A FDA (órgão encarregado de aprovar ou rejeitar medicamentos nos Estados Unidos) aprovou duas aplicações do denosumab (nome comercial Prolia), um medicamento contra a osteoporose.
As aplicações são contra a perda óssea em homens que fazem tratamento (anti)hormonal e, no caso do câncer da mama, em mulheres que recebem um tratamento que enfraquece os ossos. Denosumab já fora aceito pela FDA, com o nome comercial de Xgeva, para atuar contra pacientes com cânceres mais avançados, com metástase óssea. Xgeva é dada para impedir fraturas e reduzir a dor nos ossos. A metástase para os ossos do câncer da próstata com freqüência danifica os ossos e, por isso, esse tipo de tratamento não pode ser negligenciado. Normalmente, esse tratamento é feito em conjunção com cálcio e vitamina D. Nem todos os pacientes podem tomar esses medicamentos sem uma preparação, como é o caso dos que sofrem de hipocalcemia.
Duas pesquisas Fase III providenciaram a evidência de que o tratamento funciona: uma multinacional com quase mil e quinhentos pacientes com homens com câncer que não tinha metastizado, mas recebiam tratamento (anti)hormonal; a outra, menor, foi também multinacional com mulheres com câncer da mama que recebiam o tratamento que acentuava os problemas ósseos.
Os pacientes homens que foram tratados durante dois anos com denosumab tinham uma densidade mineral (bone mineral density – BMD) nos ossos lombares maior do que o grupo controle. A diferença era estatisticamente significativa.
Depois de três anos de tratamento com esse medicamento, 3,9% dos homens no grupo controle tiveram novas fraturas nas vértebras, em contraste com 1,5% dos que recebiam denosumab. O risco era 62% menor.
Tenho insistido nas postagens que nós, pacientes, colocamos muita ênfase na sobrevivência e pouca na qualidade da vida. A metástase óssea é uma das maiores causadores de baixas dramáticas na qualidade da vida. Denosumab não cura o câncer (creio que seus fabricantes nem pretendem combatê-lo), mas é parte do seu tratamento para reduzir as dores e evitar fraturas.
GLÁUCIO SOARES