Possível clinical trial – tratamento experimental


Há uma pesquisa experimental chamada de Affirm Prostate Cancer Clinical Trial. Ela se limita a pessoas que


  • têm câncer avançado da próstata
  • Já receberam químio usando docetaxel (Taxotere®)
  • A despeito dos tratamentos, o câncer voltou a avançar.


O que fazer? Chamar 1-888-782-3256 nos Estados Unidos e no Canadá e se informar, mas chame somente se sua condição preenche os requisitos acima. Não adianta tentar “enganar”.

Talvez requeira transferir residência para os Estados Unidos ou Canadá.

Boa sorte.

A consulta com o Dr. Meyers

A van, Ford 1993, equipada para acampar é confortável e agradável. É fácil de dirigir, exceto inicialmente, nos momentos em que tive que dar marcha à ré.
Entre a beleza do inverno e a preocupação da almaAs estradas pequenas, no inverno são bonitas. Infelizmente, a comida de beira de estrada é…a comida de beira de estrada. O estomago e o intestino sofrem durante a viagem e a dieta vai para o brejo.</span>
O estado de espírito de quem tem uma doença incurável e está indo a um médico deve variar muito. Eu consegui curtir parcialmente a viagem, mas ia com esperança. Na clínica, durante todo o tempo que passei lá (umas três horas) vi apenas um ou dois pacientes. Já deu para ver o grau de apreensão em um deles, fiel e importantemente acompanhado pela esposa ou companheira.
Mas não dá para para não curtir (um pouquinho, pelo menos) o visual de estradas pequenas, cercadas de árvores, no meio da neve.

Estrada e mais estrada

A chegada mostra uma casinha simpática, simples, com estacionamento para poucos carros. Não é uma operação industrial. Feita, como tantas casas (e universidades) americanas, de tijolinho aparente.


A chegada é marcada por uma placa simples. Depois de quase três dias na van (rebatizada de school bus) pelo meu filho, foi um alívio chegar ao lugar certo.

As estradas pequenas são mais bonitas

Aqui dentro vi um tipo de atendimento ao paciente muito diferente do usado nos Estados Unidos onde somos primeiro recebidos por uma enfermeira, que pesa, tira a pressão, temperatura etcx. Um primeiro e importante cuidado – a pressão é tirada duas vezes, além do que a enfermeira pergunta se essa é a pressão habitual. Ela mostra consciência da chamada “white coat syndrome”: a pressão aumenta na presença de médicos etc. Estava lá por 180, na segunda por 160 e eu aduzi que poderia reduzí-la em outros vinte pontos.
Visitei o AIDP no dia anterior, turbinado pela insegurança de não me perder, chegar atrazado, essas coisas. Uma das secretárias estava preparando o meu dossier. Quando cheguei no dia seguinte vi um senhor baixo, sem gordura para mostrar, de cabelos brancos estudando uns records que eu sabia serem os meus.

Perto, estradas menores, mais curvas e mais beleza

O Dr. Meyers é simpático, agradável. Me tratou com o respeito de quem tem uma doença grave, considerada incurável, que ele também teve ou tem.
Muitos dos suplementos que eu usava ele desaconselhou porque não confiava no fabricante. Traçou um plano de ação que consistia em me preparar para uma terapia hormonal(que deveria ser chamada de anti-hormonal) porque ela tem muitos efeitos colaterais. Há uma diferença em relação ao procedimento habitual, que consiste em iniciar a terapia e aconselhar o paciente a tomar essas e aquelas medidas: ela prepara o paciente e depois inicia a terapia – nos casos em que é possível esperar um pouco. É onde estou e é minha responsabilidade atingir as metas marcadas, ajudado por muitos remédios, mas com compromisso com uma dieta mediterrânea e muito exercício.

O AIDP - uma casinha desprentensiosa com estacionamento para poucos carros

Dr. Meyers me convenceu de algumas coisas, particularmente de que a relação custo/benefício da terapia hormonal pode ser menor e precisa de especificação. A duração do efeito dos tratamentos varia muito e varia de acordo com a doença do paciente e os procedimentos adotados anteriormente.
Os famosos 18 meses de atuação se referem com a próstata, metástase generalizada e que ainda tem a próstata. Análise patológica mostra que metade do crescimento do câncer depois da terapia se inicia na próstata. Nos casos em que houve metástase para os nódulos linfáticos e houve prostatectomia o efeito dura dez anos em 50% a 95% dos casos, dependendo do estudo e da publicação. No caso dos que preservaram a próstata em metade dos casos a terapia hormonal fracassa aos 7-8 anos.
Nos pacientes com metástase generalizada e com sintomas, o efeito é reduzido: em metade dos casos a doença volta a crescer em 8 a 9 meses.
A lição: dependendo do paciente, a duração dos benefícios da terapia hormonal varia de menos de oito a nove meses a mais de dez anos.
Continuarei relatando essa experiência para beneficiar o leitor. Porém, estou preocupado com um grande número de  leitores com acesso à internet mas sem capacidade analítica e com um nível educacional muito baixo. Pediria a cada um dos pacientes mais informados e seus familiares que divulgassem o conhecimento que adquiriram (rão) aqui e em outras fontes entre os que não conseguem entender o que escrevemos.

A placa que garante que chegamos ao lugar certo

Ir ao Dr. Meyers não sai barato. Ele não aceita o seguro tradicional do Medicare (tem um contrato de não aceitação) e custa 350 dólares por cada meia hora. Minha entrevista durou duas horas e o custo total foi de mil e quatrocentos dólares. Uma viagem que eu planejava foi para o espaço. Valeu a pena.


A importância do tempo até a “volta do PSA” (fracasso ou recorrência bioquímica)

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Claro que a volta do PSA aumenta uma série de riscos em comparação com as pessoas com o PSA indetectável. A pergunta que os pesquisadores tentaram responder é se o tempo até o PSA reaparecer tem algum impacto no risco de metástase e de morte.

Amostra: todos os pacientes receberam prostatectomia radical entre 1989 e 2003. A data da cirurgia nos Estados Unidos, passou a entrar nos prognósticos depois que se descobriu que as mais antigas tinham piores resultados. A volta do PSA foi definida a partir de 0.2 ng/ml. Os que fizeram terapias adjuvantes (hormonal ou químio) ficaram de fora.

Duzentos pacientes com uma idade média de 60,2 anos entraram na pesquisa e foram acompanhados durante quase dez anos, na mediana, sendo que um mínimo de cinco era exigido. Eram heterogêneos, uma desvantagem. 74% estavam no estágio igual ou menor do que T1c, o Gleason da biópsia era igual ou inferior a 6 em 64% dos casos (meu caso) , havia extensão para fora da cápsula prostática em 56% das  amostras; metade dos pacientes receberam tratamento hormonal antes da metástase e 32% receberam a radioterapia “de salvação”que deveria ser chamada de último recurso. E o PSA? O PSA era igual ou maior do que 10 em 70% dos casos. O número limitado de pacientes não permitia o cruzamento simultâneo de todas essas variáveis. Nessa população reduzida  a análise univariata não associou muitos fatores com o risco de morte.

O tempo até a volta do PSA tem um efeito maroto sobre a probabilidade de morte: se o PSA reaparecia durante o primeiro ano, aumentava o risco de desenvolver metástases em 36%. Se tem que voltar, é melhor voltar mais tarde. Muito interessante (e bom) é o fato de que na metade dos pacientes que fizeram tratamento hormonal antes da metástase, somente 15%  dos pacientes com a volta do PSA depois da prostatectomia desenvolveram metástases, o que fala a favor da terapia hormonal.

Mesmo nessa população de alto risco, a mortalidade geral, de todas as causas, foi de 5% no período e a mortalidade específica devida ao câncer da próstata foi de apenas 1,5%. Claro, com a continuação do acompanhamento, mais pacientes morrerão tanto de mortalidade geral como de mortalidade específica,

Terapia hormonal: o efeito do ácido zoledrônico sobre a perda de densidade mineral dos ossos

Qual o problema? Pacientes submetidos à terapia hormonal (ADT – privação de andrógenos) sofrem de redução da densidade mineral dos ossos (BMD) e vêem aumentadas suas chances de fraturas ósseas. Pesquisadores do Department of Urology, Kitasato University School of Medicine, em Kanagawa, no Japão, foram submetidos à terapia hormonal, uns tomaram uma única dose de ácido zoledrônico (receberam 4 mg na veia) e outros não, formando o grupo controle. Como é freqüente, depois de seis meses a densidade mineral começou a baixar no grupo controle. Medida na espinha lombar posteroanterior, a baixa foi de 4.6% +/- 1.0% no grupo controle e um aumento de 5.1% +/- 1.2% nos que receberam o ácido zoledrônico. Estatisticamente, a diferença entre os dois é significativa (P = 0,0002). Com um ano de tratamento, z diferença entre os dois grupos era estatisticamente significativa na região lombar ((P = 0,0004), o que, segundo os autores, significa que o ácido zoledrônico preserva a BMD durante um tempo razoável, além dos seis meses, quando começa o enfraquecimento dos ossos causado pela terapia hormonal.

Falta muito: ver as doses mais aconselhadas, duração do efeito protetor em que parte da estrutura óssea etc.

Fonte: Satoh T, Kimura M, Matsumoto K, Tabata KI, Okusa H, Bessho H, Iwamura M, Ishiyama H, Hayakawa K, Baba S. em

Alerta: o câncer de próstata aumenta o risco de fraturas

Um estudo feito na Dinamarca com mais de 62 mil homens mostra que pacientes com câncer de próstata tem uma probabilidade quase quatro vezes mais alta de sofrer uma fratura da bacia do que não-pacientes. O estudo foi publicado no British Journal of Urology International. O efeito é maior entre pacientes de 50 a 65 anos, quando a probabilidade de fratura é oito vezes mais alta.
Os dados gerais mostram que as fraturas em geral são mais frequentes (1,8 vezes), mas as da bacia são especialmente mais frequentes. Dr. Bo Abrahamsen, do Copenhagen University Hospital, avisou que o risco continua mais alto mesmo entre os pacientes que são curados.
Esses dados levaram os urólogos e endocrinólogos a propor planos para o câncer de próstata que incluem o diagnóstico precoce e o tratamento da osteoporose.

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