A consulta com o Dr. Meyers

A van, Ford 1993, equipada para acampar é confortável e agradável. É fácil de dirigir, exceto inicialmente, nos momentos em que tive que dar marcha à ré.
Entre a beleza do inverno e a preocupação da almaAs estradas pequenas, no inverno são bonitas. Infelizmente, a comida de beira de estrada é…a comida de beira de estrada. O estomago e o intestino sofrem durante a viagem e a dieta vai para o brejo.</span>
O estado de espírito de quem tem uma doença incurável e está indo a um médico deve variar muito. Eu consegui curtir parcialmente a viagem, mas ia com esperança. Na clínica, durante todo o tempo que passei lá (umas três horas) vi apenas um ou dois pacientes. Já deu para ver o grau de apreensão em um deles, fiel e importantemente acompanhado pela esposa ou companheira.
Mas não dá para para não curtir (um pouquinho, pelo menos) o visual de estradas pequenas, cercadas de árvores, no meio da neve.

Estrada e mais estrada

A chegada mostra uma casinha simpática, simples, com estacionamento para poucos carros. Não é uma operação industrial. Feita, como tantas casas (e universidades) americanas, de tijolinho aparente.


A chegada é marcada por uma placa simples. Depois de quase três dias na van (rebatizada de school bus) pelo meu filho, foi um alívio chegar ao lugar certo.

As estradas pequenas são mais bonitas

Aqui dentro vi um tipo de atendimento ao paciente muito diferente do usado nos Estados Unidos onde somos primeiro recebidos por uma enfermeira, que pesa, tira a pressão, temperatura etcx. Um primeiro e importante cuidado – a pressão é tirada duas vezes, além do que a enfermeira pergunta se essa é a pressão habitual. Ela mostra consciência da chamada “white coat syndrome”: a pressão aumenta na presença de médicos etc. Estava lá por 180, na segunda por 160 e eu aduzi que poderia reduzí-la em outros vinte pontos.
Visitei o AIDP no dia anterior, turbinado pela insegurança de não me perder, chegar atrazado, essas coisas. Uma das secretárias estava preparando o meu dossier. Quando cheguei no dia seguinte vi um senhor baixo, sem gordura para mostrar, de cabelos brancos estudando uns records que eu sabia serem os meus.

Perto, estradas menores, mais curvas e mais beleza

O Dr. Meyers é simpático, agradável. Me tratou com o respeito de quem tem uma doença grave, considerada incurável, que ele também teve ou tem.
Muitos dos suplementos que eu usava ele desaconselhou porque não confiava no fabricante. Traçou um plano de ação que consistia em me preparar para uma terapia hormonal(que deveria ser chamada de anti-hormonal) porque ela tem muitos efeitos colaterais. Há uma diferença em relação ao procedimento habitual, que consiste em iniciar a terapia e aconselhar o paciente a tomar essas e aquelas medidas: ela prepara o paciente e depois inicia a terapia – nos casos em que é possível esperar um pouco. É onde estou e é minha responsabilidade atingir as metas marcadas, ajudado por muitos remédios, mas com compromisso com uma dieta mediterrânea e muito exercício.

O AIDP - uma casinha desprentensiosa com estacionamento para poucos carros

Dr. Meyers me convenceu de algumas coisas, particularmente de que a relação custo/benefício da terapia hormonal pode ser menor e precisa de especificação. A duração do efeito dos tratamentos varia muito e varia de acordo com a doença do paciente e os procedimentos adotados anteriormente.
Os famosos 18 meses de atuação se referem com a próstata, metástase generalizada e que ainda tem a próstata. Análise patológica mostra que metade do crescimento do câncer depois da terapia se inicia na próstata. Nos casos em que houve metástase para os nódulos linfáticos e houve prostatectomia o efeito dura dez anos em 50% a 95% dos casos, dependendo do estudo e da publicação. No caso dos que preservaram a próstata em metade dos casos a terapia hormonal fracassa aos 7-8 anos.
Nos pacientes com metástase generalizada e com sintomas, o efeito é reduzido: em metade dos casos a doença volta a crescer em 8 a 9 meses.
A lição: dependendo do paciente, a duração dos benefícios da terapia hormonal varia de menos de oito a nove meses a mais de dez anos.
Continuarei relatando essa experiência para beneficiar o leitor. Porém, estou preocupado com um grande número de  leitores com acesso à internet mas sem capacidade analítica e com um nível educacional muito baixo. Pediria a cada um dos pacientes mais informados e seus familiares que divulgassem o conhecimento que adquiriram (rão) aqui e em outras fontes entre os que não conseguem entender o que escrevemos.

A placa que garante que chegamos ao lugar certo

Ir ao Dr. Meyers não sai barato. Ele não aceita o seguro tradicional do Medicare (tem um contrato de não aceitação) e custa 350 dólares por cada meia hora. Minha entrevista durou duas horas e o custo total foi de mil e quatrocentos dólares. Uma viagem que eu planejava foi para o espaço. Valeu a pena.


Vivendo intensamente com câncer


Bom, meus amigos leitores e interessados em câncer de próstata, finalmente o livro que escrevi juntamente com Dayse Miranda e Doriam Borges, As Vítimas Ocultas da Violência, foi publicado pela Record. Foram três anos de preparação, pesquisa, 800 entrevistas (inclusive as descartadas por problemas de confiabilidade) análise dos dados e redação.
O livro não é barato (R$40) mas a nossa parte (dos três autores), ou seja, quatro reais por livro vai inteirinha para a Fundação Terra, uma obra social linda atendendo o povo do Lixão de Arcoverde.
Estou em Santiago de Compostela, onde vim orar, e na próxima semana irei dar um curso na Universidade de Salamanca. O meu PSA continua crescendo, sim, mas é uma escolha den todos nós: viver e fazer o bem (algum bem) até o dia de morrer (que ninguém sabe quando será) ou encolher e esperar a morte sem viver. Acho que a publicação do livro mostra que nós, que enfrentamos cânceres, podemos viver normalmente, ter vidas produtivas, fazer e acontecer.

um abraço, muito amor e muita coragem.

Gláucio Soares

Estresse e cancer resistente

Pesquisadores da Wake Forest University School of Medicine levantaram a possibilidade de que um hormônio relacionado com o estresse, a epinefrina, pode ajudar as células dos cânceres de próstata e de mama de maneira a torná-las mais resistentes ao tratamento. Esses resultados acabam de ser publicados online no Journal of Biological Chemistry. A pesquisa de Kulik mostra que em laboratório, uma proteína chamada BAD é desativada quando as células cancerosas ficam expostas à epinefrina. Um estudo canadense tinha mosgrado que homens que tomam “beta-blockers” para hipertensão tinham 18% menos probabilidade de ter câncer de próstata. A epinefrina aumenta em resposta à tensão e à depressão.
Eu sou uma pessoa tensa que aprendeu mecanismos de controlar a tensão. Há muitos e, acredite, funcionam. Relaxamento, no qual tensionamos um músculo de cada vez, para depois soltá-los devarinho, funciona; meditação também funciona; oração em si mesma funciona, além da possível intervenção divina; yoga também funciona muito bem.
Há uma contradição para um estressado em aprender que o estresse pode tornar o câncer mais resistente – êle pode ficar ainda mais estressado por causa disso. A contradição é, em grande parte, falsa: muitas pessoas vivem em estresse e depressão sem terem consciência de que aumentam seu risco de ter câncer. Se se tratarem, melhorarão – essa é a generalização que se desprende de muitos estudos en pesquisas. Com cinco minutinhos quatro ou cinco vezes por dia o estresse pode ser reduzido dramaticamente. Busque, tente e faça e verá o resultado.
Lembre-se de que quem lhes escreve tem câncer há onze anos, tem tanto ou mais medo do que qualquer outro, o câncer voltou e há metástase e, não obstante, continuo trabalhando e há duas semanas publiquei um livro.
Se deu certo comigo – tenso, estressado, nervoso e medroso, deve dar para voce tambem.

Estresse e cancer resistente

Pesquisadores da Wake Forest University School of Medicine levantaram a possibilidade de que um hormônio relacionado com o estresse, a epinefrina, pode ajudar as células dos cânceres de próstata e de mama de maneira a torná-las mais resistentes ao tratamento. Esses resultados acabam de ser publicados online no Journal of Biological Chemistry. A pesquisa de Kulik mostra que em laboratório, uma proteína chamada BAD é desativada quando as células cancerosas ficam expostas à epinefrina. Um estudo canadense tinha mosgrado que homens que tomam “beta-blockers” para hipertensão tinham 18% menos probabilidade de ter câncer de próstata. A epinefrina aumenta em resposta à tensão e à depressão.
Eu sou uma pessoa tensa que aprendeu mecanismos de controlar a tensão. Há muitos e, acredite, funcionam. Relaxamento, no qual tensionamos um músculo de cada vez, para depois soltá-los devarinho, funciona; meditação também funciona; oração em si mesma funciona, além da possível intervenção divina; yoga também funciona muito bem.
Há uma contradição para um estressado em aprender que o estresse pode tornar o câncer mais resistente – êle pode ficar ainda mais estressado por causa disso. A contradição é, em grande parte, falsa: muitas pessoas vivem em estresse e depressão sem terem consciência de que aumentam seu risco de ter câncer. Se se tratarem, melhorarão – essa é a generalização que se desprende de muitos estudos en pesquisas. Com cinco minutinhos quatro ou cinco vezes por dia o estresse pode ser reduzido dramaticamente. Busque, tente e faça e verá o resultado.
Lembre-se de que quem lhes escreve tem câncer há onze anos, tem tanto ou mais medo do que qualquer outro, o câncer voltou e há metástase e, não obstante, continuo trabalhando e há duas semanas publiquei um livro.
Se deu certo comigo – tenso, estressado, nervoso e medroso, deve dar para voce tambem.

Câncer de próstata, testes e ansiedade

Os exames de câncer de próstata são probabilísticos: somente quando uma biópsia nos dá um resultado positivo (leia-se, com câncer) é que há certeza, ainda assim com aquela pequena margem de dúvida derivada de erros de laboratório. Por isso, os exames são repetidos. Aliás, quando fui operado notei que retiravam meu sangue logo antes da operação. Eu acreditava que faziam isso desde antes, acumulando o sangue durante algumas semanas, mas me informaram que era mais seguro fazê-lo no próprio ambiente de cirurgia, porque eliminava “clerical errors”, erros de secretária – colocar o rótulo de um paciente no sangue de outro. A existência de estatísticas adequadas permitia essa conclusão.
Porém, um exame de PSA alto e/ou um toque retal suspeito representam uma probabilidade mais elevada de que exista câncer e o procedimento seguinte é a biópsia, que também é probabilística. Eu “fiz” dez agulhas sem que o câncer aparecesse, mas estava lá. Esses procedimentos geram muita angústia.
O Dr. David A. Katz do VA Iowa City Health Care System e colaboradores acompanharam 109 homens que tiveram testes com resultados suspeitos, mas com biópsias negativas, comparando-os com 101 homens com testes normais. Aplicaram uma escala de preocupação com câncer de prostata que varia de zero a cinco. Os homens com testes suspeitos tiveram um escore médio de 4,5 e os controles 3,9. Esses resultados foram publicados em Urology 2007;69:215-220.
Essa pesquisa, e muitas outras, nos dizem que temos que desenvolver testes mais exatos e mais rápidos: até lá, temos que acelerar os resultados sem comprometer a qualidade porque o preço que está sendo pago pelo paciente que espera é alto.

Câncer de próstata, testes e ansiedade

Os exames de câncer de próstata são probabilísticos: somente quando uma biópsia nos dá um resultado positivo (leia-se, com câncer) é que há certeza, ainda assim com aquela pequena margem de dúvida derivada de erros de laboratório. Por isso, os exames são repetidos. Aliás, quando fui operado notei que retiravam meu sangue logo antes da operação. Eu acreditava que faziam isso desde antes, acumulando o sangue durante algumas semanas, mas me informaram que era mais seguro fazê-lo no próprio ambiente de cirurgia, porque eliminava “clerical errors”, erros de secretária – colocar o rótulo de um paciente no sangue de outro. A existência de estatísticas adequadas permitia essa conclusão.
Porém, um exame de PSA alto e/ou um toque retal suspeito representam uma probabilidade mais elevada de que exista câncer e o procedimento seguinte é a biópsia, que também é probabilística. Eu “fiz” dez agulhas sem que o câncer aparecesse, mas estava lá. Esses procedimentos geram muita angústia.
O Dr. David A. Katz do VA Iowa City Health Care System e colaboradores acompanharam 109 homens que tiveram testes com resultados suspeitos, mas com biópsias negativas, comparando-os com 101 homens com testes normais. Aplicaram uma escala de preocupação com câncer de prostata que varia de zero a cinco. Os homens com testes suspeitos tiveram um escore médio de 4,5 e os controles 3,9. Esses resultados foram publicados em Urology 2007;69:215-220.
Essa pesquisa, e muitas outras, nos dizem que temos que desenvolver testes mais exatos e mais rápidos: até lá, temos que acelerar os resultados sem comprometer a qualidade porque o preço que está sendo pago pelo paciente que espera é alto.

Sobre testes, clicar sobre as seguintes páginas:

O fim das biópsias?
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Mais um teste para ajudar na detecção do câncer de próstata!
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Os testes iniciais de câncer de próstata
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