O RISCO DE NAO ESTAR CURADO DIMINUI SEMPRE MAS NUNCA CHEGA A ZERO


Em muitos cânceres, o consenso é que, após cinco anos sem sintomas nem qualquer indicador, inclusive nos exames, o paciente é considerado curado. Infelizmente, não é o caso do câncer da próstata.

A pesquisa foi realizada em Viena e incluiu quase seis mil pacientes que foram tratados com a prostatectomia radical entre 1985 e 2010. Desses, 728 foram acompanhados por mais de dez anos.

Aos 10 e 15 anos após a prostatectomia, 61% e 52% não tinham tido o fracasso bioquímico, a ”volta” do PSA. Isso significa que 9% receberam a desagradável notícia de que não estavam curados depois de dez anos de exames que resultaram em PSA’s não detectáveis. Esse grupo representava, aproximadamente, a mesma percentagem em cada grupo de risco – baixo, intermediário ou alto – contrariando a hipótese intuitiva de que eram ”restos” de cânceres pouco agressivos que, dado o longo tempo transcorrido, apareceram nos exames de PSA.

Em síntese, como bem disse meu urológo há 16 anos, o tempo transcorrido reduz o risco que nunca atinge zero.


 

GLÁUCIO SOARES, IESP-UERJ


Se quiser saber mais sobre suicídios e a prevenção de suicídios, visite os seguintes blogs:

PSA: testar ou não testar?

A última cisão na política médica se refere a testar ou não o PSA. Um PSA alto não é um indicador de um câncer agressivo e muitos pacientes fazem tratamentos agressivos que têm efeitos colaterais sérios desnecessariamente. Em verdade, o pêndulo oscilou para mais vigilância e menos tratamento.
Os resultados de uma ampla pesquisa na Suécia colocam em dúvida a sabedoria dessa política. Foi feita uma pesquisa em Göteburg com uma população ampla, de 20 mil. Dois grupos foram selecionados aleatoriamente: um seria testado cada dois anos e os demais somente se houvesse sintomas. Foram acompanhados durante quatorze anos. Os resultados são fortes: a mortalidade específica por câncer da próstata dos que foram testados sistematicamente foi aproximadamente a metade do grupo controle. David E. Neal, da University de Cambridge, escreveu um editorial definindo-se como cautelosamente otimista, no sentido de que “dependendo das circunstâncias, o teste de PSA e o diagnóstico precoce salvam vidas, reduzindo as mortes por câncer da próstata.
Se o PSA do grupo testado fosse alto, o paciente decidia se queria ou não realizar testes adicionais. Do grupo experimental, 76% foram testados pelo menos uma vez; desses (e não do total), 33% tiveram um PSA alto em pelo menos um teste.
Depois de 14 anos, 11% dos testados receberam um diagnóstico de câncer da próstata; do grupo controle, apenas 7%.  Como os grupos foram selecionados aleatoriamente, fica demonstrado que o teste aumenta a percentagem diagnosticada. No grupo controle, 0,9% morreram do câncer durante o período do estudo; no grupo experimental, apenas 0,5%.
Resumo escrito por Gláucio Soares.

Menos de 3% dos diagnosticados cedo morrem


Nessa semana, pesquisadores suecos informaram que a grande maioria dos homens que são diagnosticados nos estágios iniciais do câncer da próstata não morrem dele, mesmo que não sejam tratados com os tratamentos padrão. Acompanharam os pacientes diagnosticados e chegaram à conclusão de que menos de três por cento morreram do câncer. A notícia onde esse resultado foi divulgado ressalta que os novos pacientes, que foram diagnosticados com um PSA baixo e um escore Gleason também baixo devem manter a calma e escolher cuidadosamente e sem pressa qual o tratamento que querem fazer e até mesmo se querem apenas fazer um acompanhamento (watchful waiting) que só justifica um tratamento de primeira linha se o câncer avançar além de níveis considerados seguros. A pesquisadora Grace Lu-Yao sublinha que, hoje, o câncer da próstata é muito menos ameaçador e fatal do que antes se acreditava. Aos setenta anos, vinte por cento dos homens saudáveis morrerão em oito anos, a mesma percentagem dos que tinham câncer da próstata. Em dez anos, apenas 2,4% dos homens diagnosticados nos estágios iniciais do câncer faleceram.

 

A consulta com o Dr. Meyers

A van, Ford 1993, equipada para acampar é confortável e agradável. É fácil de dirigir, exceto inicialmente, nos momentos em que tive que dar marcha à ré.
Entre a beleza do inverno e a preocupação da almaAs estradas pequenas, no inverno são bonitas. Infelizmente, a comida de beira de estrada é…a comida de beira de estrada. O estomago e o intestino sofrem durante a viagem e a dieta vai para o brejo.</span>
O estado de espírito de quem tem uma doença incurável e está indo a um médico deve variar muito. Eu consegui curtir parcialmente a viagem, mas ia com esperança. Na clínica, durante todo o tempo que passei lá (umas três horas) vi apenas um ou dois pacientes. Já deu para ver o grau de apreensão em um deles, fiel e importantemente acompanhado pela esposa ou companheira.
Mas não dá para para não curtir (um pouquinho, pelo menos) o visual de estradas pequenas, cercadas de árvores, no meio da neve.

Estrada e mais estrada

A chegada mostra uma casinha simpática, simples, com estacionamento para poucos carros. Não é uma operação industrial. Feita, como tantas casas (e universidades) americanas, de tijolinho aparente.


A chegada é marcada por uma placa simples. Depois de quase três dias na van (rebatizada de school bus) pelo meu filho, foi um alívio chegar ao lugar certo.

As estradas pequenas são mais bonitas

Aqui dentro vi um tipo de atendimento ao paciente muito diferente do usado nos Estados Unidos onde somos primeiro recebidos por uma enfermeira, que pesa, tira a pressão, temperatura etcx. Um primeiro e importante cuidado – a pressão é tirada duas vezes, além do que a enfermeira pergunta se essa é a pressão habitual. Ela mostra consciência da chamada “white coat syndrome”: a pressão aumenta na presença de médicos etc. Estava lá por 180, na segunda por 160 e eu aduzi que poderia reduzí-la em outros vinte pontos.
Visitei o AIDP no dia anterior, turbinado pela insegurança de não me perder, chegar atrazado, essas coisas. Uma das secretárias estava preparando o meu dossier. Quando cheguei no dia seguinte vi um senhor baixo, sem gordura para mostrar, de cabelos brancos estudando uns records que eu sabia serem os meus.

Perto, estradas menores, mais curvas e mais beleza

O Dr. Meyers é simpático, agradável. Me tratou com o respeito de quem tem uma doença grave, considerada incurável, que ele também teve ou tem.
Muitos dos suplementos que eu usava ele desaconselhou porque não confiava no fabricante. Traçou um plano de ação que consistia em me preparar para uma terapia hormonal(que deveria ser chamada de anti-hormonal) porque ela tem muitos efeitos colaterais. Há uma diferença em relação ao procedimento habitual, que consiste em iniciar a terapia e aconselhar o paciente a tomar essas e aquelas medidas: ela prepara o paciente e depois inicia a terapia – nos casos em que é possível esperar um pouco. É onde estou e é minha responsabilidade atingir as metas marcadas, ajudado por muitos remédios, mas com compromisso com uma dieta mediterrânea e muito exercício.

O AIDP - uma casinha desprentensiosa com estacionamento para poucos carros

Dr. Meyers me convenceu de algumas coisas, particularmente de que a relação custo/benefício da terapia hormonal pode ser menor e precisa de especificação. A duração do efeito dos tratamentos varia muito e varia de acordo com a doença do paciente e os procedimentos adotados anteriormente.
Os famosos 18 meses de atuação se referem com a próstata, metástase generalizada e que ainda tem a próstata. Análise patológica mostra que metade do crescimento do câncer depois da terapia se inicia na próstata. Nos casos em que houve metástase para os nódulos linfáticos e houve prostatectomia o efeito dura dez anos em 50% a 95% dos casos, dependendo do estudo e da publicação. No caso dos que preservaram a próstata em metade dos casos a terapia hormonal fracassa aos 7-8 anos.
Nos pacientes com metástase generalizada e com sintomas, o efeito é reduzido: em metade dos casos a doença volta a crescer em 8 a 9 meses.
A lição: dependendo do paciente, a duração dos benefícios da terapia hormonal varia de menos de oito a nove meses a mais de dez anos.
Continuarei relatando essa experiência para beneficiar o leitor. Porém, estou preocupado com um grande número de  leitores com acesso à internet mas sem capacidade analítica e com um nível educacional muito baixo. Pediria a cada um dos pacientes mais informados e seus familiares que divulgassem o conhecimento que adquiriram (rão) aqui e em outras fontes entre os que não conseguem entender o que escrevemos.

A placa que garante que chegamos ao lugar certo

Ir ao Dr. Meyers não sai barato. Ele não aceita o seguro tradicional do Medicare (tem um contrato de não aceitação) e custa 350 dólares por cada meia hora. Minha entrevista durou duas horas e o custo total foi de mil e quatrocentos dólares. Uma viagem que eu planejava foi para o espaço. Valeu a pena.


Duas cartas importantes

Ocasionalmente, recebo notícias de leitores do blog. Hoje, recebi duas que me deram muita alegria:

um bom resultado, no Brasil, da combinação entre tratamento hormonal e “vacina” e
uma atitude positiva em relação ao câncer do pai, com menção à utilidade deste blog.

Por razões de privacidade, retirei os identificadores dos missivistas.Achei que poderia ajudar alguém informando quem, em Porto Alegre, está fazendo tratamentos de fronteira:

Descobri que tinha câncer na próstata em agosto/06. Meu PSA era 50. Iniciei com hormonioterapia e me submeti ao tratamento com vacinas produzidas com material do tumor (FKREUTZ DE PORTO ALEGRE). Este mesmo que saiu recentemente na imprensa. Estamos em fevereiro e o meu PSA é de 0,6. Isto mesmo, 0,6.


Meu pai tem câncer de próstata Gláucio e você tem toda razão ao dizer que para o paciente a vida não acabou com o diagnóstico. Obrigado pelos conselhos e pela ajuda. Deus abençoe a você e sua família.

Duas cartas importantes

Ocasionalmente, recebo notícias de leitores do blog. Hoje, recebi duas que me deram muita alegria:

um bom resultado, no Brasil, da combinação entre tratamento hormonal e “vacina” e
uma atitude positiva em relação ao câncer do pai, com menção à utilidade deste blog.

Por razões de privacidade, retirei os identificadores dos missivistas.Achei que poderia ajudar alguém informando quem, em Porto Alegre, está fazendo tratamentos de fronteira:

Descobri que tinha câncer na próstata em agosto/06. Meu PSA era 50. Iniciei com hormonioterapia e me submeti ao tratamento com vacinas produzidas com material do tumor (FKREUTZ DE PORTO ALEGRE). Este mesmo que saiu recentemente na imprensa. Estamos em fevereiro e o meu PSA é de 0,6. Isto mesmo, 0,6.


Meu pai tem câncer de próstata Gláucio e você tem toda razão ao dizer que para o paciente a vida não acabou com o diagnóstico. Obrigado pelos conselhos e pela ajuda. Deus abençoe a você e sua família.

Para ler postagens a respeito de temas semelhantes, clique sobre o título da postagem
O preço pago pelas esposas, namoradas, companheiras
http://psacontrol.blogspot.com/2007/06/o-preo-pago-pelas-esposas-namoradas.html
As parceiras dos pacientes
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Viagra etc e problemas de ereção depois do tratamento de câncer da próstata
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Transplantes de nervos para lidar com perda de ereção após a prostatectomia
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TOC e Câncer
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Depressão e ansiedade em pacientes de câncer
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Duas cartas importantes
http://psacontrol.blogspot.com/2007/02/duas-cartas-importantes.html

Avastin sendo testado

Avastin é uma droga que está sendo testada em homens com câncer avançado e metastizado. Metade, aleatoriamente, receberá quimio (docetaxel e prednisone) e a outra metade o Avastin (bevacizumab), que é um anticorpo monoclonal. O mecanismo desse remédio é impedir o crescimento de novos canais sanguíneos que alimentam o câncer, impedindo-o de crescer e, em alguns casos, provocando a morte das células cancerosas.

Está na chamada Phase III, com um número grande de pacientes e não mais in vitro ou in vivo.

Avastin sendo testado

Avastin é uma droga que está sendo testada em homens com câncer avançado e metastizado. Metade, aleatoriamente, receberá quimio (docetaxel e prednisone) e a outra metade o Avastin (bevacizumab), que é um anticorpo monoclonal. O mecanismo desse remédio é impedir o crescimento de novos canais sanguíneos que alimentam o câncer, impedindo-o de crescer e, em alguns casos, provocando a morte das células cancerosas.

Está na chamada Phase III, com um número grande de pacientes e não mais in vitro ou in vivo.

Raça e câncer

A American Cancer Society noticiou que os negros americanos tem a mais alta taxa de mortalidade por câncer de todos os grupos étnicos e raciais nos Estados Unidos. A taxa de mortalidade por câncer entre negros americanos era 35% mais alta e 18% entre negras americanas do que a média nacional. Em 2007 mais de 150 mil negros e negras americanos serão diagnosticados com câncer e 63 mil morrerão de câncer. No caso do câncer de próstata, as diferenças são muito grandes: 2,4 vezes a dos brancos.

O Journal of the American Medical Association publicou um artigo no qual se demonstrava que nada menos de 39% das negras pré-menopausa desenvolveriam uma forma agressiva e perigosa de câncer de mama.

Por quê?

negros e negras fazem menos exames periódicos e são diagnosticados quando o câncer está mais avançado e as possibilidades de cura são menores;

proporcionalmente, menor percentagem de negros e negras tem seguro médico, o que talvez contribua para explicar as diferenças;

A obesidade afeta nada menos do que 45% dos negros e negras americanos e é um fator que contribui para vários tipos de câncer;

Os homens negros americanos tem a esperança de vida mais baixa de todos os grupos: além do câncer, as mortes violentas contribuem muito para que permaneçam em apenas 66,1 anos (a média americana de todos os grupos é de 73,6 anos)

No Reino Unido, os negros estão em situação ainda pior: têm uma probabilidade três vezes mais alta de desenvolver câncer de próstata.

Suspeito – mas não tenho dados para testar essa hipótese – que fatores raciais e sociais se combinem também no Brasil, aduzindo que no que concerne o câncer, a falta de instrução específica, de educação, a pobreza e a localização geográfica tem um peso maior.

Raça e câncer

A American Cancer Society noticiou que os negros americanos tem a mais alta taxa de mortalidade por câncer de todos os grupos étnicos e raciais nos Estados Unidos. A taxa de mortalidade por câncer entre negros americanos era 35% mais alta e 18% entre negras americanas do que a média nacional. Em 2007 mais de 150 mil negros e negras americanos serão diagnosticados com câncer e 63 mil morrerão de câncer. No caso do câncer de próstata, as diferenças são muito grandes: 2,4 vezes a dos brancos.

O Journal of the American Medical Association publicou um artigo no qual se demonstrava que nada menos de 39% das negras pré-menopausa desenvolveriam uma forma agressiva e perigosa de câncer de mama.

Por quê?

negros e negras fazem menos exames periódicos e são diagnosticados quando o câncer está mais avançado e as possibilidades de cura são menores;

proporcionalmente, menor percentagem de negros e negras tem seguro médico, o que talvez contribua para explicar as diferenças;

A obesidade afeta nada menos do que 45% dos negros e negras americanos e é um fator que contribui para vários tipos de câncer;

Os homens negros americanos tem a esperança de vida mais baixa de todos os grupos: além do câncer, as mortes violentas contribuem muito para que permaneçam em apenas 66,1 anos (a média americana de todos os grupos é de 73,6 anos)

No Reino Unido, os negros estão em situação ainda pior: têm uma probabilidade três vezes mais alta de desenvolver câncer de próstata.

Suspeito – mas não tenho dados para testar essa hipótese – que fatores raciais e sociais se combinem também no Brasil, aduzindo que no que concerne o câncer, a falta de instrução específica, de educação, a pobreza e a localização geográfica tem um peso maior.

Radiação e braquiterapia

O uso simultâneo de radiação externa e braquiterapia é uma combinação bem-sucedida. Um estudo de 223 homens com câncer de próstata localizado (que não se saiu da próstata) revela que 74% não tinham indicação de que o câncer voltara 15 anos depois. A falta de um grupo controle e de grupos com uma das duas terapias separadamente limita muito as conclusões porque não permite comparações. Não obstante, a comparação com resultados de outras pesquisas sugere que essa combinação radiação/braquiterapia é eficiente.

Radiação e braquiterapia

O uso simultâneo de radiação externa e braquiterapia é uma combinação bem-sucedida. Um estudo de 223 homens com câncer de próstata localizado (que não se saiu da próstata) revela que 74% não tinham indicação de que o câncer voltara 15 anos depois. A falta de um grupo controle e de grupos com uma das duas terapias separadamente limita muito as conclusões porque não permite comparações. Não obstante, a comparação com resultados de outras pesquisas sugere que essa combinação radiação/braquiterapia é eficiente.

ESTAMOS GANHANDO A GUERRA CONTRA O CÂNCER!


As mortes por câncer nos Estados Unidos decresceram pela segunda vez em setenta anos. Quando, em 2003, houve uma queda, ficou dúvida sobre se era uma tendência ou um acidente estatístico. Nova queda em 2004 mostrou que não se tratava de acidente, mas de uma tendência.
Por que?
A principal razão parece ser a queda no consumo de cigarros, mais clara entre homens do que entre mulheres. Os cânceres do pulmão e dos bronquios, que são dos piores, começaram a baixar muito entre os homens; como as mulheres vinham fumando mais, e não menos, esse número aumentou entre elas.
Falta muito para chegarmos a resultados semelhantes no Brasil. Durante anos a legislação sobre o fumo em lugares públicos mofou na mesa de um senador fumante que a deixou a cargo de uma pessoa sem formação científica, também fumante.
Ficamos à mercê de políticos. Às vezes, acertam. Serra, quando Ministro da Saúde, peitou o lobby internacional farmacêutico e ganhou várias batalhas contra a AIDS. Hoje, o Brasil é referência internacional no combate à AIDS. Serra também conhecia os males causados pelo fumo e, por isso, tivemos campanhas sérias contra o tabagismo. Porém, ficamos dependentes da presença deste ou daquele político e/ou administrador que tem conhecimento e interesse.

O leitor verá que as taxas de mortes por câncer do estômago caíram dramaticamente e sistematicamente, que as de câncer mama caíram mais recentemente e que a de câncer de pulmão e bronquios despencou recentemente entre homens. A de câncer de próstata está caíndo, o que tem sido atribuído em grande parte aos exames de PSA e, em menor parte, a terapias mais eficientes.

Neste momento, o salvamento de vidas no Brasil na luta contra o câncer depende, sobretudo, de fatores políticos.
Para ver a notícia em maior detalhe na fonte secundária, o New York Times, clique aqui.
Para ler as notícias diretamente da American Cancer Society clique aqui.

ESTAMOS GANHANDO A GUERRA CONTRA O CÂNCER!


As mortes por câncer nos Estados Unidos decresceram pela segunda vez em setenta anos. Quando, em 2003, houve uma queda, ficou dúvida sobre se era uma tendência ou um acidente estatístico. Nova queda em 2004 mostrou que não se tratava de acidente, mas de uma tendência.
Por que?
A principal razão parece ser a queda no consumo de cigarros, mais clara entre homens do que entre mulheres. Os cânceres do pulmão e dos bronquios, que são dos piores, começaram a baixar muito entre os homens; como as mulheres vinham fumando mais, e não menos, esse número aumentou entre elas.
Falta muito para chegarmos a resultados semelhantes no Brasil. Durante anos a legislação sobre o fumo em lugares públicos mofou na mesa de um senador fumante que a deixou a cargo de uma pessoa sem formação científica, também fumante.
Ficamos à mercê de políticos. Às vezes, acertam. Serra, quando Ministro da Saúde, peitou o lobby internacional farmacêutico e ganhou várias batalhas contra a AIDS. Hoje, o Brasil é referência internacional no combate à AIDS. Serra também conhecia os males causados pelo fumo e, por isso, tivemos campanhas sérias contra o tabagismo. Porém, ficamos dependentes da presença deste ou daquele político e/ou administrador que tem conhecimento e interesse.

O leitor verá que as taxas de mortes por câncer do estômago caíram dramaticamente e sistematicamente, que as de câncer mama caíram mais recentemente e que a de câncer de pulmão e bronquios despencou recentemente entre homens. A de câncer de próstata está caíndo, o que tem sido atribuído em grande parte aos exames de PSA e, em menor parte, a terapias mais eficientes.

Neste momento, o salvamento de vidas no Brasil na luta contra o câncer depende, sobretudo, de fatores políticos.
Para ver a notícia em maior detalhe na fonte secundária, o New York Times, clique aqui.
Para ler as notícias diretamente da American Cancer Society clique aqui.

ESTAMOS GANHANDO A GUERRA CONTRA O CÂNCER!


As mortes por câncer nos Estados Unidos decresceram pela segunda vez em setenta anos. Quando, em 2003, houve uma queda, ficou dúvida sobre se era uma tendência ou um acidente estatístico. Nova queda em 2004 mostrou que não se tratava de acidente, mas de uma tendência.
Por que?
A principal razão parece ser a queda no consumo de cigarros, mais clara entre homens do que entre mulheres. Os cânceres do pulmão e dos bronquios, que são dos piores, começaram a baixar muito entre os homens; como as mulheres vinham fumando mais, e não menos, esse número aumentou entre elas.
Falta muito para chegarmos a resultados semelhantes no Brasil. Durante anos a legislação sobre o fumo em lugares públicos mofou na mesa de um senador fumante que a deixou a cargo de uma pessoa sem formação científica, também fumante.
Ficamos à mercê de políticos. Às vezes, acertam. Serra, quando Ministro da Saúde, peitou o lobby internacional farmacêutico e ganhou várias batalhas contra a AIDS. Hoje, o Brasil é referência internacional no combate à AIDS. Serra também conhecia os males causados pelo fumo e, por isso, tivemos campanhas sérias contra o tabagismo. Porém, ficamos dependentes da presença deste ou daquele político e/ou administrador que tem conhecimento e interesse.

O leitor verá que as taxas de mortes por câncer do estômago caíram dramaticamente e sistematicamente, que as de câncer mama caíram mais recentemente e que a de câncer de pulmão e bronquios despencou recentemente entre homens. A de câncer de próstata está caíndo, o que tem sido atribuído em grande parte aos exames de PSA e, em menor parte, a terapias mais eficientes.

Neste momento, o salvamento de vidas no Brasil na luta contra o câncer depende, sobretudo, de fatores políticos.
Para ver a notícia em maior detalhe na fonte secundária, o New York Times, clique aqui.
Para ler as notícias diretamente da American Cancer Society clique aqui.

Perder peso é bom!

Uma pesquisa com 70 mil homens que foi feita entre 1982 e 1992 pela American Cancer Society e pelo Duke University Prostate Center mostrou que homens que perdem cinco quilos (5 kgs) apenas tinham um risco bem menor de ter um câncer de próstata agressivo e esse benefício durava mais de uma década.

As pesquisas anteriores demonstraram que homens gordos tinham risco mais alto de terem um câncer de próstata agressivo; essa pesquisa demonstra que perder parte do sobrepeso reduz o risco.

O acompanhamento foi feito até 2003 e durante esse amplo período mais de cinco mil homens foram diagnosticados com câncer de próstata. Entre esses, um em sete tinha uma forma agressiva que não se espalhara pelo corpo. Entre os que tinham essas formas agressivas, os que haviam perdido 5kgs ou mais tinham uma probabilidade 42% (olhem que não é pouco!) menor.

PSA no noticiário

Em vários jornais e noticiários especializados em câncer de próstata a última semana esteve tomada por notícias sobre o PSA. A razão para isso é a descoberta de que a velocidade do PSA antes do tratamento continua sendo um preditor do risco de morte causada pelo câncer muito tempo depois do tratamento. O PSADT, o tempo que leva para dobrar, tem reconhecida importância como preditor e, idealmente, deve incluir várias medidas do PSA, com algum tempo entre elas, e a última medida tão recente quanto possível.
Há vários outros testes sendo desenvolvidos mas, talvez levem ainda algum tempo para serem colocados no mercado e, inicialmente, deverão ser caros. Por enquanto, nada substitui o PSA e o toque retal.

PSA no noticiário

Em vários jornais e noticiários especializados em câncer de próstata a última semana esteve tomada por notícias sobre o PSA. A razão para isso é a descoberta de que a velocidade do PSA antes do tratamento continua sendo um preditor do risco de morte causada pelo câncer muito tempo depois do tratamento. O PSADT, o tempo que leva para dobrar, tem reconhecida importância como preditor e, idealmente, deve incluir várias medidas do PSA, com algum tempo entre elas, e a última medida tão recente quanto possível.
Há vários outros testes sendo desenvolvidos mas, talvez levem ainda algum tempo para serem colocados no mercado e, inicialmente, deverão ser caros. Por enquanto, nada substitui o PSA e o toque retal.
Tratei do crescimento do PSA em algumas páginas

A volta do PSA
Tratar ou não tratar o câncer?
O tempo para dobrar
Os testes iniciais do câncer
Mais um teste
Novo teste, nova promessa
Tratar cânceres agressivos localizados
Novo tratamento para cânceres avançados

O "Pulo" do PSA depois da radioterapia

News

  • Frequemente, depois da radioterapia, o PSA aumenta.
  • Esse aumento foi notado em 978 (20%) de 4839 pacientes.
  • Dez anos depois do tratamento, 58% dos pacientes com o “pulo” no PSA não tinham evidência bioquímica de que a doença voltara (ou 42% tinham), ao passo que entre os que não tiveram o “pulo” 72% não tinham a volta bioquímica.
  • Porém, essa diferença não persistia no que concerne a evidência clínica, a metástese. Os dois grupos não se diferenciavam.
  1. Assim, se depois da radioterapia o PSA der um pulinho, não se assuste.
  2. Não se assuste nem se, anos depois, êle voltar e crescer (a volta bioquímica) porque suas chances de que encontrem sintomas clínicos e haja metástese para valer é igual à dos que não tiveram esse “pulo”.
  3. Esses dados se referem a pessoas tratadas com radioterapia e não com outros tratamentos.

Essa pesquisa foi realizada pela equipe do Dr. Eric M. Horwitz do Fox Chase Cancer Center, Philadelphia, Pennsylvania

Para outras páginas sobre o câncer avançado, clique em cima de

Mais uma droga para pacientes avançados
Morte, mas oito anos depois do diagnóstico de câncer avançado
Metástese óssea
Sol em moderação e câncer de próstata
Descrição interativa do câncer de próstata
Descrição interativa do câncer de próstata
Terapia focalizada
O “Pulo” do PSA depois da radioterapia
<a crescimento do PSA prevê a vida e a morte
Quando nem o tratamento hormonal funciona
Novos resultados com o uso de Provenge
Zometa® e perda óssea em pacientes de câncer de próstata
Vacina para pacientes com câncer muito avançado
Novo teste para cânceres agressivos
A Vitamina D
Satraplatina
O efeito de oração, meditação e relaxamento

Vacina para pacientes com câncer muito avançado

Vaccinating Advanced Prostate Cancer Patients With PSCA & PSA Peptide-loaded Dendritic Cells Induces DTH Responses That Correlate With Superior Overal:

Este é um estudo feito pela equipe do Dr. Thomas-Kaskel, de Freiburg, na Alemanha, publicado no International Journal of Cancer. Os pacientes já tinham chegado ao estágio em que nem o tratamento hormonal nem a quimioterapia produziam resultados. A mediana do PSA era 169ng/ml. Lembrem que a mediana significa que metade dos pacientes tinham PSA mais alto do que 169ng/ml e a outra metade mais baixo (não é a média, onde se somam todos os PSAs e se divide o resultado pelo número de pessoas). Eram poucos pacientes, 12, que receberam as injeções quatro vezes separadas de duas em duas semanas.
Entendam, por favor, que estes testes foram feitos com pessoas com câncer muito avançado e o objetivo imediato era ver se a “vacina” aumentava um pouco a esperança de vida dessas pessoas. Entre as pessoas que responderam ao tratamento, a sobrevivência mediana foi de 22 meses e a dos demais foi de 8 meses.

A vacina funcionou. Porém, o objetivo maior é desenvolver um tratamento muito melhor. Esse é um processo de pesquisas encadeadas. Essas são tentativas iniciais numa área nova (que, a propósito, se beneficiou muito do aprendido nas pesquisas contra a AIDS e o HIV). A idéia de provocar reações do sistema auto-imune cresceu muito com a pandemia da AIDS.

Meu querido amigo, sobrevivendo ao câncer como eu: não há vacina contra a morte. Todos morreremos de alguma causa. Alguns desses estudos e pesquisas só beneficiarão os pacientes do futuro. Para nós, o importante é aumentar a nossa vida e, sobretudo, que ela seja, realmente, vida e não, apenas, a espera da morte. É preciso sair em busca da alegria de viver. Eu encontro essa alegria pesquisando, ajudando os outros (posso e devo fazer muito mais) e nos momentos lindos em que sinto o amor de Deus. Fique certo de que o medo e a depressão que você talvez sinta, de vez em quando, eu também sinto. E não é mole.