PROVENGE não é o êxito comercial que seus fabricantes esperavam

Os pacientes não acham a relação custo/benefício do Provenge aceitável. Noventa e três mil dólares por quatro meses de vida a mais – na mediana – parece demais e a demanda não foi o que a empresa que o fabrica esperava. Além disso, a Zytiga, baseada na abiraterona, muito mais fácil de tomar e bem mais barata, está ganhando a competição. A empresa teve que despedir quinhentas pessoas. Ninguém sabe, por antecipação, qual a probabilidade de estar no grupo que sobrevive poucas semanas ou no grupo que sobrevive anos. Consultam suas contas bancárias e preferem outros remédios.  

A Dendreon passou a buscar o apoio dos pacientes. Vai aumentar a publicidade junto aos possíveis consumidores. Esse é um exemplo interessante da história de um medicamento. Era uma grande esperança dos pacientes; o governo americano nomeou uma junta de especialistas que não o aprovou; Dendreon uniu-se a grupos de pacientes politicamente organizados e, finalmente, conseguiu a grande vitória política de aprovar o medicamento. Mas o mundo não para e, durante esse período, a abiraterona e outros ingredientes ativos estavam sendo desenvolvidos. E parece que já deslocaram o Provenge para fora de parte do mercado dos pacientes com câncer avançado da próstata.

 

GLÁUCIO SOARES   IESP/UERJ

Uma opinião sobre “PROVENGE não é o êxito comercial que seus fabricantes esperavam

  1. Ola! Boa noite !
    Leio sempre o teu blog …meu marido tem cancer de prostata com metastase ossea e aqui me tento saber sobre essa doença.
    Gostaria de saber se o senhor sabe algo sobre o litio contra o cancer ?
    Aguardo resposta !
    Obrigada.

    As relações entre litium e câncer são uma promessa ainda sendo experimentada em células em pratinhos Petri. Pode vir a ser um importante adjuvante de outros tratamentos. Ainda falta muito até chegar a nós, pacientes.

    GLÁUCIO SOARES

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