the trial numbers and their recruitment status as per the site of trial conduction across the globe. The databook offers a preliminary coverage of disease clinical trials by their phase, trial status, prominence of the sponsors and also provides briefing pertaining to the number of trials for the key drugs for treating Hormone Refractory (Castration Resistant, Androgen-Independent) Prostate. This report is built using data and information sourced from proprietary databases, primary and secondary research and in-house analysis by Our team of industry experts.

Diagnóstico e risco de suicídio

Sandin Carlsson e sua equipe analisaram dados relativos a relação entre o diagnostico do câncer da próstata e o risco de suicídio. Analisaram dados da base de dados do câncer da próstata da Suécia (PCBaSe) 2.0 e o diagnóstico de mais de cem mil homens, comparando as taxas de suicídio deste grupo com  as de um grupo de mais de meio milhão de homens sem câncer da próstata. Durante os primeiros seis meses depois do diagnóstico a taxa de suicídios foi de 73 por cem mil, estatisticamente mais elevada, mas não muito, do que a do grupo controle que foi de 65. O risco foi bem maior entre homens com metástase distante – 125 por cem mil – mas era mais elevado entre os diagnosticados com canceres de baixa agressividade e risco.

E’ uma informação importante para os urólogos e oncólogos. O diagnostico requer atenção psicológica, particularmente quando o câncer acarreta risco de vida e a perspectiva de tratamentos com pesadas consequencias colaterais.

Publicado no Eur J Cancer. 2013 Jan 18.

GLAUCIO SOARES      IESP/UERJ

ARN-509 contra o câncer da próstata

A notícia que li falava da obtenção de fundos para uma empresa que divulgou alguns resultados a respeito de um medicamento anticâncer, a Aragon Pharmaceuticals. Os investidores arriscaram cinquenta milhões de dólares nela. Ela está testando um medicamento, ARN-509, e começou uma pesquisa fase II com pacientes que já não respondem ao tratamento antihormonal. Os cem pacientes de que precisavam já se apresentaram.

Os dados que já distribuíram mostram que 9 em dez pacientes tiveram uma queda significativa no PSA depois de doze semanas de tratamento. Um terço deles já tinham sido tratados com Zytiga, tiveram a melhoria esperada, mas o câncer voltou a avançar. Mesmo entre esses pacientes, o PSA baixou.

Os fabricantes pensam em um medicamento a ser aplicado conjuntamente com o Zytiga. Por razões de aprovação por parte da FDA, os novos medicamentos usualmente são postos à prova com pacientes com câncer muito avançado. O uso é, frequentemente, sequencial – um depois do outro – e não simultâneo, mas é o uso simultâneo de vários medicamentos, chamado às vezes de combo, que tem conduzido a melhores resultado no tratamento de alguns canceres e da AIDS.

São vários os tratamentos que provaram que reduzem o PSA, freiam o avanço do câncer, reduzem a dor e aumentam a qualidade da vida, mas o câncer continua incurável. Há novos medicamentos sendo testados, mantendo alta a nossa esperança.

 

 

 GLÁUCIO SOARES      IESP-UERJ

 

 

ARN-509 contra o câncer da próstata

A notícia que li falava da obtenção de fundos para uma empresa que divulgou alguns resultados a respeito de um medicamento anticâncer, a Aragon Pharmaceuticals. Os investidores arriscaram cinquenta milhões de dólares nela. Ela está testando um medicamento, ARN-509, e começou uma pesquisa fase II com pacientes que já não respondem ao tratamento antihormonal. Os cem pacientes de que precisavam já se apresentaram.

Os dados que já distribuíram mostram que 9 em dez pacientes tiveram uma queda significativa no PSA depois de doze semanas de tratamento. Um terço deles já tinham sido tratados com Zytiga, tiveram a melhoria esperada, mas o câncer voltou a avançar. Mesmo entre esses pacientes, o PSA baixou.

Os fabricantes pensam em um medicamento a ser aplicado conjuntamente com o Zytiga. Por razões de aprovação por parte da FDA, os novos medicamentos usualmente são postos à prova com pacientes com câncer muito avançado. O uso é, frequentemente, sequencial – um depois do outro – e não simultâneo, mas é o uso simultâneo de vários medicamentos, chamado às vezes de combo, que tem conduzido a melhores resultado no tratamento de alguns canceres e da AIDS.

São vários os tratamentos que provaram que reduzem o PSA, freiam o avanço do câncer, reduzem a dor e aumentam a qualidade da vida, mas o câncer continua incurável. Há novos medicamentos sendo testados, mantendo alta a nossa esperança.

 

 

 GLÁUCIO SOARES      IESP-UERJ

 

 

ARN-509 contra o câncer da próstata

A notícia que li falava da obtenção de fundos para uma empresa que divulgou alguns resultados a respeito de um medicamento anticâncer, a Aragon Pharmaceuticals. Os investidores arriscaram cinquenta milhões de dólares nela. Ela está testando um medicamento, ARN-509, e começou uma pesquisa fase II com pacientes que já não respondem ao tratamento antihormonal. Os cem pacientes de que precisavam já se apresentaram.

Os dados que já distribuíram mostram que 9 em dez pacientes tiveram uma queda significativa no PSA depois de doze semanas de tratamento. Um terço deles já tinham sido tratados com Zytiga, tiveram a melhoria esperada, mas o câncer voltou a avançar. Mesmo entre esses pacientes, o PSA baixou.

Os fabricantes pensam em um medicamento a ser aplicado conjuntamente com o Zytiga. Por razões de aprovação por parte da FDA, os novos medicamentos usualmente são postos à prova com pacientes com câncer muito avançado. O uso é, frequentemente, sequencial – um depois do outro – e não simultâneo, mas é o uso simultâneo de vários medicamentos, chamado às vezes de combo, que tem conduzido a melhores resultado no tratamento de alguns canceres e da AIDS.

São vários os tratamentos que provaram que reduzem o PSA, freiam o avanço do câncer, reduzem a dor e aumentam a qualidade da vida, mas o câncer continua incurável. Há novos medicamentos sendo testados, mantendo alta a nossa esperança.

 

 

 GLÁUCIO SOARES      IESP-UERJ

 

 

A preocupação com o câncer da próstata e com o câncer da mama nas últimas décadas

Dados que retirei do Google Books mostram um incremento na percentagem do bigrama “câncer da próstata” (em Inglês), que interpreto como maior atenção dada a este câncer.  Não se intimide com a expressão “bigrama”. Significa duas palavras: câncer e próstata. As pessoas estão escrevendo mais ou menos sobre o câncer da próstata. É sobre isso que pesquisei o Google Books.

O que é o projeto Google Books?

Até agosto de 2010 quase 130 milhões de livros haviam sido publicados no mundo de acordo com um engenheiro do projeto chamado Google Books. A Google se lançou, então, à tarefa de escanear esses livros (que foram escritos em 480 idiomas). Até junho daquele ano, tinha escaneado cerca de doze milhões de livros. A despeito do cuidado que tiveram em definir bem, obter e escanear os livros, é claro que não são universos dos livros publicados neste ou naquele idioma. Ainda falta muito. Não obstante, tanto mais central o idioma, maior a facilidade em encontrar os livros. A codificação desses livros em alguns idiomas constituem os corpora que alguns analistas estão usando. Infelizmente, ainda não foi criado um corpus em português. Corpus é o conjunto de palavras usadas para fazer a pesquisa. Cada idioma tem um. Por isso, usei o maior nessa pesquisa – o corpus dos livros em Inglês.

 

O que significa isso?

Significa que a percentagem de todas as palavras usadas em vários milhões de livros de todo tipo. Proponho  que a frequência relativa com que a expressão prostate cancer  foi usada em livros escritos em Inglês é um indicador útil da preocupação da humanidade com essa doença.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Há dois outros dados relevantes: observa-se uma crescente distância entre a atenção dada ao câncer da mama (maior) e a dada ao câncer da próstata (menor). É um dado esperado, dado o ativismo positivo das mulheres e a vergonha machista dos homens de falar “desses problemas” e até de fazer os exames quando necessários. A diferença entre a importância dada por quem escreve livros ao câncer da mama e ao câncer da próstata é a diferença entre as duas linhas. A de cima se refere ao câncer da mama e a de baixo ao câncer da próstata. A diferença cresceu muito durante as décadas de 70 e de 80.

Há outro dado preocupante, que é o fim do crescimento dessa presença nos livros, tanto no que se refere ao câncer da próstata, quanto ao que se refere ao  câncer da mama. A percentagem parou de crescer em 2002. Não quer isso dizer que diminuiu o número de referências a estes cânceres, mas que há novas fontes de interesse para as pessoas que escrevem livros. 

Por isso, todos os que sofremos de câncer – de qualquer câncer – temos que exercer a cidadania e exigir a devida atenção do setor público para esse assassino de massas, o câncer. Assassino de massas? É: perto de oito milhões de pessoas morrem anualmente vitimadas pelo câncer.

 

 

GLÁUCIO SOARES                                                 IESP/UERJ 

 

A preocupação com o câncer da próstata e com o câncer da mama nas últimas décadas

Dados que retirei do Google Books mostram um incremento na percentagem do bigrama “câncer da próstata” (em Inglês), que interpreto como maior atenção dada a este câncer.  Não se intimide com a expressão “bigrama”. Significa duas palavras: câncer e próstata. As pessoas estão escrevendo mais ou menos sobre o câncer da próstata. É sobre isso que pesquisei o Google Books.

O que é o projeto Google Books?

Até agosto de 2010 quase 130 milhões de livros haviam sido publicados no mundo de acordo com um engenheiro do projeto chamado Google Books. A Google se lançou, então, à tarefa de escanear esses livros (que foram escritos em 480 idiomas). Até junho daquele ano, tinha escaneado cerca de doze milhões de livros. A despeito do cuidado que tiveram em definir bem, obter e escanear os livros, é claro que não são universos dos livros publicados neste ou naquele idioma. Ainda falta muito. Não obstante, tanto mais central o idioma, maior a facilidade em encontrar os livros. A codificação desses livros em alguns idiomas constituem os corpora que alguns analistas estão usando. Infelizmente, ainda não foi criado um corpus em português. Corpus é o conjunto de palavras usadas para fazer a pesquisa. Cada idioma tem um. Por isso, usei o maior nessa pesquisa – o corpus dos livros em Inglês.

 

O que significa isso?

Significa que a percentagem de todas as palavras usadas em vários milhões de livros de todo tipo. Proponho  que a frequência relativa com que a expressão prostate cancer  foi usada em livros escritos em Inglês é um indicador útil da preocupação da humanidade com essa doença.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Há dois outros dados relevantes: observa-se uma crescente distância entre a atenção dada ao câncer da mama (maior) e a dada ao câncer da próstata (menor). É um dado esperado, dado o ativismo positivo das mulheres e a vergonha machista dos homens de falar “desses problemas” e até de fazer os exames quando necessários. A diferença entre a importância dada por quem escreve livros ao câncer da mama e ao câncer da próstata é a diferença entre as duas linhas. A de cima se refere ao câncer da mama e a de baixo ao câncer da próstata. A diferença cresceu muito durante as décadas de 70 e de 80.

Há outro dado preocupante, que é o fim do crescimento dessa presença nos livros, tanto no que se refere ao câncer da próstata, quanto ao que se refere ao  câncer da mama. A percentagem parou de crescer em 2002. Não quer isso dizer que diminuiu o número de referências a estes cânceres, mas que há novas fontes de interesse para as pessoas que escrevem livros. 

Por isso, todos os que sofremos de câncer – de qualquer câncer – temos que exercer a cidadania e exigir a devida atenção do setor público para esse assassino de massas, o câncer. Assassino de massas? É: perto de oito milhões de pessoas morrem anualmente vitimadas pelo câncer.

 

 

GLÁUCIO SOARES                                                 IESP/UERJ 

 

Volta o debate sobre o selênio

A discussão sobre o efeito do selênio sobre o câncer da próstata passou por diversas etapas. Estudos epidemiológicos mostravam que as áreas pobres em selênio tinham taxas mais altas. Várias pequenas pesquisas confirmaram essa associação. Porém, em todas havia problemas metodológicos. Dada a importância que essa associação teria para a prevenção do câncer da próstata, iniciou-se uma pesquisa chamada SELECT que inquiria sobre os hábitos alimentares dos entrevistados e os acompanhava para ver se havia associação do selênio com o câncer da próstata e a vitamina E, de um lado, e o câncer da próstata, do outro. Os resultados não mostraram associação e algumas análises parciais até sugeriam um efeito indesejável.

 

A questão parecia ter encontrado uma situação cognitiva aceitável, mas nas quais as primeiras pesquisas eram contraditadas pela SELECT.

Quando a questão parecia enterrada, Susan J Fairweather-Tait, da Norwich Medical School faz uma meta-análise de várias pesquisas, seleciona as doze melhores, e trata de investigar essa associação numa população total de mais de treze mil homens, incluíno perto de cinco mil casos do câncer. Artigo publicado no .American Journal of Clinical Nutrition.

Novo choque: os resultados indicam que ter níveis satisfatórios de selênio reduz o risco de câncer da próstata em 70%, uma redução raramente alcançada.

E agora?

Independente das diretrizes que venhamos  a adotar, níveis de selênio (retirados do sangue) até 170 ng/mL, reduziam o risco. Três estudos cuidadosamente realizados mostram que uma concentração entre 0,85 e 0,94 ug/g (usando material retirado das unhas) tinham um risco 71% menor.

Como o selênio é um veneno e em quantidades substanciais pode matar, minha conclusão – para meu próprio uso – é que a insuficiência de selênio aumenta o risco. Trabalhamos com limites: ter mais do que 170 ng/mL no plasma sanguíneo não é bom; os níveis considerados adequados quando medimos o selênio nas unhas se situa entre 0,85 e 0,94 ug/g. Os dois métodos (sangue e unhas) são muito mais seguros do que perguntas sobre a dieta. Corrigir a insuficiência do selênio, usando os limites encontrados, reduz o risco. Antes de formular qualquer política para uso pessoal temos que saber quanto selênio temos no corpo.

Ainda não temos dados consistentes que permitam uma política com alta credibilidade.

 

GLÁUCIO SOARES           IESP/UERJ

ESCORE GLEASON: 3+4 E 4+3 SÃO IGUAIS?

O escore Gleason é simples: os patologistas olham amostra da próstata pelo microscópio e verificam qual é o tipo de célula mais frequente. As células normais são diferenciadas, exercem múltiplas funções. As cancerosas são menos diferenciadas e perdem funções. As mais agressivas só fazem reproduzir e parecem u’a massa sem formas, sem nada. As células podem ser classificadas até o valor 5, que são as mais violentas, indiferenciadas. Em qualquer amostra, há células mais diferenciadas e menos diferenciadas, há amostras de todos os valores. O primeiro valor no escore Gleason é o que aparece com mais frequência, o “que tem mais”. E o segundo valor? Ë o segundo  mais frequente. A soma dos dois é o valor do Gleason, mas é importante manter as parcelas separadas. Um 5+2 é muito mais agressivo do que um 3+4. Os autores de uma pesquisa publicada em 2009 perguntaram se fazia muita diferença se era 3+4 ou 4+3.

A resposta: faz, e muita.

Como foi feita a pesquisa (os pesquisadores foram Stark, Perner, Stampfer, Sinnott, Finn S, Eisenstein, Ma, Fiorentino, Kurth, Loda,  Giovannucci, Rubin e Mucci)?

Recorreram a três patologistas que examinaram e classificaram o Gleason primário (que aparece primeiro) e o secundário (o que vem depois) de material retirado de 693 pacientes de prostatectomia e 119 de biopsia. Elas foram retiradas de pacientes entre 1984 e 2004. Voltaram aos mesmos pacientes, tempos depois, para ver o que aconteceu.
    Definiram os processos como letais e não letais. Os letais, além dos que morreram, incluíam os que tinham metástases ósseas; os demais eram não letais. Em dez anos houve 53 cânceres letais (entre 7% e 8%). As amostras derivadas de prostatectomias mostraram que os Gleasons 4+3 apresentavam um risco três vezes maior de ter um câncer letal. As amostras obtidas via biópsias também revelaram fortes diferenças.

Não é sentença de morte; é risco maior. Meu escore Gleason na biópsia era 3+3, mas na prostatectomia era 4+3. Felizmente, dezessete anos mais tarde, estou aqui.

Porém, esses resultados mostram que confiar apenas na soma Gleason pode camuflar cânceres perigosos que requerem tratamento imediato e mais radical.

 

GLÁUCIO SOARES             IESP/UERJ

METFORMIN, REMÉDIO CONTRA DIABETES, PODE SER PODEROSO CONTRA O CÂNCER DA PRÓSTATA

Metformin, é um remédio que combate a diabete. Acidentalmente, se descobriu que parecia congelar os cânceres da próstata, abrindo nova avenida de combate a este câncer.

O que faz o Metformin?

Reduz muito o crescimento celular. Com isso, o tumor encolhe. Essa descoberta abriu a porta para o uso de Metformin, um medicamento conhecido e barato, no combate ao câncer da próstata. Uma pílula de Metformin custa quatro centavos… O contraste com, por exemplo, Provenge, que atinge noventa mil dólares por tratamento, é claro.

Que dados alavancam essa hipótese?

Três tipos de dados: 

  1. De laboratório, onde as células cancerosas não se multiplicavam na presença de Metformin;
  2. Uma pesquisa com apenas 22 pacientes que, diagnosticados com câncer da próstata, fizeram a prostatectomia num hospital, o Princess Margaret Hospital em Toronto, no Canada. Os pacientes receberam 500 mg de Metformin três vezes por dia durante seis semanas, antes da cirurgia. Durante esse período os pesquisadores mediram a taxa de multiplicação das células cancerosas, chegando à conclusão de que o Metformin freiava o crescimento.
  3. Outra pesquisa, com dados secundários, demonstrou que diabéticos que tomavam Metformin tinham um risco 44% mais baixo de desenvolverem um câncer da próstata.

 
Esses resultados foram apresentados no encontro anual da American Association for Cancer em Chicago.

E nós?

Esperando, torcendo.

 

 

GLÁUCIO SOARES              IESP-UERJ

 

Reduzindo os erros no diagnóstico do câncer da próstata

Novas pesquisas feitas em duas instituições, NewYork-Presbyterian Hospital/Weill Cornell Medical Center, mostram que é possível melhorar os testes de PSA, reduzindo os seus erros, através da combinação com um medicamento. O que a combinação permite é reduzir os falsos negativos, identificando cânceres que antes escapavam à detecção. O Pesquisador Responsável, Dr. Steven A. Kaplan, afirma que é possível melhorar os testes usando-os em  conjunção com outras drogas. Essa combinação é útil especialmente nos casos em que o PSA é elevado, mas foram feitas biópsias sem encontrar o câncer. A biópsia permite falsos negativos porque não recolhe amostras de tecido de certas áreas “ocultas”. Ou seja, o câncer existe, mas a biópsia não traz tecido canceroso para o microscópio. Eu, pessoalmente, fiz duas baterias – uma com quatro agulhas e outra com seis que não revelaram câncer, mas havia câncer. A prática, usada posteriormente, de fazer biópsias “de saturação”, com muitas agulhas e guiadas por instrumentos visuais como o ultra-som, reduziu muito os falsos negativos, mas não os eliminou. 
Além disso, há conclusões baseadas em PSAs elevados que são falsas – falsos positivos – porque o PSA aumenta com outras doenças, como inflamação e/ou aumento do tamanho da próstata. É preciso controlar a inflamação e diminuir o tamanho da próstata para obter melhores resultados. Os pesquisadores concluíram que analisar os níveis de PSA depois de usar dois medicamentos que inibem 5-alfa-reductase (finasterida and dutasterida), que reduzem o tamanho da próstata produziam melhores resultados: se o PSA permanecia igual ou aumentava depois que a próstata encolhia, o risco de que houvesse câncer era grande. 

Que pacientes foram estudados? Um total de 276 homens, com PSA acima de 4, mas com toque retal normal, e duas ou mais biópsias negativas. 

Eliminar falsos positivos significa reduzir sofrimento, possibilidade de infecções e mais, causadas por biópsias, além de reduzir os custos; reduzir os falsos negativos, potencialmente, salva vidas.
São boas notícias para as pessoas que estão passando pela provação dos primeiros exames necessários para o diagnóstico.

Leia mais: http://medicalxpress.com/news/2012-08-doctors-hard-to-diagnose-prostate-cancer.html#jCp  e
http://www.dnainfo.com/new-york/20120809/upper-east-side/weill-cornell-researchers-develop-new-prostate-cancer-screening-method#ixzz23BQOgw1p

Gláucio Soares                                                    IESP-UERJ

Reduzindo os erros no diagnóstico do câncer da próstata

Novas pesquisas feitas em duas instituições, NewYork-Presbyterian Hospital/Weill Cornell Medical Center, mostram que é possível melhorar os testes de PSA, reduzindo os seus erros, através da combinação com um medicamento. O que a combinação permite é reduzir os falsos negativos, identificando cânceres que antes escapavam à detecção. O Pesquisador Responsável, Dr. Steven A. Kaplan, afirma que é possível melhorar os testes usando-os em  conjunção com outras drogas. Essa combinação é útil especialmente nos casos em que o PSA é elevado, mas foram feitas biópsias sem encontrar o câncer. A biópsia permite falsos negativos porque não recolhe amostras de tecido de certas áreas “ocultas”. Ou seja, o câncer existe, mas a biópsia não traz tecido canceroso para o microscópio. Eu, pessoalmente, fiz duas baterias – um com quatro agulhas e outra com seis que não revelaram câncer, mas havia câncer. A prática, usada posteriormente, de fazer biópsias “de saturação”, com muitas agulhas e guiadas por instrumentos visuais como o ultra-som, reduziu muito os falsos negativos, mas não os eliminou. 
Além disso, há conclusões baseadas em PSAs elevados que são falsas – falsos positivos – porque o PSA aumenta com outras doenças, como inflamação e/ou aumento do tamanho da próstata.
Eliminar falsos positivos significa reduzir sofrimento, possibilidade de infecções e mais, causadas por biópsias, além de reduzir os custos; reduzir os falsos negativos, potencialmente, salva vidas.
São boas notícias para as pessoas que estão passando pela provação dos primeiros exames necessários para o diagnóstico.

Leia mais: http://medicalxpress.com/news/2012-08-doctors-hard-to-diagnose-prostate-cancer.html#jCp

Gláucio Soares                                                    IESP-UERJ

Outro teste do câncer da próstata que promete reduzir os erros

É possível que tenhamos um teste não invasivo que possa separar cânceres agressivos de cânceres indolentes. Ironicamente, graças estudante de graduação, Casey Burton, que estuda Química, na Missouri University of Science and Technology. O teste detecta metabolitos na urina dos cancerosos. O teste de PSA não consegue separar os cânceres pelo seu grau de periculosidade. Na minha visão, caso se demonstre que esse teste adiciona informações para melhorar os diagnósticos (aos obtidos com os testes de PSA e de toque retal), poderemos tratar adequadamente (e quanto mais cedo melhor) os cânceres agressivos e acompanhar os indolentes, reduzindo o número de mortes, assim como os custos e o sofrimento imposto pelos tratamentos desnecessários. 
GLÁUCIO SOARES

IESP/UERJ

A raça pesa no risco de ter câncer da próstata

Dados relativos aos Estados Unidos mostam que a incidência do câncer da próstata varia muito com a raça dos homens. Até que ponto esse efeito se deve a fatores econômicos e sociais, tipo de tratamento, qualidade do tratamento, dieta, ou genética, não sabemos. Porém, usando raça como um fator de direito próprio e como uma proxy de outros fatores, os indígenas americanos e os orientais têm taxas que são um terço da incidência dos negros. 

Uma anormalidade genética determinaria a volta do câncer da próstata

O teste de PSA permitiu um grande avanço na detecção precoce do câncer da próstata. A despeito de um grande debate que ocorre nesse momento sobre se e quando e em quem usar os testes de PSA, o PSA é um teste de fácil obtenção e baixo custo que salvou inúmeras vidas.
Mas, o que fazer quando o PSA é alto? Que tipo de tratamento usar? Há cânceres indolentes que não necessitam de tratamento e há cânceres que acabam resistindo a todos os tratamentos disponíveis e o paciente tem um alto risco de morrer dele.
Sabemos que dois tratamentos para cânceres avançados, o (anti)hormonal, que usa Lupron e outros inibidores da produção de hormônios masculinos, e a quimioterapia, que agrega vários meses de vida, eventualmente passam a não conseguir mais impedir o avanço do câncer. Por quê?
Pesquisadores da Universidade de Pittsburgh descobriram umas anormalidades genéticas, particularmente a conhecida como CNV (copy number variation) está presente no caso de cânceres resistentes. 
Onde se encontram essas anormalidades? 
Nas células cancerosas, no tecido não canceroso circundante e no próprio sangue. A presença dessas células tem um papel predominante na determinação de se o câncer voltará, o que é frequentemente chamado de fracasso bioquímico (quando o PSA reaparece), e se o câncer será agressivo ou indolente.
É um conhecimento importante que ajudará a tratar quem precisa, mas não quem não precisa, por ter um câncer indolente que levaria muitas décadas até ameaçar a vida do paciente.
Fonte: The American Journal of Pathology.
GLÁUCIO SOARES             IESP/UERJ