Afinal, quanto tempo de vida você tem?

Uma pesquisa levantou a esperança de vida dos pacientes de câncer da próstata. Ela varia com o tratamento e com o tempo.

A prostatectomia (cirurgia) e a radiação são os dois tratamentos iniciais mais comuns. Raramente se opera o paciente quando há evidência de metástase: retirar a próstata não tem como curar um câncer que já espalhou, que já está em outros lugares. Mas não é fácil saber onde está o câncer, se já se metastizou ou não. Na dúvida, usam cirurgia. Muitas vezes combinam o cirurgia e a radiação.

O primeiro grande marcador negativo, de que a coisa não está bem, é a “volta do PSA”, quando o PSA reaparece no sangue. Isso significa que há células cancerosas vivas. O câncer não foi curado e, agora, é incurável. O que não quer dizer que o paciente morrerá dele: a maioria não morre deste câncer mesmo depois do fracasso bioquímico (a volta do PSA). Depende de quê? De várias coisas, entre as quais o tempo e o tipo de tratamento – isso entre as que sofreram a volta do PSA. As outras estão livres, curadas. Quando morrerem não será de câncer da próstata. Uma pesquisa com mais de 600 veteranos de guerra mostra quais as probabilidades, quais os riscos.

A volta do PSA – o temido fracasso bioquímico – ocorreu em 34% a 48% dos pacientes, dependendo do tempo e do tratamento. Uma percentagem maior dos submetidos a radiação (onde havia mais casos avançados) teve o desprazer de lidar com a volta do PSA no sangue.

A tabela abaixo mostra os vários riscos por tempo e por tipo de tratamento:

Fracasso bioquímico e morte devida ao câncer da próstata aos 5-, 10- e 15- anos depois do tratamento inicial.

Tempo

% acumulada em que o PSA voltou depois da cirurgia

Mortalidade por câncer depois da volta do PSA entre os que fizeram cirurgia

% acumulada em que o PSA voltou depois da radiação

Mortalidade por câncer depois da volta do PSA entre os que fizeram radiação

5 anos

34%

3%

35%

11%

10 anos

37%

11%

46%

20%

15anos

37%

21%

48%

42%

Dados tirados dos Archives of Internal Medicine.

O que esses dados nos dizem? Que 5 anos depois da cirurgia, 34% dos operados sofrem o fracasso bioquímico, a volta do PSA nos exames de sangue. Cinco anos depois (dez depois da cirurgia) a percentagem sobe um pouco, para 37%. E parece que não aumenta a partir daí. Olhando a terceira coluna vemos os dados relativos aos que fizeram radiação. São mais altos, ainda que não muito mais altos. Aos cinco anos, 35% (praticamente o mesmo que a cirurgia) sofrem o fracasso bioquímico; dez anos depois da radiação, a percentagem aumenta significativamente, para 46% e quinze anos depois parece estabilizar, com 48%, quase a metade.

Não obstante, nem todos os que enfrentam o fracasso bioquímico morrem do câncer. Em verdade, a maioria morre de outra coisa. Comparem a segunda e a quarta colunas. Cinco anos depois da volta do PSA, somente 3% dos que fizeram cirurgia morreram do câncer. Mais cinco anos e a percentagem aumenta para 11%. Mais cinco anos e a percentagem dobra para 21%. Ou seja, quinze anos depois da volta do PSA entre os que fizeram cirurgia, um em cada cinco morreu do câncer.

Tudo indica que essa percentagem continua crescendo depois dos 15 anos, mas as mortes por outras causas também passam a crescer mais rapidamente em função da idade. Lembrem-se de que falamos de 15 anos depois da volta do PSA, do fracasso bioquímico, e não da cirurgia. A maioria está com 80 ou mais.

No grupo que fez radiação os dados são piores – em parte porque muitos fizeram radiação porque havia evidência de metástase e de que a cirurgia não poderia curá-los. As percentagens dos que morrem da doença – depois da volta do PSA – parece dobrar cada cinco anos: 11%, 20% e 42%.

As pesquisas têm se concentrado nesse grupo mais doente, com doença mais avançada. E terapia hormonal, usualmente seguida de quimio e, mais recentemente, da caríssima vacina Provenge e, em final de desenvolvimento, da abiraterona, vão aumentando a sobrevivência específica do câncer da próstata (mas não de outras mortes): uns estimam em 14 a 18 meses o efeito da terapia hormonal (mais há casos de muitos anos em que o efeito funciona – cinco e mais anos), quatro meses de vida na mediana agregados pela quimio; outros quatro pela Provenge e um tempo mais variável, que pode chegar a mais de oito meses com a abiraterona. E haja dinheiro…

Poucos morrem aos cinco anos. A barra começa a ficar mais pesada aos dez e, principalmente, aos quinze e mais anos, depois da volta do PSA.

Fonte: Uchio EM, Aslan M, Wells CK, Calderone J, John Concato. “Impact of Biochemical Recurrence in Prostate Cancer Among US Veterans.” Archives of Internal Medicine. 2010;170:1390-1395.

Resumo por Gláucio Soares de fontes publicadas na internet.


Ereção, câncer da próstata e risco de morte

Ter problemas de ereção antes da prostatectomia afeta o risco de morte depois da prostatectomia?

Afeta, mas não como talvez o leitor creia. Pesquisa feita na Johns Hopkins demonstra isso.

Como foi feita a pesquisa?

Entre 1983 e 2000 o mesmo cirurgião realizou 2.511 cirurgias. Um grupo desses pacientes tinha problemas de ereção (231 pacientes) e outro grupo não tinha (2.280 pacientes). Na mediana foram acompanhados durante 13 anos; nesse período houve 449 mortes, das quais 140 por câncer da próstata. Nesse grupo total de pacientes cujo câncer era suficientemente sério para operar, apenas 31% dos que morreram, morreram do câncer.

Os pacientes que tinham problemas de ereção antes da prostatectomia tiveram uma sobrevivência menor; porém a mortalidade por câncer da próstata foi semelhante nos dois grupos. A mortalidade por problemas cardiovasculares foi muito maior e estatisticamente significativa (P < 0,001), e a mortalidade geral também foi maior e estatisticamente significativa (P < 0,001). A razão de risco era de 1,71.

Por quê?

Em parte porque muitas disfunções eréteis estão intimamente relacionadas com problemas circulatórios e, indo um passo mais adiante, em parte porque alguns tratamentos para o câncer aumentam o risco de problemas cardiovasculares.


 

Na primeira análise os pacientes com problemas de ereção tinham risco mais alto de morrer do câncer, mas quando os indicadores da gravidade do câncer como o PSA, o Escore Gleason, a idade, a quantidade de gordura no corpo etc. foram levadas em consideração, a relação desapareceu.

Os urólogos e oncólogos devem considerar os problemas de ereção como um alerta da existência de problemas cardiovasculares que podem ser agravados pelo tratamento anti-câncer.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

Terapias Focais

Há uma terapia relativamente recente, chamada focal, que se destina ao tratamento de cânceres da próstata menos agressivos. A preocupação de muitos médicos e epidemiólogos também é com o que chamam de overtreatment, sobre-tratamento excessivo, além da conta. A polêmica cresceu desde a generalização do uso do PSA na detecção dos cânceres. Possibilitou um aumento no número dos diagnosticados, sobretudo nos diagnosticados cedo. Não obstante, segundo alguns, dentro do benefício maior do diagnóstico precoce existe esse problema, o de tratar alguns cânceres além da conta. E os tratamentos têm pesados efeitos colaterais.

O que fazer com cânceres com pequeno volume, células bem diferenciadas (as indiferenciadas são as brabas), pouco perigosos que não ameaçam nem a longevidade, nem a qualidade da vida. Dados confiáveis mostram que o simples acompanhamento provoca algumas mortes. Como impedir essas “poucas” mortes sem sacrificar muitos mais que receberam tratamentos desnecessariamente pesados?

Esse é o objetivo da terapia focal, que junta o acompanhamento e o tratamento da glândula inteira. Pretende eliminar os focos cancerosos que ofereçam algum perigo e, ao mesmo tempo, reduzir os danos das demais terapias convencionais (prostatectomia, radiação, tratamento hormonal etc.).

Tem claras vantagens, mas tem desvantagens também. A divisão dos cânceres em níveis (de menos a mais perigosos) fica comprometida, o que dificulta comparações e o uso de experiências de outros pacientes para orientar os que seguem essa terapia; a margem de incerteza é maior, e a dificuldade em comparar a qualidade da vida dos pacientes com a dos que optaram por terapias mais invasivas.

Uma avaliação da bibliografia sobre as terapias focais fez uma varredura do que foi publicado entre 1995 e 2009 revela um quadro promissor, mas até que guidelines, orientações padronizadas possam ser elaboradas, é necessário realizar experimentos com grupos controle de vários tipos.

Fonte: European Urology

A consulta com o Dr. Meyers

A van, Ford 1993, equipada para acampar é confortável e agradável. É fácil de dirigir, exceto inicialmente, nos momentos em que tive que dar marcha à ré.
Entre a beleza do inverno e a preocupação da almaAs estradas pequenas, no inverno são bonitas. Infelizmente, a comida de beira de estrada é…a comida de beira de estrada. O estomago e o intestino sofrem durante a viagem e a dieta vai para o brejo.</span>
O estado de espírito de quem tem uma doença incurável e está indo a um médico deve variar muito. Eu consegui curtir parcialmente a viagem, mas ia com esperança. Na clínica, durante todo o tempo que passei lá (umas três horas) vi apenas um ou dois pacientes. Já deu para ver o grau de apreensão em um deles, fiel e importantemente acompanhado pela esposa ou companheira.
Mas não dá para para não curtir (um pouquinho, pelo menos) o visual de estradas pequenas, cercadas de árvores, no meio da neve.

Estrada e mais estrada

A chegada mostra uma casinha simpática, simples, com estacionamento para poucos carros. Não é uma operação industrial. Feita, como tantas casas (e universidades) americanas, de tijolinho aparente.


A chegada é marcada por uma placa simples. Depois de quase três dias na van (rebatizada de school bus) pelo meu filho, foi um alívio chegar ao lugar certo.

As estradas pequenas são mais bonitas

Aqui dentro vi um tipo de atendimento ao paciente muito diferente do usado nos Estados Unidos onde somos primeiro recebidos por uma enfermeira, que pesa, tira a pressão, temperatura etcx. Um primeiro e importante cuidado – a pressão é tirada duas vezes, além do que a enfermeira pergunta se essa é a pressão habitual. Ela mostra consciência da chamada “white coat syndrome”: a pressão aumenta na presença de médicos etc. Estava lá por 180, na segunda por 160 e eu aduzi que poderia reduzí-la em outros vinte pontos.
Visitei o AIDP no dia anterior, turbinado pela insegurança de não me perder, chegar atrazado, essas coisas. Uma das secretárias estava preparando o meu dossier. Quando cheguei no dia seguinte vi um senhor baixo, sem gordura para mostrar, de cabelos brancos estudando uns records que eu sabia serem os meus.

Perto, estradas menores, mais curvas e mais beleza

O Dr. Meyers é simpático, agradável. Me tratou com o respeito de quem tem uma doença grave, considerada incurável, que ele também teve ou tem.
Muitos dos suplementos que eu usava ele desaconselhou porque não confiava no fabricante. Traçou um plano de ação que consistia em me preparar para uma terapia hormonal(que deveria ser chamada de anti-hormonal) porque ela tem muitos efeitos colaterais. Há uma diferença em relação ao procedimento habitual, que consiste em iniciar a terapia e aconselhar o paciente a tomar essas e aquelas medidas: ela prepara o paciente e depois inicia a terapia – nos casos em que é possível esperar um pouco. É onde estou e é minha responsabilidade atingir as metas marcadas, ajudado por muitos remédios, mas com compromisso com uma dieta mediterrânea e muito exercício.

O AIDP - uma casinha desprentensiosa com estacionamento para poucos carros

Dr. Meyers me convenceu de algumas coisas, particularmente de que a relação custo/benefício da terapia hormonal pode ser menor e precisa de especificação. A duração do efeito dos tratamentos varia muito e varia de acordo com a doença do paciente e os procedimentos adotados anteriormente.
Os famosos 18 meses de atuação se referem com a próstata, metástase generalizada e que ainda tem a próstata. Análise patológica mostra que metade do crescimento do câncer depois da terapia se inicia na próstata. Nos casos em que houve metástase para os nódulos linfáticos e houve prostatectomia o efeito dura dez anos em 50% a 95% dos casos, dependendo do estudo e da publicação. No caso dos que preservaram a próstata em metade dos casos a terapia hormonal fracassa aos 7-8 anos.
Nos pacientes com metástase generalizada e com sintomas, o efeito é reduzido: em metade dos casos a doença volta a crescer em 8 a 9 meses.
A lição: dependendo do paciente, a duração dos benefícios da terapia hormonal varia de menos de oito a nove meses a mais de dez anos.
Continuarei relatando essa experiência para beneficiar o leitor. Porém, estou preocupado com um grande número de  leitores com acesso à internet mas sem capacidade analítica e com um nível educacional muito baixo. Pediria a cada um dos pacientes mais informados e seus familiares que divulgassem o conhecimento que adquiriram (rão) aqui e em outras fontes entre os que não conseguem entender o que escrevemos.

A placa que garante que chegamos ao lugar certo

Ir ao Dr. Meyers não sai barato. Ele não aceita o seguro tradicional do Medicare (tem um contrato de não aceitação) e custa 350 dólares por cada meia hora. Minha entrevista durou duas horas e o custo total foi de mil e quatrocentos dólares. Uma viagem que eu planejava foi para o espaço. Valeu a pena.


2010 começou mal para mim

Meus Amigos e Amigas:

2010 não me recebeu bem. O câncer, que vinha piorando desde julho, deu um salto para pior. Cresceu, nos últimos seis meses, mais do que em todos os anos antes disso, desde que o PSA voltou a ser detectável. As pessoas que têm uma taxa de crescimento semelhante à minha vivem, comparativamente, muito pouco. Já comecei com a terapia anti-hormonal, da qual fugi sempre.

O que menos entendo é que isso aconteceu pouco tempo depois de eu ter recebido sinais no bom sentido. Na conversa que tive pelo telefone em julho com o Pe. Aírton, que é o meu guia espiritual, quando detectei essa tendência negativa pela primeira vez, ele me disse que eu estava deprimido à toa, porque o câncer estava começando a regredir; rezei uma novena para Santa Terezinha do Menino Jesus com dois pequenos pedidos e uma grande graça que era o câncer entrar em remissão durante muitos, muitos, muitos anos. Recebi rosas, que seriam a confirmação de que a graça seria concedida. A nossa Cirlene, diretora da Penitenciária de Caruaru, me contou um sonho no qual Deus dizia que me amava e reservava para mim algo que no fundo do meu coração era o que eu queria. Uma ex-ajudante me disse que sentiu a necessidade de escrever algo parecido. Fiquei com altas expectativas e vieram as piores noticias desde 2002, ano do fracasso bioquímico, da volta do PSA a um nível detectável.

Se eu fosse um demônio, elevaria as esperanças de gente como eu para que não se realizassem as promessas e as pessoas perdessem a fé. Confesso que fiquei tanto ou mais decepcionado com a não realização das promessas do que com a explosão do câncer. Se explodisse sem sinais, sem mensagens nem esperança não seria tão ruim.

Eu preciso entender a contradição entre os sinais e promessas e a realidade. Alguém pode me ajudar? Criei os sinais? A remissão virá depois, a despeito de exames e prognósticos no sentido contrário?  É um teste de fé e perseverança? Esses sinais não se referem ao câncer, mas a algo após a morte, como sugere minha companheira, que é espírita?

Talvez Deus possa me iluminar para que eu entenda essa hora que não é fácil.

Um abraço

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Reações à carta na qual descrevi a avanço do “meu”câncer:

Oi Glaucio,

Feliz ano novo (sim!), que 2010 te surpreenda de forma positiva.

Glaucio, tenho muuuuuuuito a te falar, então acho que vou falar por etapas. Costumo ser muito prolixa e já visualizei um livro (ruim, mas um livro de tão grande) que eu poderia escrever sobre seus questionamentos.

Deixa ver se consigo organizar minhas idéias:

– Acho que seu questionamento sobre por que a doença piorar muito assim que você teve sinais “divinos” de que ela melhoraria, passa por dois aspectos. O primeiro é mais mecânico, dentro da minha visão espírita (kardecista), sobre a mediunidade, sobre, portanto, a capacidade maior ou menor e em diferentes qualidades (tipos) das pessoas captarem o mundo espiritual. O segundo aspecto é mais filosófico, e passa pela questão de “Por que sofremos?” “Por que pessoas boas sofrem? (não só as ruins, as ‘afastadas de Deus’)”.

Falando do primeiro aspecto, eu diria que os sinais que vc recebeu tiveram ruídos e estática próprios de cada mensageiro que te entregou a mensagem. Divaldo Franco, um super médium e uma pessoa MUITO bondosa, que tem uma instituição de caridade que cuida de milhares de pessoas na Bahia, disse em uma palestra: O médium entrega uma mensagem que recebeu de outra pessoa. Logicamente o mensageiro vai usar suas palavras, suas metáforas, e vai assim ‘temperar’ a mensagem com sua própria emotividade, segundo sua percepção do fato, segundo seus conceitos, sua experiência de vida, etc. E, no caso específico dos médiuns, também segundo a sua maior ou menor capacidade de ouvir a mensagem em si. A mensagem não é exata, escrita em pedra… é um pensamento, um conjunto de idéias… os intérpretes (em sua maioria médiuns comuns)  os vestem de palavras e sons.

No meu entender, Deus, e desta forma toda a hierarquia do plano espiritual, sabia que viria uma piora do seu quadro. E, para que vc soubesse mais uma vez que não está sozinho, que não estamos todos soltos no mundo a mercê de tempestades, que Deus tem um plano para nós e está nos cuidando, embora muitas vezes por caminhos que a gente não entenda, o plano espiritual criou uma onda de sensibilização a você para que a mensagem chegasse a você. Esta onda foi captada por algumas pessoas mais sensíveis que têm contato com você (médiuns, cada um com seu estilo, maior ou menor sensibilidade). E cada uma delas lhe entregou sua mensagem, que, no meu entender, simplesmente diz “Existimos, estamos aqui, estamos acompanhando o seu caso, Tenha fé, estou cuidando de você”, embora algumas pessoas tenham lhe entregado a “cena” “Deus vai especificamente te curar  do cancer da forma que você está desejando”.


Além disso, você próprio, ao receber as primeiras notícias ruins, também enviou mensagens mentais, vibratórias, energéticas (como se queira chamar) de insegurança quanto à sua saúde. Isso funciona como as ondas de uma pedrinha que se atirou num lago. Algumas das pessoas sensíveis (ao ponto de as chamarmos de sensitivas) captaram esta onda, misturarm com seus sentimentos, foram inspiradas pelo plano espiritual e também construiram uma mensagem a você.

Quando descobrimos a doença no meu marido, resolvemos não contar à grande família (a família dele é imensa). Mas no espaço de uma semana ligou para minha sogra, uma tia do meu marido, que é meio distante dele, dizendo “tenho pensado muito nele, a todo momento ele me vem à cabeça, está tudo bem com ele?” Ela NUNCA tinha feito este tipo de ligação antes. E um outro tio, este um médium bem avançado, que vê cenas detalhadas do plano espiritual, ouve conversas, dá informações detalhadas, etc, ligou diretamente para meu marido perguntando “Escuta, está tudo bem com você?” E brincou “Você está com furúnculo, ou o que?” Eu acho que nos casos deles a primeira tia não captou uma mensagem DO PLANO ESPIRITUAL a respeito do meu marido. Ela tem uma afinidade com meu marido e captou seus pensamentos e sentimentos de apreensão, incerteza, com relação à saúde dele. Já o tio, que tem mediunidade muito desenvolvida, provalvelmente recebeu indicações espirituais mesmo de que havia um problema de saúde física e que era sério.

Imagine que você está trabalhando no seu escritório normalmente e sua esposa nunca vem pessoalmente falar com você. Se telefona no meio da tarde, normalmente é só para tratar de coisas pequenas cotidianas. Aí em uma tarde ela aparece no seu escritório, do nada, com um semblante meio sério, meio triste, meio sorrindo e diz que precisa falar com você com calma. No meu entender é lógico pensar que se ela veio pessoalmente é para te dar alguma má notícia de forma mais… aconchegante, para te confortar no momento em que tiver a notícia ruim.

Os sinais que você recebeu, antes da piora, foram esta vinda de ‘Deus” ao seu escritório, para ficar com você sabendo que você receberia ‘um tranco’.

Agora… Por que você tem a doença? Por que você não sarou mesmo sendo um ser humano bom, mesmo sendo religioso, mesmo tendo rezado a novena? Por que se sofre neste mundo? Por que São Francisco de Assis, uma dos espíritos mais elevados que já ‘pousaram’ na Terra, teve tracoma nos dois olhos e teve de cauterizá-los a ferro em brasa? Por que Chico Xavier, a bondade e doação em forma de gente, teve tanto sofrimento na infância e tantas doenças físicas a vida inteira? Por que a irmã Dulce tinha aqueles problemas horríveis nos pulmões?

Isso é assunto para outro email. Neste tratamos dos sinais em si. Ok? Desculpe se não fui clara o suficiente acima. Acho que seria mais fácil nos falarmos por áudio talvez…

Glaucio, esteja com Deus, coloque-se nas mãos dele, para o que ele tiver reservado para você. Ele sabe melhor do que você o que é melhor para você. Digo isso pois acho que ter esta fé profunda e verdadeira é algo maravillhoso, embora eu esteja muito longe dela. Se Meu marido estivesse na sua situação, não sei se eu mesma conseguiria seguir meus conselhos… ainda assim, acredito neles…

abraços

C.

Olá, Glaucio, como passou hoje?

Queria completar meu email anterior dizendo que não acho que os sinais que vc recebeu significam que a coisa ia ficar realmente feia, ou que vá ficar terrivelmente feia. Significam que haveria um momento de provação, que nenhum de nós sabe quanto/como vai durar.

O que você achou de tudo que te disse?

Vou te contar no próximo email, como foi a cirurgia espiritual do meu marido, ok?

abraços

C.

Querido Glaúcio,

Eu não sei como responder mais do que isto: a vida acaba um dia e a gente precisa receber este fato com serenidade.
Com todo o respeito que me merecem as pessoas religiosas e temerosas a Deus, a morte não tem nada a ver com Deus mas, sim, com a finitude biológica.
Eu só sei que quando isso chegar, é melhor que a gente deixe saudades e esperança, como será no teu caso: uma pessoa solidária, amorosa e construtiva, que através do seu conhecimento terá levado esperança de uma vida eterna a muitos. Que a tua Santa Terezinha do Menino Jesus te dê toda a graça. Tenha certeza de que até lá eu estarei solidário e torcendo para que o teu Deus reverta o teu sofrimento.
Um abraço afetuoso e agradecido do J.

Filho tão querido,

Sabendo que Deus nunca deixa sem resposta o que lhe pedem seus filhos,

Aos céus dirijo minhas preces por ti e por todos os que a ti estejam ligados.

Entendo o que se passa contigo.

Sei que Deus está atento aos apelos que lhe tens feito.

Se, em tudo, quiseres ver, encontrarás um sentido.

No tempo devido, virá como resposta o que mais tem te ocupado.

Estou contigo.

Em preces por ti estarei ao teu lado.

Confia no Senhor.

Em tudo, seja ele para ti o primeiro e o que há de maior valor.

A ti e quantos te são caros,

Eu desejo o melhor para o ano que vai começar.

Conta sempre com a atenção e preces

Obrigado por tudo o que fazes, que bem expressa o que crês e como és.

Estou contigo

Feliz 2010, 2011, 2012, 2013…

Deste servo e padre,

Com zelo e atenção constantes.

In Christo,

Pe Airton

Servo.

Olá amigão! muita paz e muita luz para você .Está tudo bem por aqui . Aguardamos dentre em breve que possa vir nos visitar. O Peró está o contrário do Rio :Aqui uma brisa suave sopra constantemente enquanto o Rio a temperatura às vezes ultrapassa quarenta graus. Agora faço-lhe um pedido: não se deixe abater por estes momentos difíceis .Faça do seu poder criativo uma grande arma . Voce escreve tão bem .Use e abuse deste dom que Deus lhe deu . Beijos e abraços de sua amiga . S.

Estimado amigo e companheiro!

Sei que estou com o problema há três anos e meio. Quando detectei-o já era tarde para retirar a próstata e já tinha uma metástase. Iniciei o tratamento hormonal e apliquei vacinas do FK de Porto Alegre.
Em razão de um enfarto suspendi a aplicação da zoladex, ficando só com três cápsulas diárias da casodex. Meio ano após, meu  psa subiu de 2,06 para 11,7. Ao invés de ir para a quimio, retornei ao Zoladex e, três meses depois, o PSA voltou para 2,4.
Sei que são estágios e, ineitavelmente, vão sendo superados e substituídos por outros dado ao inexorável avanço da doença. Tenho 69 anos e nao sei se morro dela ou com ela, mas isso pouco importa, já que, como todos, devo morrerr de alguma coisa.

Recebi minha doença com resignação e dando graças a Deus que era desse tipo, já que outros cânceres são mais violentos e acabam conosco em período bem mais curto.

Depois da minha descoberta, como já disse, sofri um enfarto e, descobrimos que minha esposa estava com câncer no  intestino. Submetida à uma operação, extirpou parte parte dele e submeteu-se à quimioterapia, estando agora, bem de saúde, tendo já realizado diversos exames.

Tenho fé em Deus. Mas, tenho sempre presente aquela parte do Pai Nosso que refere “seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu”, a significar que nem sempre prevalece a nossa vontade, mas a Dele.

Ele que sabe e traça nossos caminhos. Se a preservação de nossas vidas dependesse somente de nossa fé, dificilmente alguém morreria.

A fé importa em reconhecer nossa passagem pela terra, rumo à vida eterna. Nao é por menos que ao final da oração da Ave Maria, dizemos: Rogai por nós, agora e na hora de nossa morte.” E, no Salve Rainha, concluímos dizendo: Rogai por nós Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.”

Nos meus momentos de aflição busco socorro nas orações, nao na expectativa de resovê-las de acordo com minha vontade, mas para que Deus me mostre o melhor caminho que, pode ser, nao aquele que escolheríamos.

Força e fé meu amigo. Se alguém for merecer das promessas de Cristo, por certo, tu és um deles, pelo bem que espalhastes durante tua vida.
Um abraço.
Sergio Haas

Prezado Gláucio!

Eu  vejo muitas crianças morrendo no meu dia a dia, e muitas de câncer avançado, algumas sem nem ter tido alguma chance tratamento E todas indo embora deste mundo sem viver experiência alguma, como estudar, trabalhar, namorar, viajar,  casar, ter filhos etc…

E mesmo pouco sabendo do que vivestes sei já sei que realizastes muito mais que a grande maioria das pessoas. Fostes um bom filho, tivestes uma saúde e energia invejável durante grande parte da tua vida (até o fatídico câncer) e tivestes filhos maravilhosos, com saúde e muito inteligentes. Vivestes em duas pátrias (Brasil e USA). Estudastes muito e te tornastes referencia nos dois países. Vais deixar muitos livros escritos e estudos inquestionáveis na área da criminologia

E  adquiristes sabedoria que conseguistes compartilhar na tua área e fora dela com milhares de pessoas.

Melhorastes com teus estudos e orientações a cidade em que nascestes  ( Rio de Janeiro)  e contribuístes muito com o entendimento da violência social.

Aprendestes varia línguas (eu contei 5) heheheh Viajastes o mundo todo, fazendo turismo e/ou dividindo e compartilhando teus conhecimentos

Amastes muitas pessoas nesta tua vida, mulheres, amigos, crianças (do Arcoverde, netos etc.)

Nos últimos anos finalmente encontrastes uma mulher com a qual casastes e te trouxe a paz que sempre almejavas

Enfim, tens que ver a vida como ela foi vivida… se foi plenamente ( a tua, penso que foi), e ter paz nesta fase pela qual todos os mihões que deixaram esta terra já passaram e que TODOS nós  vivos vamos passar ( pq a única certeza que temos ao nascer é que vamos morrer)

E mais, alguns ou muitos podem morrer ainda antes de ti, sem que possas ter domínio algum sobre esta cronologia…

Isso não é decisão nossa….logo ter paz, viver feliz,  numa atitude de gratidão e esperança num futuro reencontro é só o que nos resta.

Beijos

Sonia

Tenho 74 anos e acho que estou com cancer há mais de dez anos. Fiz radsioterapia no A.C. Camargo em São Paulo, terminada em setembro de 2008. Confio num médico no Rio de Janeiro que recomenda um tratamento intermitente de anti-hormonal que eu escolhi não fazer. Meu pai morreu com 93 e tinha cancer proveniente da prostata por mais de 20 anos. Tudo o que acontecer será bem vindo e da maneira que ocorrer. Não se preocupe muito. Os valores do PSA nunca serão uma sentença de morte. Saude, aceite o que acontecer. Os médicos por melhores que sejam nunca poderão dar sentença de morte para ninguém.

J.

Prostatectomia e metástase

Existe, nos Estados Unidos, uma tradição de artigos chamados de “um história natural” dos pacientes tratados com prostatectomia radical. A primeira foi publicada em 1999 e vieram outras depois. A última foi apresentada este ano, 2009. Como as anteriores, inclui pacientes operados na mesma instituição, a Johns  Hopkins. Analisaram 774 pacientes que tiveram a “PSA  recurrence”, a “volta” do PSA. Depois de desaparecer um tempo, o PSA voltou a ser detectável.
O que aconteceu com essas pessoas?
Note-se que algumas foram acompanhadas até 25 anos, mas a mediana foi de oito anos (metade acompanhada mais de oito anos,metade menos).
Até o momento em que o artigo foi escrito, 38% tiveram metástases, pouco mais de um terço. É importante sublinhar que esses pacientes não receberam qualquer outro tratamento até a metástase aparecer. Claro que essa percentagem vai aumentar com o passar do tempo.
Um dado impressionante é a média do PSA no momento em que a metástase foi constatada: 90.3. Porém a média não é uma boa medida – poucos pacientes com PSA gigantesco alteram muito a média. Por isso, a mediana e a moda são medidas mais adequadas. O que contribui mais para a metástase? Numa regressão de tipo Cox, o PSA no momento do diagnóstico, o escore Gleason e o tempo que levou até a volta do PSA. Mas o PSADT foi muito importante: entre aqueles em que o PSA dobrava em menos de três meses, a mediana do aparecimento da metástase foi de apenas um ano; já entre os com mais de 15 meses, a mediana foi de 15 anos depois da volta do PSA. Isso me alerta a estar preparado para a metástase mesmo 20 ou 25 anos depois da volta do PSA. Dados clássicos como a idade, a raça, o estágio patológico e se as margens estavam intactas ou não deixaram de ser significativos quando as variáveis acima foram controladas.

Prostatectomia – o PSA reaparece: quanto tempo até a morte?

Tivemos, aqui no Rio de Janeiro, a Maratona Urológica 2009.

Um dos trabalhos apresentados é de interesse para muitos de nós, inclusive meu, pessoalmente. A apresentação Treatment of a rising PSA after radical prostatectomy confirmou muitos dados bem conhecidos. O primeiro se refere a que a maioria dos pacientes com um PSA que cresce não morre do câncer da próstata. Segundo o expositor, a primeira medida deve ser a radioterapia cuja eficiência é maior se aplicada antes do PSA superar 0,6 ng/ml. O autor se preocupa com a qualidade da vida dos pacientes.Do momento em que o PSA deixa de ser não detetável – “volta” – a mediana até o aparecimento da primeira metástase é de sete anos. Lembro que mediana significa que a metade dos pacientes sofre esse baque antes de 7 anos e metade depois de sete anos. Em quem a metástase aparece mais cedo? Não se sabe com certeza, mas o PSADT é um dos fatores mais importantes: se for menos de 3 meses, a metástase aparece entre 1 e 3 anos depois da volta do PSA, mas se for mais do que 15 meses, a mediana pula para entre dez e quinze anos. Além disso, diz o autor, tanto mais longo o PSADT, tanto maior o valor do PSA no momento em que a metástase é constatada pela primeira vez. Da metástase até a morte são mais seis anos. Como o câncer da próstata surge, na maioria dos casos, após, os 60 anos, o leitor só precisa somar: 60, mais 3 a 5 até a volta do PSA, mais dez até o aparecimento da metástase e mais seis até a morte, já são perto de vinte anos e muitos já morreram de outras causas, sobretudo cardiovasculares..

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<font color=”#008000″>Tivemos, aqui no Rio de Janeiro, a Maratona Urológica    2009.

Um dos trabalhos apresentados é de interesse para muitos de nós, inclusive meu, pessoalmente. A apresentação Treatment of a rising PSA after radical prostatectomy confirmou muitos dados bem conhecidos. O primeiro se refere a que a maioria dos pacientes com um PSA que cresce não morre do câncer da próstata. Segundo o expositor, a primeira  medida deve ser a radioterapia cuja eficiência é maior se aplicada antes do PSA superar 0,6 ng/ml.  O autor se preocupa com a qualidade da vida dos pacientes.

Do momento em que o PSA deixa de ser não detetável – “volta” – a mediana até o apaarecimento da primeira metástase é de sete anos. Lembro que mediana significa que a metade dos pacientes sofre esse baque antes de 7 anos e metade depois de sete anos. Em quem a metástase aparece mais cedo? Não se sabe com certeza, mas o PSADT é um dos fatores mais importantes: se for menos de 3 meses, a metástase aparece entre 1 e 3 anos depois da volta do PSA, mas se for mais do que 15 meses, a mediana pula para entre dez e quinze anos. Além disso, diz o autor, tanto mais longo o PSADT, tanto maior o valor do PSA no momento em que a metástase é constatada pela primeira vez. Da metástase até a morte são mais seis anos. Como o câncer da próstata surge, na maioria dos casos, após, os 60 anos, o leitor só precisa somar: 60, mais 3 a 5 até a volta do PSA, mais dez até o aparecimento da metástase e mais seis até a morte, já são perto de vinte anos e muitos já morreram de outras causas, sobretudo cardiovasculares.

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