Promissora combinação de terapias

Suzanne Elvidge escreveu um interessante resumo no qual argumenta que combinação de duas terapias anti-cancer é eficiente e produz melhores resultados do que o que os últimos medicamentos produziram: alguns (usualmente poucos) meses a mais na esperança de vida. A combinação de Prostvac, uma vacina que ainda está sendo estudada, com ipilimumab, um anticorpo monoclonal, aumenta os efeitos anti-câncer das duas aplicadas separadamente. As pesquisas estão no início.

É interessante que Prostvac é uma “vacina” baseada em um vírus (sendo desenvolvida pela Bavarian Nordic) e que ipilimumab seja usada com sucesso como um tratamento do melanoma adiantado, sob o nome comercial de Yervoy. É uma pesquisa em estado inicial: trinta homens receberam doses cada vez mais altas de ipilumumab e doses iguais de Prostvac. Os efeitos colaterais são conhecidos porque Ipilumumab está em uso há algum tempo.

Quais os resultados, quando aplicados a pacientes com câncer avançado? Metade dos pacientes tiveram baixas no PSA, alguns de mais de 50%! E a sobrevivência mediana foi perto de três anos. Ou seja: metade dos pacientes viveu mais de três anos e metade menos.

A sobreviência mediana dos trinta pacientes, 34,4 meses, é um avanço em relação aos ganhos mais limitados com os medicamentos desenvolvidos recentemente – com os quais estamos aprendendo muito, diga-se de passagem.

É um estudo pequeno, ainda na Fase I, mas que promete. As pesquisas com o Prostvac estão mais adiantadas, na Fase III (com muitos pacientes, grupo controle etc), que começou no fim do ano passado.

 

GLÁUCIO SOARES        IESP/UERJ

 


Qual sua experiência com o tratamento (anti) hormonal?

 

Vou mudar de tratamento e a sua experiência pode ser útil. Com um PSA avançando rapidamente, dobrando cada seis meses, e já tendo alcançado 22ng/ml, meu médico, no Sloan Kettering, sugeriu que a maioria dos urólogos já iniciaria o tratamento anti-hormonal (erroneamente chamado de hormonal). Até seis meses atrás o câncer não aparecia nos lugares comuns, seja no scan dos ossos, seja na tomografia computerizada. Decidí iniciar essa terapia, como todos os possíveis efeitos coletarais porque a expansão do câncer é acelerada e eu já retirei a próstata há muito tempo. A terapia consiste em tomar Casodex (pílulas) durante duas semanas; uma injeção de Lupron; mais uma série de duas semanas de Casodex. Tenho muita preocupação com os efeitos colaterais.

Você pode me ajudar, caso já tenha passado por essa fase ou esteja passando por ela, me dando dicas e informações. Dê todas as dicas que quiser e puder, e preencha a curta tabela abaixo, enviando tudo de volta para mim em

soares.glaucio@gmail.com

Pode colar no e-mail

Há quanto tempo iniciou o Lupron (aproximadamente) …..anos e …..meses

Continua tomando? Se não, há quanto tempo parou? Não parou…..  Parou há …..anos e …..meses

O sue tratamento era fixo ou variava com o PSA e/ou outros indicadores e sintomas?

Fixo: de ……..meses em ………….meses; ou variava quando o PSA atingia……. (mudou o valor do PSA para tomar nova injeção ou foi sempre o mesmo?) Mudou, de………..para…….   Foi sempre o mesmo (qual o valor do PSA? ……………..)

De quanto em quanto tempo tomava as injeções?…………………………….

Para cada efeito colateral, diga como se sentiu no pior momento

Efeito

Não senti nada

Algum(a)

Bastante

Muito(a)

Fadiga

 

 

 

 

Dor de cabeça

 

 

 

 

Náuseas

 

 

 

 

Dores (onde)

 

 

 

 

Aumento do açucar no sangue

 

 

 

 

Desânimo

 

 

 

 

Depressão

 

 

 

 

Fraqueza

 

 

 

 

Dor nos ossos

 

 

 

 

Fibrilação cardíaca

 

 

 

 

Outros problemas cardíaco

 

 

 

 

Problemas respiratórios

 

 

 

 

Enfraquecimento

 

 

 

 

Insônia

 

 

 

 

Outros (acrescente)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quanto tempo até que o tratamento não surtisse mais efeito? …………..

E seu PSA no início do tratamento?………………….ng/ml

E o mais baixo a que chegou?…………………….ng/ml

E, se parou, quanto era o PSA quando parou?…………………ng/ml

Há quanto tempo parou?………………………

Por onde anda o seu PSA na medida mais recente (data:          ……….ng/ml)

Sente algum dos sintomas acima ou outros? Quais e com que gravidade (use a mesma escala – nada, algum, bastante, muito?)

Você fez essa terapia de modo contínuo  ou intermitente?…………………

Você faria esse tratamento de tivesse que começar de novo? Faça um círculo

1.    Faria muito antes 

2.    Faria um pouco antes  

3.    Faria no mesmo tempo 

4.    Faria um pouco depois         

5.    Faria muito depois   

 

Quanto tempo você acha que você tem de vida?……………………..

A sua religiosidade mudou?

·       Não tinha e não tenho

·       Diminuiu muito
Diminuiu um pouco

·       Ficou igual

·       Aumentou um pouco

·       Aumentou muito

 

Que conselhos e sugestões você daria a quem estivesse pensando em começar a terapia (anti)hormonal (com Lupron etc)? Escreva livremente. Aqui ajudamos uns aos outros e sua impressão pura e simples, informada e educada ou não, é importante. Obrigado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gláucio Soares

 

ALPHARADIN: menos dor e mais vida


Duas empresas, uma alemã (Bayer) e outra norueguesa (Algeta) receberam notícias de que haverá facilidades para demonstrar e registrar um medicamento anti-câncer chamado Alpharadin
Por quê?

Porque dados de pesquisa recente mostram que o medicamento aumenta a sobrevivência de pacientes com câncer da próstata avançado, que já tenham sintomas de metástase óssea. Os resultados foram tão bons que pararam a pesquisa para que os membros do grupo controle pudesse ser tratados também. É um tratamento na base de radium-223. Essa notícia estimulou investidores e as ações das duas empresas subiram no mercado.

O mercado não é burro, usa técnicos, cientistas e analistas. Quando reage bem, em certo sentido é bom para nós. Significa que a probabilidade de que venha um bom produto é grande.

Porém, não esqueçam de que aumentar a sobrevivência e reduzir a dor, alvos mais do que desejáveis, não significa cura. Ainda não há cura.

Resumo por GLÁUCIO SOARES, IESP-UERJ


 

Se quiser saber mais sobre o câncer da próstata, visite os seguintes blogs:

http://psacontrol.blogspot.com/

ou

https://vivaavida.wordpress.com/

Se puder ler em Inglês, veja

www.psa-rising.com/

Medicamentos, peso e dieta definem se você terá cancer da próstata

Medicamentos que você toma para outras doenças, e sua dieta, afetam a probabilidade de você ter câncer da próstata e quão agressivo o câncer será!

Duas pesquisas chegaram a essas conclusões. Uma foi baseada em nada menos do que 55 mil pessoas que tomam remédios de tipo estatinas para baixar o colesterol e/ou remédios contra a pressão alta. Quem toma estatinas regularmente tem um risco 30% mais baixo de ter câncer da próstata em comparação com os que tomam remédios somente para baixar a pressão. Já havia outras pesquisas mostrando que quem tomava estatinas tinha risco mais baixo de ter câncer da próstata. Esses estudos mais recentes foram além: mostraram que o uso regular e sistemático de estatinas reduz a chance de ter câncer da próstata agressivo.

Em função desses resultados, há laboratórios pensando em desenvolver medicamentos para prevenir o câncer da próstata baseados nas estatinas. É o que concluir Melissa Kaime, Diretora dos Congressionally Directed Medical Research Programs.

Combine isso com os resultados de pesquisas publicadas no Cancer Bulletin, que concluiu que uma dieta saudável pode adicionar anos de vida a qualquer pessoa.


O peso conta contra: pessoas gordas e obesas (com um Índice de Corpo/Massa de 25 a 29) têm um risco 25% mais elevado de morrer de câncer da próstata. Se o índice passar de 30 (BMI >30), o que define a pessoa tecnicamente como obesa, o risco sobe muito, para 40%.

Como evitar ou reduzir esses índices? Comendo um pouco menos e muito melhor e exercitando mais.

GLÁUCIO SOARES


Veneno de abelha contra o câncer da próstata

Uma contribuição coreana no combate ao câncer da próstata. Bem-vinda!

O veneno da abelha é usado na medicina tradicional para tratar artrite, reumatismo, dor nas costas, doenças da pele e alguns tipos de tumor. Agora os pesquisadores coreanos (Park e sua equipe) verificaram que funciona também contra o câncer da próstata.

O principal componente desse veneno se chama melittin. Para ver se há efeito, no laboratório, colocar células de câncer da próstata de três tipos (LNCaP, DU145 e PC-3) nos pratinhos chamados de Petri dishes e adicionaram o veneno, que inibiu o crescimento dessas células malignas. Como? Estimulando a auto-destruição das células, um processo chamado apoptose.

Em seguida, implantaram células cancerosas (PC-3) em camundongos e injetaram veneno de abelha neles (3 a 6mg por quilo). O resultado foi a desaceleração do crescimento e a apoptose de células cancerosas.

O leitor mais experiente sabe que poucos resultados, que são promissores nesse nível inicial, chegam aos níveis mais adiantados (Fase III) e um número ainda menor se transforma em medicamentos. Não obstante, esperança não faz mal a ninguém…

Fonte: Park MH, Choi MS, Kwak DH, Oh KW, Yoon DY, Han SB, Song HS, Song MJ, Hong JT., em Prostate, 2010 Nov 17.

Controlar uma proteína nos dará mais tempo

Na busca da cura do câncer da próstata ou de mecanismos que reduzam significativamente seu crescimento tem seguido vários caminhos. Há dois dados ruins para nós, pacientes:

  1. São centenas de “descobertas” que, promissoras inicialmente, não chegam à Fase III (com muitos pacientes e grupo controle) por cada uma que chega e é aprovada pela FDA;
  2. Usualmente, a pesquisa percorre um caminho longo e leva tempo, usualmente dez anos ou mais, até virar remédio e começar a ajudar pacientes.

Do lado positivo, há, cada vez mais, colaboração entre pesquisadores de disciplinas e especialidades diferentes, gerando um caminhão de possibilidades.

Uma dessas possibilidades se refere a uma proteína, que regula a reprodução de células cancerosas e joga importante papel na transformação de células sãs em células cancerosas. Ela se chama Bmi-1 e, se tudo der certo, jogará um papel importante no controle do avanço do câncer. Essas pesquisas estão sendo feitas na UCLA.

Anteriormente havia sido demonstrado que essa proteína estava associada com cânceres agressivos e com resultados ruins – a morte dos pacientes. A associação estava demonstrada, mas os mecanismos não. Estudando animais ficou claro que a Bmi-1 regula a reprodução das células da próstata “maduras” e em importante função no provocar o câncer e no seu avanço.

Qual a descoberta, afinal de contas? Que inibindo essa proteína se reduz a velocidade do crescimento do câncer, dando tempo a que outros tratamentos façam efeito e, idealmente, que novas e cruciais descobertas sejam feitas. Ganhamos tempo.

Fonte: (online) Dec. 2 in Cell Stem Cell.

Gláucio Soares


O tratamento hormonal e o seu cérebro

Sabemos que o tratamento hormonal produz efeitos colaterais negativos. Como o câncer da próstata (e, consequentemente, o tratamento hormonal – ADT – para ele) vitima predominantemente idosos que, independentemente, sofrem algum declínio cognitivo, é importante saber se a terapia hormonal vem piorar ainda mais as coisas.

A pesquisa separou três grupos, todos com mais de 50 anos, com médias semelhantes de idade e de educação. Uns (77) receberam tratamento hormonal; outros (82) não e o terceiro grupo (84), de controle, era saudável.

Para medir o desempenho cognitivo usaram 14 testes neuropsicológicos em três momentos: no início, depois de seis meses, e depois de um ano.

ADT não se relacionou de maneira estatisticamente significativa com a atenção, nem com a rapidez de processamento, fluência verbal, memória verba, memória visual. Porém, tanto a memória recente quanto a funcional e a habilidade visual e espacial foram afetadas, embora esse declínio mais acelerado não fosse confirmado com o uso de outras medidas.

Fonte: Alibhai SM, Breunis H, Timilshina N, Marzouk S, Stewart D, Tannock I, Naglie G, Tomlinson G, Fleshner N, Krahn M, Warde P, Duff Canning S.  J Clin Oncol. 2010 Nov 1. Epub ahead of print.
doi: 10.1200/JCO.2010.30.8742

Palestras e vídeos sobre cancer da próstata que você pode acompanhar

Recebemos a notícia gentilmente enviada pelo dr. Dr Renato Sabbatini de que haverá uma semana de palestras e vídeos que incluem o câncer da próstata:

Semana de Combate ao Câncer Urohominis!
Uma iniciativa que conta com a sua participação para celebrar o Dia Internacional e Nacional do Combate ao Câncer.

Clínica UroHominis

O 1º. Centro de Campinas e região voltado à atenção do homem irá oferecer gratuitamente o evento temático:

Dia 25 de novembro

Palestras e Vídeo-Chat sobre Câncer do Homem
Câncer da Próstata, Pênis e Testículo
Um espaço aberto, das 19h00 às 21h00 (horário de Brasilia), com transmissão de imagem on-line.

Coordenação: Prof. Dr. Ubirajara Ferreira
Professor Titular de Urologia Oncológica da Faculdade de Medicina da UNICAMP
Coordenador dos cursos de Urologia Oncológica da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas
Diretor do Centro Urohominis de Urologia e Saúde do Homem

Palestrantes: Dr. Wagner Eduardo Matheus e Dr. Mauricio Moreira da Silva Jr.

Venha conversar e esclarecer suas dúvidas com os nossos especialistas
e só acessar http://www.urohominis.com.br
Clique na imagem do Video-Chat sobre Câncer Masculino.

Ou entre direto no Auditório Virtual: http://my.dimdim.com/institutoedumed

Colaboração Técnica: Instituto Edumed para Educação em Medicina e Saúde
Patrocínio: Pfizer Oncologia
Organização: Conceptu

Tratamento combinado surte mais efeito

A combinação de tratamentos – radioterapia e hormonal – produz melhores resultados do que o tratamento hormonal sozinho. Essa pesquisa foi feita com 1.205 pacientes que foram subdivididos em dois grupos: terapia hormonal permanente e o outro combinando a terapia hormonal e a radiação. Eram cânceres avançados, de alto risco, e os pacientes foram acompanhados durante seis anos na média.

Durante a pesquisa, morreram 150 pacientes do câncer (12% dos pacientes), sendo 89 no grupo que só fez tratamento hormonal e 51 do grupo com tratamento combinado.

Aos dez anos de acompanhamento, a taxa de morte específica, devida ao câncer da próstata foi 23% no grupo que seguiu exclusivamente uma terapia hormonal e 15% no grupo que combinou as duas terapias. Essas diferenças são estatisticamente significativas.

O efeito do PSA sobre o risco de suicidio de homens diagnosticados com câncer da próstata

Thomas H. Maugh II, escrevendo para o LA Times, relata pesquisa que mostra uma redução na taxa de suicídios dos homens recém-diagnosticados com câncer da próstata. O uso do PSA aumentou o número dos pacientes diagnosticados cedo e, também, dos diagnosticados com cânceres não agressivos. Creio que uma percentagem mais alta dos que tinham cânceres agressivos, medidos pelo escore Gleason, passaram a ser descobertos mais cedo, oferecendo bons prognósticos. Depois do PSA (cujo uso generalizado começou em 1993) o risco de suicídio baixou muito nos Estados Unidos: era 90% mais alto do que em população equivalente, nos primeiros três meses, e 30% mais alto no primeiro ano, mas após o PSA as taxas se aproximaram muito das taxas de homens normais, sem câncer. O diagnóstico de câncer é uma pancada nas pessoas e os resultados se fazem sentir não apenas nos suicídios: o risco de morrer de um ataque cardíaco dobrava no primeiro mês! Depois, baixava muito e, no primeiro ano, o aumento no risco passou a ser de 9%. Muitos argumentam que a melhoria de parte da população de pacientes se deve a medidas tomadas em função do próprio diagnóstico, como parar de fumar que, já sabemos, reduz rapidamente as taxas de mortes por problemas cardio-vasculares.

 

A cultura conta: os mesmos autores mostram que, na Suécia, o diagnóstico de câncer da próstata aumenta o risco de suicídio em 20% e permanece 20% mais alto.

Outras variáveis contam. Amy Munday informa que o risco de suicídio é menor entre casados do que entre solteiros; os que buscam apoio psicológico e emocional reduzem o risco de suicídio. Essa autora afirma que o estresse e o risco adicional trazido pelo tratamento hormonal são parcialmente responsáveis pela morte, por problemas cardio-vasculares, de quase sete mil homens de 343 mil que foram testados

Essa pesquisa foi publicada no Journal of the National Cancer Institute.

A consulta com o Dr. Meyers

A van, Ford 1993, equipada para acampar é confortável e agradável. É fácil de dirigir, exceto inicialmente, nos momentos em que tive que dar marcha à ré.
Entre a beleza do inverno e a preocupação da almaAs estradas pequenas, no inverno são bonitas. Infelizmente, a comida de beira de estrada é…a comida de beira de estrada. O estomago e o intestino sofrem durante a viagem e a dieta vai para o brejo.</span>
O estado de espírito de quem tem uma doença incurável e está indo a um médico deve variar muito. Eu consegui curtir parcialmente a viagem, mas ia com esperança. Na clínica, durante todo o tempo que passei lá (umas três horas) vi apenas um ou dois pacientes. Já deu para ver o grau de apreensão em um deles, fiel e importantemente acompanhado pela esposa ou companheira.
Mas não dá para para não curtir (um pouquinho, pelo menos) o visual de estradas pequenas, cercadas de árvores, no meio da neve.

Estrada e mais estrada

A chegada mostra uma casinha simpática, simples, com estacionamento para poucos carros. Não é uma operação industrial. Feita, como tantas casas (e universidades) americanas, de tijolinho aparente.


A chegada é marcada por uma placa simples. Depois de quase três dias na van (rebatizada de school bus) pelo meu filho, foi um alívio chegar ao lugar certo.

As estradas pequenas são mais bonitas

Aqui dentro vi um tipo de atendimento ao paciente muito diferente do usado nos Estados Unidos onde somos primeiro recebidos por uma enfermeira, que pesa, tira a pressão, temperatura etcx. Um primeiro e importante cuidado – a pressão é tirada duas vezes, além do que a enfermeira pergunta se essa é a pressão habitual. Ela mostra consciência da chamada “white coat syndrome”: a pressão aumenta na presença de médicos etc. Estava lá por 180, na segunda por 160 e eu aduzi que poderia reduzí-la em outros vinte pontos.
Visitei o AIDP no dia anterior, turbinado pela insegurança de não me perder, chegar atrazado, essas coisas. Uma das secretárias estava preparando o meu dossier. Quando cheguei no dia seguinte vi um senhor baixo, sem gordura para mostrar, de cabelos brancos estudando uns records que eu sabia serem os meus.

Perto, estradas menores, mais curvas e mais beleza

O Dr. Meyers é simpático, agradável. Me tratou com o respeito de quem tem uma doença grave, considerada incurável, que ele também teve ou tem.
Muitos dos suplementos que eu usava ele desaconselhou porque não confiava no fabricante. Traçou um plano de ação que consistia em me preparar para uma terapia hormonal(que deveria ser chamada de anti-hormonal) porque ela tem muitos efeitos colaterais. Há uma diferença em relação ao procedimento habitual, que consiste em iniciar a terapia e aconselhar o paciente a tomar essas e aquelas medidas: ela prepara o paciente e depois inicia a terapia – nos casos em que é possível esperar um pouco. É onde estou e é minha responsabilidade atingir as metas marcadas, ajudado por muitos remédios, mas com compromisso com uma dieta mediterrânea e muito exercício.

O AIDP - uma casinha desprentensiosa com estacionamento para poucos carros

Dr. Meyers me convenceu de algumas coisas, particularmente de que a relação custo/benefício da terapia hormonal pode ser menor e precisa de especificação. A duração do efeito dos tratamentos varia muito e varia de acordo com a doença do paciente e os procedimentos adotados anteriormente.
Os famosos 18 meses de atuação se referem com a próstata, metástase generalizada e que ainda tem a próstata. Análise patológica mostra que metade do crescimento do câncer depois da terapia se inicia na próstata. Nos casos em que houve metástase para os nódulos linfáticos e houve prostatectomia o efeito dura dez anos em 50% a 95% dos casos, dependendo do estudo e da publicação. No caso dos que preservaram a próstata em metade dos casos a terapia hormonal fracassa aos 7-8 anos.
Nos pacientes com metástase generalizada e com sintomas, o efeito é reduzido: em metade dos casos a doença volta a crescer em 8 a 9 meses.
A lição: dependendo do paciente, a duração dos benefícios da terapia hormonal varia de menos de oito a nove meses a mais de dez anos.
Continuarei relatando essa experiência para beneficiar o leitor. Porém, estou preocupado com um grande número de  leitores com acesso à internet mas sem capacidade analítica e com um nível educacional muito baixo. Pediria a cada um dos pacientes mais informados e seus familiares que divulgassem o conhecimento que adquiriram (rão) aqui e em outras fontes entre os que não conseguem entender o que escrevemos.

A placa que garante que chegamos ao lugar certo

Ir ao Dr. Meyers não sai barato. Ele não aceita o seguro tradicional do Medicare (tem um contrato de não aceitação) e custa 350 dólares por cada meia hora. Minha entrevista durou duas horas e o custo total foi de mil e quatrocentos dólares. Uma viagem que eu planejava foi para o espaço. Valeu a pena.


Palestra sobre a cirurgia do câncer da próstata pela internet

Está disponível pela internet uma palestra acompanhada de slides Powerpoint de Peter Scardino, um dos expoentes na área do câncer da próstata. Está em Inglês, mas vale a pena o esforço…Clique em

http://www.urotoday.com/media/presentations/auany2009/scardino_long_term_outcomes_11_10_2009/player.html

 

Menos fraturas durante o tratanento hormonal



Novos resultados foram apresentados em Denver por vários autores, inclsuive Carsten D. Goessl sobre os efeitos de Denosumab. A terapia hormonal parece aumentar muito o risco de fraturas porque a testosterona é convertida em estrogêniio, que alimenta os ossos. Em comparação com um grupo controle, o grupo experimental, que usou Denosumab, teve 91% fraturas a menos. As fraturas são importante causa de problemas de saúde entre pacientes tratados com terapia hormonal, particularmente em altas doses e por muito tempo. Essa apresentação é muito recente, do dia 12 deste mes, e os resultados são frescos saídos do do forno. É um experimento típico de FAse III, com um número considerável de pacientes.

Como é feita a pesquisa? Primeiro, ela precisa de marcadores, que indicam se o tratamento dá ou não resultado. Foram usados seis marcadores, típicos, que são produzidos pelos ossos quando eles quebram. Os pacientes tinham que ter mais de 70 anos e seus ossos relativamente saudáveis, sem muita osteoporose. Foram feitas medidas no início do tratamento, um meês depois, seis, doze, vinte e quatro e trinta e seis meses (três anos). No total, quase mil e quinhentos pacientes.

. Um grupo recebeu 60 mg (injeção subcutânea) de seis em seis meses e o outro recebeu um placebo. Todos receberam suplementos de cálcio e de vitamina D.

E os resultados?

As fraturas vertebrais – talvez as mais importantes – foram reduzidas em 62% em três anos de tratamento (3,9% no placebo e 1,5% no grupo denusumab). Essas são as fraturas mais sérias, que reduzem drasticamente a qualidade da vida dos pacientes.

O efeito da droga atingia o seu ponto mais alto um mês após a primeira aplicação, quando começava a diminuir, até a aplicação seguinte.

O tratamento tem seus problemas. Efeitos colaterais sérios foram observados em nada menos do que 35% dos que o fizeram, mas a percentagem entre os que não o fizeram também foi alta: 31%. No três anos que durou o estudo a mortalidade foi de 6% nos dois grupos.

Amgen, que o fabrica, financiou a pesquisa, o que é padrão, mas inspira os cuidados adicionais de praxe.

Fohte: Effects of Denosumab on Bone Turnover Markers in Men Receiving Androgen Deprivation Therapy for Prostate Cancer: Results of a Randomized, Double-Blind, Placebo-Controlled Trial.

Melhorias no tratamento do câncer da próstata

Se acreditarmos nas palavras de uma oganização chamada Doctor Finders, houve muito progresso no tratamento radiológico do câncer da próstata. As terapias mais tradicionais baseadas no bombardeio de protons tinham uma taxa  de cura de perto de 40% om pacientes avançados.  Hoje, usando terapias combinadas e equipamento eficiente, a taxa geral de cura está chegando a niíveis muito altos, 96 a 98%. A despeito do crescene número de pacientes com câncer, cai o número de mortes. A radioterapia, hoje, usa braquiterapia com “sementes”cuja posição é determinanda visualmente, através de imagens, de maneira a afetar muito os cânceres e somente os cânceres. Essa técnica é, cada vez mais, usada em combinação com radioterapia externa, chamada de  IMRT (intensity modulation radiation therapy). Nessa área, o aumento da taxa de cura é impressionante, diz o Dr. Jamie Cesaretti, do Florida Radiation Oncology Group. Essa combinação, diz o Dr. Cesaretti, permite taxas de cura de 98% dos pacientes de baixo risco; 95% para os pacientes com risco médio e 85% para pacientes de alto risco. Teoricamente, se bem aplicadas, essas técnicas permitem que os pacientes mantenham a ereção, e com mínimos problemas intestinais e de incontinência.
Como se trata de publicidade, esses dados devem ser tomados otimisticamente, mas com reservas.

Recebi de um de nossos leitores o comentário abaixo que merece ser reproduzido:

“Como disse o Professor, temos que ter alguma cautela sobre as promessas da braquiterapia e da radioterapia externa. Eu mesmo e um conhecido meu, ambos com câncer de próstata, utilizamos a braquiterapia (ele acrescentou a radioterapia externa) no ano de 1999. Depois de seis anos, houve recidiva para os dois. Faz dois meses o meu conhecido faleceu de complicações cardíacas e veio a falecer. Curiosamente, há um mês, tive um ataque cardíaco e me submeti à colocação de dois stents e passo bem. Nos dois casos, havíamos nos submetido a tratamento hormonal com o qual tenho controlado o meu câncer de próstata (ou seja, cuidem do coração ao usarem a opção do tratamento hormonal…) e estudem a possibilidade com os seus médicos de se utilizarem apenas da observação do comportamento do PSA…
João A.”

Quando começar o tratamento hormonal?

Essa é a pergunta mais importante para os pacientes cuja terapia “de primeira linha” não os curou. O câncer voltou. Poderão morrer dele, mas a maioria morrerá de outra causa. A terapia hormonal tem muitos efeitos colaterais indesejáveis mas aumenta a esperança de vida. A pergunta é: quando iniciá-la? A terapia hormonal (androgen suppression therapy) é o tratamento padrão. Porém, talvez não seja o tratamento mais indicado para homens com doença avançada, mas localizada e sem sintomas, porque não está claro se o tratamento hormonal aplicado cedo nesse tipo de paciente aumenta a sobrevivência e a qualidade da vida. Por isso, alguns preferem postergar esse tratamento até o aparecimento de sintomas que indicam que o câncer está avançando muito.
Esse grupo de pesquisadores buscou pesquisas já feitas que distribuíram aleatoriamente os pacientes num grupo que fez uma terapia hormonal cedo e outro que a fez tarde. Buscaram essas pesquisas em databases especializados em câncer e medicina, (MEDLINE, EMBASE, CancerLIT, Cochrane Library, VA Cochrane Prostate Disease register) e o que foi publicado, inclusive as bibliografias e publicações da Blue Cross and Blue Shield Association Technology Evaluation Center/Evidence-based Practice Center of the Agency for Healthcare Research and Quality (BCBS/TEC-AHRQ) report No.4. Os estudos tinham que ser aleatórios e baseados nesses dois grupos – os que fizeram uma terapia hormonal cedo e a postergaram. Incluíram apenas os que forneceram dados sobre a sobrevivência específica em relação ao câncer e os efeitos colaterais. Deixaram de fora os que usaram uma terapia hormonal de maneira adjuvante ao tratamento radioterápico. Esses cuidados eram necessários para poder chegar a conclusões válidas. Que conclusões? A sobrevivência depois de um ano, dois anos, cinco anos e dez anos era o critério. Mediram também o controle do câncer e a ausência de consequências negativas do tratamento.
O que concluíram?
Depois de examinar quatro pesquisas com mais de dois mil pacientes, sendo que todas eram pesquisas anteriores ao uso do PSA. Comparando a sobrevivência dos dois grupos, vemos os resultados: depois de um ano, a aobrevivência no grupo “cedo” foi de 98% e no grupo tardio de 96%. Aos dois anos era 88% e 86%. Aos cinco anos, a sobrevivência de todos baixava muito: 44% para o grupo cedo e 37% para o grupo “depois”. Aos dez anos, a sobrevivência baixava ainda mais e apareciam diferenças estatisticamente significativas: de 18% para 12%. As diferenças entre os dois grupos levam tempo para aparecer. Notem que essas são pesquisas antigas e que a sobrevivência aumentou muito em tempos recentes. Nesses estudos, poucos chegaram aos dez anos depois do tratamento. No conjunto, o tratamento começado “cedo” vale a pena, mas estatisticamente só pesava depois de dez anos quando havia poucos sobreviventes.

As diferenças no risco aos dois, cinco e dez anos eram 2.7%, 5.8%, e 4.6%. Infelizmente, as pesquisas usaram diferentes critérios para definir o avanço do câncer, mas em todos eles, os que iniciaram cedo tiveram maior sobrevivência. Complicações com o tratamento, como esperado, eram menores no grupo tardio. Efeitos colaterais significativos só foram relatados em um dos estudos e foram mais comuns no grupo que começou cedo.
As conclusões do autor são moderadamente favoráveis a iniciar cedo o tratamento hormonal, mas critérios clínicos devem ser usados para diferenciar os casos localizados, ainda que avançados, dos metastizados.

Serendipity na Clínica Mayo e o câncer da próstata

Serendipity é um termo usado para descrever descobertas inesperadas. Acaba de acontecer uma na Mayo Clinic. A esposa  de um paciente insistiu em que ele fosse retirado de um clinical trial e colocado num tratamento que nem havia chegado ao Tipo II. Deu muita briga,ofensas, ameaças, o escambau. Afinal, puzeram o maridão no tratamento.
Que tratamento? Um que combinava um agente anti-corpo chamado Ipilimumab, que se gruda e começa um intercâmbio com algo chamado de CTLA-4 (Vai o nome em Inglês: ( cytotoxic T lymphocyte-associated antigen 4), uma molécula das céluls T, que fazem parte do nosso sistema imune. Os resultados foram inesperados e chamados de dramáticos. É para ler com um pouquinho de esperança e muitas reservas. Esses homens eram parte de uma pesquisa inicial sobre o ipilumab, que tem sido usada em combinação com a radioterapia e a terapia hormonal. Nesses dois pacientes, o câncer perfurou a próstata e se expandiu para a área abdominal. Metástase braba. Os pacientes receberam ablação hormonal, que zera a testosterona, e que usualmente provoca um encolhimento do tumor – mas não o desaparecimento. Nesse ponto os pesquisadores adicionaram uman dose única de ipilumab, que prococou uma reação massiva ao tumor causando uma ampla resposta imune, matando muitas células cancerosas. Os dois, considerados inoperáveis, viram seus PSA`s caírem rapidamente e puderam entrar na lista dos operáveis. Um dos pacientes adicionou radioterapia e o outro não, Os tumores dos dois encolheram consideravelmente e os dois saíram do hospice (corredor da morte) e voltaram à vida normal.
Ninguém estabelece política pública com base em dois casos e o hospital e a empresa, Medarex, estão tomando todas as medidas para evitar uma enxurrada de pedidos,solicitações,inscrições e processos.
Ainda faltam testes do Tipo II (com poucos pacientes, para ver dose, efeitos e toxididade) e Tipo III, muito mais caro,com muitos pacientes, controlados, para ver se funciona mesmo. Como os efeitos devem ser demonstrados a longo prazo, ainda teremos 4-5 anos pela frente. Como os cânceres causam muitos suicídios em idosos, é uma possibilidade de salvar muitas vidas.



GLÁUCIO SOARES             IESP-UERJ




Se quiser saber mais sobre o câncer da próstata, visite os seguintes blogs:

ou
Se puder ler em Inglês, veja

Pesquisa no Japão – Gc-MAF

Gc-MAF novo tratmento para o cancer da prostata

Notícias recentes nos informam que o grupo de Yamamoto publicou um trabalho sobre o uso Gc-MAF no tratamento do cancer da próstata. A análise estatística deixa a desejar, mas os resultados sao promissores. Obtenha o trabalho integral, que foi publicado em Translational Oncology, 

clicando aqui.

A pesquisa está nos estagios iniciais e foi feita com 16 pacientes apenas, todos japoneses, com idades de 46 a 76. O nível dos PSAs variava entre 2,5 e 68 ng/ml. Nove fizeram prostatectomia e 12 algum tipo de terapia hormonal. Os grupos säo pequenos e mal controlados.

Os resultados, porém, prometem:

  • todos os 9 que fizeram prostatectomia, baixaram o PSA a ≤ 0.3 ng/ml depois da cirurgia e 5/9 tinham conseguido ≤ 0.1 ng/ml .
  • antes do tratamento com Gc-MAF os PSAs variavam entre 0,09 e 21,7 ng/ml.
  • Nenhum tinha evidëncia de metástase (fizeram uma tomografia antes do tratamento com o Gc-MAF)
  • logo antes do tratamento, 12 pacientes tinham níveis de atividade do Gc de 16,9 a 77,8 porcento da média encontrada em um grupo de sete controles
  • Quanto mais baixo o nível do Gc, tanto mais alto o nível de Nagalase.

Os pacientes receberam um tratamento semanal de 100 ng/ml of Gc-MAF e o tratamento durou de 14 a 25 weeks. Os resultados mostram que havia uma correlaçäo entre a atividade do Gc no sangue e a atividade de Nagalase que caiu na medida em que o MAF aumentou; todos tinham níveis normais de atividade Nagalase ao término do tratamento; sete anos depois nenhum paciente teve atividade Nagalase alta nem sinal de metástase (usando tomografia computarizada). Entre os que tinham feito a cirurgia havia uma correlaçao negativa entre a atividade nagalase e o PSA; nos demais, o PSA se manteve estável. PORÉM, nao há informaçäo sobre a sobrevivencia dos pacientes. Embora a pesquisa tenha muitos furos, ê promissor que não houvesse avanco da doenca durante sete anos. Fiquemos de olho e de molho.

Pesquisa no Japão – Gc-MAF

Gc-MAF novo tratmento para o cancer da prostata

Notícias recentes nos informam que o grupo de Yamamoto publicou um trabalho sobre o uso Gc-MAF no tratamento do cancer da próstata. A análise estatística deixa a desejar, mas os resultados sao promissores. Obtenha o trabalho integral, que foi publicado em Translational Oncology, 

clicando aqui.

A pesquisa está nos estagios iniciais e foi feita com 16 pacientes apenas, todos japoneses, com idades de 46 a 76. O nível dos PSAs variava entre 2,5 e 68 ng/ml. Nove fizeram prostatectomia e 12 algum tipo de terapia hormonal. Os grupos säo pequenos e mal controlados.

Os resultados, porém, prometem:

  • todos os 9 que fizeram prostatectomia, baixaram o PSA a ≤ 0.3 ng/ml depois da cirurgia e 5/9 tinham conseguido ≤ 0.1 ng/ml .
  • antes do tratamento com Gc-MAF os PSAs variavam entre 0,09 e 21,7 ng/ml.
  • Nenhum tinha evidëncia de metástase (fizeram uma tomografia antes do tratamento com o Gc-MAF)
  • logo antes do tratamento, 12 pacientes tinham níveis de atividade do Gc de 16,9 a 77,8 porcento da média encontrada em um grupo de sete controles
  • Quanto mais baixo o nível do Gc, tanto mais alto o nível de Nagalase.

Os pacientes receberam um tratamento semanal de 100 ng/ml of Gc-MAF e o tratamento durou de 14 a 25 weeks. Os resultados mostram que havia uma correlaçäo entre a atividade do Gc no sangue e a atividade de Nagalase que caiu na medida em que o MAF aumentou; todos tinham níveis normais de atividade Nagalase ao término do tratamento; sete anos depois nenhum paciente teve atividade Nagalase alta nem sinal de metástase (usando tomografia computarizada). Entre os que tinham feito a cirurgia havia uma correlaçao negativa entre a atividade nagalase e o PSA; nos demais, o PSA se manteve estável. PORÉM, nao há informaçäo sobre a sobrevivencia dos pacientes. Embora a pesquisa tenha muitos furos, ê promissor que não houvesse avanco da doenca durante sete anos. Fiquemos de olho e de molho.

A radiação aumenta o risco de ter outros cânceres

A radiação é uma terapia eficiente. Porém, aumenta o risco de que apareçam outros cânceres, ainda que muitos anos depois das aplicações. Isso se aplica, particularmente, aos cânceres da bexiga e do reto. Os autores usaram um database mais de 243 mil homens que fizeram ou radioterapia ou prostatectomia entre 1988 e 2003. Em comparação com a prostatectomia, tanto a radiação externa quanto a braquiterapia aumentam o risco. O risco relativo de ter um câncer na bexiga posto pela radioterapia, pela braquiterapia e pela combinação das duas, tomando a prostatectomia como referência foi de 1,88; 1,52 e 1,85, respectivamente. No que concerne o câncer retal, os riscos relativos são de 1,26, 1,08 e 1,21. Os cânceres secundários devem ser levados em consideração, particularmente por pacientes mais jovens cuja esperança de vida é longa. Quando fiz radioterapia externa, neo-adjuvante (pouco tempo depois) da prostatectomia, fui advertido de que estaria aumentando o risco de outros cânceres, mas que durariam dez a quinze anos para aparecer. Como o meu Gleason era alto e havia perfuração da cápsula prostática, a preocupação dominante era o câncer de próstata. Como medida de prudência, faço uma colonoscopia cada dez anos ou menos. Assim, a recomendação para os que fizeram radioterapia é de fazer colonoscopias e exames da bexiga cada x anos (consulte com o oncólogo).

 
 

Fonte: Nieder AM, Porter MP, Soloway MS, em J Urol. 2008 Nov;180(5):2005-9

Ressecção transuretral da próstata pode melhorar sua vida sexual

Recebi da Dra. Sonia Ferraz de Andrade a interessante nota abaixo:Foi observada uma elevada qualidade de vida em longo prazo após ressecção transuretral da próstata

Autora: Martha Kerr
Publicado em 25/09/2008

Dr. Said Fadel Mishriki e colaboradores acompanharam, prospectivamente, 280 pacientes consecutivos de ressecção
transuretral da próstata, que responderam questionários aos 3 e 6 meses e aos 6 e 12 anos, após o procedimento. Os pesquisadores, então, calcularam o escore sintomático da Associação Americana de Urologia e as taxas de fluxo e avaliaram a qualidade de vida, as preocupações e a satisfação.

Os pesquisadores relatam, na seção de agosto de Urology, que as pontuações da qualidade de vida inicial e das
preocupações foram de 8,16 e 15,45, respectivamente. A qualidade de vida média e os níveis de preocupação melhoraram de 2,54 e 4,84, aos 6 meses, para 3,71 e
7,14, aos 6 anos, e para 3,74 e 7,67, aos 12 anos, respectivamente.

“Este, que foi o maior estudo prospectivo publicado na literatura avaliando os resultados da ressecção transuretral da próstata, estabeleceu um marco”, Dr. Mishriki comentou em correspondência com a Reuters Health. “Outros procedimentos ablativos e minimamente invasivos devem ser comparados com os resultados em longo-prazo deste estudo”.

Ele ressaltou que “os aprimoramentos na qualidade de vida e nos níveis de preocupações foram consistentes e estatisticamente significantes, (e foram) associados a uma elevada satisfação dos pacientes por longos períodos”.

“A ressecção transuretral da próstata permanece como padrão-ouro para o tratamento de pacientes com obstrução extrínseca secundária à hiperplasia prostática benigna”, declarou Dr. Mishriki. “Nossos achados definitivamente dispersam qualquer falsa concepção a respeito da ressecção transuretral da próstata, tal como incontinência”.

O pesquisador acrescentou, ainda, que “haverá uma publicação a parte revelando que a ressecção transuretral da próstata não está relacionada com disfunção erétil”.

A equipe do Dr. Mishriki reportou os dados de 6 anos em uma apresentação intitulada “Ressecção transuretral da próstata pode melhorar sua vida sexual”, no encontro anual de 2006 da Associação Americana de Urologia, “que recebeu o prêmio de melhor apresentação”. “Devemos submeter o
estudo de 12 anos de acompanhamento a uma publicação dentro das próximas semanas. Espero que isso aumente a confiança dos pacientes nos resultados da ressecção transuretral da próstata”.

Urology 2008;72:322-328.