Reduzindo a metástase óssea e seus efeitos

A FDA (órgão encarregado de aprovar ou rejeitar medicamentos nos Estados Unidos) aprovou duas aplicações do denosumab (nome comercial Prolia), um medicamento contra a osteoporose.

As aplicações são contra a perda óssea em homens que fazem tratamento (anti)hormonal e, no caso do câncer da mama, em mulheres que recebem um tratamento que enfraquece os ossos. Denosumab já fora aceito pela FDA, com o nome comercial de Xgeva, para atuar contra pacientes com cânceres mais avançados, com metástase óssea. Xgeva é dada para impedir fraturas e reduzir a dor nos ossos. A metástase para os ossos do câncer da próstata com freqüência danifica os ossos e, por isso, esse tipo de tratamento não pode ser negligenciado. Normalmente, esse tratamento é feito em conjunção com cálcio e vitamina D. Nem todos os pacientes podem tomar esses medicamentos sem uma preparação, como é o caso dos que sofrem de hipocalcemia.

Duas pesquisas Fase III providenciaram a evidência de que o tratamento funciona: uma multinacional com quase mil e quinhentos pacientes com homens com câncer que não tinha metastizado, mas recebiam tratamento (anti)hormonal; a outra, menor, foi também multinacional com mulheres com câncer da mama que recebiam o tratamento que acentuava os problemas ósseos.

Os pacientes homens que foram tratados durante dois anos com denosumab tinham uma densidade mineral (bone mineral density – BMD) nos ossos lombares maior do que o grupo controle. A diferença era estatisticamente significativa.

Depois de três anos de tratamento com esse medicamento, 3,9% dos homens no grupo controle tiveram novas fraturas nas vértebras, em contraste com 1,5% dos que recebiam denosumab. O risco era 62% menor.

Tenho insistido nas postagens que nós, pacientes, colocamos muita ênfase na sobrevivência e pouca na qualidade da vida. A metástase óssea é uma das maiores causadores de baixas dramáticas na qualidade da vida. Denosumab não cura o câncer (creio que seus fabricantes nem pretendem combatê-lo), mas é parte do seu tratamento para reduzir as dores e evitar fraturas.

GLÁUCIO SOARES


Reduzindo a metástase óssea e seus efeitos


A FDA (órgão encarregado de aprovar ou rejeitar medicamentos nos Estados Unidos) aprovou duas aplicações do denosumab (nome comercial Prolia), um medicamento contra a osteoporose.
As aplicações são contra a perda óssea em homens que fazem tratamento (anti)hormonal e, no caso do câncer da mama, em mulheres que recebem um tratamento que enfraquece os ossos. Denosumab já fora aceito pela FDA, com o nome comercial de Xgeva, para atuar contra pacientes com cânceres mais avançados, com metástase óssea. Xgeva é dada para impedir fraturas e reduzir a dor nos ossos. A metástase para os ossos do câncer da próstata com freqüência danifica os ossos e, por isso, esse tipo de tratamento não pode ser negligenciado. Normalmente, esse tratamento é feito em conjunção com cálcio e vitamina D. Nem todos os pacientes podem tomar esses medicamentos sem uma preparação, como é o caso dos que sofrem de hipocalcemia.
Duas pesquisas Fase III providenciaram a evidência de que o tratamento funciona: uma multinacional com quase mil e quinhentos pacientes com homens com câncer que não tinha metastizado, mas recebiam tratamento (anti)hormonal; a outra, menor, foi também multinacional com mulheres com câncer da mama que recebiam o tratamento que acentuava os problemas ósseos.
Os pacientes homens que foram tratados durante dois anos com denosumab tinham uma densidade mineral (bone mineral density – BMD) nos ossos lombares maior do que o grupo controle. A diferença era estatisticamente significativa.
Depois de três anos de tratamento com esse medicamento, 3,9% dos homens no grupo controle tiveram novas fraturas nas vértebras, em contraste com 1,5% dos que recebiam denosumab. O risco era 62% menor.
Tenho insistido nas postagens que nós, pacientes, colocamos muita ênfase na sobrevivência e pouca na qualidade da vida. A metástase óssea é uma das maiores causadores de baixas dramáticas na qualidade da vida. Denosumab não cura o câncer (creio que seus fabricantes nem pretendem combatê-lo), mas é parte do seu tratamento para reduzir as dores e evitar fraturas.
GLÁUCIO SOARES

 


 


 

Reduzindo a metástase óssea e seus efeitos


A FDA (órgão encarregado de aprovar ou rejeitar medicamentos nos Estados Unidos) aprovou duas aplicações do denosumab (nome comercial Prolia), um medicamento contra a osteoporose.
As aplicações são contra a perda óssea em homens que fazem tratamento (anti)hormonal e, no caso do câncer da mama, em mulheres que recebem um tratamento que enfraquece os ossos. Denosumab já fora aceito pela FDA, com o nome comercial de Xgeva, para atuar contra pacientes com cânceres mais avançados, com metástase óssea. Xgeva é dada para impedir fraturas e reduzir a dor nos ossos. A metástase para os ossos do câncer da próstata com freqüência danifica os ossos e, por isso, esse tipo de tratamento não pode ser negligenciado. Normalmente, esse tratamento é feito em conjunção com cálcio e vitamina D. Nem todos os pacientes podem tomar esses medicamentos sem uma preparação, como é o caso dos que sofrem de hipocalcemia.
Duas pesquisas Fase III providenciaram a evidência de que o tratamento funciona: uma multinacional com quase mil e quinhentos pacientes com homens com câncer que não tinha metastizado, mas recebiam tratamento (anti)hormonal; a outra, menor, foi também multinacional com mulheres com câncer da mama que recebiam o tratamento que acentuava os problemas ósseos.
Os pacientes homens que foram tratados durante dois anos com denosumab tinham uma densidade mineral (bone mineral density – BMD) nos ossos lombares maior do que o grupo controle. A diferença era estatisticamente significativa.
Depois de três anos de tratamento com esse medicamento, 3,9% dos homens no grupo controle tiveram novas fraturas nas vértebras, em contraste com 1,5% dos que recebiam denosumab. O risco era 62% menor.
Tenho insistido nas postagens que nós, pacientes, colocamos muita ênfase na sobrevivência e pouca na qualidade da vida. A metástase óssea é uma das maiores causadores de baixas dramáticas na qualidade da vida. Denosumab não cura o câncer (creio que seus fabricantes nem pretendem combatê-lo), mas é parte do seu tratamento para reduzir as dores e evitar fraturas.
GLÁUCIO SOARES

 


 


 

Redução da dor quando há metástase óssea


O tratamento do câncer da próstata tem progredido e aumentado a sobrevivência dos pacientes com metástase e que já não respondem ao tratamento hormonal. São chamados de (mCRPC), metastatic castrate-resistant prostate cancer. Depois da metástase óssea o tratamento fica mais difícil e o câncer, quase sempre, doloroso. Os pacientes entram numa rotina de medicamentos contra a dor, cada vez mais fortes, chegando à morfina. Há efeitos colaterais e a vida perde muito da sua graça. Alguns enfrentam dificuldade em andar e realizar as tarefas do dia a dia. Os pacientes, com freqüência, entram em depressão.
Temos olhado muito para a sobrevivência e pouco para a qualidade da vida.
Daí a relevância do teste clínico chamado SATURN (ver www.ProstatePainStudy.com), já na Fase III. Testa um medicamento chamado de custirsen (OGX-011/TV-1011) que reduz a dor dos pacientes com cânceres muito avançados durante três meses ou mais. Está em andamento. Nas fases anteriores, os dados sugeriram que, se tomado juntamente com a quimioterapia, custirsen reduzia a dor e aumentava a sobrevivência. SATURN repete e amplia essas pesquisas.
Tomasz Beer, do OHSU Knight Cancer Institute, afirma que chegou a hora de prestar atenção à qualidade de vida dos pacientes e não somente à sobrevivência, simples e pura.
Nos Estados Unidos, há duas maneiras de saber mais:
Navegar o site www.prostatepainstudy.com ou
Telefonar para 1-877-888-3762, onde é possível falar com pessoas informadas sobre os “clinical trials”.
O que faz o custirsen? Bloqueia a clusterina, uma proteína que aparece em quantidade em vários tipos de câncer nas etapas em que os pacientes não respondem ou respondem pouco aos tratamentos. Essa proteína se associa com o avanço rápido dos cânceres, a resistência aos tratamentos e a diminuição da sobrevivência.
Os resultados mostram que, em combinação com docetaxel, aumentam a sobrevivência em quase sete meses (além do aumento observado quando se toma apenas o docetaxel). Nos casos do câncer da próstata, 51% tiveram redução da dor durante três meses ou mais. Há efeitos colaterais que estão sendo estudados no teste SATURN.
Melhoria para alguns, mas não para outros, e uma grande melhoria para quem não consegue nem se levantar da cama. Mais um pequeno avanço, mas estamos longe de uma cura.

 

GLÁUCIO SOARES        IESP-UERJ

Redução da dor quando há metástase óssea


O tratamento do câncer da próstata tem progredido e aumentado a sobrevivência dos pacientes com metástase e que já não respondem ao tratamento hormonal. São chamados de (mCRPC), metastatic castrate-resistant prostate cancer. Depois da metástase óssea o tratamento fica mais difícil e o câncer, quase sempre, doloroso. Os pacientes entram numa rotina de medicamentos contra a dor, cada vez mais fortes, chegando à morfina. Há efeitos colaterais e a vida perde muito da sua graça. Alguns enfrentam dificuldade em andar e realizar as tarefas do dia a dia. Os pacientes, com freqüência, entram em depressão.
Temos olhado muito para a sobrevivência e pouco para a qualidade da vida.
Daí a relevância do teste clínico chamado SATURN (ver www.ProstatePainStudy.com), já na Fase III. Testa um medicamento chamado de custirsen (OGX-011/TV-1011) que reduz a dor dos pacientes com cânceres muito avançados durante três meses ou mais. Está em andamento. Nas fases anteriores, os dados sugeriram que, se tomado juntamente com a quimioterapia, custirsen reduzia a dor e aumentava a sobrevivência. SATURN repete e amplia essas pesquisas.
Tomasz Beer, do OHSU Knight Cancer Institute, afirma que chegou a hora de prestar atenção à qualidade de vida dos pacientes e não somente à sobrevivência, simples e pura.
Nos Estados Unidos, há duas maneiras de saber mais:
Navegar o site www.prostatepainstudy.com ou
Telefonar para 1-877-888-3762, onde é possível falar com pessoas informadas sobre os “clinical trials”.
O que faz o custirsen? Bloqueia a clusterina, uma proteína que aparece em quantidade em vários tipos de câncer nas etapas em que os pacientes não respondem ou respondem pouco aos tratamentos. Essa proteína se associa com o avanço rápido dos cânceres, a resistência aos tratamentos e a diminuição da sobrevivência.
Os resultados mostram que, em combinação com docetaxel, aumentam a sobrevivência em quase sete meses (além do aumento observado quando se toma apenas o docetaxel). Nos casos do câncer da próstata, 51% tiveram redução da dor durante três meses ou mais. Há efeitos colaterais que estão sendo estudados no teste SATURN.
Melhoria para alguns, mas não para outros, e uma grande melhoria para quem não consegue nem se levantar da cama. Mais um pequeno avanço, mas estamos longe de uma cura.

 

GLÁUCIO SOARES        IESP-UERJ

GANHOS COM A ZYTIG OU ZYTIGA


A Comissão Européia, que lida com a aprovação de novos tratamentos aprovou uma combinação de acetato de abiraterona, cujo nome industrial é Zytig ou Zytiga, juntamente com prednisona, ou prednisolona, usadas há algum tempo.
Porém, por enquanto, essa combinação só se aplica a pacientes com cânceres avançados da próstata, que já não respondem ao tratamento (anti)hormonal. Tecnicamente essas pessoas são definidas como mCRPC ( pessoas com metastatic castration-resistant prostate cancer ) e que também fizeram quimioterapia. Um avanço notável nessa faixa da doença e, usualmente, de idade também. Não obstante, a abiraterona foi a figura principal de uma encenação midiática lamentável há poucos anos, porque foi apresentada como “cura” e, depois, como não era “cura”, como o avanço mais notável em 80 anos.
É um progresso, que agora poderá se ampliar ao câncer da mama. Há um teste em Fase III para verificar os efeitos da abiraterona sobre esse tipo de câncer.
Nos casos de câncer da próstata avançados, a abiraterona reduziu o risco de morte em 35% quando adicionada à prednisona. Havia um ganho na sobrevivência de 3,9 meses – é o que foi anunciado há vários meses. O acompanhamento do experimento por mais 20,2 meses demonstrou um ganho maior, de 4,6 meses. Os primeiros dados davam uma sobrevivência dos pacientes desse tratamento combinado de 14,8 meses – na mediana. Mas é um tratamento ao qual algumas pessoas não respondem e outras respondem muito bem e continuam vivas alguns anos após iniciarem o tratamento.

Também importante é o fato de que o tratamento combinado reduz mais a dor e por mais tempo, além de uma percentagem menor com problemas ósseos sérios, como fraturas, compressão da coluna vertebral e a necessidade de irradiar ossos para reduzir a dor. Aos seis meses, 18% dos pacientes na terapia combinada tiveram um desses eventos indesejáveis, menos do que os 28% dos que receberam prednisona ou prednisolona e um placebo. Aos doze meses, a diferença de dez por cento continuava: 30% e 40%, respectivamente. Aos 18 meses, cresceram os eventos com o tratamento, para 35% dos pacientes, e o dos que tomaram prednisona ou prednisolona continuaram os mesmos 40% e a diferença caiu para 5%.
É um tratamento caro, mas que a classe média pode pagar, como diferente do Provenge, que custa 93 mil dólares por cada tratamento (e só aumenta a sobrevivência mediana em quatro meses).
GLÁUCIO SOARES                IESP-UERJ                        

 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 

GANHOS COM A ZYTIG OU ZYTIGA


A Comissão Européia, que lida com a aprovação de novos tratamentos aprovou uma combinação de acetato de abiraterona, cujo nome industrial é Zytig ou Zytiga, juntamente com prednisona, ou prednisolona, usadas há algum tempo.
Porém, por enquanto, essa combinação só se aplica a pacientes com cânceres avançados da próstata, que já não respondem ao tratamento (anti)hormonal. Tecnicamente essas pessoas são definidas como mCRPC ( pessoas com metastatic castration-resistant prostate cancer ) e que também fizeram quimioterapia. Um avanço notável nessa faixa da doença e, usualmente, de idade também. Não obstante, a abiraterona foi a figura principal de uma encenação midiática lamentável há poucos anos, porque foi apresentada como “cura” e, depois, como não era “cura”, como o avanço mais notável em 80 anos.
É um progresso, que agora poderá se ampliar ao câncer da mama. Há um teste em Fase III para verificar os efeitos da abiraterona sobre esse tipo de câncer.

Nos casos de câncer da próstata avançados, a abiraterona reduziu o risco de morte em 35% quando adicionada à prednisona. Havia um ganho na sobrevivência de 3,9 meses – é o que foi anunciado há vários meses. O acompanhamento do experimento por mais 20,2 meses demonstrou um ganho maior, de 4,6 meses. Os primeiros dados davam uma sobrevivência dos pacientes desse tratamento combinado de 14,8 meses – na mediana. Mas é um tratamento ao qual algumas pessoas não respondem e outras respondem muito bem e continuam vivas alguns anos após iniciarem o tratamento.
Também importante é o fato de que o tratamento combinado reduz mais a dor e por mais tempo, além de uma percentagem menor com problemas ósseos sérios, como fraturas, compressão da coluna vertebral e a necessidade de irradiar ossos para reduzir a dor. Aos seis meses, 18% dos pacientes na terapia combinada tiveram um desses eventos indesejáveis, menos do que os 28% dos que receberam prednisona ou prednisolona e um placebo. Aos doze meses, a diferença de dez por cento continuava: 30% e 40%, respectivamente. Aos 18 meses, cresceram os eventos com o tratamento, para 35% dos pacientes, e o dos que tomaram prednisona ou prednisolona continuaram os mesmos 40% e a diferença caiu para 5%.
É um tratamento caro, mas que a classe média pode pagar, como diferente do Provenge, que custa 93 mil dólares por cada tratamento (e só aumenta a sobrevivência mediana em quatro meses).
GLÁUCIO SOARES                IESP-UERJ                        

 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 

ALPHARADIN: menos dor e mais vida



 

Duas empresas, uma alemã (Bayer) e outra norueguesa (Algeta) receberam notícias de que haverá facilidades para demonstrar e registrar um medicamento anti-câncer chamado Alpharadin.
Por quê?
Porque dados de pesquisa recente mostram que o medicamento aumenta a sobrevivência de pacientes com câncer da próstata avançado, que já tenham sintomas de metástase óssea. Os resultados foram tão bons que pararam a pesquisa para que os membros do grupo controle pudesse ser tratados também. É um tratamento na base de radium-223. Essa notícia estimulou investidores e as ações das duas empresas subiram no mercado.
O mercado não é burro, usa técnicos, cientistas e analistas. Quando reage bem, em certo sentido é bom para nós. Significa que a probabilidade de que venha um bom produto é grande.
Porém, não esqueçam de que aumentar a sobrevivência e reduzir a dor, alvos mais do que desejáveis, não significa cura. Ainda não há cura.
Resumo por GLÁUCIO SOARES, IESP-UERJ

Mais quatro meses sem dores

  • O câncer da próstata, quando chega a estágios avançados, atinge os ossos, produzindo metástases ósseas que são muito dolorosas. Muitos dos pacientes que chegam lá terminam morrendo das complicações no esqueleto;
  • O tratamento tradicional para impedir esse avanço é o Zometa;
  • Amgen é uma empresa farmacêutica que quer ganhar dinheiro, como todas as empresas;
  • Xgeva é um tratamento que a Amgen desenvolveu e testou para retardar os danos ao esqueleto do paciente. Não cura o câncer, protela a metástase;
  • O ingrediente ativo da Xgeva se chama denosumab.

Esse tratamento se aplica, também, a outros cânceres sólidos. Denosumab já é vendido para determinados cânceres sob o nome de Prolia e para tratar a osteoporose.

As agencias reguladoras de diferentes países examinam os remédios e medicamentos e dão – ou não – sua aprovação. A que faz esse serviço nos Estados Unidos se chama FDA. Parece que a FDA vai aprovar a Xgeva porque testes clínicos mostraram que ela é mais eficiente do que o Zometa. Eficiente em quê? Em reduzir danos ósseos causados pelo câncer. Que danos? Muitos, inclusive fraturas e compressões na coluna, na espinha.

Amgen publicou resultados em dezembro que demonstram que Xgeva protela a metástase para os ossos na mediana em 4,2 meses. Parece pouco, mas é bom lembrar que o câncer da próstata é uma doença quase exclusiva da Terceira Idade e que nessas faixas de idade a esperança de vida não é grande. No município de São Paulo, área com muitos recursos, em 2000 a esperança de vida aos 75 anos era de 9,3 anos, dos quais 6,7 podendo viver de maneira independente e 2,5 com incapacidade funcional.

  • O que é incapacidade funcional? Incapacidade funcional: dificuldade de realizar uma ou mais atividades de vida diária (de acordo com os autores estudo: vestir-se, comer, tomar banho, ir ao banheiro, deitar-se e levantar da cama e atravessar um cômodo da casa). Dependência: necessidade de auxílio para realizar pelo menos uma dessas atividades.

Assim, um ganho de 4,2 meses é um ganho modesto, mas não mínimo, particularmente se considerarmos que os funcionalmente incapazes (como muitos pacientes de câncer da próstata são nessa idade) têm uma esperança de vida (disfuncional) de trinta meses.

A Amgen está solicitando aprovação para a Xgeva em vários paises.

E nós, pacientes, o que temos a ver com isso? Quatro meses a mais sem os sintomas pesados da metástase óssea, particularmente dores. Quem está em estágios muito, muito avançados, sonha com um dia sem dor. Para esses, quatro meses seriam um presente dos céus.


 

GLÁUCIO SOARES

Fonte principal: resumo em Prostate News.

Cálculos próprios a partir de Camargos MCS, Perpétuo IHO, Machado CJ. Expectativa de vida com incapacidade funcional em idosos em São Paulo, Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2005;17(5/6):379–86.


 


 


 


 


 


 


 


 

Mais quatro meses sem dores

  • O câncer da próstata, quando chega a estágios avançados, atinge os ossos, produzindo metástases ósseas que são muito dolorosas. Muitos dos pacientes que chegam lá terminam morrendo das complicações no esqueleto;
  • O tratamento tradicional para impedir esse avanço é o Zometa;
  • Amgen é uma empresa farmacêutica que quer ganhar dinheiro, como todas as empresas;
  • Xgeva é um tratamento que a Amgen desenvolveu e testou para retardar os danos ao esqueleto do paciente. Não cura o câncer, protela a metástase;
  • O ingrediente ativo da Xgeva se chama denosumab.

Esse tratamento se aplica, também, a outros cânceres sólidos. Denosumab já é vendido para determinados cânceres sob o nome de Prolia e para tratar a osteoporose.

As agencias reguladoras de diferentes países examinam os remédios e medicamentos e dão – ou não – sua aprovação. A que faz esse serviço nos Estados Unidos se chama FDA. Parece que a FDA vai aprovar a Xgeva porque testes clínicos mostraram que ela é mais eficiente do que o Zometa. Eficiente em quê? Em reduzir danos ósseos causados pelo câncer. Que danos? Muitos, inclusive fraturas e compressões na coluna, na espinha.

Amgen publicou resultados em dezembro que demonstram que Xgeva protela a metástase para os ossos na mediana em 4,2 meses. Parece pouco, mas é bom lembrar que o câncer da próstata é uma doença quase exclusiva da Terceira Idade e que nessas faixas de idade a esperança de vida não é grande. No município de São Paulo, área com muitos recursos, em 2000 a esperança de vida aos 75 anos era de 9,3 anos, dos quais 6,7 podendo viver de maneira independente e 2,5 com incapacidade funcional.

  • O que é incapacidade funcional? Incapacidade funcional: dificuldade de realizar uma ou mais atividades de vida diária (de acordo com os autores estudo: vestir-se, comer, tomar banho, ir ao banheiro, deitar-se e levantar da cama e atravessar um cômodo da casa). Dependência: necessidade de auxílio para realizar pelo menos uma dessas atividades.

Assim, um ganho de 4,2 meses é um ganho modesto, mas não mínimo, particularmente se considerarmos que os funcionalmente incapazes (como muitos pacientes de câncer da próstata são nessa idade) têm uma esperança de vida (disfuncional) de trinta meses.

A Amgen está solicitando aprovação para a Xgeva em vários paises.

E nós, pacientes, o que temos a ver com isso? Quatro meses a mais sem os sintomas pesados da metástase óssea, particularmente dores. Quem está em estágios muito, muito avançados, sonha com um dia sem dor. Para esses, quatro meses seriam um presente dos céus.


 

GLÁUCIO SOARES

Fonte principal: resumo em Prostate News.

Cálculos próprios a partir de Camargos MCS, Perpétuo IHO, Machado CJ. Expectativa de vida com incapacidade funcional em idosos em São Paulo, Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2005;17(5/6):379–86.


 


 


 


 


 


 


 


 

Grande esperança contra a metástase óssea



 

Enquanto não encontramos um medicamento que cure o câncer da próstata, o máximo que podemos esperar são medicamentos que aumentam a sobrevivência e/ou medicamentos que melhoram as condições de vida dos pacientes.

Uma das metástases mais dolorosas é a óssea que também é a mais comum no caso do câncer da próstata. Nesse sentido, estamos dando os primeiros passos para o que poderá ser a melhor novidade no campo em algum tempo.

De que se trata? De um inibidor de uma enzima chamada de Tyrosine kinases.



O que elas fazem? Elas transferem um grupo de fosfatos para uma proteína numa célula. Ela parece funcionar como um interruptor que liga ou desliga várias funções celulares. Essas kinases podem sofrer mutações e congelar na posição positiva do interruptor o que provoca um crescimento anormal das células.

É por isso que alguns inibidores da kinase, como a imatinib, são usados como tratamentos contra alguns cânceres.

O que aconteceu nessa pesquisa? Em 85% dos pacientes houve uma redução das metástases ósseas e todos já não respondiam à terapia anti-hormonal. Nesse estudo foi usado um inibidor de espectro amplo.

Os resultados referentes a 62 pacientes mostram que em apenas um a doença não melhorou nem ficou estável.

Os pesquisadores usaram três marcadores – digamos três linhas de chegada:

  • Redução na dor;
  • Redução no uso de narcóticos;
  • Indicadores de mudança óssea.

Eles foram acompanhados por doze semanas. Durante esse período, ¾ dos pacientes tiveram controle sobre a doença.

Como os resultados foram excelentes, o medicamento também foi aplicado aos membros do grupo controle.

O medicamento se chama to cabozantinib (XL184) e seus resultados beneficiaram pacientes de câncer da mama, da tireóide, dos rins e do melanoma.

O grupo pesquisado também era avançado. Dos cem com dados suficientes, metade tinha doença nas vísceras; 88% nos nódulos linfáticos; 78% tinha metástase óssea e metade tinha dor óssea significativa.

Nem todos os resultados foram maravilhosos. Um em dez parou o tratamento porque a doença continuou avançando; e em nove os efeitos colaterais foram pesados. No total, 26 dos cem interromperam o tratamento.

Dos 62 pacientes com ossos escaneados antes e depois, 85% tiveram uma resolução parcial das lesões e, em vários casos, resolução completa. As lesões sumiram.

Dois em três dos que tinham dores ósseas demonstraram melhorias nas primeiras seis semanas de uso do medicamento.

Os efeitos colaterais mais sérios foram fadiga (3/4 dos pacientes), perda de apetite (metade), diarréia e náusea (quase metade) etc. Os efeitos colaterais foram muito “comuns, mas não sérios”.

É importante sublinhar que esse medicamento age contra a metástase óssea mas não age contra os tumores originais – não cura. No câncer da próstata, no qual uma parte substancial das dores e das mortes está ligada à metástase óssea, é uma promessa que, se concretizada, melhorará radicalmente as condições de vida de muitos pacientes.

Há, para mim, um problema sério, ainda que comum: os resultados foram apresentados pela Exelixis e alguns dos autores declararam vinculações financeiras com a empresa. A declaração é obrigatória e comum. Agora resta esperar por uma pesquisa Fase III, com pesquisadores independentes, supervisionada pela FDA.


 

GLÁUCIO SOARES

A consulta com o Dr. Meyers

A van, Ford 1993, equipada para acampar é confortável e agradável. É fácil de dirigir, exceto inicialmente, nos momentos em que tive que dar marcha à ré.
Entre a beleza do inverno e a preocupação da almaAs estradas pequenas, no inverno são bonitas. Infelizmente, a comida de beira de estrada é…a comida de beira de estrada. O estomago e o intestino sofrem durante a viagem e a dieta vai para o brejo.</span>
O estado de espírito de quem tem uma doença incurável e está indo a um médico deve variar muito. Eu consegui curtir parcialmente a viagem, mas ia com esperança. Na clínica, durante todo o tempo que passei lá (umas três horas) vi apenas um ou dois pacientes. Já deu para ver o grau de apreensão em um deles, fiel e importantemente acompanhado pela esposa ou companheira.
Mas não dá para para não curtir (um pouquinho, pelo menos) o visual de estradas pequenas, cercadas de árvores, no meio da neve.

Estrada e mais estrada

A chegada mostra uma casinha simpática, simples, com estacionamento para poucos carros. Não é uma operação industrial. Feita, como tantas casas (e universidades) americanas, de tijolinho aparente.


A chegada é marcada por uma placa simples. Depois de quase três dias na van (rebatizada de school bus) pelo meu filho, foi um alívio chegar ao lugar certo.

As estradas pequenas são mais bonitas

Aqui dentro vi um tipo de atendimento ao paciente muito diferente do usado nos Estados Unidos onde somos primeiro recebidos por uma enfermeira, que pesa, tira a pressão, temperatura etcx. Um primeiro e importante cuidado – a pressão é tirada duas vezes, além do que a enfermeira pergunta se essa é a pressão habitual. Ela mostra consciência da chamada “white coat syndrome”: a pressão aumenta na presença de médicos etc. Estava lá por 180, na segunda por 160 e eu aduzi que poderia reduzí-la em outros vinte pontos.
Visitei o AIDP no dia anterior, turbinado pela insegurança de não me perder, chegar atrazado, essas coisas. Uma das secretárias estava preparando o meu dossier. Quando cheguei no dia seguinte vi um senhor baixo, sem gordura para mostrar, de cabelos brancos estudando uns records que eu sabia serem os meus.

Perto, estradas menores, mais curvas e mais beleza

O Dr. Meyers é simpático, agradável. Me tratou com o respeito de quem tem uma doença grave, considerada incurável, que ele também teve ou tem.
Muitos dos suplementos que eu usava ele desaconselhou porque não confiava no fabricante. Traçou um plano de ação que consistia em me preparar para uma terapia hormonal(que deveria ser chamada de anti-hormonal) porque ela tem muitos efeitos colaterais. Há uma diferença em relação ao procedimento habitual, que consiste em iniciar a terapia e aconselhar o paciente a tomar essas e aquelas medidas: ela prepara o paciente e depois inicia a terapia – nos casos em que é possível esperar um pouco. É onde estou e é minha responsabilidade atingir as metas marcadas, ajudado por muitos remédios, mas com compromisso com uma dieta mediterrânea e muito exercício.

O AIDP - uma casinha desprentensiosa com estacionamento para poucos carros

Dr. Meyers me convenceu de algumas coisas, particularmente de que a relação custo/benefício da terapia hormonal pode ser menor e precisa de especificação. A duração do efeito dos tratamentos varia muito e varia de acordo com a doença do paciente e os procedimentos adotados anteriormente.
Os famosos 18 meses de atuação se referem com a próstata, metástase generalizada e que ainda tem a próstata. Análise patológica mostra que metade do crescimento do câncer depois da terapia se inicia na próstata. Nos casos em que houve metástase para os nódulos linfáticos e houve prostatectomia o efeito dura dez anos em 50% a 95% dos casos, dependendo do estudo e da publicação. No caso dos que preservaram a próstata em metade dos casos a terapia hormonal fracassa aos 7-8 anos.
Nos pacientes com metástase generalizada e com sintomas, o efeito é reduzido: em metade dos casos a doença volta a crescer em 8 a 9 meses.
A lição: dependendo do paciente, a duração dos benefícios da terapia hormonal varia de menos de oito a nove meses a mais de dez anos.
Continuarei relatando essa experiência para beneficiar o leitor. Porém, estou preocupado com um grande número de  leitores com acesso à internet mas sem capacidade analítica e com um nível educacional muito baixo. Pediria a cada um dos pacientes mais informados e seus familiares que divulgassem o conhecimento que adquiriram (rão) aqui e em outras fontes entre os que não conseguem entender o que escrevemos.

A placa que garante que chegamos ao lugar certo

Ir ao Dr. Meyers não sai barato. Ele não aceita o seguro tradicional do Medicare (tem um contrato de não aceitação) e custa 350 dólares por cada meia hora. Minha entrevista durou duas horas e o custo total foi de mil e quatrocentos dólares. Uma viagem que eu planejava foi para o espaço. Valeu a pena.


Algas contra o câncer?

Há debate sobre o uso de medicamentos suplementares, não aprovados pelas agências reguladoras. Porém, uma coisa é o uso e outra coisa é o abuso. Quando medicamentos não testados são usados em lugar de terapias com efetividade demonstrada, o problema é sério porque o câncer com frequência cresce.

Alguns medicamentos não convencionais são usados para melhorar consequências e efeitos colaterais das doenças e seu tratamento. Um desses problemas é a micção frequente: debilita diretamente, requer suplementos de potássio, dificulta o sono (o sono é fundamental para a boa saúde e para a recuperação) etc. Um grupo de pacientes, familiares e interessados em câncer de próstata vem usando um tipo de alga marinha para combater a micção frequente e o descontrole urinário. Por favor, não saia à cata de algas marinhas para comer. Há muita diferença entre elas e algumas são muito prejudiciais à saúde.

O grupo, filial do Man to Man, se reúne em Englewood Beach. Discutem a doença, seus efeitos, tratamentos e muito mais. Convidam palestrantes, inclusive médicos e especialistas que, infelizmente, participam pouco. Vários dos seus membros testaram e aprovaram o uso dessa alga contra o descontrole urinário. Inicialmente, preparavam e comiam as que encontravam na beira do mar, mas houve problemas. Passaram a comprar o pó dessa alga, que tem cor marrom (há várias com essa cor) e juram de pés juntos que ajuda. Agora é pesquisar nas publicações médicas pela internet…

O que é que Zometa faz?

O câncer da próstata com freqüência produz metástases ósseas: se instala e cresce nos ossos. Muitos pacientes com metástases ósseas sentem dores, que podem chegar a ser muito fortes.
Zolendronato ou Zometa® pode ajudar nesse contexto. Em 2002 o Journal of the National Cancer Institute publicou artigo mostrando que os que tomaram esse medicamento tiveram menos complicações ósseas (fraturas etc.) do que um grupo controle. É bom que os pacientes se sintam melhor, mas os dados não mostram que os que fizeram esse tratamento viveram mais tempo, nem que o câncer avançou mais devagar.
Ajuda os ossos, reduz a dor, mas não afeta o avanço do câncer.

O que é que Zometa faz?


O câncer da próstata com freqüência produz metástases ósseas: se instala e cresce nos ossos. Muitos pacientes com metástases ósseas sentem dores, que podem chegar a ser muito fortes.
Zolendronato ou Zometa® pode ajudar nesse contexto. Em 2002 o Journal of the National Cancer Institute publicou artigo mostrando que os que tomaram esse medicamento tiveram menos complicações ósseas (fraturas etc.) do que um grupo controle. É bom que os pacientes se sintam melhor, mas os dados não mostram que os que fizeram esse tratamento viveram mais tempo, nem que o câncer avançou mais devagar.
Ajuda os ossos, reduz a dor, mas não afeta o avanço do câncer.

Quão sério é o seu câncer? O sistema TNM de classificação

Os cânceres de próstata não são todos iguais. Primeiro, uns são mais agressivos do que outros e as suas células se multiplicam mais rápido; segundo, uns cânceres são descobertos quando estão mais avançados do que outros. Colocar o câncer do paciente em níveis (stages ou levels) ajuda a saber qual o prognóstico e qual o tratamento mais adequado para aquele câncer naquele nível.
É aí que aparecem os sistemas de classificação, os níveis ou estágios.

Um deles é chamado de TNM (T de tumor; N de nódulos; M de metástases). Esse sistema é usado para descrever quanto um câncer avançou, qual o seu estágio clínico, quando ele se espalhou. O Sistema TNM (TNM system) confere um número T (de T1 a T4) que descreve a extensão do tumor no exame digital do reto. Quanto maior o número, pior para o paciente. Já o número associado à letra N (N0 a N1) indica, apenas, se o câncer se espalhou para os nódulos linfáticos ou não. 0 é não e 1 é sim, espalhou. A letra M também tem número e se refere a metástases (M0 to M1). 0 é bom, não encontraram metástase, 1 significa que encontraram.

Esse sistema permite previsões, inclusive o risco de morte e, em caso de morte, o tempo até a morte, a duração da vida. Os médicos logo descobriram que o sistema poderia ser refinado. Refinar é subdividir: T e M passaram a incluir subcategorias (a, b, e c) de acordo com as características mais detalhadas do câncer. As subdivisões não são porque são: elas separam os pacientes de acordo com a gravidade do câncer.

  • T1a: nese caso, o tumor foi descoberto por acidente. Por exemplo: durante uma cirurgia para corrigir a hiperplasia (BPH), estando presente em menos de 5% do tecido.
  • T1b: a mesma coisa. Porém, o tumor estava presente em mais do que 5% do tecido removido durante a cirurgia;
  • T1c: o tumor foi encontrado por razão diferente – durante a biópsia provocada pelo resultado do exame de PSA (alto PSA). Veja que essas categorias se referem a como o câncer foi descoberto e, nos dois primeiros casos, a quanto câncer havia nos tecidos.
  • E o T2? No T2 o tumor foi detectado durante o toque retal, mas há razões para acreditar que não saiu da glândula prostática;
  • T2b: No T2b o tumor está presente em mais da metade de um dos lados da próstata, mas não nos dois lados;
  • T2c: o tumor está presente nos dois lados. Infelizmente, é o meu caso mas, vejam, estou aqui escrevendo para vocês 13 anos depois do diagnóstico, que foi em agosto de 1995;
  • T3 é ainda mais sério: o tumor saiu da cápsula prostática. Pode ter atingido as glândulas seminais;
  • T3a: é melhor do que o T3b: o tumor saiu da cápsula, mas não atingiu as vesículas seminais (eu estou aí, no T3a);
  • T3b: pior que o anterior. O tumor atingiu as vesículas seminais;
  • T4: pior que os T3. O tumor invadiu estruturas contígüas, além das atingiu as vesículas seminais. Como quê? Como a bexiga, o reto ou a parede pélvica.
  • NO: Essa é outra informação – o câncer não atingiu os nódulos linfáticos;
  • N1: Pior que o N0 – o câncer atingiu um ou mais nódulos linfáticos na região pélvica. Coloquei em itálico porque é um estágio melhor do que quando atinge nódulos distantes.
  • MO: esse trata das metástases distantes. Nota 0 aqui é boa. Não foram encontradas metástases distantes.
  • M1: Pior que o anterior. Foram encontradas metástases distantes;
  • M1a: O câncer atingiu nódulos distantes;
  • M1b: O câncer atingiu os ossos – metástase óssea que, com freqüência é dolorosa;
  • M1c: O câncer atingiu outros órgãos, com ou sem metástase óssea

Esse sistema classificatório ajuda muito no diagnóstico: o que a prática médica recomenda em um nível não é igual ao que recomenda em nível muito diferente.

A hora e a vez do Sagopilone?

Uma nova quimioterapia que talvez compita e talvez complete o docetaxel.
Houve um teste clinico capitaneado pelo Oregon Health & Science University Cancer Institute. Todos os pacientes tinham cânceres avançados que não respondiam ao tratamento hormonal e que tinham metástases. É um dos estágios mais avançados da doença. Os resultados serão formalmente apresentados hoje, dia 31 de maio de 2008.
Trinta e sete pacientes receberam Sagopilone juntamente com a prednisona e acompanhados durante apenas três meses. Treze dos trinta e sete tiveram uma redução do PSA de mais de 50% – um indicador de que estão respondendo bem ao tratamento; outros 23 tiveram uma redução de, pelo menos, 30%. Um, no qual o câncer aparecia nas radiografias, teve uma excelente resposta completa – o câncer sumiu da radiografia.
Sagopilone é um medicamento inteiramente sintético, cujo efeito é evitar o crescimento do câncer, o mesmo que o docetaxel, que em quatro anos passou a ser uma terapia padrão. Porém, nem todos os pacientes respondem ao Docetaxel,que não tem a pretensão de ser uma cura. O Dr. Beer, pesquisador responsável, busca aumentar a sobrevivência dos pacientes e tem esperança de encontrar uma cura. Afinal de contas, a químioterapia cura alguns tipos de câncer. A equipe vai continuar testando diferentes medicamentos.
Para que tenham em mente qual é a velocidade com que as pesquisas são feitas e se incorporam aos tratamentos padronizados, foi em 13 de outubro de 2004 que foram divulgados os resultados com o Docetaxel.

O teste foi feito com pacientes do Prostate Cancer Clinical Trials Consortium, e de algumas instituições nos Estados Unidos e na Argentina. Olhem a lista:

Blair Medical Associates, Altoona, Penn.; Portland Veterans Affairs Medical Center Billings Clinic, Billings, Mont.; Gabrail Cancer Center, Canton, Ohio; University of Nebraska Medical Center; University of Maryland Medical Center, Baltimore, Md.; Pacific Coast Hematology/Oncology Medical group, Fountain Valley, Calif.; Madigan Army Medical Center, Tacoma, Wash.; Veterans Affairs Puget Sound, Seattle, Wash.; John Peter Smith Center for Cancer care, Farmington, N.M.; Eastchester Center for Cancer Care., Bronx, N.Y.; University of Michigan Health System, An Arbor, Mich.; Florida Urology Specialists, Sarasota, Fla.; e também o Hospital Privado Cordoba, Sanatorio Allende, em Cordoba, na Argentina; e a Policlinica Bancaria, o Hospital Alvarez, o Hospital Durand e o Hospital Britanico, em Buenos Aires.

Esses testes, chamados de clinical trials, são a última esperança de pacientes muito graves. Precisamos adicionar institituições brasileiras à lista de instituições que participam nesses e em outros testes, dando aos cancerosos brasileiros uma esperança a mais, aumentando a sobrevivência deles.

Por que não participam???????

Sagopilone é feita pela Bayer Healthcare Pharmaceuticals,que financiou a pesquisa. Os resultados foram baseados na publicação eletrônica Oregon Health & Science University (2008, May 30). Novel Chemo Drug Helps Treat Prostate Cancer. ScienceDaily. Por sua vez, foi baseada em http://www.sciencedaily.com­ /releases/2008/05/080530172628.htm

Um tratamento combinado aumenta a sobrevivência

Um estudo recente ajuda algumas pessoas que perguntaram sobre o tempo de vida depois da metátase. A resposta é de que depende do uso de tratamento e de que tratamento. Um estudo de Kikuno et al, do Department of Urology, Shimane University School of Medicine, Izumo, Japão, com um número limitado de pacientes (40) que já não respondiam ao tratamento hormonal, analisou os efeitos de docetaxel, fosfato de estramustina e carboplatina sobre a evolução da doença. Após a aplicação de seis ciclos. o PSA diminuiu em mais de 50% em 95% dos pacientes; outro efeito desejável foi a redução do uso de remédios contra a dor (85%), que é determinada pela necessidade do paciente. Entre os pacientes que já tinham metástase óssea, apenas 8% tiveram uma resposta parcial. Quanto tempo durou o efeito? A mediana (que divide o número de pacientes no meio, metade para cá e metade para lá) foi de 12 meses até a doença voltar a crescer e de 26,6 meses de sobrevivência. Houve vários problemas relacionados com a toxicidade do tratamento.

A mediana de dois anos e pouco de sobrevivência não significa que todos sobreviveram o mesmo tempo: houve pacientes que não responderam e a doença não parou de piorar e houve pacientes que sobreviveram muito mais de dois anos.

Há poucos anos atrás, o uso de quimioterapia para o câncer de próstata era considerado inútil. Hoje, ela é parte de terapias combinadas que reduzem a dor, aumentam a qualidade da vida e aumentam a sobrevivência.

Ver Eur Urol. 2007 Maio;51(5):1252-8.

Metástese óssea

A National Prostate Cancer Coalition
estima que quase meio milhão de pessoas – só nos Estados Unidos – sofrem de metástese nos ossos, de algum tipo de câncer.


O que é a metástese nos ossos?

Células cancerosas se desligam dos tumores onde estavam, viajam no sangue e através do sangue chegam a um tecido ósseo, no qual se fixam e começam a se multiplicar. As células cancerosas e as ósseas não ficam separadas e isoladas umas das outras: elas interagem. Isso causa alterações no metabolismo ósseo normal. Os osteoclasts aumentam (para ver fotos dos osteoclasts clique aqui)

A metástese óssea é uma das causas mais comuns de dor nas pessoas com câncer, podendo provocar fraturas, compressão da espinha e muitas outras conseqüências. É um dos principais problemas – tanto no sentido de freqüência, quanto no sentido de dores e gravidade – que afetam pacientes de câncer na próstata.

http://www.fightprostatecancer.org

Essa organização trabalha a concientização dos pacientes e seus familiares. Realiza uma pesquisa de opinião por ano entre dois mil sobreviventes. Através delas, descobriu que somente um em dez sabia que há “clinical trials” que podem trazer benefícios com drogas experimentais que ainda não estão no mercado. Uma pesquisa entre os que participaram de testes clínicos mostra que 92% estavam satisfeitos com sua participação.

Isso, nos Estados Unidos. Viver em país periférico, com o estado em frangalhos, medicina precária e ciência primária, traz limitações para nós, que enfrentamos o câncer. Não se trata, apenas, da falta de conscientização, mas a população é pouco instruída, somos muito machistas e o assunto é tabu, e se tudo isso fosse resolvido, praticamente não há testes clínicos realizados no país.

Para outras páginas sobre o câncer avançado, clique em cima de

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Zometa® e perda óssea em pacientes de câncer de próstata

Zometa® Reduces Bone Loss in Prostate Cancer

Artigo recém-publicado no Journal of Urology mostra vantagem para os pacientes tratados com Zometa em relação aos tratados com um placebo. Dependendo da localização dos ossos, os tratados tiveram um aumento de 3,6% a 6,7% na densidade mineral. Os tratados com Zometa tiveram mais náuseas.
Em outro poster neste blog chamei a atenção para as pesquisas sobre as interações medicamentosas e para as conseqüências indesejáveis do Zometa.
Ajuda muito algumas pessoas, mas não use sem consultar o seu urólogo e seu oncólogo.