Chá verde contra o câncer

Uma pesquisa limitada reitera os benefícios do chá verde e seus subprodutos, inclusive na prevenção do câncer. Várias pesquisas sugerem essa relação. Agora, a pergunta é outra: se o paciente já tem um câncer da próstata ou da mama, o chá verde ajuda? Reduz a velocidade do avanço do câncer?

Como foi feita essa pequena pesquisa?

Susanne M. Henning separou 79 homens que fariam a cirurgia da próstata, e os dividiu em dois grupos: um tomava seis copos de chá verde diariamente e outro a mesma quantidade, mas de água. A duração do experimento se ajustou às datas da operação. Uns beberam chá ou água durante três semanas e outros durante oito. Dos 79, 67 foram até o fim. Evidentemente, se trata de uma pesquisa pequena, cujas conclusões são muito limitadas.

Antes do experimento, os pacientes de Henning fizeram exames de sangue e de urina; depois da cirurgia, também examinou o tecido da próstata.

E os resultados?

Houve claras diferenças: os que tomaram chá verde tinham menos inflamação no tecido prostático. O que demonstra que os polifenois reduzem o risco de dano às células. Um indicador de inflamação comumente usado é chamado de nuclear factor-kappaB – mais baixo entre os que beberam chá verde.

Mas há outros benefícios: os níveis de PSA eram mais baixos entre os que tomaram chá verde. O PSA é um indicador do câncer da próstata.

Os pesquisadores notam não há indicações de que tenham reduzido o crescimento dos tumores, mas aduzem que foi um estudo de duração muito curta e que os resultados a longo prazo são desconhecidos.

Henning começou nova pesquisa perguntando se adicionar quercetina, outro antioxidante que é muito presente nas maçãs e nos alhos, ao chá verde melhora os resultados tanto preventivos quanto curativos.

As pesquisas sobre o chá verde não param aí. Outros avaliam o efeito de um extrato, chamado Polifenon E, na luta contra o câncer da mama. Querem saber como o Polifenon E atua contra os fatores do crescimento que estimulam o câncer a crescer. Os resultados, com um número reduzidíssimo de mulheres (40), mostrou um efeito em relação ao grupo controle, mas não aos quatro meses. Obviamente, necessitam de mais pacientes e mais tempo.

Há dois problemas adicionais que alguns leitores poderiam ajudar a solucionar. Há vários tipos de chá verde. Encontrei uma listagem incompleta de nove tipos cultivados na China e sete no Japão.

(podem ser vistos em http://www.teadiscussion.com/types/green-tea-types.php)

É necessária uma pesquisa para conhecer os tipos e a quantidade de polifenois presentes nos mais comuns, assim como nos chás comerciais disponíveis no Brasil, em Portugal e onde houver massa suficiente de interessados.

Eu gostaria de um voluntário qualificado para aliviar o  número de tarefas que tenho, pesquisando, produzindo os resultados e, se possível, escrevê-los de maneira simples.

Uma pesquisa feita no Iran por Hajimahmoodi, Hanifeh, Oveisi, Sadeghi e Jannat demonstra grande variância entre os tipos de chá verde disponíveis naquele país: comparando cinco marcas de chá verde, a atividade oxidante, medida em três dimensões, encontraram uma diferença de cinco vezes entre os extremos. Os autores concluem que

“In this study it is shown that different types of green teas had widely different antioxidantactivities, ranging from 554 μmol Fe II/g in Avicen green tea to 2876 μmol Fe II/g in Ahmad green tea.”

Evidentemente, se vamos tomar chá verde devido ao seu poder antioxidante, outras coisas sendo iguais escolheremos os com mais poder antioxidante. No Irã uma escolha informada significa tomar um tipo com poder antioxidante cinco vezes mais elevado do que outro.

Quem se anima?

 

GLÁUCIO SOARES              IESP-UERJ

Chá verde contra o câncer

Uma pesquisa limitada reitera os benefícios do chá verde e seus subprodutos, inclusive na prevenção do câncer. Várias pesquisas sugerem essa relação. Agora, a pergunta é outra: se o paciente já tem um câncer da próstata ou da mama, o chá verde ajuda? Reduz a velocidade do avanço do câncer?

Como foi feita essa pequena pesquisa?

Susanne M. Henning separou 79 homens que fariam a cirurgia da próstata, e os dividiu em dois grupos: um tomava seis copos de chá verde diariamente e outro a mesma quantidade, mas de água. A duração do experimento se ajustou às datas da operação. Uns beberam chá ou água durante três semanas e outros durante oito. Dos 79, 67 foram até o fim. Evidentemente, se trata de uma pesquisa pequena, cujas conclusões são muito limitadas.

Antes do experimento, os pacientes de Henning fizeram exames de sangue e de urina; depois da cirurgia, também examinou o tecido da próstata.

E os resultados?

Houve claras diferenças: os que tomaram chá verde tinham menos inflamação no tecido prostático. O que demonstra que os polifenois reduzem o risco de dano às células. Um indicador de inflamação comumente usado é chamado de nuclear factor-kappaB – mais baixo entre os que beberam chá verde.

Mas há outros benefícios: os níveis de PSA eram mais baixos entre os que tomaram chá verde. O PSA é um indicador do câncer da próstata.

Os pesquisadores notam não há indicações de que tenham reduzido o crescimento dos tumores, mas aduzem que foi um estudo de duração muito curta e que os resultados a longo prazo são desconhecidos.

Henning começou nova pesquisa perguntando se adicionar quercetina, outro antioxidante que é muito presente nas maçãs e nos alhos, ao chá verde melhora os resultados tanto preventivos quanto curativos.

As pesquisas sobre o chá verde não param aí. Outros avaliam o efeito de um extrato, chamado Polifenon E, na luta contra o câncer da mama. Querem saber como o Polifenon E atua contra os fatores do crescimento que estimulam o câncer a crescer. Os resultados, com um número reduzidíssimo de mulheres (40), mostrou um efeito em relação ao grupo controle, mas não aos quatro meses. Obviamente, necessitam de mais pacientes e mais tempo.

Há dois problemas adicionais que alguns leitores poderiam ajudar a solucionar. Há vários tipos de chá verde. Encontrei uma listagem incompleta de nove tipos cultivados na China e sete no Japão.

(podem ser vistos em http://www.teadiscussion.com/types/green-tea-types.php)

É necessária uma pesquisa para conhecer os tipos e a quantidade de polifenois presentes nos mais comuns, assim como nos chás comerciais disponíveis no Brasil, em Portugal e onde houver massa suficiente de interessados.

Eu gostaria de um voluntário qualificado para aliviar o  número de tarefas que tenho, pesquisando, produzindo os resultados e, se possível, escrevê-los de maneira simples.

Uma pesquisa feita no Iran por Hajimahmoodi, Hanifeh, Oveisi, Sadeghi e Jannat demonstra grande variância entre os tipos de chá verde disponíveis naquele país: comparando cinco marcas de chá verde, a atividade oxidante, medida em três dimensões, encontraram uma diferença de cinco vezes entre os extremos. Os autores concluem que

“In this study it is shown that different types of green teas had widely different antioxidantactivities, ranging from 554 μmol Fe II/g in Avicen green tea to 2876 μmol Fe II/g in Ahmad green tea.”

Evidentemente, se vamos tomar chá verde devido ao seu poder antioxidante, outras coisas sendo iguais escolheremos os com mais poder antioxidante. No Irã uma escolha informada significa tomar um tipo com poder antioxidante cinco vezes mais elevado do que outro.

Quem se anima?

 

GLÁUCIO SOARES              IESP-UERJ

Chá verde contra o câncer

Uma pesquisa limitada reitera os benefícios do chá verde e seus subprodutos, inclusive na prevenção do câncer. Várias pesquisas sugerem essa relação. Agora, a pergunta é outra: se o paciente já tem um câncer da próstata ou da mama, o chá verde ajuda? Reduz a velocidade do avanço do câncer?

Como foi feita essa pequena pesquisa?

Susanne M. Henning separou 79 homens que fariam a cirurgia da próstata, e os dividiu em dois grupos: um tomava seis copos de chá verde diariamente e outro a mesma quantidade, mas de água. A duração do experimento se ajustou às datas da operação. Uns beberam chá ou água durante três semanas e outros durante oito. Dos 79, 67 foram até o fim. Evidentemente, se trata de uma pesquisa pequena, cujas conclusões são muito limitadas.

Antes do experimento, os pacientes de Henning fizeram exames de sangue e de urina; depois da cirurgia, também examinou o tecido da próstata.

E os resultados?

Houve claras diferenças: os que tomaram chá verde tinham menos inflamação no tecido prostático. O que demonstra que os polifenois reduzem o risco de dano às células. Um indicador de inflamação comumente usado é chamado de nuclear factor-kappaB – mais baixo entre os que beberam chá verde.

Mas há outros benefícios: os níveis de PSA eram mais baixos entre os que tomaram chá verde. O PSA é um indicador do câncer da próstata.

Os pesquisadores notam não há indicações de que tenham reduzido o crescimento dos tumores, mas aduzem que foi um estudo de duração muito curta e que os resultados a longo prazo são desconhecidos.

Henning começou nova pesquisa perguntando se adicionar quercetina, outro antioxidante que é muito presente nas maçãs e nos alhos, ao chá verde melhora os resultados tanto preventivos quanto curativos.

As pesquisas sobre o chá verde não param aí. Outros avaliam o efeito de um extrato, chamado Polifenon E, na luta contra o câncer da mama. Querem saber como o Polifenon E atua contra os fatores do crescimento que estimulam o câncer a crescer. Os resultados, com um número reduzidíssimo de mulheres (40), mostrou um efeito em relação ao grupo controle, mas não aos quatro meses. Obviamente, necessitam de mais pacientes e mais tempo.

Há dois problemas adicionais que alguns leitores poderiam ajudar a solucionar. Há vários tipos de chá verde. Encontrei uma listagem incompleta de nove tipos cultivados na China e sete no Japão.

(podem ser vistos em http://www.teadiscussion.com/types/green-tea-types.php)

É necessária uma pesquisa para conhecer os tipos e a quantidade de polifenois presentes nos mais comuns, assim como nos chás comerciais disponíveis no Brasil, em Portugal e onde houver massa suficiente de interessados.

Eu gostaria de um voluntário qualificado para aliviar o  número de tarefas que tenho, pesquisando, produzindo os resultados e, se possível, escrevê-los de maneira simples.

Uma pesquisa feita no Iran por Hajimahmoodi, Hanifeh, Oveisi, Sadeghi e Jannat demonstra grande variância entre os tipos de chá verde disponíveis naquele país: comparando cinco marcas de chá verde, a atividade oxidante, medida em três dimensões, encontraram uma diferença de cinco vezes entre os extremos. Os autores concluem que

“In this study it is shown that different types of green teas had widely different antioxidantactivities, ranging from 554 μmol Fe II/g in Avicen green tea to 2876 μmol Fe II/g in Ahmad green tea.”

Evidentemente, se vamos tomar chá verde devido ao seu poder antioxidante, outras coisas sendo iguais escolheremos os com mais poder antioxidante. No Irã uma escolha informada significa tomar um tipo com poder antioxidante cinco vezes mais elevado do que outro.

Quem se anima?

 

GLÁUCIO SOARES              IESP-UERJ

Chá verde contra o câncer

Uma pesquisa limitada reitera os benefícios do chá verde e seus subprodutos, inclusive na prevenção do câncer. Várias pesquisas sugerem essa relação. Agora, a pergunta é outra: se o paciente já tem um câncer da próstata ou da mama, o chá verde ajuda? Reduz a velocidade do avanço do câncer?

Como foi feita essa pequena pesquisa?

Susanne M. Henning separou 79 homens que fariam a cirurgia da próstata, e os dividiu em dois grupos: um tomava seis copos de chá verde diariamente e outro a mesma quantidade, mas de água. A duração do experimento se ajustou às datas da operação. Uns beberam chá ou água durante três semanas e outros durante oito. Dos 79, 67 foram até o fim. Evidentemente, se trata de uma pesquisa pequena, cujas conclusões são muito limitadas.

Antes do experimento, os pacientes de Henning fizeram exames de sangue e de urina; depois da cirurgia, também examinou o tecido da próstata.

E os resultados?

Houve claras diferenças: os que tomaram chá verde tinham menos inflamação no tecido prostático. O que demonstra que os polifenois reduzem o risco de dano às células. Um indicador de inflamação comumente usado é chamado de nuclear factor-kappaB – mais baixo entre os que beberam chá verde.

Mas há outros benefícios: os níveis de PSA eram mais baixos entre os que tomaram chá verde. O PSA é um indicador do câncer da próstata.

Os pesquisadores notam não há indicações de que tenham reduzido o crescimento dos tumores, mas aduzem que foi um estudo de duração muito curta e que os resultados a longo prazo são desconhecidos.

Henning começou nova pesquisa perguntando se adicionar quercetina, outro antioxidante que é muito presente nas maçãs e nos alhos, ao chá verde melhora os resultados tanto preventivos quanto curativos.

As pesquisas sobre o chá verde não param aí. Outros avaliam o efeito de um extrato, chamado Polifenon E, na luta contra o câncer da mama. Querem saber como o Polifenon E atua contra os fatores do crescimento que estimulam o câncer a crescer. Os resultados, com um número reduzidíssimo de mulheres (40), mostrou um efeito em relação ao grupo controle, mas não aos quatro meses. Obviamente, necessitam de mais pacientes e mais tempo.

Há dois problemas adicionais que alguns leitores poderiam ajudar a solucionar. Há vários tipos de chá verde. Encontrei uma listagem incompleta de nove tipos cultivados na China e sete no Japão.

(podem ser vistos em http://www.teadiscussion.com/types/green-tea-types.php)

É necessária uma pesquisa para conhecer os tipos e a quantidade de polifenois presentes nos mais comuns, assim como nos chás comerciais disponíveis no Brasil, em Portugal e onde houver massa suficiente de interessados.

Eu gostaria de um voluntário qualificado para aliviar o  número de tarefas que tenho, pesquisando, produzindo os resultados e, se possível, escrevê-los de maneira simples.

Uma pesquisa feita no Iran por Hajimahmoodi, Hanifeh, Oveisi, Sadeghi e Jannat demonstra grande variância entre os tipos de chá verde disponíveis naquele país: comparando cinco marcas de chá verde, a atividade oxidante, medida em três dimensões, encontraram uma diferença de cinco vezes entre os extremos. Os autores concluem que

“In this study it is shown that different types of green teas had widely different antioxidantactivities, ranging from 554 μmol Fe II/g in Avicen green tea to 2876 μmol Fe II/g in Ahmad green tea.”

Evidentemente, se vamos tomar chá verde devido ao seu poder antioxidante, outras coisas sendo iguais escolheremos os com mais poder antioxidante. No Irã uma escolha informada significa tomar um tipo com poder antioxidante cinco vezes mais elevado do que outro.

Quem se anima?

 

GLÁUCIO SOARES              IESP-UERJ

Os médicos também morrem de câncer da próstata

O Dr. S. Ward Casscells, chegou a ser o médico mais importante do Pentágono, morreu ao sessenta anos de idade de complicações provocadas pelo câncer da próstata. Morreu cedo, bem mais cedo do que a média e a mediana dos que morrem deste câncer: tinha 60 anos. Em 2007 ele foi nomeado Assistente do Secretário de Defesa e administrou um programa de saúde e educação com dez milhões de pacientes em cem países. Administrava a bagatela de 45 milhões de dólares.

O tratamento do Dr. Casscells durou mais de cinco anos, e incluiu radiação e químio. Foi, sem dúvida, um câncer muito precoce e agressivo.  

 

GLÁUCIO SOARES          IESP-UERJ

Os médicos também morrem de câncer da próstata

O Dr. S. Ward Casscells, chegou a ser o médico mais importante do Pentágono, morreu ao sessenta anos de idade de complicações provocadas pelo câncer da próstata. Morreu cedo, bem mais cedo do que a média e a mediana dos que morrem deste câncer: tinha 60 anos. Em 2007 ele foi nomeado Assistente do Secretário de Defesa e administrou um programa de saúde e educação com dez milhões de pacientes em cem países. Administrava a bagatela de 45 milhões de dólares.

O tratamento do Dr. Casscells durou mais de cinco anos, e incluiu radiação e químio. Foi, sem dúvida, um câncer muito precoce e agressivo.  

 

GLÁUCIO SOARES          IESP-UERJ

Os médicos também morrem de câncer da próstata

O Dr. S. Ward Casscells, chegou a ser o médico mais importante do Pentágono, morreu ao sessenta anos de idade de complicações provocadas pelo câncer da próstata. Morreu cedo, bem mais cedo do que a média e a mediana dos que morrem deste câncer: tinha 60 anos. Em 2007 ele foi nomeado Assistente do Secretário de Defesa e administrou um programa de saúde e educação com dez milhões de pacientes em cem países. Administrava a bagatela de 45 milhões de dólares.

O tratamento do Dr. Casscells durou mais de cinco anos, e incluiu radiação e químio. Foi, sem dúvida, um câncer muito precoce e agressivo.  

 

GLÁUCIO SOARES          IESP-UERJ

CÚRCUMA CONTRA O CÂNCER DA PRÓSTATA

A curcumina (curcumin), condimento derivado da cúrcuma (turmeric), muito usada na Índia, já foi objeto de pesquisas que sublinhavam suas virtudes medicinais. Ela tem um efeito anti-inflamatório e antioxidante. Uma de suas características positivas é dificultar a criação de novas células sanguíneas em tumores cancerosos. Num estudo recente, a cúrcuma dificulta a metástase.

O câncer da próstata pode passar desapercebido até já estar metastizado, quando as chances de cura vão para o espaço. Embora a metástase não signifique uma sentença de morte, as mortes provocada por esse câncer quase sempre passam pela metástase. Pesquisadores da Ludwig-Maximilians University em Munique, demonstraram que inflamações crônicas são um sério fator de risco no desenvolvimento do câncer da próstata. Uma pesquisa, liderada por Beatrice Bachmeier, PhD, estuda como a cúrcuma e a curcumina dificultam a formação de metástases. A curcumina dá ao curry a sua cor característica.

Ela conclui que a curcumina é útil para a prevenção primaria (ajuda a impedir o aparecimento da doença) e, mesmo quando o câncer já está estabelecido, dificulta a metástase, processo que ela chama de prevenção secundária. Os benefícios talvez sejam mais amplos, porque pesquisa anterior com camundongos (Fase I) mostraram que uma dieta que incluía esta espécie reduzia a metástase para os pulmões do câncer da mama.

Parece que ela dificulta a formação de dois citokinos (CXCL1 e CXCL2) que estimulam as inflamações.

Uma dieta que inclua oito gramas de curcumina por dia é considerada segura, sem efeitos secundários. Há problemas de absorção com a curcumina e parte do seu potencial é perdido.

Pesquisadores do Jefferson’s Kimmel Cancer Center sugerem que pacientes que, como eu, estão seguindo uma terapia antihormonal (no meu caso, com Lupron) a curcumina aumenta o efeito do tratamento e, quando o efeito desaparece, continua reduzindo o avanço do câncer. Essa pesquisa está em estado inicial.

 

GLÁUCIO ARY DILLON SOARES    IESP-UERJ

CÚRCUMA CONTRA O CÂNCER DA PRÓSTATA

A curcumina (curcumin), condimento derivado da cúrcuma (turmeric), muito usada na Índia, já foi objeto de pesquisas que sublinhavam suas virtudes medicinais. Ela tem um efeito anti-inflamatório e antioxidante. Uma de suas características positivas é dificultar a criação de novas células sanguíneas em tumores cancerosos. Num estudo recente, a cúrcuma dificulta a metástase.

O câncer da próstata pode passar desapercebido até já estar metastizado, quando as chances de cura vão para o espaço. Embora a metástase não signifique uma sentença de morte, as mortes provocada por esse câncer quase sempre passam pela metástase. Pesquisadores da Ludwig-Maximilians University em Munique, demonstraram que inflamações crônicas são um sério fator de risco no desenvolvimento do câncer da próstata. Uma pesquisa, liderada por Beatrice Bachmeier, PhD, estuda como a cúrcuma e a curcumina dificultam a formação de metástases. A curcumina dá ao curry a sua cor característica.

Ela conclui que a curcumina é útil para a prevenção primaria (ajuda a impedir o aparecimento da doença) e, mesmo quando o câncer já está estabelecido, dificulta a metástase, processo que ela chama de prevenção secundária. Os benefícios talvez sejam mais amplos, porque pesquisa anterior com camundongos (Fase I) mostraram que uma dieta que incluía esta espécie reduzia a metástase para os pulmões do câncer da mama.

Parece que ela dificulta a formação de dois citokinos (CXCL1 e CXCL2) que estimulam as inflamações.

Uma dieta que inclua oito gramas de curcumina por dia é considerada segura, sem efeitos secundários. Há problemas de absorção com a curcumina e parte do seu potencial é perdido.

Pesquisadores do Jefferson’s Kimmel Cancer Center sugerem que pacientes que, como eu, estão seguindo uma terapia antihormonal (no meu caso, com Lupron) a curcumina aumenta o efeito do tratamento e, quando o efeito desaparece, continua reduzindo o avanço do câncer. Essa pesquisa está em estado inicial.

 

GLÁUCIO ARY DILLON SOARES    IESP-UERJ

CÚRCUMA CONTRA O CÂNCER DA PRÓSTATA

A curcumina (curcumin), condimento derivado da cúrcuma (turmeric), muito usada na Índia, já foi objeto de pesquisas que sublinhavam suas virtudes medicinais. Ela tem um efeito anti-inflamatório e antioxidante. Uma de suas características positivas é dificultar a criação de novas células sanguíneas em tumores cancerosos. Num estudo recente, a cúrcuma dificulta a metástase.

O câncer da próstata pode passar desapercebido até já estar metastizado, quando as chances de cura vão para o espaço. Embora a metástase não signifique uma sentença de morte, as mortes provocada por esse câncer quase sempre passam pela metástase. Pesquisadores da Ludwig-Maximilians University em Munique, demonstraram que inflamações crônicas são um sério fator de risco no desenvolvimento do câncer da próstata. Uma pesquisa, liderada por Beatrice Bachmeier, PhD, estuda como a cúrcuma e a curcumina dificultam a formação de metástases. A curcumina dá ao curry a sua cor característica.

Ela conclui que a curcumina é útil para a prevenção primaria (ajuda a impedir o aparecimento da doença) e, mesmo quando o câncer já está estabelecido, dificulta a metástase, processo que ela chama de prevenção secundária. Os benefícios talvez sejam mais amplos, porque pesquisa anterior com camundongos (Fase I) mostraram que uma dieta que incluía esta espécie reduzia a metástase para os pulmões do câncer da mama.

Parece que ela dificulta a formação de dois citokinos (CXCL1 e CXCL2) que estimulam as inflamações.

Uma dieta que inclua oito gramas de curcumina por dia é considerada segura, sem efeitos secundários. Há problemas de absorção com a curcumina e parte do seu potencial é perdido.

Pesquisadores do Jefferson’s Kimmel Cancer Center sugerem que pacientes que, como eu, estão seguindo uma terapia antihormonal (no meu caso, com Lupron) a curcumina aumenta o efeito do tratamento e, quando o efeito desaparece, continua reduzindo o avanço do câncer. Essa pesquisa está em estado inicial.

 

GLÁUCIO ARY DILLON SOARES    IESP-UERJ

E agora?

Fiz um teste que usa regressões estatísticas, cujo objetivo é proporcionar uma estimativa da sua expectativa de vida. Pergunta coisas como se fuma, quanto tempo fumou, que idade tinha seu pai quando faleceu, idem sua mãe etc. etc.

De acordo com esse programa, eu morri há um ano e meio. Ou estou em pleno Sexto Sentido – morri e nem sei – ou já estou no lucro.

Para divertir meus leitores esse fim de semana.

 

Gláucio Soares

E agora?

Fiz um teste que usa regressões estatísticas, cujo objetivo é proporcionar uma estimativa da sua expectativa de vida. Pergunta coisas como se fuma, quanto tempo fumou, que idade tinha seu pai quando faleceu, idem sua mãe etc. etc.

De acordo com esse programa, eu morri há um ano e meio. Ou estou em pleno Sexto Sentido – morri e nem sei – ou já estou no lucro.

Para divertir meus leitores esse fim de semana.

 

Gláucio Soares

E agora?

Fiz um teste que usa regressões estatísticas, cujo objetivo é proporcionar uma estimativa da sua expectativa de vida. Pergunta coisas como se fuma, quanto tempo fumou, que idade tinha seu pai quando faleceu, idem sua mãe etc. etc.

De acordo com esse programa, eu morri há um ano e meio. Ou estou em pleno Sexto Sentido – morri e nem sei – ou já estou no lucro.

Para divertir meus leitores esse fim de semana.

 

Gláucio Soares

VITAMINA C, INFLAMAÇÃO E CÂNCER: ONDE ESTAMOS?

Leia até o fim:

Dados de novo estudos sugerem que doses regulares de vitamina C (se forem altas, devem ser somente mediante receita e acompanhamento de médico competente) reduzem a inflamação em pacientes de câncer.

Um comunicado da Riordan Clinic sugere que a relação encontrada entre inflamações e tumores não se limita a alguns tumores, ou tipo de tumores, mas está presente em todos os canceres estudados. Haveria uma variável, a inflamação, presente na maioria dos tecidos cancerosos. Níveis altos de inflamação podem indicar um risco maior de câncer, entre os não diagnosticados, e também um câncer mais agressivo, entre os já diagnosticados.

Outros problemas causados pelas inflamações não devem ser desprezados, como a redução na qualidade da vida e a debilitação do sistema imune.

A pesquisa analisou o efeito de doses endovenosas de vitamina C sobre a inflamação num conjunto de pacientes de câncer.

A mencionada clínica administra programas que aplicam doses elevadas de vitamina C resultando em respostas desejadas em 75% dos pacientes.

Porém, essa é uma clínica “alternativa”. Para verem o que faz (se puderem enfrentar o Inglês) vejam o que escrevem seus médicos em

http://www.riordanclinic.org/research/journal-articles/

 

Para contrapor as opiniões busquei outras fontes, inclusive a respeitadíssima Clínica Mayo. A história que encontrei é diferente: enfatiza que houve entusiasmo no uso da vitamina C com esses propósitos na década de 70, mas análise metodológica das pesquisas feitas mostraram erros insanáveis. Mais uma vez, a equação: boas intenções + falhas na metodologia = conclusões não confiáveis.

 

http://www.mayoclinic.com/health/alternative-cancer-treatment/AN01572

 

GLÁUCIO SOARES        IESP-UERJ

 

 

VITAMINA C, INFLAMAÇÃO E CÂNCER: ONDE ESTAMOS?

Leia até o fim:

Dados de novo estudos sugerem que doses regulares de vitamina C (se forem altas, devem ser somente mediante receita e acompanhamento de médico competente) reduzem a inflamação em pacientes de câncer.

Um comunicado da Riordan Clinic sugere que a relação encontrada entre inflamações e tumores não se limita a alguns tumores, ou tipo de tumores, mas está presente em todos os canceres estudados. Haveria uma variável, a inflamação, presente na maioria dos tecidos cancerosos. Níveis altos de inflamação podem indicar um risco maior de câncer, entre os não diagnosticados, e também um câncer mais agressivo, entre os já diagnosticados.

Outros problemas causados pelas inflamações não devem ser desprezados, como a redução na qualidade da vida e a debilitação do sistema imune.

A pesquisa analisou o efeito de doses endovenosas de vitamina C sobre a inflamação num conjunto de pacientes de câncer.

A mencionada clínica administra programas que aplicam doses elevadas de vitamina C resultando em respostas desejadas em 75% dos pacientes.

Porém, essa é uma clínica “alternativa”. Para verem o que faz (se puderem enfrentar o Inglês) vejam o que escrevem seus médicos em

http://www.riordanclinic.org/research/journal-articles/

 

Para contrapor as opiniões busquei outras fontes, inclusive a respeitadíssima Clínica Mayo. A história que encontrei é diferente: enfatiza que houve entusiasmo no uso da vitamina C com esses propósitos na década de 70, mas análise metodológica das pesquisas feitas mostraram erros insanáveis. Mais uma vez, a equação: boas intenções + falhas na metodologia = conclusões não confiáveis.

 

http://www.mayoclinic.com/health/alternative-cancer-treatment/AN01572

 

GLÁUCIO SOARES        IESP-UERJ

 

 

VITAMINA C, INFLAMAÇÃO E CÂNCER: ONDE ESTAMOS?

Leia até o fim:

Dados de novo estudos sugerem que doses regulares de vitamina C (se forem altas, devem ser somente mediante receita e acompanhamento de médico competente) reduzem a inflamação em pacientes de câncer.

Um comunicado da Riordan Clinic sugere que a relação encontrada entre inflamações e tumores não se limita a alguns tumores, ou tipo de tumores, mas está presente em todos os canceres estudados. Haveria uma variável, a inflamação, presente na maioria dos tecidos cancerosos. Níveis altos de inflamação podem indicar um risco maior de câncer, entre os não diagnosticados, e também um câncer mais agressivo, entre os já diagnosticados.

Outros problemas causados pelas inflamações não devem ser desprezados, como a redução na qualidade da vida e a debilitação do sistema imune.

A pesquisa analisou o efeito de doses endovenosas de vitamina C sobre a inflamação num conjunto de pacientes de câncer.

A mencionada clínica administra programas que aplicam doses elevadas de vitamina C resultando em respostas desejadas em 75% dos pacientes.

Porém, essa é uma clínica “alternativa”. Para verem o que faz (se puderem enfrentar o Inglês) vejam o que escrevem seus médicos em

http://www.riordanclinic.org/research/journal-articles/

 

Para contrapor as opiniões busquei outras fontes, inclusive a respeitadíssima Clínica Mayo. A história que encontrei é diferente: enfatiza que houve entusiasmo no uso da vitamina C com esses propósitos na década de 70, mas análise metodológica das pesquisas feitas mostraram erros insanáveis. Mais uma vez, a equação: boas intenções + falhas na metodologia = conclusões não confiáveis.

 

http://www.mayoclinic.com/health/alternative-cancer-treatment/AN01572

 

GLÁUCIO SOARES        IESP-UERJ

 

 

A HISTÓRIA DE UM CANCEROSO

É interessante acompanhar o percurso seguido por pacientes de câncer. Vários são interessantes. Entre eles, o de Jim Kiefert, descrito por Karen Weintraub, e publicado no jornal USA TODAY. Jim foi diagnosticado há 23 anos. O câncer já havia espalhado, metastizado. Fez o caminho parecido com o meu: cirurgia e 35 sessões de radiação. Após esses tratamentos, os médicos o informaram que ele viveria entre um e três anos. Era o que alguns urólogos faziam em 1989.

Kiefert ainda está conosco, e mais otimista do que nunca.

Por quê?   

Nos últimos anos, vários novos tratamentos entraram no mercado. Cada um permite uma extensão da sobrevivência que varia de alguns meses a alguns anos. O último a chegar às farmácias tem o nome de Xtandi, e é baseado na enzalutamida. A enzalutamida aumenta a esperança de vida em quatro a cinco meses. Há vários medicamentos que fazem exatamente isso: aumentam a esperança de vida em 3, 4, 5 meses.

Ele mudou o estilo de vida: não comeu mais carne vermelha, uma excelente medida, e começou a exercitar regularmente três dias por semana, outra excelente medida. Idealmente, faria isso cinco ou seis dias, não três.

Também foi tratado com Lupron, como faço eu nesse momento. É o tratamento padrão de segunda linha, depois da cirurgia, radiação e/ou outros tratamentos dados inicialmente. É usado há décadas. Alguns respondem por algumas semanas apenas, outros respondem durante anos. Não há acordo sobre a mediana: ela tem variado de estudo para estudo, mas o prazo mais comum fica entre 18 e 24 meses.
Depois, químio, com docetaxel. Mais uns poucos meses de vida e uma conversa franca com os médicos que em vários países seguem o protocolo de informar o paciente quanto tempo de vida, aproximadamente, ele tem. Usualmente, entre um e três anos.   

Kiefert foi diagnosticado há 23 anos, alguns antes de mim. Era uma época na qual se investia pouco nas pesquisas sobre o câncer da próstata. Um financista, que havia dado um rombo no mercado e passado uns anos na prisão, fundou a Prostate Cancer Foundation. Acostumado a captar fundos, conseguiu fundos substanciais e passou a financiar pesquisas promissores e estratégicas, e não pesquisas seguras e redundantes. A partir de 2005 até o Department of Defense começou a investir em pesquisa e prevenção. As empresas farmacêuticas logo se deram conta de que o mercado era promissor: muita gente (só nos Estados Unidos mais de 240 mil por ano) e um tratamento caro, que durava muito tempo. Nada de cura. Esse conjunto formado por pesquisadores, ativistas, pacientes, o governo americano e empresas farmacêuticas estimularam novos medicamentos e novos testes clínicos. Mais de cem!

Voltemos a Kiefert. Usou Lupron e foi dos felizardos: o medicamento funcionou bem durante vários anos e controlou o câncer. Há seis anos entrou num teste clinico do Provenge: mais dois anos em que o câncer ficou congelado, sem avançar. O PSA baixou de 30 para 4,5 ng/ml. Aí entrou num teste clínico da enzalutamida.

Scher, pesquisador do MSKCC, diz que os testes são feitos, usualmente, com pacientes que enfrentam canceres muito avançados. Risco menor, pacientes que se oferecem para os testes clínicos porque não têm muito a perder. Scher avisa que talvez os benefícios sejam maiores se os novos medicamentos forem usados mais cedo. Talvez, porque faltam dados.

E Kiefert? A velhice também conta e teve que substituir o joelho. E assim, a nossa vida vai, de tropeço em tropeço, de esperança em esperança.

 

GLÁUCIO SOARES             IESP-UERJ

A HISTÓRIA DE UM CANCEROSO

É interessante acompanhar o percurso seguido por pacientes de câncer. Vários são interessantes. Entre eles, o de Jim Kiefert, descrito por Karen Weintraub, e publicado no jornal USA TODAY. Jim foi diagnosticado há 23 anos. O câncer já havia espalhado, metastizado. Fez o caminho parecido com o meu: cirurgia e 35 sessões de radiação. Após esses tratamentos, os médicos o informaram que ele viveria entre um e três anos. Era o que alguns urólogos faziam em 1989.

Kiefert ainda está conosco, e mais otimista do que nunca.

Por quê?   

Nos últimos anos, vários novos tratamentos entraram no mercado. Cada um permite uma extensão da sobrevivência que varia de alguns meses a alguns anos. O último a chegar às farmácias tem o nome de Xtandi, e é baseado na enzalutamida. A enzalutamida aumenta a esperança de vida em quatro a cinco meses. Há vários medicamentos que fazem exatamente isso: aumentam a esperança de vida em 3, 4, 5 meses.

Ele mudou o estilo de vida: não comeu mais carne vermelha, uma excelente medida, e começou a exercitar regularmente três dias por semana, outra excelente medida. Idealmente, faria isso cinco ou seis dias, não três.

Também foi tratado com Lupron, como faço eu nesse momento. É o tratamento padrão de segunda linha, depois da cirurgia, radiação e/ou outros tratamentos dados inicialmente. É usado há décadas. Alguns respondem por algumas semanas apenas, outros respondem durante anos. Não há acordo sobre a mediana: ela tem variado de estudo para estudo, mas o prazo mais comum fica entre 18 e 24 meses.
Depois, químio, com docetaxel. Mais uns poucos meses de vida e uma conversa franca com os médicos que em vários países seguem o protocolo de informar o paciente quanto tempo de vida, aproximadamente, ele tem. Usualmente, entre um e três anos.   

Kiefert foi diagnosticado há 23 anos, alguns antes de mim. Era uma época na qual se investia pouco nas pesquisas sobre o câncer da próstata. Um financista, que havia dado um rombo no mercado e passado uns anos na prisão, fundou a Prostate Cancer Foundation. Acostumado a captar fundos, conseguiu fundos substanciais e passou a financiar pesquisas promissores e estratégicas, e não pesquisas seguras e redundantes. A partir de 2005 até o Department of Defense começou a investir em pesquisa e prevenção. As empresas farmacêuticas logo se deram conta de que o mercado era promissor: muita gente (só nos Estados Unidos mais de 240 mil por ano) e um tratamento caro, que durava muito tempo. Nada de cura. Esse conjunto formado por pesquisadores, ativistas, pacientes, o governo americano e empresas farmacêuticas estimularam novos medicamentos e novos testes clínicos. Mais de cem!

Voltemos a Kiefert. Usou Lupron e foi dos felizardos: o medicamento funcionou bem durante vários anos e controlou o câncer. Há seis anos entrou num teste clinico do Provenge: mais dois anos em que o câncer ficou congelado, sem avançar. O PSA baixou de 30 para 4,5 ng/ml. Aí entrou num teste clínico da enzalutamida.

Scher, pesquisador do MSKCC, diz que os testes são feitos, usualmente, com pacientes que enfrentam canceres muito avançados. Risco menor, pacientes que se oferecem para os testes clínicos porque não têm muito a perder. Scher avisa que talvez os benefícios sejam maiores se os novos medicamentos forem usados mais cedo. Talvez, porque faltam dados.

E Kiefert? A velhice também conta e teve que substituir o joelho. E assim, a nossa vida vai, de tropeço em tropeço, de esperança em esperança.

 

GLÁUCIO SOARES             IESP-UERJ

A HISTÓRIA DE UM CANCEROSO

É interessante acompanhar o percurso seguido por pacientes de câncer. Vários são interessantes. Entre eles, o de Jim Kiefert, descrito por Karen Weintraub, e publicado no jornal USA TODAY. Jim foi diagnosticado há 23 anos. O câncer já havia espalhado, metastizado. Fez o caminho parecido com o meu: cirurgia e 35 sessões de radiação. Após esses tratamentos, os médicos o informaram que ele viveria entre um e três anos. Era o que alguns urólogos faziam em 1989.

Kiefert ainda está conosco, e mais otimista do que nunca.

Por quê?   

Nos últimos anos, vários novos tratamentos entraram no mercado. Cada um permite uma extensão da sobrevivência que varia de alguns meses a alguns anos. O último a chegar às farmácias tem o nome de Xtandi, e é baseado na enzalutamida. A enzalutamida aumenta a esperança de vida em quatro a cinco meses. Há vários medicamentos que fazem exatamente isso: aumentam a esperança de vida em 3, 4, 5 meses.

Ele mudou o estilo de vida: não comeu mais carne vermelha, uma excelente medida, e começou a exercitar regularmente três dias por semana, outra excelente medida. Idealmente, faria isso cinco ou seis dias, não três.

Também foi tratado com Lupron, como faço eu nesse momento. É o tratamento padrão de segunda linha, depois da cirurgia, radiação e/ou outros tratamentos dados inicialmente. É usado há décadas. Alguns respondem por algumas semanas apenas, outros respondem durante anos. Não há acordo sobre a mediana: ela tem variado de estudo para estudo, mas o prazo mais comum fica entre 18 e 24 meses.
Depois, químio, com docetaxel. Mais uns poucos meses de vida e uma conversa franca com os médicos que em vários países seguem o protocolo de informar o paciente quanto tempo de vida, aproximadamente, ele tem. Usualmente, entre um e três anos.   

Kiefert foi diagnosticado há 23 anos, alguns antes de mim. Era uma época na qual se investia pouco nas pesquisas sobre o câncer da próstata. Um financista, que havia dado um rombo no mercado e passado uns anos na prisão, fundou a Prostate Cancer Foundation. Acostumado a captar fundos, conseguiu fundos substanciais e passou a financiar pesquisas promissores e estratégicas, e não pesquisas seguras e redundantes. A partir de 2005 até o Department of Defense começou a investir em pesquisa e prevenção. As empresas farmacêuticas logo se deram conta de que o mercado era promissor: muita gente (só nos Estados Unidos mais de 240 mil por ano) e um tratamento caro, que durava muito tempo. Nada de cura. Esse conjunto formado por pesquisadores, ativistas, pacientes, o governo americano e empresas farmacêuticas estimularam novos medicamentos e novos testes clínicos. Mais de cem!

Voltemos a Kiefert. Usou Lupron e foi dos felizardos: o medicamento funcionou bem durante vários anos e controlou o câncer. Há seis anos entrou num teste clinico do Provenge: mais dois anos em que o câncer ficou congelado, sem avançar. O PSA baixou de 30 para 4,5 ng/ml. Aí entrou num teste clínico da enzalutamida.

Scher, pesquisador do MSKCC, diz que os testes são feitos, usualmente, com pacientes que enfrentam canceres muito avançados. Risco menor, pacientes que se oferecem para os testes clínicos porque não têm muito a perder. Scher avisa que talvez os benefícios sejam maiores se os novos medicamentos forem usados mais cedo. Talvez, porque faltam dados.

E Kiefert? A velhice também conta e teve que substituir o joelho. E assim, a nossa vida vai, de tropeço em tropeço, de esperança em esperança.

 

GLÁUCIO SOARES             IESP-UERJ

Volta o debate sobre o selênio

A discussão sobre o efeito do selênio sobre o câncer da próstata passou por diversas etapas. Estudos epidemiológicos mostravam que as áreas pobres em selênio tinham taxas mais altas. Várias pequenas pesquisas confirmaram essa associação. Porém, em todas havia problemas metodológicos. Dada a importância que essa associação teria para a prevenção do câncer da próstata, iniciou-se uma pesquisa chamada SELECT que inquiria sobre os hábitos alimentares dos entrevistados e os acompanhava para ver se havia associação do selênio com o câncer da próstata e a vitamina E, de um lado, e o câncer da próstata, do outro. Os resultados não mostraram associação e algumas análises parciais até sugeriam um efeito indesejável.

A questão parecia ter encontrado uma situação cognitiva aceitável, mas nas quais as primeiras pesquisas eram contraditadas pela SELECT.
Quando a questão parecia enterrada, Susan J Fairweather-Tait, da Norwich Medical School faz uma meta-análise de várias pesquisas, seleciona as doze melhores, e trata de investigar essa associação numa população total de mais de treze mil homens, incluíno perto de cinco mil casos do câncer. Artigo publicado no .American Journal of Clinical Nutrition.
Novo choque: os resultados indicam que ter níveis satisfatórios de selênio reduz o risco de câncer da próstata em 70%, uma redução raramente alcançada.
E agora?
Independente das diretrizes que venhamos  a adotar, níveis de selênio (retirados do sangue) até 170 ng/mL, reduziam o risco. Três estudos cuidadosamente realizados mostram que uma concentração entre 0,85 e 0,94 ug/g (usando material retirado das unhas) tinham um risco 71% menor.
Como o selênio é um veneno e em quantidades substanciais pode matar, minha conclusão – para meu próprio uso – é que a insuficiência de selênio aumenta o risco. Trabalhamos com limites: ter mais do que 170 ng/mL no plasma sanguíneo não é bom; os níveis considerados adequados quando medimos o selênio nas unhas se situa entre 0,85 e 0,94 ug/g. Os dois métodos (sangue e unhas) são muito mais seguros do que perguntas sobre a dieta. Corrigir a insuficiência do selênio, usando os limites encontrados, reduz o risco. Antes de formular qualquer política para uso pessoal temos que saber quanto selênio temos no corpo.
Ainda não temos dados consistentes que permitam uma política com alta credibilidade.
GLÁUCIO SOARES           IESP/UERJ