Vitamina D contra a depressão

Uma pesquisa recente sugere um novo benefício para a vitamina D. Uma pesquisa entre mulheres que sofriam de depressão – moderada ou severa – revelou que, após um tratamento com vitamina D, os sintomas da depressão estavam menores e menos pesados. Essas mulheres não mudaram outros tratamentos, particularmente o(s) antidepressivo(s) que tomavam, deixando claro que os efeitos se deviam à unica mudança, que foi um regime de suplementação da vitamina D.
Os autores concluíram que as deficiências eram responsáveis pelo agravamento da depressão. O modelo explicativo com base em deficiências significa que, corrigida a deficiência, doses adicionais de vitamina D não produziriam efeitos benéficos, podendo causar efeitos negativos.
Determinar a quantidade ideal de vitamina D que devemos receber diariamente é um problema ainda não solucionado. Sabemos, apenas, quando há claras deficiências e claros excessos, sendo que as duas situações produzem efeitos indesejáveis. Porém, entre elas há um amplo “meio”e o tratamento adequado depende de onde deixamos o ponteiro. Note-se que as recomendações da quantidade de vitamina C são baseadas em especulações a respeito de médias e medianas, havendo amplo espaço para variações entre os indivíduos.
Não obstante, é agradável saber que uma exposição ao sol, de meia hora, seja na manhã, antes do horário de pico, ou à tarde, depois dele, pode contribuir para melhorar a depressão é uma possibilidade alvissareira.
GLÁUCIO SOARES IESP/UERJ

Vitamina D contra a depressão

Uma pesquisa recente sugere um novo benefício para a vitamina D. Uma pesquisa entre mulheres que sofriam de depressão – moderada ou severa – revelou que, após um tratamento com vitamina D, os sintomas da depressão estavam menores e menos pesados. Essas mulheres não mudaram outros tratamentos, particularmente o(s) antidepressivo(s) que tomavam, deixando claro que os efeitos se deviam à unica mudança, que foi um regime de suplementação da vitamina D.
Os autores concluíram que as deficiências eram responsáveis pelo agravamento da depressão. O modelo explicativo com base em deficiências significa que, corrigida a deficiência, doses adicionais de vitamina D não produziriam efeitos benéficos, podendo causar efeitos negativos.
Determinar a quantidade ideal de vitamina D que devemos receber diariamente é um problema ainda não solucionado. Sabemos, apenas, quando há claras deficiências e claros excessos, sendo que as duas situações produzem efeitos indesejáveis. Porém, entre elas há um amplo “meio” e o tratamento adequado depende de onde deixamos o ponteiro. Note-se que as recomendações da quantidade de vitamina C são baseadas em especulações a respeito de médias e medianas, havendo amplo espaço para variações entre os indivíduos.
Não obstante, é agradável saber que uma exposição ao sol, de meia hora, seja na manhã, antes do horário de pico, ou à tarde, depois dele, pode contribuir para melhorar a depressão é uma possibilidade alvissareira.
GLÁUCIO SOARES           IESP/UERJ

Omega 3 contra a depressão

Os resultados de um amplo clinical Trial produziram alguns resultados encorajadores. O experimento era com o Omega 3 e seus ácidos gordurosos.

O que permite concluir?

Que suplementos com o Omega 3, que compramos nos melhores fabricantes, podem combater eficientemente a depressão.

Os resultados são preliminares, mas estimulantes. Começa com um negativo: como no caso de tantos medicamentos, nem todos os pacientes respondem: em alguns não surte efeito. Por que funciona com alguns e com outros não? A resposta reside nos que, também, sofrem de ansiedade. E os resultados mostram que o naturalíssimo Omega 3 minora os efeitos e sintomas da depressão tanto quanto os antidepressivos que compramos na farmácia por um preço muito mais alto.

Como foi feito o estudo?

Um total razoável de participantes: 432 (menos do que os bons trials Fase III, mas não havia uma mega-farmacêutica por trás para financiar um grande número de participantes). Todos sofriam de depressão unipolar (uma preocupação justificável porque os bipolares, segundo alguns, constituem um quadro à parte). Foram divididos em dois grupos, um placebo e o grupo que recebeu cápsulas com óleo de peixe com uma elevada concentração de ácido eicosapentanóico (EPA). Acompanharam essa população durante mais de três anos, sob a vigilância de pesquisadores da Universidade de Montreal. A pesquisa também incluiu pacientes que não respondiam aos anti-depressivos comuns.

Segundo o pesquisador principal, uma das dificuldades no tratamento da depressão é que muitos pacientes abandonam o tratamento. O tratamento leva tempo para surtir efeito e muitos não sabem esperar. Outros não iniciam o tratamento com medo do estigma que, acreditam, acompanha o uso de anti-depressantes – mas não acreditam que esse estigma exista contra os que tomam suplementos alimentares.

Os participantes receberam suplementos de Omega 3 fabricados pela mesma empresa – chamados OM3 Emotional Balance – três capsulas diárias com 1050 mg de EPA e 150 mg de DHA, diariamente. Não investigaram os efeitos de doses ainda mais altas.

Depois de oito semanas, os sintomas de depressão diminuíram na maioria dos participantes. O próximo passo é comparar esse tipo de tratamento mais fácil e menos custoso com um grupo controle que tomará antidepressantes de demonstrada eficácia. Após examinarem semelhanças e diferenças, os pacientes e seus médicos poderão tomar decisões bem informadas.

Gláucio Soares


 

O efeito do PSA sobre o risco de suicidio de homens diagnosticados com câncer da próstata

Thomas H. Maugh II, escrevendo para o LA Times, relata pesquisa que mostra uma redução na taxa de suicídios dos homens recém-diagnosticados com câncer da próstata. O uso do PSA aumentou o número dos pacientes diagnosticados cedo e, também, dos diagnosticados com cânceres não agressivos. Creio que uma percentagem mais alta dos que tinham cânceres agressivos, medidos pelo escore Gleason, passaram a ser descobertos mais cedo, oferecendo bons prognósticos. Depois do PSA (cujo uso generalizado começou em 1993) o risco de suicídio baixou muito nos Estados Unidos: era 90% mais alto do que em população equivalente, nos primeiros três meses, e 30% mais alto no primeiro ano, mas após o PSA as taxas se aproximaram muito das taxas de homens normais, sem câncer. O diagnóstico de câncer é uma pancada nas pessoas e os resultados se fazem sentir não apenas nos suicídios: o risco de morrer de um ataque cardíaco dobrava no primeiro mês! Depois, baixava muito e, no primeiro ano, o aumento no risco passou a ser de 9%. Muitos argumentam que a melhoria de parte da população de pacientes se deve a medidas tomadas em função do próprio diagnóstico, como parar de fumar que, já sabemos, reduz rapidamente as taxas de mortes por problemas cardio-vasculares.

 

A cultura conta: os mesmos autores mostram que, na Suécia, o diagnóstico de câncer da próstata aumenta o risco de suicídio em 20% e permanece 20% mais alto.

Outras variáveis contam. Amy Munday informa que o risco de suicídio é menor entre casados do que entre solteiros; os que buscam apoio psicológico e emocional reduzem o risco de suicídio. Essa autora afirma que o estresse e o risco adicional trazido pelo tratamento hormonal são parcialmente responsáveis pela morte, por problemas cardio-vasculares, de quase sete mil homens de 343 mil que foram testados

Essa pesquisa foi publicada no Journal of the National Cancer Institute.

A consulta com o Dr. Meyers

A van, Ford 1993, equipada para acampar é confortável e agradável. É fácil de dirigir, exceto inicialmente, nos momentos em que tive que dar marcha à ré.
Entre a beleza do inverno e a preocupação da almaAs estradas pequenas, no inverno são bonitas. Infelizmente, a comida de beira de estrada é…a comida de beira de estrada. O estomago e o intestino sofrem durante a viagem e a dieta vai para o brejo.</span>
O estado de espírito de quem tem uma doença incurável e está indo a um médico deve variar muito. Eu consegui curtir parcialmente a viagem, mas ia com esperança. Na clínica, durante todo o tempo que passei lá (umas três horas) vi apenas um ou dois pacientes. Já deu para ver o grau de apreensão em um deles, fiel e importantemente acompanhado pela esposa ou companheira.
Mas não dá para para não curtir (um pouquinho, pelo menos) o visual de estradas pequenas, cercadas de árvores, no meio da neve.

Estrada e mais estrada

A chegada mostra uma casinha simpática, simples, com estacionamento para poucos carros. Não é uma operação industrial. Feita, como tantas casas (e universidades) americanas, de tijolinho aparente.


A chegada é marcada por uma placa simples. Depois de quase três dias na van (rebatizada de school bus) pelo meu filho, foi um alívio chegar ao lugar certo.

As estradas pequenas são mais bonitas

Aqui dentro vi um tipo de atendimento ao paciente muito diferente do usado nos Estados Unidos onde somos primeiro recebidos por uma enfermeira, que pesa, tira a pressão, temperatura etcx. Um primeiro e importante cuidado – a pressão é tirada duas vezes, além do que a enfermeira pergunta se essa é a pressão habitual. Ela mostra consciência da chamada “white coat syndrome”: a pressão aumenta na presença de médicos etc. Estava lá por 180, na segunda por 160 e eu aduzi que poderia reduzí-la em outros vinte pontos.
Visitei o AIDP no dia anterior, turbinado pela insegurança de não me perder, chegar atrazado, essas coisas. Uma das secretárias estava preparando o meu dossier. Quando cheguei no dia seguinte vi um senhor baixo, sem gordura para mostrar, de cabelos brancos estudando uns records que eu sabia serem os meus.

Perto, estradas menores, mais curvas e mais beleza

O Dr. Meyers é simpático, agradável. Me tratou com o respeito de quem tem uma doença grave, considerada incurável, que ele também teve ou tem.
Muitos dos suplementos que eu usava ele desaconselhou porque não confiava no fabricante. Traçou um plano de ação que consistia em me preparar para uma terapia hormonal(que deveria ser chamada de anti-hormonal) porque ela tem muitos efeitos colaterais. Há uma diferença em relação ao procedimento habitual, que consiste em iniciar a terapia e aconselhar o paciente a tomar essas e aquelas medidas: ela prepara o paciente e depois inicia a terapia – nos casos em que é possível esperar um pouco. É onde estou e é minha responsabilidade atingir as metas marcadas, ajudado por muitos remédios, mas com compromisso com uma dieta mediterrânea e muito exercício.

O AIDP - uma casinha desprentensiosa com estacionamento para poucos carros

Dr. Meyers me convenceu de algumas coisas, particularmente de que a relação custo/benefício da terapia hormonal pode ser menor e precisa de especificação. A duração do efeito dos tratamentos varia muito e varia de acordo com a doença do paciente e os procedimentos adotados anteriormente.
Os famosos 18 meses de atuação se referem com a próstata, metástase generalizada e que ainda tem a próstata. Análise patológica mostra que metade do crescimento do câncer depois da terapia se inicia na próstata. Nos casos em que houve metástase para os nódulos linfáticos e houve prostatectomia o efeito dura dez anos em 50% a 95% dos casos, dependendo do estudo e da publicação. No caso dos que preservaram a próstata em metade dos casos a terapia hormonal fracassa aos 7-8 anos.
Nos pacientes com metástase generalizada e com sintomas, o efeito é reduzido: em metade dos casos a doença volta a crescer em 8 a 9 meses.
A lição: dependendo do paciente, a duração dos benefícios da terapia hormonal varia de menos de oito a nove meses a mais de dez anos.
Continuarei relatando essa experiência para beneficiar o leitor. Porém, estou preocupado com um grande número de  leitores com acesso à internet mas sem capacidade analítica e com um nível educacional muito baixo. Pediria a cada um dos pacientes mais informados e seus familiares que divulgassem o conhecimento que adquiriram (rão) aqui e em outras fontes entre os que não conseguem entender o que escrevemos.

A placa que garante que chegamos ao lugar certo

Ir ao Dr. Meyers não sai barato. Ele não aceita o seguro tradicional do Medicare (tem um contrato de não aceitação) e custa 350 dólares por cada meia hora. Minha entrevista durou duas horas e o custo total foi de mil e quatrocentos dólares. Uma viagem que eu planejava foi para o espaço. Valeu a pena.


2010 começou mal para mim

Meus Amigos e Amigas:

2010 não me recebeu bem. O câncer, que vinha piorando desde julho, deu um salto para pior. Cresceu, nos últimos seis meses, mais do que em todos os anos antes disso, desde que o PSA voltou a ser detectável. As pessoas que têm uma taxa de crescimento semelhante à minha vivem, comparativamente, muito pouco. Já comecei com a terapia anti-hormonal, da qual fugi sempre.

O que menos entendo é que isso aconteceu pouco tempo depois de eu ter recebido sinais no bom sentido. Na conversa que tive pelo telefone em julho com o Pe. Aírton, que é o meu guia espiritual, quando detectei essa tendência negativa pela primeira vez, ele me disse que eu estava deprimido à toa, porque o câncer estava começando a regredir; rezei uma novena para Santa Terezinha do Menino Jesus com dois pequenos pedidos e uma grande graça que era o câncer entrar em remissão durante muitos, muitos, muitos anos. Recebi rosas, que seriam a confirmação de que a graça seria concedida. A nossa Cirlene, diretora da Penitenciária de Caruaru, me contou um sonho no qual Deus dizia que me amava e reservava para mim algo que no fundo do meu coração era o que eu queria. Uma ex-ajudante me disse que sentiu a necessidade de escrever algo parecido. Fiquei com altas expectativas e vieram as piores noticias desde 2002, ano do fracasso bioquímico, da volta do PSA a um nível detectável.

Se eu fosse um demônio, elevaria as esperanças de gente como eu para que não se realizassem as promessas e as pessoas perdessem a fé. Confesso que fiquei tanto ou mais decepcionado com a não realização das promessas do que com a explosão do câncer. Se explodisse sem sinais, sem mensagens nem esperança não seria tão ruim.

Eu preciso entender a contradição entre os sinais e promessas e a realidade. Alguém pode me ajudar? Criei os sinais? A remissão virá depois, a despeito de exames e prognósticos no sentido contrário?  É um teste de fé e perseverança? Esses sinais não se referem ao câncer, mas a algo após a morte, como sugere minha companheira, que é espírita?

Talvez Deus possa me iluminar para que eu entenda essa hora que não é fácil.

Um abraço

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Reações à carta na qual descrevi a avanço do “meu”câncer:

Oi Glaucio,

Feliz ano novo (sim!), que 2010 te surpreenda de forma positiva.

Glaucio, tenho muuuuuuuito a te falar, então acho que vou falar por etapas. Costumo ser muito prolixa e já visualizei um livro (ruim, mas um livro de tão grande) que eu poderia escrever sobre seus questionamentos.

Deixa ver se consigo organizar minhas idéias:

– Acho que seu questionamento sobre por que a doença piorar muito assim que você teve sinais “divinos” de que ela melhoraria, passa por dois aspectos. O primeiro é mais mecânico, dentro da minha visão espírita (kardecista), sobre a mediunidade, sobre, portanto, a capacidade maior ou menor e em diferentes qualidades (tipos) das pessoas captarem o mundo espiritual. O segundo aspecto é mais filosófico, e passa pela questão de “Por que sofremos?” “Por que pessoas boas sofrem? (não só as ruins, as ‘afastadas de Deus’)”.

Falando do primeiro aspecto, eu diria que os sinais que vc recebeu tiveram ruídos e estática próprios de cada mensageiro que te entregou a mensagem. Divaldo Franco, um super médium e uma pessoa MUITO bondosa, que tem uma instituição de caridade que cuida de milhares de pessoas na Bahia, disse em uma palestra: O médium entrega uma mensagem que recebeu de outra pessoa. Logicamente o mensageiro vai usar suas palavras, suas metáforas, e vai assim ‘temperar’ a mensagem com sua própria emotividade, segundo sua percepção do fato, segundo seus conceitos, sua experiência de vida, etc. E, no caso específico dos médiuns, também segundo a sua maior ou menor capacidade de ouvir a mensagem em si. A mensagem não é exata, escrita em pedra… é um pensamento, um conjunto de idéias… os intérpretes (em sua maioria médiuns comuns)  os vestem de palavras e sons.

No meu entender, Deus, e desta forma toda a hierarquia do plano espiritual, sabia que viria uma piora do seu quadro. E, para que vc soubesse mais uma vez que não está sozinho, que não estamos todos soltos no mundo a mercê de tempestades, que Deus tem um plano para nós e está nos cuidando, embora muitas vezes por caminhos que a gente não entenda, o plano espiritual criou uma onda de sensibilização a você para que a mensagem chegasse a você. Esta onda foi captada por algumas pessoas mais sensíveis que têm contato com você (médiuns, cada um com seu estilo, maior ou menor sensibilidade). E cada uma delas lhe entregou sua mensagem, que, no meu entender, simplesmente diz “Existimos, estamos aqui, estamos acompanhando o seu caso, Tenha fé, estou cuidando de você”, embora algumas pessoas tenham lhe entregado a “cena” “Deus vai especificamente te curar  do cancer da forma que você está desejando”.


Além disso, você próprio, ao receber as primeiras notícias ruins, também enviou mensagens mentais, vibratórias, energéticas (como se queira chamar) de insegurança quanto à sua saúde. Isso funciona como as ondas de uma pedrinha que se atirou num lago. Algumas das pessoas sensíveis (ao ponto de as chamarmos de sensitivas) captaram esta onda, misturarm com seus sentimentos, foram inspiradas pelo plano espiritual e também construiram uma mensagem a você.

Quando descobrimos a doença no meu marido, resolvemos não contar à grande família (a família dele é imensa). Mas no espaço de uma semana ligou para minha sogra, uma tia do meu marido, que é meio distante dele, dizendo “tenho pensado muito nele, a todo momento ele me vem à cabeça, está tudo bem com ele?” Ela NUNCA tinha feito este tipo de ligação antes. E um outro tio, este um médium bem avançado, que vê cenas detalhadas do plano espiritual, ouve conversas, dá informações detalhadas, etc, ligou diretamente para meu marido perguntando “Escuta, está tudo bem com você?” E brincou “Você está com furúnculo, ou o que?” Eu acho que nos casos deles a primeira tia não captou uma mensagem DO PLANO ESPIRITUAL a respeito do meu marido. Ela tem uma afinidade com meu marido e captou seus pensamentos e sentimentos de apreensão, incerteza, com relação à saúde dele. Já o tio, que tem mediunidade muito desenvolvida, provalvelmente recebeu indicações espirituais mesmo de que havia um problema de saúde física e que era sério.

Imagine que você está trabalhando no seu escritório normalmente e sua esposa nunca vem pessoalmente falar com você. Se telefona no meio da tarde, normalmente é só para tratar de coisas pequenas cotidianas. Aí em uma tarde ela aparece no seu escritório, do nada, com um semblante meio sério, meio triste, meio sorrindo e diz que precisa falar com você com calma. No meu entender é lógico pensar que se ela veio pessoalmente é para te dar alguma má notícia de forma mais… aconchegante, para te confortar no momento em que tiver a notícia ruim.

Os sinais que você recebeu, antes da piora, foram esta vinda de ‘Deus” ao seu escritório, para ficar com você sabendo que você receberia ‘um tranco’.

Agora… Por que você tem a doença? Por que você não sarou mesmo sendo um ser humano bom, mesmo sendo religioso, mesmo tendo rezado a novena? Por que se sofre neste mundo? Por que São Francisco de Assis, uma dos espíritos mais elevados que já ‘pousaram’ na Terra, teve tracoma nos dois olhos e teve de cauterizá-los a ferro em brasa? Por que Chico Xavier, a bondade e doação em forma de gente, teve tanto sofrimento na infância e tantas doenças físicas a vida inteira? Por que a irmã Dulce tinha aqueles problemas horríveis nos pulmões?

Isso é assunto para outro email. Neste tratamos dos sinais em si. Ok? Desculpe se não fui clara o suficiente acima. Acho que seria mais fácil nos falarmos por áudio talvez…

Glaucio, esteja com Deus, coloque-se nas mãos dele, para o que ele tiver reservado para você. Ele sabe melhor do que você o que é melhor para você. Digo isso pois acho que ter esta fé profunda e verdadeira é algo maravillhoso, embora eu esteja muito longe dela. Se Meu marido estivesse na sua situação, não sei se eu mesma conseguiria seguir meus conselhos… ainda assim, acredito neles…

abraços

C.

Olá, Glaucio, como passou hoje?

Queria completar meu email anterior dizendo que não acho que os sinais que vc recebeu significam que a coisa ia ficar realmente feia, ou que vá ficar terrivelmente feia. Significam que haveria um momento de provação, que nenhum de nós sabe quanto/como vai durar.

O que você achou de tudo que te disse?

Vou te contar no próximo email, como foi a cirurgia espiritual do meu marido, ok?

abraços

C.

Querido Glaúcio,

Eu não sei como responder mais do que isto: a vida acaba um dia e a gente precisa receber este fato com serenidade.
Com todo o respeito que me merecem as pessoas religiosas e temerosas a Deus, a morte não tem nada a ver com Deus mas, sim, com a finitude biológica.
Eu só sei que quando isso chegar, é melhor que a gente deixe saudades e esperança, como será no teu caso: uma pessoa solidária, amorosa e construtiva, que através do seu conhecimento terá levado esperança de uma vida eterna a muitos. Que a tua Santa Terezinha do Menino Jesus te dê toda a graça. Tenha certeza de que até lá eu estarei solidário e torcendo para que o teu Deus reverta o teu sofrimento.
Um abraço afetuoso e agradecido do J.

Filho tão querido,

Sabendo que Deus nunca deixa sem resposta o que lhe pedem seus filhos,

Aos céus dirijo minhas preces por ti e por todos os que a ti estejam ligados.

Entendo o que se passa contigo.

Sei que Deus está atento aos apelos que lhe tens feito.

Se, em tudo, quiseres ver, encontrarás um sentido.

No tempo devido, virá como resposta o que mais tem te ocupado.

Estou contigo.

Em preces por ti estarei ao teu lado.

Confia no Senhor.

Em tudo, seja ele para ti o primeiro e o que há de maior valor.

A ti e quantos te são caros,

Eu desejo o melhor para o ano que vai começar.

Conta sempre com a atenção e preces

Obrigado por tudo o que fazes, que bem expressa o que crês e como és.

Estou contigo

Feliz 2010, 2011, 2012, 2013…

Deste servo e padre,

Com zelo e atenção constantes.

In Christo,

Pe Airton

Servo.

Olá amigão! muita paz e muita luz para você .Está tudo bem por aqui . Aguardamos dentre em breve que possa vir nos visitar. O Peró está o contrário do Rio :Aqui uma brisa suave sopra constantemente enquanto o Rio a temperatura às vezes ultrapassa quarenta graus. Agora faço-lhe um pedido: não se deixe abater por estes momentos difíceis .Faça do seu poder criativo uma grande arma . Voce escreve tão bem .Use e abuse deste dom que Deus lhe deu . Beijos e abraços de sua amiga . S.

Estimado amigo e companheiro!

Sei que estou com o problema há três anos e meio. Quando detectei-o já era tarde para retirar a próstata e já tinha uma metástase. Iniciei o tratamento hormonal e apliquei vacinas do FK de Porto Alegre.
Em razão de um enfarto suspendi a aplicação da zoladex, ficando só com três cápsulas diárias da casodex. Meio ano após, meu  psa subiu de 2,06 para 11,7. Ao invés de ir para a quimio, retornei ao Zoladex e, três meses depois, o PSA voltou para 2,4.
Sei que são estágios e, ineitavelmente, vão sendo superados e substituídos por outros dado ao inexorável avanço da doença. Tenho 69 anos e nao sei se morro dela ou com ela, mas isso pouco importa, já que, como todos, devo morrerr de alguma coisa.

Recebi minha doença com resignação e dando graças a Deus que era desse tipo, já que outros cânceres são mais violentos e acabam conosco em período bem mais curto.

Depois da minha descoberta, como já disse, sofri um enfarto e, descobrimos que minha esposa estava com câncer no  intestino. Submetida à uma operação, extirpou parte parte dele e submeteu-se à quimioterapia, estando agora, bem de saúde, tendo já realizado diversos exames.

Tenho fé em Deus. Mas, tenho sempre presente aquela parte do Pai Nosso que refere “seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu”, a significar que nem sempre prevalece a nossa vontade, mas a Dele.

Ele que sabe e traça nossos caminhos. Se a preservação de nossas vidas dependesse somente de nossa fé, dificilmente alguém morreria.

A fé importa em reconhecer nossa passagem pela terra, rumo à vida eterna. Nao é por menos que ao final da oração da Ave Maria, dizemos: Rogai por nós, agora e na hora de nossa morte.” E, no Salve Rainha, concluímos dizendo: Rogai por nós Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.”

Nos meus momentos de aflição busco socorro nas orações, nao na expectativa de resovê-las de acordo com minha vontade, mas para que Deus me mostre o melhor caminho que, pode ser, nao aquele que escolheríamos.

Força e fé meu amigo. Se alguém for merecer das promessas de Cristo, por certo, tu és um deles, pelo bem que espalhastes durante tua vida.
Um abraço.
Sergio Haas

Prezado Gláucio!

Eu  vejo muitas crianças morrendo no meu dia a dia, e muitas de câncer avançado, algumas sem nem ter tido alguma chance tratamento E todas indo embora deste mundo sem viver experiência alguma, como estudar, trabalhar, namorar, viajar,  casar, ter filhos etc…

E mesmo pouco sabendo do que vivestes sei já sei que realizastes muito mais que a grande maioria das pessoas. Fostes um bom filho, tivestes uma saúde e energia invejável durante grande parte da tua vida (até o fatídico câncer) e tivestes filhos maravilhosos, com saúde e muito inteligentes. Vivestes em duas pátrias (Brasil e USA). Estudastes muito e te tornastes referencia nos dois países. Vais deixar muitos livros escritos e estudos inquestionáveis na área da criminologia

E  adquiristes sabedoria que conseguistes compartilhar na tua área e fora dela com milhares de pessoas.

Melhorastes com teus estudos e orientações a cidade em que nascestes  ( Rio de Janeiro)  e contribuístes muito com o entendimento da violência social.

Aprendestes varia línguas (eu contei 5) heheheh Viajastes o mundo todo, fazendo turismo e/ou dividindo e compartilhando teus conhecimentos

Amastes muitas pessoas nesta tua vida, mulheres, amigos, crianças (do Arcoverde, netos etc.)

Nos últimos anos finalmente encontrastes uma mulher com a qual casastes e te trouxe a paz que sempre almejavas

Enfim, tens que ver a vida como ela foi vivida… se foi plenamente ( a tua, penso que foi), e ter paz nesta fase pela qual todos os mihões que deixaram esta terra já passaram e que TODOS nós  vivos vamos passar ( pq a única certeza que temos ao nascer é que vamos morrer)

E mais, alguns ou muitos podem morrer ainda antes de ti, sem que possas ter domínio algum sobre esta cronologia…

Isso não é decisão nossa….logo ter paz, viver feliz,  numa atitude de gratidão e esperança num futuro reencontro é só o que nos resta.

Beijos

Sonia

Tenho 74 anos e acho que estou com cancer há mais de dez anos. Fiz radsioterapia no A.C. Camargo em São Paulo, terminada em setembro de 2008. Confio num médico no Rio de Janeiro que recomenda um tratamento intermitente de anti-hormonal que eu escolhi não fazer. Meu pai morreu com 93 e tinha cancer proveniente da prostata por mais de 20 anos. Tudo o que acontecer será bem vindo e da maneira que ocorrer. Não se preocupe muito. Os valores do PSA nunca serão uma sentença de morte. Saude, aceite o que acontecer. Os médicos por melhores que sejam nunca poderão dar sentença de morte para ninguém.

J.

Câncer, depressão e recaída da depressão

Muitos eventos que acontecem na vida da gente podem provocar uma depressão, como a morte de alguém, separações, divórcios etc. O derrame é um deles e um diagnóstico de câncer é outro: aumentam muito o risco de depressão. Algumas das consequências colaterais dos tratamentos aumentam o risco de depressão. Felizmente, há tratamento, tanto com drogas, quanto com terapia e, sobretudo, com a combinação delas, antidepressivos e terapia.

Porém, quem sai de uma grande depressão fica temporariamente muito vulnerável e deve se proteger e ser protegido(a). Uma pesquisa recente, chamada Mild Sadness Can Trigger Depression Relapse mostra que pessoas que saíram de depressões sérias permanecem sensíveis e vulneráveis ao estresse e seu risco de entrar (voltar à) numa depressão séria é bem mais alto do que o risco dos que nunca tiveram uma depressão. Não é algo bem compreendido por muitas pessoas que cuidaram dos pacientes deprimidos, inclusive amigos e familiares, que frequentemente perdem a paciência no longo caminho de cuidar deles. Há uma sensação de alívio, um ufa!!!, e ninguém está preparado(a) para a notícia de que o paciente não está “curado” e pode recair. Claro, há pacientes e ex-pacientes instrumentais que a depressão para obter coisas e deixar de realizar tarefas.

  • Uma pesquisa feita no Canadá mostra que, inicialmente, pequenos transtornos podem provocar grandes recaídas em sérias depressões.
  • A pesquisa foi feita em duas etapas: na primeira, foram estudados 301 pacientes com depressão séria. Os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos, um recebeu um antidepressivo durante seis meses e outro recebeu terapia cognitivo-comportamental durante uma vez por semana. Numa segunda etapa, 99 pacientes que haviam saído da depressão ouviram músicas tristes e melancólicas e que se lembrassem de momento(s) da vida em que se sentiram tristes. O objetivo era criar uma atmosfera triste.
  • Os pacientes que foram tratados com antidepressivos – e que se recuperaram bem – recaíram com maior frequência do que os que fizeram terapia cognitivo-comportamental.
  • Quanto mais estímulos e reativações de pensamentos disfuncionais maior o risco do paciente recair numa depressão séria.

Os pesquisadores chamam de pensamento disfuncional o alimentar memórias e tristezas. Médicos, assistentes sociais, terapeutas e até familiares e amigos precisam se conscientizar de que as pessoas que saem de depressões não saem fortes e que o risco de recaída é alto caso ocorram novos eventos tristes e caso “amigos” mergulhem os pacientes numa atmosfera de tristeza. Toda a entourage do paciente precisa ficar alerta e ajudar o paciente a evitar pensamentos tristes e depressivos.

Não é verdade que temos que viver as crises e depressões até a última gota.

Publicado em Archives of General Psychiatry (Volume 63).

O risco de recaída na depressão

Pequenas tristezas e grandes depressões

Quem sai de uma grande depressão fica temporariamente muito vulnerável e deve se proteger e ser protegido(a). Uma pesquisa recente, chamada Mild Sadness Can Trigger Depression Relapse mostra que pessoas que saíram de depressões sérias permanecem sensíveis e vulneráveis ao estresse e seu risco de entrar (voltar à) numa depressão séria é bem mais alto do que o risco dos que nunca tiveram uma depressão. Não é algo bem compreendido por muitas pessoas que cuidaram dos pacientes deprimidos, inclusive amigos e familiares, que frequentemente perdem a paciência no longo caminho de cuidar deles. Há uma sensação de alívio, um ufa!!!, e ninguém está preparado(a) para a notícia de que o paciente não está “curado” e pode recair. Claro, há pacientes e ex-pacientes instrumentais que usam a depressão para obter coisas e deixar de realizar tarefas.

  • Uma pesquisa feita no Canadá mostra que, inicialmente, pequenos transtornos podem provocar grandes recaídas em sérias depressões. A pesquisa foi feita em duas etapas: na primeira, foram estudados 301 pacientes com depressão séria. Os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos, um recebeu um antidepressivo durante seis meses e outro recebeu terapia cognitivo-comportamental durante uma vez por semana.
  • Numa segunda etapa, 99 pacientes que haviam saído da depressão ouviram músicas tristes e melancólicas e que se lembrassem de momento(s) da vida em que se sentiram tristes. O objetivo era criar uma atmosfera triste.
  • Os pacientes que foram tratados com antidepressivos – e que se recuperaram bem – recaíram com maior frequência do que os que fizeram terapia cognitivo-comportamental.
  • Quanto mais estímulos e reativações de pensamentos disfuncionais maior o risco do paciente recair numa depressão séria.
  • Os pesquisadores chamam de pensamento disfuncional o alimentar memórias e tristezas. Médicos, assistentes sociais, terapeutas e até familiares e amigos precisam se conscientizar de que as pessoas que saem de depressões não saem fortes e que o risco de recaída é alto caso ocorram novos eventos tristes e caso “amigos” mergulhem os pacientes numa atmosfera de tristeza.
  • Toda a entourage do paciente precisa ficar alerta e ajudar o paciente a evitar pensamentos tristes e depressivos.
  • Não é verdade que temos que viver as crises e depressões até a última gota

Publicado em Archives of General Psychiatry (Volume 63).
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Idosos, depressão e suicídio

A grande maioria dos conhecimentos sobre a relação entre idade e suicídio, particularmente sobre o suicídio de idosos, vem de fora do Brasil. No Brasil, o crescimento do número dos idosos é mais recente e a pesquisa social no Brasil está engatinhando. Fala-se muito, pesquisa-se pouco.
Comecemos com os Estados Unidos:

  • em 2004, a população da Terceira Idade (65 e mais) representava 12% do total e 16% dos suicidas;
  • a taxa de suicídio nessa faixa era de 14,3 por 100 mil, mas a da população como um todo era de 11;
  • a taxa crescia na Quarta Idade (85 e mais), particularmente entre homens brancos, onde atingia 49,8 por 100 mil.
A depressão é amiga íntima do suicídio. Há muitos estudos sobre essa relação. Alguns concluem que [até] 75% dos idosos suicidas tinham buscado assistência médica no mes anterior ao suicídio. Isso nos diz, pelo menos, duas coisas:

  1. problemas de saúde são um dos incentivos ao suicídio entre idosos e
  2. os profissionais da saúde, sobretudo médicos e enfermeiras, podem ajudar a detectar um suicida em potencial.

Esses dados também sublinham a necessidade de lidar com a detecção e o tratamento da depressão como um passo importante para a prevenção dos suicídios.
Porque cresce a depressão entre os idosos?

  • O risco cresce com outras doenças, físicas ou mentais. A depressão é a grande co-morbida (doença que ocorre junto com outra(s) doença(s)).
  • O risco cresce com o declínio funcional. Depressões pesadas afetam sobretudo os que tem que ser hospitalizados. Os que vivem “na sociedade” apresentam uma percentagem de deprimidos que varia entre 1% e 5%; entre os hospitalizados chegam a 11-12% e entre os que requerem tratamento em casa chegam a 13-14%.
  • Nos EUA, perto de 5 milhões vivem com sintomas de depressão, mas não apresentam um quadro claro que permita um diagnóstico. Ela é particularmente frequente entre idosos e aumenta o risco de desenvolver uma depressão séria.


É importante repetir e repetir mais que a depressão NÃO é parte “normal” do envelhecimento. Sentimentos de tristeza, luto, dor etc. acontecem regularmente, são normais e quase inevitáveis. Mas a depressão não é normal e é evitável. A depressão afeta seriamente a funcionalidade dos idosos.
Assim, a prevenção dos suicídios entre idosos passa pelo tratamento da depressão. Em muitos idosos, a depressão vem primeiro, faz um estrago na qualidade de vida do idoso, e o suicídio vem depois. O pessoal médico e até familiares tendem a empurrar com a barriga a depressão dos idosos, que explica como as taxas de diagnóstico são baixas, mas pesquisas específicas revelam que elas são muito mais altas.
Além disso, a depressão dificulta o tratamento de outras doenças, o que é gravíssimo devido à alta comorbidade da depressão. Ela está frequentemente acompanhada de outra doença física ou mental.
O tratamento passa por remédio (antidepressivos receitados por psiquiatras competentes e por ninguém mais) e por psicoterapia. São tratamentos que podem, com certo esforço e perseverança, ser obtidos gratuitamente ou a baixo custo. Um bom parente faria o trabalho de localizar esses serviços.

É possível encontrar felicidade na Terceira Idade. Tecnicamente, aos 73, eu já sou “velho-velho” e enfrento um câncer há 11 anos, já tive embolias pulmonares múltiplas e tenho uma fibrilação atrial muito chata e ameaçadora (aumenta muito o meu risco de AVC). Ajudar os outros, particularmente crianças pobres e coroas como eu me dá alegria. Espero que todos os coroas encontrem alegria em alguma atividade.


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Anti-depressivos, psicoterapia e suicídio

    Dois estudos ainda não publicados no American Journal of Psychiatry confirmam que o uso de anti-depressivos reduz o risco de comportamentos suicidas. Simon estudou mais de cem mil pessoas num plano de saúde que foram tratadas por estarem deprimidas. As tentativas de suicídio foram mais comuns no mes imediatamente anterior ao que se iniciou o tratamento. A explicação intuitiva é que foram levados ao tratamento exatamente porque tinham comportamentos suicidas (que podem ser tentativas, ameaças, falar muito a respeito, ideações suicidas etc).  As tentativas começaram a decrescer logo no primeiro mes depois do início do tratamento com anti-depressivos e continuaram baixando nos meses subsequentes. O mesmo padrão pode ser observado com o início de psicoterapia. Esse declínio é acentuado tanto no caso de anti-depressivos quanto no caso de psicoterapia, sugerindo que usar apenas um desses recursos é jogar fora instrumentos no combate à depressão e ao suicídio e aumentar o risco de morte do paciente. Outro estudo, com dados sobre mais de 226 mil veteranos de guerra mostra que os pacientes tratados com SSRIs ou anti-depressivos tricíclicos tentavam o suicídio com frequência menor do que os que não eram tratados.  Essas diferenças foram observadas em todos os grupos de idade, inclusive nos jovens (18 a 25).

Os dados podem ser vistos abaixo: 

Figure 1

Temos que combater a depressão e o suicídio com todos os instrumentos disponíveis que são eficazes. Deixar de tratar os pacientes com o que há de melhor por causa de guerrilha teórica entre psicoanalistas e psiquiatras é um comportamento pior do que burro: é criminoso.

Porque estudar o suicídio

A devastação humana causada pelos suicidios é a principal razão para manter esse blog.
Algumas estatíticas básicas:

• No mundo, alguém se mata cada 40 segundos
• A taxa de suicídio aumentou 60% nos últimos 45 anos
• Mundialmente, as tentativas de suicídio são perto de 20 vezes mais frequentes que os suicídios
• Nada menos do que 90% dos suicídios encontram-se relacionados com distúrbios mentais (principalmente depressão, bipolaridade e abuso de drogas e álcool)uw uw q

Porque estudar o suicídio

A devastação humana causada pelos suicidios é a principal razão para manter esse blog.
Algumas estatíticas básicas:

• No mundo, alguém se mata cada 40 segundos
• A taxa de suicídio aumentou 60% nos últimos 45 anos
• Mundialmente, as tentativas de suicídio são perto de 20 vezes mais frequentes que os suicídios
• Nada menos do que 90% dos suicídios encontram-se relacionados com distúrbios mentais (principalmente depressão, bipolaridade e abuso de drogas e álcool)uw uw q

Para outras páginas sobre bipolaridade e outras doenças mentais e suicídio, clique em cima:
O risco de suicídio, segundo Satcher
Suicídios e seus momentos mais prováveis
Porque estudar o suicídio
Notícia triste
Necrópsia psicológica, doença mental e suicídio
Um testemunho
Alunos e orientados bipolares

Notícia triste

Infelizmente, esse tipo de ocorrência se repete e se repete. Uma jovem, de apenas 18 anos, com uma história pesada de doenças mentais, recebeu alta do hospital psiquiátrico: chegou em casa e se lançou pela janela. Fim de uma vida.

Poucos duvidam de que ela não deveria ter recebido alta. É possível que a pressão de muitas pessoas precisando e poucas vagas tenha contribuído; é possível que a ideologia política de não internar ninguém tenha ajudado. Como saber?
Sabemos que bons governos reduzem mortes violentas, ainda que o suicídio responda um pouco menos, e que as mortes violentas aumentam com governos incompetentes e corruptos. Também sabemos que políticos e intelectuais, sem formação técnica nem conhecimento da vasta bibliografia sobre suicídio e doença mental, defendem políticas contraproducentes baseados em chute, em achismo, neste ou naquele filósofo.

Não sabemos se a janela suicida estava aberta quando ela saiu do hospital, se abriu depois, se os medicamentos foram mantidos ou – mais ideologia – foram dispensados “porque não lidam com as causas do problema.”

O problema não acabou. Temos uma família devastada que deverá lidar com um vazio e uma inevitável culpa durante anos.

Para informações detalhadas a respeito de temas relacionados, clique nos posters abaixo:
Notícia triste
http://suicidiopesquisaeprevencao.blogspot.com/2007/01/notcia-triste.html
Armas de fogo e suicídios de jovens
http://suicidiopesquisaeprevencao.blogspot.com/2006/11/armas-de-fogo-e-suicdios-de-jovens.html
Suicídios em Pinar del Rio, Cuba
http://suicidiopesquisaeprevencao.blogspot.com/2006/11/suicdios-em-pinar-del-rio-cuba.html
Suicídios em Matanzas, Cuba
http://suicidiopesquisaeprevencao.blogspot.com/2006/11/suicdios-em-matanzas-cuba.html
Alcoolismo e suicídio
http://suicidiopesquisaeprevencao.blogspot.com/2006/10/alcoolismo-e-suicdio.html
Psicose de origem alcoólica e suicídio
http://suicidiopesquisaeprevencao.blogspot.com/2006/10/psicose-de-origem-alcolica-e-suicdio.html

Para outras páginas sobre bipolaridade e outras doenças mentais e suicídio, clique em cima:
O risco de suicídio, segundo Satcher
Suicídios e seus momentos mais prováveis
Porque estudar o suicídio
Notícia triste
Necrópsia psicológica, doença mental e suicídio
Um testemunho
Alunos e orientados bipolares

Ajudar a si, ajudando o próximo – 1

Com freqüência pensamos tanto em nós diretamente que nos esquecemos de que fazemos muito bem de tabela, ajudando os outros, particularmente os necessitados.

Essas crianças são de uma área paupérrima no interior de Pernambuco, perto de Arcoverde. O IDH de Arcoverde é baixíssimo (próximo do de Myanmar e de Botswana). Imaginem o IDH desta zona, ou a do Lixão de Arcoverde, sobre a qual me referirei.

Essa foi “A Festa do Sorvete”. Comprei dois latões de sorvete, um monte de cones e foi, mesmo, uma festa. Muitas das crianças nunca tinham tomado um sorvete. Não é o momento de discutir se sorvete faz bem ou faz mal, mas nunca ter tomado sorvete num mundo em que o sorvete está em todas as partes faz muito mal.

Cada uma dessas crianças “custa” 40 reais, incluíndo duas refeições, escola, assistência médica e dentária ocasional e básica.

Um testemunho

Os suicídios afetam outras pessoas, como amigos e familiares. Poucos sabem quanto. O testemunho abaixo (em Inglês) discute o impacto destrutivo de um suicídio sobre outras pessoas.

After A Suicide
by Stephanie Anne Dispoto
Suicide can be described as an interpersonal act. It is killing oneself, yet it also kills a part of everyone who is close to, or loves, the person who dies by suicide. The emotional pain for the suicide victim is over, but it is only beginning for the survivors.
If you have had a family member or friend die by suicide, you will be able to identify the sharp and long-lasting feelings that arise with grief. These emotions are similar to those felt while mourning any violent, unexpected death. Unfortunately, additional reactions occur when that violent, unexpected death is a suicide. The feelings themselves can be scary. The most frightening aspect is not knowing what to expect and being told trite platitudes in an attempt to cheer you up and “take away” the negative grief feelings.
Virtually all deaths bring a period of grief to the surviving relatives and friends, and sometimes anger—anger at the dead person for leaving us. It is a stage that many people pass through on their way to accepting the death. If the death has been expected, the grieving may be somewhat easier on us because we may have had time to communicate with the dying person, time to listen to his or her feelings and fears, and time to give help throughout the ordeal. We are not as apt to be angry with one who has, in effect, let us know he or she is going to die.
But it is not easy to deal with a sudden and unexplainable death, the kind that occurs in an accident or a suicide. We are denied the time with the person, the opportunity to tie up “loose ends” to make amends, to prepare ourselves.
Suicide, more so than even an accident, is very hard on the survivors. There may be anger at the person who chose death over life and perhaps over being with us. There is guilt, perhaps self-blame for not paying more attention to the victim when he or she was distressed; or there is self-hate because of those times when there was irritation or anger expressed towards the victim.
This reminds me of an incident some years ago in which a lover of a woman who died by suicide without leaving a clue looked down at her body in its coffin and spat out, “You rotten little b#@&%!.” It is appalling to know that someone could feel that way when a loved one has died so tragically. But such responses are not uncommon among those left behind.
Those feelings, as scary and awful as they are (although not always as drastic as described above), have to be experienced and worked through for the grief to subside. The process will continue until satisfactory adjustments are achieved and firmly established. It is a growth experience in the direction of maturity.
Not exactly what one wants to hear.
Because of the way suicide affects survivors, a lot of attention is now devoted to helping them deal with the suicide. Survivors must learn to deal with all of the mixed emotions churning inside them, with all of the unanswered questions that gnaw at them. Where did they fail? Could they have prevented the death? Why didn’t they see the signs? Shouldn’t they have returned the phone call after they cut their family member/friend off so abruptly because they were too busy or too tired to hear more of the old complaints?
What if? What if WHAT IF? Why, why WHY?
There are instances where family and/or friends do not always pay attention to those who try to express their feelings. People become fearful when you mention the word suicide, they may ask you not to speak of it again. If a suicide attempt occurs in a family, there are those that will deny that it happened, preferring to maintain a strict silence.
Sometimes, the guilt of survivors is justified. People often don’t spend the time they should with their children, their friends. Parents hear children talking, laughing, crying, but sometimes don’t really listen. But what about the parents that do spend the time, do listen? Parents are the ones in the end that are responsible for their children in the truest sense of that overworked word; it is they who hurt the most when their own flesh and blood hurt.
One young woman wrote about how she was sick of the assumption that no child who has had a “hug, kiss and five minutes a day of undivided positive attention from their parents would never contemplate suicide.” She had survived several serious and desperate attempts to kill herself. Her parents adored her, devoted infinite time to her—more than 5 minutes a day—and struggled through several hospitalizations with her, family and individual therapy and inpatient treatment and finally, she came to the conclusion that no one is to blame, especially her parents. They did all they could. She just couldn’t accept what they gave her.
She is coping now, though; she has a part-time job in a therapy program that is working for her and has her own apartment. It wasn’t an easy road. It won’t be. But she is talking about it.
One point she brought up, which makes one think with all of the anti drug commercials on television all the time, how come there isn’t one that says:
“Don’t commit suicide. Call somebody.”

Para outras páginas sobre bipolaridade e outras doenças mentais e suicídio, clique em cima:
O risco de suicídio, segundo Satcher
Suicídios e seus momentos mais prováveis
Porque estudar o suicídio
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Necrópsia psicológica, doença mental e suicídio
Um testemunho
Alunos e orientados bipolares

Anti-depressivos e suicídio

G. Isacsson, pesquisador do Karolinska Institute, Division of Psychiatry, Huddinge Hospital, na Suécia, hipotetizou que o uso de anti-depressivos reduzia a probabilidade de suicídios. Com base em pesquisas realizadas até 1991, propunha que um aumento de cinco vezes no uso de anti-depressivos na Suécia produziria um declínio de 25% nas taxas de suicídio.

Posteriormente, houve um aumento de 3,5 vezes no uso de anti-depressivos. As estatísticas suecas são excelentes, possibilitando reunir dados sobre desemprego, consumo de álcool e uso de anti-depressivos para o período 1978-1996 num database que incluía, também, dados sobre a idade, o gênero e o município de residência. O autor também comparou os dados com os referentes aos países escandinavos (incluindo a Finlândia e excluindo a Islândia). A relação com o desemprego e o consumo de álcool não foi clara, mas a relação com o uso de anti-depressivos foi.

Estudos desse tipo apresentam uma debilidade com relação a variáveis não controladas.

Há muitos outros estudos em condições controladas, favoráveis ao uso de anti-depressivos, particularmente em combinação com terapias interativas.

Ver Isacsson G. “Suicide prevention – A medical breakthrough?” Acta Psychiatrica Scandinavica, Volume 102, Issue 2, 2000, págs 113-117

Anti-depressivos e suicídio

G. Isacsson, pesquisador do Karolinska Institute, Division of Psychiatry, Huddinge Hospital, na Suécia, hipotetizou que o uso de anti-depressivos reduzia a probabilidade de suicídios. Com base em pesquisas realizadas até 1991, propunha que um aumento de cinco vezes no uso de anti-depressivos na Suécia produziria um declínio de 25% nas taxas de suicídio.

Posteriormente, houve um aumento de 3,5 vezes no uso de anti-depressivos. As estatísticas suecas são excelentes, possibilitando reunir dados sobre desemprego, consumo de álcool e uso de anti-depressivos para o período 1978-1996 num database que incluía, também, dados sobre a idade, o gênero e o município de residência. O autor também comparou os dados com os referentes aos países escandinavos (incluindo a Finlândia e excluindo a Islândia). A relação com o desemprego e o consumo de álcool não foi clara, mas a relação com o uso de anti-depressivos foi.

Estudos desse tipo apresentam uma debilidade com relação a variáveis não controladas.

Há muitos outros estudos em condições controladas, favoráveis ao uso de anti-depressivos, particularmente em combinação com terapias interativas.

Ver Isacsson G. “Suicide prevention – A medical breakthrough?” Acta Psychiatrica Scandinavica, Volume 102, Issue 2, 2000, págs 113-117